Cinque Terre: dicas para conhecer esse pedacinho de céu na Itália

Corniglia, em Cinque Terre, na Itália. Foto: Mariana Gabellini.

Uma pitadinha de tons pastel, muitas flores (ah, a primavera!) e casinhas construídas em encostas rochosas onde batem as ondas do mar Mediterrâneo. Eis uma das descrições possíveis para as cinco vilas que formam a famosa Cinque Terre, no norte da Itália,  próxima a Pisa (cerca de 90km) e Milão (220km). O nome delas? Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore.

O charme das pequenas vilas, no entanto, vai muito além: elas são o tipo de lugar onde você pode respirar um pouco da perfumada dolce vita italiana.

Bons restaurantes, um mar de tirar o fôlego e roupas no varal secando ao sol despretensiosamente. Tanta beleza só poderia ser tutelada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade! Na dúvida sobre o que fazer em Cinque Terre? Vem comigo!

Essa foi minha segunda vez nas terre e a passagem pelas cinco vilas fez parte de uma road trip com minha família durante o final de abril e começo de maio – o que significa temperaturas amenas e, ah que beleza, menos turistas. Cinque Terre é, na minha opinião, um desses passeios imperdíveis para quem visita pela primeira vez a Itália.

Como preparar o roteiro em Cinque Terre

Pois bem, em uma manhã de sábado fomos de carro até La Spezia e deixamos o veículo em um estacionamento público (0,80 centavos/hora). De lá, saímos de trem rumo a última terre, Monterosso al Mare.

Erro: optamos por comprar um bilhete para cada trajeto, que custo cerca de dois euros. E, a cada viagem nova entre as terre, menos dois euros na carteira. O ideal é comprar o bilhete que dura o dia todo e não há limite de trechos. O Cinque Terre Card custa 12 euros.

Monterosso é a única terre em que é possível jogar a canga sob a areia e tomar sol na praia. De lá, seguimos para Vernazza.

Além do trem, há a possibilidade de circular entre as pequenas vilas por trilhas – mas eu, infelizmente, nas duas vezes que fui não pude fazer o passeio. É que, devido às chuvas, é comum acontecerem desabamentos na região e, então, as trilhas ficam interditadas. Também é importante lembrar que, para entrar nas trilhas, é preciso ter em mãos o Cinque Terre Card. No total, são 12 km de caminhos.  Há ainda a possibilidade de fazer o passeio de barco.

 

Monterosso al Mare, em Cinque Terre. Foto: Mariana Gabellini.
Monterosso al Mare, em Cinque Terre: prepare sua canga!

Cinque Terre: onde se hospedar?

Localizada no norte do país, ela está próxima de Pisa. Separe pelo menos um dia inteiro se quiser conhecer as cidades com relativa calma. Não vale a pena fazer um bate e volta – é cansativo demais. Melhor se hospedar em uma das terre ou, se achar as diárias caríssimas, opte por uma cidade próxima.

Minha família e eu decidimos ficar em um camping em Marina di Massa – o que depois descobrimos ser uma região não tão famosa entre os turistas estrangeiros, mas com lugares interessantes para visitar, como as montanhas de mármore de Carrara. E que valem outro post!

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Riomaggiore, em Cinque Terre, na Itália
Um pedacinho de Riomaggiore, em Cinque Terre

Cinque Terre gourmet: não deixe de experimentar…

Basicamente, o passeio pelas terre consiste em circular entre as casas coloridas, tomar um gelato e degustar um ou outro petisco tradicional da região. Os frutos do mar fazem especialmente sucesso e, quando estiver em Monterosso ou Riomaggiore não deixe de provar o cone de frutos do mar, com calamares, camarão e peixes fritos bem temperadinhos com limão. Ah!

Mar de Cinque Terre
Esse Mediterrâneo não está para brincadeira, não!
Vaso de flor na janela
Sobre a beleza e a simplicidade

Há também cemitérios, castelos e estátuas que explicam um pouquinho sobre a história desse lugar tão especial. Mas, ah, o gostoso mesmo é passar por ali e aproveitar um dia bonito. Simples assim.

Monterosso al Mare, Cinque Terre, na Itália
Tons pastel por todos os lados!

 

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Mais um pouquinho de Monterosso al Mare

Fim do passeio: o pôr-do-sol incrível em Riomaggiore

Quando já tiver passado por todas as vilas, provavelmente a noite estará caindo – e o cansaço, acredite, pesando. Por isso, um pouco antes do pôr-do-sol pegue um trem rumo Riomaggiore, a terre mais próxima de La Spezia. Quando chegar lá, dispute por um lugarzinho para sentar nas rochas à beira-mar e assista o sol caindo. Em silêncio.

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O pôr do sol em Riomaggiore é de tirar o fôlego. Mesmo.

Se você pretende viajar de carro pelos campos da Toscana, vale tentar incluir Cinque Terre no roteiro de viagem – já que as vilas estão bem próximas de destinos como Florença e Pisa. Quer uma experiência incrível para colocar no roteiro de viagem? A Elizabeth Werneck contou como é caçar tartufo nas colinas da Toscana.

Veja outros posts sobre a Itália

Cidadania italiana: passo a passo para o reconhecimento

Cidadania italiana: passo a passo para conquistar o passaporte europeu

Neta de italiana, no final de 2014 decidi que era hora de reconhecer a cidadania italiana. Questão de orgulho para a nonna e também de portas que se abririam com o passaporte bordô  – como uma melhor qualidade de vida em cidades mais seguras (aqui eu conto sobre o custo de vida em Rimini, na Itália – com tabela de gastos!) e a possibilidade de fazer um master pagando as taxas para cidadão europeu (mais baixas que para um estrangeiro), por exemplo.

Pois bem, eu sabia que o processo de reconhecimento de cidadania era um pouco burocrático e não estava disposta a pagar pelos serviços de uma assessoria. Para piorar: o processo tem fama tão aterrorizante que o pessoal costuma chamar de saga por causa das dificuldades que aparecem no caminho.

Recentemente, eu descobri que a saga para um mestrado na Itália é muito mais complicada do que reconhecer a própria cidadania – mas isso é assunto para outro post. Para quem quer entrar na saga também, aqui vai o meu relato! Pre-pa-ra porque o post é grande. haha

+ Você também poderá se interessar pelo post Quanto custa viver na Itália? 

AFINAL, QUEM TEM DIREITO À CIDADANIA ITALIANA?

A cidadania italiana não possui limites de gerações. Ou seja, se você possui algum ascendente italiano, provavelmente você também tem direito à cidadania. Eu digo provavelmente porque há dois casos muito comuns em que é preciso ter atenção:

  1. Existe mulher na sua linha de ascendentes? Para ter direito ao reconhecimento pela via administrativa, o filho dela deve ter nascido após 1948. O filho nasceu antes? Calma, nem tudo está perdido: nesse caso há a possibilidade de entrar com o pedido de reconhecimento na justiça italiana. Há um grupo no Facebook que dá dicas só para esse tipo de caso.
  2. Se o seu antenato (ancestral italiano que vai te passar a cidadania) é trentino.

COMO RECONHECER A CIDADANIA ITALIANA?

duas formas para fazer o reconhecimento: no consulado italiano no Brasil, onde dependendo do estado pode levar mais de dez anos até a conclusão do processo, ou fixando residência em um comune (município) na Itália, o que leva, em média, três meses. Optei pela segunda opção.

A MINHA HISTÓRIA

Quer um conselho? Aprenda com os meus erros. Você vai ver que foram muitos.

PRIMEIRA PARTE: BRASIL

1. JUNTAR OS DOCUMENTOS

É preciso ter todas as certidões de nascimento e casamento suas até o seu antenato. Alguns comunes cobram também certidões de óbito – então é preciso se informar diretamente com o lugar onde fará o processo. O primeiro passo foi conseguir a certidão de nascimento da minha avó no comune em que ela nasceu lá na Itália – já que eu já sabia onde estavam todas as outras certidões.

Também emiti todas as certidões brasileiras em inteiro teor e comparei detalhadamente datas e grafias de nomes de cada uma. Erros em datas geralmente não são aceitos pelos comunes, enquanto erros ortográficos são discutíveis e devem ser verificados com o setor do comune que fará o seu processo. No meu caso, constatei vários erros ortográficos não comprometedores, tipo minha bisa Thereza que virou Teresa e meu biso Giuseppe  que virou José.

2. LEGALIZAÇÃO NO ERESP

Todas as certidões brasileiras, que eram do estado de São Paulo, deveriam ser legalizados pelo Eresp. Mas  eu dei azar (lógico!) e o Eresp decidiu mudar de endereço bem nessa época. Resultado: minha irmã, coitada, pegou um ônibus até Brasília para legalizar meus documentos diretamente no Ministério das Relações Exteriores. Há despachantes que fazem esse tipo de serviço, mas caso você more em São Paulo fique feliz em saber que o Eresp já voltou a funcionar normalmente! Ufa.

3. TRADUÇÃO PARA O ITALIANO

Para o consulado italiano de São Paulo as traduções não precisam ser feitas por um tradutor juramentado. Optei por fazer mesmo assim, já que apesar de mais caras, os tradutores são reconhecidos pelo órgão e, bom, melhor precavir (tradutores também erram, viu?!).  Mandei os documentos traduzidos para o responsável pelo meu processo na Itália e ele disse que estava tudo ok.

4.1 TENTATIVAS DE AGENDAMENTO NO CONSULADO

Bem, então no começo de janeiro e eu já estava com todas as traduções feitas. Só faltava legalizá-las no consulado italiano e embarcar para a Itália em março.  ATENÇÃO: a legalização consular era necessária antes da Convenção de Haia. Hoje essa legalização foi substituída pelo apostilamento (veja mais abaixo).

Continuando…
Tinha dois meses para fazer a legalização consular. Tempo de sobra, certo? ERRADO. Fui para a Itália e voltei sem conseguir o tal do agendamento. O método de agendamento mudou TRÊS VEZES enquanto eu tentava agendar. Durante seis meses, entrei todos os dias no site do consulado de São Paulo à 0h de Roma, como manda o figurino. Não rolou.

Então, meu pai, que morava em Recife há mais de um ano e é o filho da italiana, foi até o Consulado em Pernambuco e perguntou se os documentos poderiam ser legalizados lá. A funcionária disse que sim, contanto que eu apresentasse traduções de um tradutor reconhecido por aquele consulado e eu estivesse presencialmente lá.

Voltei da Itália para São Paulo e, com esperança do fim da saga brasileira, fui até Recife. Lá, o atendimento é agendado via e-mail – que, por acaso, eles não respondem nunca. Fui três vezes pessoalmente, até ela me dizer que os meus documentos pessoais deveriam ser emitidos em Pernambuco.

Mudei meu título de eleitor, tentei abrir conta em banco. Depois, ela disse que os documentos deveriam ser traduzidos por um tradutor de Pernambuco. Depois de traduzidos, então a funcionária chamada Paula (um beijo para você) disse que EU deveria morar há mais de um ano em Recife para ter esse direito.

Gastei MUITO dinheiro e tempo porque a funcionária passou informações erradas o tempo todo. Voltei para São Paulo. Entrei no grupo Cidadania Área Livre, no Facebook, e lá o pessoal costuma avisar quando vagas são abertas. Certo dia, enquanto mexia no celular e tomava banho ao mesmo tempo (olha o nível de desespero!) PLIM um ser humano bem especial do grupo avisou que o Consulado abriu vagas fora do horário de sempre. Consegui o agendamento depois de seis meses e alguns milhares de quilômetros rodados – e muitas dilmas a menos!

4.2 LEGALIZAÇÃO NO CONSULADO ITALIANO

Cheguei no Consulado às 7h10 da manhã e a fila já era grande. Meu agendamento estava marcado para às 11h. Mas depois de 20 minutos fui atendida! Levei um comprovante de endereço em meu nome. Também aproveitei para tirar o Codice Fiscale, o CPF italiano, e queimei uma etapa a ser feita na Itália. Paguei com o cartão de débito, mas… OPS!

O funcionário achou um erro de data em uma das certidões.

Erro que nem eu, nem a tradutora, nem o funcionário do comune vimos! Então o cônsul deixou que eu voltasse outro dia, sem ter que enfrentar o agendamento novamente, com a certidão correta e uma nova tradução, para o consulado legalizar o documento.

MAIS GASTOS! Tive que discutir com o cartório localizado a quase 500km de distância de São Paulo, porque o erro de digitação foi deles (a data escrita por extenso era diferente da data em numeral). Novo documento, nova legalização no Eresp, nova tradução para o italiano e nova legalização no Consultado. Mas depois, enfim, eu estava pronta para ir para a Itália! A saga então muda de cenário e continua no bel paese.

ATUALIZAÇÃO: A LEGALIZAÇÃO CONSULAR FOI SUBSTITUÍDA PELO APOSTILAMENTO!

Se você está no processo de busca e legalização dos documentos, provavelmente já leu sobre a Apostila de Haia, um acordo entre os países signatários que facilita o reconhecimento de documentos públicos no exterior. Sabe aquele sufoco que eu passei tentando agendar a legalização no consulado italiano? Isso não existe mais.

O Brasil assinou o acordo e desde o dia 14 de agosto de 2016 a legalização de documentos para reconhecimento da cidadania italiana na Itália deixou de ser feita no consulado italiano no Brasil e passou a ser feita em cartórios específicos das capitais de cada estado. Devem ser apostilados o documento original e sua versão juramentada, ok? Mais: o preço do apostilamento varia de estado para estado.

SEGUNDA FASE: RECONHECER A CIDADANIA NA ITÁLIA SEM ASSESSORIA

A segunda fase do reconhecimento da cidadania italiana não é mais fácil do que a primeira, acredite. A burocracia italiana é um caos e cada comune/oficial do comune enxerga a lei de uma maneira. O segredo de passar por essa etapa sem traumas (se você for fazer sem a ajuda de uma assessoria, claro) é ter conhecimentos em língua italiana intermediária e conhecer MUITO bem as leis – e ter todas as leis impressas, porque, acredite, você terá que argumentar com os oficiais o tempo todo.

Para reconhecer a cidadania italiana na Itália, você deve ser residente no país (mesmo que por apenas três meses). Eu fiz o processo em Trento e fiquei na casa de tios, por isso não tive que negociar com o dono do imóvel para ceder documentos.

Esse passo a passo diz respeito a Trento mas, como eu disse, cada comune faz como quer.

Minha irmã também reconheceu a cidadania italiana em Trento e mesmo assim o processo dela foi diferente. Em outras palavras: cada pessoa, um perrengue. Ah, a vida: essa coisa bonita.

1. CIDADANIA ITALIANA E A DECLARAÇÃO DE PRESENÇA

Se você não entrou na Europa pela Itália (eu entrei por Madrid), e, portanto, não possui o carimbo italiano no passaporte,  o primeiro passo é fazer em até 48 horas a declaração de presença na Questura (delegacia). Em Trento, ela também é feita no Ufficio Cinforme (um escritório de apoio aos imigrantes que te ajuda até a preencher o Permesso di Soggiorno, permissão para ficar na Itália se o processo excede os 3 meses permitidos por lei para turistas!).

Leve passaporte original, seguro saúde (eu levei o CDAM, um seguro saúde para brasileiros válido por um ano em território italiano), a carta de hospitalidade e comprovação de meios financeiros.

2. CESSIONE DI FABBRICATO

É um documento preenchido pelo proprietário do imóvel que deve ser feito na Questura em até 48 horas. E é importantíssimo para o pedido de residência.

3. PEDIDO DE RESIDÊNCIA

É uma das partes mais complicadas no processo de reconhecimento de cidadania na Itália. O pedido de residência deve ser feito em até 7 dias da sua chegada na Itália, mas quanto antes melhor! Leve ao comune (prefeitura) a cessione di fabricatto, contrato de aluguel (se possuir), passaporte com carimbo ou a declaração de presença, cópia de identidade do proprietário.

Talvez nessa parte você tenha que discutir um pouco e até leve um chá de cadeira. Mas, lembre-se: esteja com as leis impressas em mãos. E fique tranquilo, italianos gritam mesmo… Não leve para o lado pessoal o mau humor alheio. Depois dessa etapa, você deverá aguardar o vigile (policial) passar na sua residência e confirmá-la para que seja feita a próxima etapa do processo.

4. VISITA DO VIGILE

O vigile passou duas semanas depois, em uma terça-feira de manhã. Fez perguntas como: “quantos cômodos a casa possui?”, “quantas pessoas moram aqui?”, “qual o motivo de você ter se mudado para cá?” e “como você se sustenta?”. A melhor resposta: a verdade.

Em menos de 15 minutos, ele foi embora. Agora, era só aguardar a confirmação da residência (alguns comunes aceitam receber os documentos para o processo de reconhecimento de cidadania italiana sem a confirmação de residência, mas esse não é o caso de Trento).

5. A ENTREGA DOS DOCUMENTOS NO COMUNE

Trento possui um setor especialmente voltado para o reconhecimento de cidadania italiana.
1.Isso significa que alguns oficiais só trabalham com reconhecimento.
2.Mas isso não significa que eles conheçam as leis. Sério.

Demorou algumas semanas para que um oficial aceitasse me atender. Quando me atenderam, olharam todos os documentos e pediram uma nova certidão de nascimento da minha avó. Fui até o comune de nascimento dela, a 150km, e lá me informaram que quem deveria ter feito o pedido diretamente era o oficial de Trento.

Com todos os documentos em mãos, a oficial de Trento pediu 15 dias para analisar meus papéis. Eu ia visitá-la uma vez por semana e ela sempre dizia que não tinha notícias para me dar. Três dias antes de expirar meus três meses como turista, gastei cerca de 160 euros para fazer o permesso di soggiorno. Dois dias depois ela me ligou e disse que eu deveria passar no Comune para assinar os documentos (o Consulado Italiano já havia enviado a mancata di non rinuncia e o síndaco já havia assinado meus documentos). Gastei 160 euros à toa.

Traduzindo…
Mancata di non rinuncia: a carta que o Consulado Italiano Geral no Brasil envia ao comune informando que nem você nem seus antepassados renunciaram a cidadania italiana.
Síndaco: tem a mesma função que um prefeito no Comune.

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6. ENFIM, RG E PASSAPORTE ITALIANO

Para fazer o RG é muito simples. Caso você opte pela carteira de identidade eletrônica, você deve ligar no Comune e marcar uma data. Eles tiram a foto na hora e o documento também fica pronto em poucos minutos. Custa 25 euros. Há a opção do RG em papel e que custa 5 euros, mas ela não é bem vista nos aeroportos europeus, porque é fácil de falsificar. Um primo teve problemas com ela em um aeroporto alemão, por exemplo.

Já para tirar o passaporte em Trento foi outra saga. As vagas só existem para daqui alguns meses e o agendamento é como no Consulado Italiano em SP: pela internet. Rata de perrengue que sou, entrei de madrugada e consegui a vaga de um desistente para dali 15 dias.

Quanto custa o passaporte italiano?

Paguei a taxa administrativa na Posta (cerca de 43 euro), comprei por cerca de 74 euro a marca da bollo (selo vendido nas tabacarias) e levei os documentos (duas fotos e cópia do RG italiano) na Questura. Em outros quinze dias o passaporte estava pronto. A validade do passaporte é de 10 anos.

Resumindo: meu processo na Itália durou cerca de três meses e a única coisa que eu pensei quando acabou foi AFFE MARIA.

Se você pretende entrar na saga, eu sugiro entrar no grupo Cidadania Italiana – Área Livre.

É claro que nesse texto há muitas lacunas, porque o reconhecimento é um processo complexo e que, dependendo da história da sua família, você tem direito ou não. É difícil? É. Caro? Ô. Mas não é impossível.

Dia em fotos: é inverno em Munique!

Casa rosa aos arredores do castelo de Nymphenburg, em Munique, na Alemanha

Ah, boas notícias diretamente do hemisfério norte: nesse final de semana a neve abriu oficialmente o inverno aqui na Alemanha!

Eu, que só havia visto neve no alto de montanhas ou – bem timidamente – no final da estação, fiquei muito feliz quando acordei, olhei pela janela e lá estava… tudo branquinho, branquinho. Aliás, quase todas as coisas ficam mais bonitas com uma porção de neve em cima – tipo chantilly no topo do café, né?

Palácio Nymphenburg Munique Alemanha

O problema é que, em dias assim, a única vontade é ficar lendo um livro e tomando chocolate quente o dia todo!

Para combater a malemolência, decidimos fazer um passeio pelo palácio de Nymphenburg (nymphenburg = castelo da ninfa). Construído em 1664, o lugar é um dos pontos turísticos mais famosos de Munique (de fácil acesso, fica dentro da cidade então preguiça de inverno não é desculpa) e foi residência de verão dos reis da Baviera.

O palácio também é conhecido pelo parque ao redor que é enorme e parece ser bem bonito – digo, parece já que, por causa da neve, não deu muito bem para conhecer. Ah, não é preciso pagar nada para circular no parque!

Prova de que o passeio é super romântico: vimos um casal vestidos de noivos sendo fotografados por ali e um homem, de joelhos, pedindo a namorada em casamento.

Aproveitando que o dia estava tão gostoso, levei a câmera para passear também! :)

cafeteria retrô

chocolate quente com creme no topo em munique

casa rosa munique2

mariana em munique

casa rosa munique

Cairo: o roteiro de um dia incrível

Há viagens que te levam para uma bolha de conforto. Já outras te acordam para uma realidade nova. Cairo, na minha opinião, faz parte do segundo tipo de destino! Não importa se você vai se hospedar no hotel mais luxuoso da cidade… O Egito e seus perrengues vão te envolver de um jeito único!

camelo em cairo, no egito

Bem, tudo começou assim: Cairo foi escolhida para ser uma das paradas para a looonga viagem de ano novo até as Filipinas – ainda paramos em Atenas e Abu Dhabi! Por lá, passamos duas noites na ida e mais uma na volta. No final das contas, deu para sentir um pouco o gostinho desse universo tão diferente.

Cairo, uma cidade incrível!

Pirâmides, esfinge e o fato de a cidade ser uma região verde no meio do deserto já deveriam ser um bom motivo para qualquer um querer visitar o lugar, claro. Mas Cairo vai muito além. A cidade exala cultura e tem identidade própria. Tudo é energia! A cor bege das construções vem do deserto que abraça a cidade e o resultado é uma aura mística. Aliás, tempestades de areia por lá não são incomuns – até pegamos turbulência no avião por causa de uma! Mas, ó, melhor deixar a frescura em casa, viu…

Sabedoria de aeroporto

No desembarque, é preciso comprar o visa por 25 dólares/euros. Então, depois da imigração, a aventura começa de verdade! Dentro do aeroporto só é permitido ficar quem está em trânsito de viagem. Resultado: lá fora, logo depois da porta giratória, centenas de taxistas e motoristas de van esperam turistas para fazerem corridas com preços fechados e que custam quatro vezes mais do que corridas que cobrariam para um egípcio comum. Tem cara de gringo? Então vão tentar o tempo todo te cobrar mais caro por isso, principalmente os taxistas. Para não ser passado para trás, peça que o motorista ligue o <i>meter</i> – se ele se negar, não hesite em sair do carro e buscar alguém que cobre um preço justo. Perdi as contas de quantas vezes saímos do carro até encontrar taxistas que fizessem um preço ok! E no desespero para conseguir um táxi com preço justo à noite, até usei hijab. Na hora de indicarmos o caminho, o taxista não entendia inglês e o namorado teve que arriscar no árabe! :)

lojinha cairo egito

Passeio, transporte e lembrancinhas: tudo é negociável

Tu-do é questão de lábia. Já reparou na primeira cena de Alladin? Nela, um mercadante tenta vender mercadorias na base da amizade. No mundo árabe as relações comerciais são importantíssimas e parecem ser muito, muito pessoais. Já havia sentido algo parecido no Grand Bazaar de Istambul, na Turquia, mas no Cairo essas negociações são muito mais intensas. Você vira bro e logo depois inimigo. Eles ficam bravos, você encena que vai embora e tudo parece um grande teatro na tentativa de fazer um negócio equilibrado – e, não se engane, assim como os taxistas, os comerciantes de lembrancinhas também vão tentar vender lâmpadas, estatuetas de Nefertiti e lenços por preços muito altos. Negociar no Egito não é questão de ser mão-de-vaca, mas de não ser passado para trás.

Falando nisso…. Também é bom lembrar que o Egito vive uma ditadura militar. Desde a revolução egípcia, que aconteceu em 2011, a cidade vem sofrendo com a falta de turistas – e talvez isso colabore para que os comerciantes coloquem ainda mais os preços nas alturas. Se visitar a cidade, poderá encontrar ruas fechadas por arames farpados e homens armados. Por lá, também vimos tanques de guerra com soldados controlando a avenida que vai do aeroporto ao centro da cidade.

Khan El Khalili, um bazar a céu aberto

Para sentir a energia única do Cairo, não deixe de visitar Khan el Khalili, área comercial cheia de lojas de especiarias, artesanato, cafés e antiquários. Você vai se ver negociando luminárias minunciosamente trabalhadas à mão enquanto, ao lado, mulheres de niqab, véu preto que só deixa os olhos à mostra, discutem as diferenças nos detalhes de uma centena de lamparinas. O lugar também é rodeado por várias mesquitas, claro!

Khan el Khalili cairo egito

A magia das pirâmides

O ponto alto da nossa estada no Cairo foi o passeio de cavalo próximo às pirâmides. O deserto é exuberante e a vista do pôr-do-sol com as pirâmides em primeiro plano – e Cairo ao fundo – é de encher os olhos. O passeio na FB Stables durou uma hora e meia e custou 150 pounds egípcios (cerca de 19 dólares)  por hora.

mariana em passeio de cavalo nas pirâmides, cairo, egito

Atenção! Perto da entrada para a área das pirâmides há muitos estábulos que oferecem o passeio guiado com cavalos, mas grande parte desses lugares maltratam os animais. A situação é tão grave que por ali também há uma área com vários cavalos mortos e feno para cobri-los. Triste demais de ver. Por isso, antes de contratar a empresa mais barata, pesquise bem no TripAdvisor boas recomendações.

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Cidade do Cabo para visitar e se encantar!

O mundo girou, o tempo passou e o blog, que ficou parado nas últimas três semanas, está de volta! A road trip pela África do Sul, que começou na Cidade do Cabo, encheu meu novembro de cor e o que era para ser um ano novo incrível virou realidade só agora… Quase um ano depois!

É que no ano passado, enquanto planejava a viagem, desisti por causa dos altos preços das passagens (perto da virada, os valores ultrapassavam R$ 3 mil! ought) e porque é complicado ser mulher e viajar sozinha pelo país por dois motivos simples: falta de transporte público e altas taxas de violência – é, a África do Sul é um dos países com maior índice de estupro do mundo! É uma sociedade violenta e machista, como a nossa. Mas, calma, apesar de ter feito uma viagem de carro com o namorado, descobri que dá sim para viajar sozinha com segurança por lá! E, juro, você vai se apaixonar. Então, chega mais!


carro: o melhor jeito de viajar pela África do sul!

Goeie dag… Cidade do Cabo!

Não se engane, Cidade do Cabo é um pedacinho especial da África muito diferente de outras grandes cidades do continente! Quando o avião aterrissou, eu estava preparada para encontrar pobreza, trânsito caótico e já tinha aquela sensação de insegurança que a gente bem conhece no Brasil. Mas a coisa não funciona bem assim por lá… Pelo menos não na Cidade do Cabo.

Por causa da colonização holandesa e inglesa, a cidade tem muito da arquitetura europeia. Também é organizada, limpa, moderna e com relativa boa infra-estrutura (exclua transporte dessa lista!). Mas isso também se deve ao apartheid, regime político que tirou, entre muitos direitos, a possibilidade de os pobres morarem no centro e dividiu a sociedade em brancos e não brancos.

Quando você fizer o caminho aeroporto-centro da Cidade do Cabo, irá perceber que a parte pobre e negra da sociedade vive na periferia em construções bem parecidas com as favelas brasileiras. E onde tem pobreza e desigualdade, já sabe: tem violência.

Bo-Kaap
Bo-Kaap, um bairro para quem ama cores

A cidade turística que todo mundo vê é a cidade dos europeus e seus descendentes, mas na Cidade do Cabo também formaram-se guetos interessantes. É o caso do bairro muçulmano Bo-Kaap: mega colorido, mega fotografado em editoriais de moda e, sim, com um restaurante mega bom (+ preço justo): o Biesmiellah. Lá, não deixe de provar o bobotie, prato típico sul-africano com carne moída, temperos doces, arroz e ovo. Para acompanhar, peça o mango lassi que é uma coisa de bom. Delícia!

Transporte público: que falta faz um ônibus!

Enquanto viaja pelo país, também é comum encontrar gente pedindo carona e acenando dinheiro nas margens das rodovias. Os guias de viagem dizem que é perigoso oferecer carona e, por isso, decidimos não arriscar. Aí mora outro aspecto da desigualdade: o direito de ir e vir só existe para quem tem carro – o que não é a realidade da maior parte da população. Os ônibus são escassos e os trens perigosos. Por isso, caso vá visitar a África do Sul, o ideal é alugar um carro.

É mochileira e pretende viajar sozinha na África do Sul? O jeito mais seguro de fazer isso é reservando roteiros no Baz Bus, uma rede de ônibus criada para mochileiros, que inclui viagens entre cidades e até safáris. Aliás, todos os mochileiros que conhecemos nos hostels da vida usavam o serviço!

A famosa Montanha da Mesa

Além de Bo-Kaap, o bairro muçulmano mega colorido, a Cidade do Cabo conta ainda com uma geografia de tirar o fôlego (e que rende, inclusive, muitas comparações com o Rio de Janeiro!): a Table Mountain é o principal cartão-postal da cidade.


lá do alto da Table Mountain

Fizemos a trilha de subida da montanha que durou cerca de três horas e NOSSA quase morri, mas queimei muitas calorias. A vista lá do alto é imperdível e a dica é visitar a montanha assim que você tiver o primeiro dia de sol sem nuvens na cidade. Mas, é, a vista com nuvens também rende boas fotos. hahaha Para os preguiçosos, fora de forma ou quem prefere deixar a aventura para lá, há o bondinho que leva até o topo e traz de volta. Ufa!

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#girlpower no alto da montanha

Fizemos a trilha da Table Mountain pela manhã e precisávamos de um passeio mais relax para o final da tarde. Solução: tomar uma cider de buenas no Victoria & Alfred Waterfront. É aí, nesse porto, que você terá certeza de que a África do Sul não é nada do que imaginava! O Waterfront é um lugar surrealmente norte-americano.


eu não sei vocês, mas eu fiquei bem impressionada com Victoria & Alfred Waterfront

É de Victoria & Alfred Waterfront, aliás, que saem os barcos para Robben Island, prisão onde Nelson Mandela ficou preso por 27 anos e que é um marco na história sul-africana. Para visitar a ilha é preciso reservar antecipadamente aqui. Infelizmente não conhecemos o lugar, porque deixamos para decidir de última hora e, claro, nos enrolamos. Então, dica: pelo menos essa visita, não deixe para decidir lá.


o melhor café da manhã da cidade fica na New Brighton Bakery, juro

As vinícolas de Stellenbosch e o lado gourmet da Cidade do Cabo

Ah, a rota dos vinhos! wine estates: fazendas produtoras de vinho que oferecem serviços de degustação da bebida – e que podem incluir queijos. Lendo assim, tudo parece gourmet demais. Mas não é! É sim uma experiência deliciosa.


nem vinho, nem queijo: outras perdições dos wine estates

Visitamos Fair View, um dos wine estates mais comerciais da região. Acredite: pagamos um euro para experimentar sete vinhos e por mais um euro era possível provar queijos à vontade! Então separe um ou dois dias para aproveitar as vinícolas, que também contam com restaurantes, e deguste a vida beeem devagarzinho.

Bathhouses Muzeinberg
as famosas casas de banho de Muzeinberg

Exuberante por natureza: Boulders Beach e Cape Point

Nem só de Table Mountain vive a fama da região. Por lá, também é possível se aventurar em uma infinidade de passeios em meio a natureza: você pode nadar com tubarões brancos ou avistar baleias e golfinhos de um barco!


desafio do dia: não se apaixonar pelos pinguins de Boulders Beach

Separamos um dia para fazer um passeio de carro pela Baía Falsa, parando em pontos famosos como as casas de banho coloridas (e fotogênicas!) de Muizenberg; a Boulders Beach (R60 por pessoa), praia famosa pela água azul cor de céu onde é possível nadar com pinguins (se você tiver coragem de entrar na água geladíssima!)…


tomar sol com pinguins: na África do Sul você pode!

E, finalmente, Cape Point (R125 por pessoa), o famoso Cabo da Boa Esperança dos livros de história da quinta série. Todos imperdíveis!


meu companheiro de aventuras & eu em Cape Point <3

Veja também outros posts sobre a viagem para a África do Sul:

+ Como é fazer um safári na África do Sul?
+ Garden Route, uma road trip inesquecível pela África do Sul

O Lago di Garda, meu mundo e a fotografia

Lago di Garda, na Itália. Foto: Mariana Gabellini.

Eu ia escrever um post sobre como o Lago di Garda (o maior lago da Itália!) é belo e o que tem de incrível para fazer por lá – até porque estou na Itália há três meses e nunca escrevi nada sobre o país. Mas, ah, enquanto editava as fotos lembrei do que o professor de Fotojornalismo da faculdade me disse certo dia – e me bateu uma tristeza.

Ele deu um trabalho muito simples para a sala: todos nós deveríamos retratar, através da fotografia analógica, a cidade de São Paulo. Basicamente, captar a alma da cidade! Fácil, fácil. Não sou muito fã do Parque Ibirapuera, mas gosto do contraste entre a área verde e os arranha-céus ao redor. Não existe nada mais paulistano que isso, certo? Errado.

castle malcesine lago di garda
uma foto sem pessoas no Lago di Garda

Filme: ok. Enquadramento: ok. Ampliação: ok. Minha nota: não ok. Eu tirei 2. DOIS.

E, claro, fui reclamar o absurdo. COMO ASSIM? O professor respondeu: “a técnica está correta, mas faltam pessoas nas fotos. Eu só vejo patos, árvores e prédios. Onde estão os seres humanos? Isso é Jornalismo!”. Oh, fiquei sem reação. Ele tinha razão.

largo di garda
outra foto sem pessoas

Escolhi Jornalismo porque amo escrever. Mas eu amo escrever porque é como eu melhor me relaciono com o mundo. Sou introvertida e isso tem guiado minha vida desde que eu nasci. Todas as minhas escolhas são fundamentadas na minha introversão. Não faço amigos facilmente, não falo de mim para qualquer um. Escolhi Jornalismo, criei um blog, mudei de país por isso. Para aprender a lidar com o que eu sinto e tentar me abrir um pouco mais para as pessoas, para o mundo. Parece um pouco egoísta visto dessa perspectiva, mas é como sou. Preciso controlar o meu lado sensível de algum jeito.

E fotografia, afinal,  é captar a alma das pessoas – às vezes, sem pedir licença. Eu tenho essa liberdade?

lago di garda italia
mais uma

Enquanto editava essas fotos, no entanto, decidi mudar. Vou arriscar a deixar minha bolha e invadir outros planetas pessoais também por meio da fotografia. E começarei na próxima viagem!

lago di garda vela
opa, essa tem pessoas! mas eu prefiro o barco

Nos próximos quinze dias, estarei em uma road trip pela África do Sul, por isso não atualizarei o blog nesse tempo. Mas para quem quiser acompanhar tudo em tempo real, segue meu Insta: @marianagabellini. E a viagem continua!

Oktoberfest em Munique: o que saber!

Oktoberfest em Munique, na Alemanha: o que é imperdível.

Beber cerveja em caneca de um litro, dançar em cima da mesa e fingir que sabe cantar velhas músicas alemãs. Tudo isso resume bem a Oktoberfest de Munique, na Alemanha… Mas ela não é só isso!

Cerveja, a dona da festa

Sim, é verdade que a Oktoberfest é a festa da cerveja! Mas, ironia ou não, ela só é vendida dentro das tendas (a caneca de 1 litro custa 10 euros, em média, e deve ser paga na hora). E nem sempre é possível entrar nas tendas!

São 14 grandes barracas de cervejarias da cidade e todas são MEGA disputadas (a minha preferida é a Hacker-Festzelt – o teto dela imita o céu da Baviera, gente!) e, aos finais de semana, se você não tiver reserva, pode ser que tenha que esperar mais de uma hora pela boa vontade do segurança para liberar o acesso…

oktoberfest munich tent
Oktoberfest: onde biscoitos do amor, tendas de cerveja e barracas com brincadeiras tem convivência pacífica

Ficou interessado em fazer uma reserva? Calma. Saiba que só é possível reservar mesas inteiras e elas também são hiper disputadas, uma vez que a cada ano poucas reservas são liberadas. Eu explico: se você conseguiu fazer uma reserva em 2015, tem prioridade ano que vem. Mas geralmente são os alemães, que vão todos os anos à festa, os donos das reservas… E, claro, poucos abrem mão do privilégio!

A boa notícia: se conseguir fazer uma reserva, você (e cada um da sua mesa!) paga apenas a consumação mínima, que geralmente é duas canecas de cerveja e um prato típico. Conseguiu entrar sem reserva? Pague só o que consumir!

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Quer tomar cerveja? Então encare as filas para entrar nas tendas. Fora, só bons drinks!

Um parque de diversões retrô

Nem só de cerveja vive a Oktoberfest! Fora das tendas, as atrações são outras. Para matar a fome, há barraquinhas de sanduíches com linguiça, carne de peixe e steak. Dica: vá de weisswurst, salsicha branca típica da Baviera, acompanhada de mostarda doce (em média, 7 euros). É uma delícia! Geralmente os bávaros comem a iguaria com pretzel pela manhã mas, na minha opinião, é o lanche perfeito pra matar a fome durante a Oktoberfest.

oktoberfest munich
poderia ser o Hopi Hari, mas é Oktoberfest

Acredite se quiser: a Wiesn (como a comemoração é chamada por lá), é uma festa família. Além das barraquinhas de comidas, há muitos brinquedos, como carrinhos de bate-bate, roda gigante e carrossel. Por isso, durante o dia é bem comum encontrar a criançada circulando. É um grande parque de diversões! Talvez seja por isso que a festa comece às sete da manhã e termine às 23h… Cedo para os padrões brasileiros, não?

Existe romantismo na Alemanha

A Oktoberfest, na verdade, surgiu como uma corrida de cavalos em comemoração ao casamento do Rei Luis I com a princesa Teresa, em outubro de 1810. Romântico demais! E lá vai mais açúcar: o nome do parque onde acontece a festa é Theresienwiese (gramado de Teresa, em alemão). E a doçura não termina por aí… Diga ~olá, lebkuchenherz~, biscoitos de mel decorados que são tradição na festa e acompanham uma mensagem fofa – tipo “eu amo cerveja“!

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biscoitos em forma de coração: ah, o amor

Tá namorando? O laço do vestido conta tudo!

Quer entrar no clima da festa? Então vá vestindo um dos trajes típicos da Baviera! Enquanto os homens vestem o lederhosen, bermuda e suspensório feitos de couro de cabra, bezerro ou veado ( os mais baratos, são vendidos por 100 euros, em média), as mulheres investem no dirndl (palavra que está no top 5 das mais difíceis de serem pronunciadas!).

A vestimenta feminina é composta por vestido, blusinha branca e avental. E preste atenção no laço do avental! É que laços feitos na direita significam que você é comprometida. Do outro, livre leve e solta! Acho, inclusive, que deveria ter um indicativo masculino também…

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poderia ser meu namorado e eu… mas não é!

O conjunto feminino mais baratinho encontrado em lojas comuns (há lojas de luxo com preços que ultrapassam o céu!) sai por cerca de 130 euros. Não quer gastar tanto? Procure por brechós especializados ou outlets espalhados pela cidade. Há vários – principalmente no centro -, e eles ficam abertos até mesmo quando está rolando a festa.

Dica: pertinho do Viktualienmarkt (um dos pontos turísticos de Munique!), há o outlet Wies’n Tracht & mehr. Comprei meu dirdnl (30 euros), a blusa (10 euros) e o avental (10 euros) lá! E a variedade é incrível.

P.S.: Deixei meu dirdnl na casa do namorado! Assim que puder, faço um post só com fotos do vestido!

Notting Hill: 5 razões para visitar o famoso bairro de Londres

Feirinha de antiguidades em Notting hill. Foto: Mariana Gabellini.

Depois de ficar pouco menos de uma semana em Londres, já tenho meu lugar preferido na cidade: Notting Hill! Alguém pode dizer: “clichê, hein?”. Mas, vem cá, Notting Hill não é clichê por acaso…
Aos sábados, as ruas do bairro londrino respiram arte. Música, moda, antiguidades, gastronomia… Tudo de um jeito despretensioso e nada afetado. Até me lembra a feirinha da Benedito Calixto em São Paulo – mas com muito, muito mais variedade. Londres tem tudo que eu amo em São Paulo, só que multiplicado por mil. Então prepare-se para TMI nesse post!

notting hill houses

1. Arquitetura arco-íris de Notting Hill

Quando você sai do metrô passa por uma rua incrível de casas vitorianas brancas. Mas à medida que caminha, as residências ganham cores em suas portas… Até que atingem o grau máximo de felicidade: muitas casas juntinhas umas das outras em tons de rosa, roxo, azul, amarelo e laranja! Maravilhoso!

2. Bazar de labels – para sonhar

Por lá existe um bazar com peças novas, mas de coleções passadas, de marcas que vão de Louboutin a Vivienne Westwood com itens como sapatos, bolsas e roupas. Mas não se engane: as etiquetas não são a grande atração do lugar.

bazar notting hill

Se der uma passadinha por lá, aproveite para reparar nas peças dos vários estilistas: modelagens, estampas e texturas inusitadas, tudo à la Carrie… Como se a vida fosse um grande teatro.

Pena que as peças são só para sonhar mesmo… Com a cotação atual real/libra, é preciso pensar duas vezes até antes de tomar um sorvete! O preço dos Loubies aí de cima? 330 pounds. Ouch!

3. Garimpo no mercado de pulgas

Quer comprar prataria? Tem. Correntinhas, brincos e pulseiras? Sim, senhorita. Se é do tipo que coleciona canecas, a variedade então é imensa! E para quem adora um achado vintage, as bolsas de couro (ou não) são uma boa pedida.

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Mas, na minha opinião, o que mais vale a pena são os…

4. Um paraíso de… chapéus

Em Londres, para todo lugar que você olha há meninas usando chapéus! Os modelos de aba larga são os mais comuns, mas não são os únicos, claro. Cores, tamanhos e modelos: não importa! Cada uma com seu estilo.

Aliás, a dupla chapéu + loafer parece uniforme – e tem lá seu charme, né? Eu que deixei os meus chapéus em casa (minha mega coleção de três itens! hahaha) senti a tentação de provar alguns modelos. O problema? O precinho: 25 pounds (ou cerca de R$ 150), em média. Sorry mas não rolou, babe.

5. Yey! A comida é boa e barata

Agora que você economizou dinheiro não comprando um chapéu, merece uma quiche de queijo. Ou uma paella, hambúrguer e até pão de queijo!

notting hill food

É que por toda a feira há barraquinhas de diferentes países… O pão de queijo não é tão barato assim (custava 2 pounds), mas o combo de cinco tipos de queijos franceses por apenas 5 pounds valia a pena. #chegadequeijo

P.S.: Esse post poderia se chamar Notting Hill para mãos-de-vaca e ainda assim faria muito sentido, right?

O que fazer em Londres: outros passeios interessantes

Camden Town - Lustres
Lustres de Camden Town – imagine só o teto de um quarto assim?

Londres é o tipo de cidade que a gente poderia passar uma vida inteira conhecendo e mesmo assim não teria visitado todos os cantos interessantes. Mas há alguns lugares especiais para colocar no roteiro de viagem de quem visita a cidade… Alguns deles: eu recomendo Borough Market (o mercado mais antigo de Londres) e Camden Town (se você adora cultura alternativa, Camden Town é o bairro onde a cantora Amy Winehouse cresceu!), só para começar.

Outono na Europa & uma road trip pela Idade Média

Era uma vez um casal entediado que de tanto ir pra lá e para cá por aí, já não achava os lugares dos anos 2000 e tantos tão encantadores assim. Aí, para combater o desânimo, a dupla decidiu alugar uma máquina do tempo. Dessas que, movida a gasolina, te leva de um lugar a outro e, se você der sorte – e pesquisar direitinho –, pode ser até que te leve a outra época! E foi assim que começou uma míni road trip de final de semana por três cidades incríveis: Passau, na Alemanha, Český Krumlov, na República Tcheca e Salzburg, na Áustria.

road trip: república tcheca
Road trip: uma estrada da República Tcheca

Road trip: escolha do roteiro

Nós já tinhamos ouvido falar bem de Český Krumlov (República Checa), cidadezinha localizada há cerca de 150 km de Praga, que parece ter parado na Idade Média. A fama do lugar é mesmo no boca a boca e a pequena Krumlov ficou conhecida pelos viajantes que querem dar uma esticadinha na República Checa. Pronto, o destino já estava escolhido!

Depois, foi só olhar bem para o trajeto que saía de Munique (Alemanha) e analisar outras possíveis paradas. Concluíram: na ida, parariam em Passau, na Alemanha, e na volta em Salzburg, na Áustria.

Encontro das águas em Passau

Saímos de Munique às 9h da manhã de sábado e chegamos em Passau às 11h. Pertinho da fronteira com a Áustria, a cidade é conhecida por ser ponto de confluência de três rios: Danubio, Inn e Ilz. Isso explica porque uma das principais atrações turísticas da cidade são os luxuosos cruzeiros pelo rio Danúbio! Já para quem está em terra, o encontro dos rios também garante um espetáculo tricolor (algo parecido com o encontro dos rios Negro e Solimões no Brasil, guardadas as devidas proporções, claro!): quando as cores das águas azul (Danubio), verde (Inn) e negro (Ilz) se misturam. Che bello!

Cruzeiros de rio fazem sucesso em Passau!

Andando pela cidade, o charme fica por conta das construções que tem muito da arquitetura italiana – é que arquitetos italianos ajudaram a reconstruir a cidade após incêndios no século 17. No miolo do centrinho, não deixe de visitar a catedral barroca St. Steven’s, que contém o maior órgão em uma catedral do mundo.

Pequenas amizades do caminho

Finalizamos o passeio pela cidade na fortaleza Veste Oberhaus, fundada em 1219 por um príncipe-bispo. Para subir até a área mais alta do castelo, paga-se (só!) 1 euro. Em troca, você ganha a vista incrível tanto da cidade quanto do encontro dos rios! Na fortaleza ainda há um museu, um hostel (albergue da juventude) e um restaurante. Saímos de Passau às 15h. Acredito que uma tarde na cidade seja tempo suficiente para conhecer as principais atrações do lugar.
P.S.1: Passau também é ponto de encontro de ciclistas que viajam pelas margens do Danúbio. Enfim, uma opção para os mais aventureiros!

A beleza medieval de Český Krumlov

Onde dormir

Chegamos em Český Krumlov, na República Checa, no final da tarde de sábado. Nos instalamos no hostel Skippy – que na verdade é uma guest house, possui apenas três quartos e capacidade máxima de 9 pessoas (!). O lugar é mega charmoso em toda a sua simplicidade: fica em uma casa com mais de 200 anos e tem um terraço na beira do rio Vltava – ideal para a prática de canoagem. Bem localizado, é pertinho do centro da cidade. O ponto negativo: não servem café da manhã. O preço: Cá entre nós, viajar para a República Checa é uma boa opção não só por causa da história, mas também por causa dos preços. Lá, tudo é quase sempre mais barato que a maioria de outros países europeus mais badalados, como Itália, França e Alemanha.

A vista do castelo de Český Krumlov é incrível ou não é?!

Onde comer

Demos uma volta pela cidade, mas como já estava escurecendo não deu para conhecer muita coisa. A nossa anfitriã então nos recomendou alguns restaurantes e por volta das 18h já estávamos no U Dobraka. Nada feito! Parece que a fama da comida feita nos moldes medievais, principalmente carnes assadas em uma fogueira, e o ambiente rústico e acolhedor fazem tanto sucesso na cidade que é preciso reservar antecipadamente – até mesmo se você decidir matar a fome no final da tarde! Por isso, caminhamos até nossa segunda opção, o Krčma U dwau Maryí, localizado às margens do rio. Não nos decepcionamos: a comida era deliciosa.

Mais: dois pratos, com bebidas (as cervejas checas são imperdíveis!) e sobremesa custaram 14 euros. Após o jantar, decidimos experimentar mais cervejas (cerca de 1 euro cada) no Gorila, um bar também no centro da cidade. Mas, ah, na República Checa é permitido fumar em ambientes fechados… Resultado: posso sentir o cheiro da fumaça dos cigarros até agora! :(

Road trip idade média 3
O primeiro outono de verdade a gente nunca esquece! haha

O que ver

No segundo dia da road trip, partimos para a praça Náměstí Svornosti, onde encontraríamos o grupo do free walking tour, às 10h30. Resumindo: não dá para se apaixonar por Český Krumlov. A cidade, construída por volta do século 13, é patrimônio da humanidade e mais parece cenário de um filme com suas casinhas antigas e castelo no alto do morro, antiga residência de uma das famílias checas nobres mais tradicionais do país, os Rosenberg.
P.S.2: A cerveja defumada, vendida em alguns bares da cidade, é uma atração à parte!

Salzburg, a terra de Mozart

Chegamos em Salzburg no final da tarde, quando já estava escurecendo, e por isso o passeio foi bem rápido. A cidade ficou rica por causa das minas de sal e daí vem seu nome: Salzburg significa castelo de sal em alemão.

Salzburg
Salzburg mostrando como faz para ser incrível

Demos uma voltinha pelo centro, com suas casas de tons pastel. Visitamos duas das grandes atrações: a casa onde viveu Mozart e o castelo Hohensalzburg (mais um! <3), um dos maiores castelos medievais da Europa. Lá do alto, vimos o pôr-do-sol da cidade. É maravilhoso! Antes de voltarmos para Munique, paramos para provar o chocolate quente austríaco.

Salzburg castle: vista de uma road trip
Salzburg castle: uma vista de contos de fadas

P.S.3: Nos meses de julho e agosto acontece na cidade um dos maiores festivais de música clássica do mundo. Vale se programar e incluir na road trip!
P.S.4: A gasolina mais barata que encontramos foi na Áustria e não na República Checa.

tough mudder é para quem tem coragem!

Tough Mudder, na Alemanha

Todo mundo sabe que esporte funciona como uma injeção de energia e motivação para o dia a dia, né? Mas se tudo o que você conhece ficou fácil demais, talvez seja hora de tentar o Tough Mudder.

A corrida de obstáculos foi criada por um ex-agente britânico de combate ao terrorismo e consiste em um trecho de cerca de 20 km com desafios como piscinas congeladas com arame farpado na superfície e anéis de fogo. Há cinco anos, o evento faz o maior sucesso nos EUA, Reino Unido, Austrália e Alemanha. É muita gente participando! Mesmo.

tough mudder 2015
Em uma das últimas provas, é preciso atravessar a área com fios elétricos desencapados

Esqueça o podium! O desafio não consiste em testar quem é o mais rápido… Nada disso! É mais sobre enfrentar os seus medos. Se você e sua equipe completaram o desafio, então vocês são vencedores. E ganham cerveja no final da prova.

Mas é claro que não é nada fácil… Vi até gente desmaiando!

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Everest: para completar essa prova, é preciso ter amigos!

A grande questão do Tough Mudder é testar o espírito de equipe. Você não pode completá-lo se estiver sozinho – assim como na vida.

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Olhando assim, até parece um festival de música

A edição que acompanhei este final de semana aconteceu no interior da Baviera, na Alemanha, e contava com uma estrutura para receber os participantes com barraquinhas que vendiam de currywurst a cerveja… Uma coisa bem alemã mesmo. Delícia!


E finalmente o ponto de chegada!

Não, eu não participei do desafio. Não dessa vez! Só acompanhei o namorado e os amigos. É que é preciso estar preparado de verdade. Mas ano que vem… Quem sabe? É preciso de coragem!

Na hora os ingressos custavam 140 euros para quem quisesse participar da competição e 20 euros para assistir, mas é possível pagar pelo menos metade desse valor se a entrada for comprada com antecedência, ok?