Qual o custo de vida para morar na Itália?

Quanto custa morar na Itália - Malcesine no Lago di Garda

Um dos primeiros passos quando a gente decide mudar de país é calcular o custo de vida do lugar. Quando eu me mudei para a Itália, sinceramente não fazia ideia do que me esperava. Mergulhei de cabeça e, mesmo que essa tenha sido uma atitude extremamente ingênua, eu aprendi que as coisas sempre dão certo – e se não der a gente trabalha duro e faz dar. Se você pretende se mudar para o país e quer saber qual o custo de vida para morar na Itália, esse post é para você!

Quando deixei um emprego estável e uma carreira de repórter de uma grande editora para ver o mundo de lado de fora do escritório, não sabia muito bem o que viria depois. A verdade é que a maturidade veio em forma de boletos e na hora de lidar com burocracias em uma língua que não é a minha – é preciso fôlego e muita convicção para argumentar com italianos.

Também veio com a dificuldade que é entender como funciona o sistema de impostos quando você trabalha remotamente para empresas do Brasil e do Reino Unido, mas tem residência na Itália. Eu definitivamente me tornei uma pessoa muito mais forte e pé no chão com essa experiência.

But first things first, my dear!

Custo de vida na Itália x outros países europeus

A Itália é um país com custo de vida médio se comparado a outros países europeus. O custo de vida também varia, claro, de cidade para cidade. Milão é uma cidade cara, onde um quarto em casa compartilhada com outras pessoas, custa, em média, entre 600 e 700 euros por mês. Em Bologna, esse valor gira em torno de 400 a 500 euros.

Você perceberá que, não por acaso, a Itália é uma Blue Zone – áreas onde a população ultrapassa os 100 anos de idade. É possível comer bem e ter uma vida equilibrada com pouco.

Por aqui, reinam as pequenas empresas e comerciantes de bairro. As cooperativas também são o ponto forte da Emilia-Romagna. Buy Local é um movimento que existe desde sempre na Itália: eles valorizam de verdade pequenos produtores e negócios de bairro.

Quanto custa morar na Itália: tabela de gastos

É claro que o custo de vida é relativo. Ele vai depender da região onde você mora, do tipo de alimento (e do vinho! <3) que costuma consumir, dos seus hobbies e até se você é uma pessoa friorenta. haha

 

Viela de San Marino
Vielinhas para todos os lados

Abaixo, você terá uma ideia dos meus gastos básicos em uma cidade de médio porte na Itália: Rimini tem cerca de 300 mil habitantes, muita variedade de supermercados e está a 150 km de Bologna (cidade com um bom aeroporto com conexões para toda a Europa). Mas, é bom saber: os preços para aluguel crescem em escala exponencial no verão – e esses valores não entrarão na conta, porque no verão eu viajo – ufa! 

Eu não administro meu dinheiro por meio de budget, mas tenho uma planilha e sei para onde cada centavo vai. Isso de certa maneira me ajuda a ter consciência do que é necessidade, do que é válvula de escape (escolhas emocionais necessárias, de vez em quando) e de onde eu preciso prestar atenção para cortar custos. Meus money dials são comida, produtos de beleza (estou tentando reduzir, admito) e viagens – no geral, meu dinheiro é bem gasto com experiências, e não bens de consumo.

Aqui, segue uma lista dos meus gastos fixos e básicos – ou seja, meu custo de vida na Itália. E isso, claro, é pessoal e varia, mas talvez dê uma luz para quem pretende se mudar para cá em breve.

Aluguel

Pago 300€ em casa compartilhada com mais uma pessoa. Apesar de afastado do centro (3km), o apartamento está bem localizado, a duas quadras da praia. O contrato é de setembro a maio, uma vez que o apartamento é alugado por temporada.

Paguei um caução de 200€ na entrada, mas esse valor em outros lugares pode ser de até três vezes o aluguel. Também paguei  50€  pelo contrato + uma taxa de limpeza. Um monolocale (studio) em Rimini custa entre 500 a 600€ por mês.

Alimentação: o paraíso dos hortifrutis

Eu gasto cerca de 50€ por semana em supermercado – em média 200€ por mês. Mas, sinceramente, eu enfio o pé na jaca. Também é importante considerar que a carne é um alimento caro (a carne de frango custa entre 9 e 13€/kg) e um bom bife… Bem, nem sei quanto custa porque não como mais.

Se você é vegetariano, aqui é o seu lugar!

A pasta é muito barata (em média, a pasta Barilla custa 50-70 cents de euro). Uma passata rústica de tomate custa entre 60 cents e 1€ pasta fresca custa, no mínimo, 18€/kg para massas simples como gnocchi, 38€/kg para pastas recheadas, como tortellini.

O vinho também pode ser muito barato: no dia a dia,  sempre vou de Falanghina (para frutos do mar) e Sangiovese (pastas e carnes), que custam SÓ dois euros. Coisa boa!

E o que falar dos hortifruti? Espalhados pela cidade, eles são quase como um parque de diversões para gente grande: a maior parte dos alimentos tem preço tabelado de 1 euro/kg. Ou seja, é um estímulo e tanto para você ser uma pessoa saudável! Se você viver de salada, pode diminuir os gastos de supermercado para 10 euros por semana. E é exatamente o que eu pretendo fazer.

Os preços nos hortifrutis são muitas vezes 1/3 dos preços cobrados nos supermercados. Por causa do inverno, quando a oferta de frutas, legumes e verduras cai bastante, os italianos costumam criar um estoque de vegetais congelados. Compram os alimentos frescos na temporada e congelam para consumir no inverno. É uma ótima maneira de ter o controle sobre o consumo.

Banco

Aqui na Europa, tenho acesso a duas contas bancárias. A conta italiana que foi aberta na Posta Italiana e custa 10 euros por ano, e o Revolut, no qual posso fazer transações e saques gratuitos em toda a Europa (com limite de 6 mil euros por mês), além de poder receber em libras esterlinas e comprar euros quando a cotação me favorecer. Também uso o Transferwise para enviar dinheiro para a minha conta do Brasil sempre que necessário.

Os juros são extremamente baixos e, por isso, não faz muito sentido ter poupança ou investimentos em títulos do tesouro, por exemplo. O dinheiro fica parado e não rende. Mas ainda estou estudando boas formas de investimento na Europa – quem sabe o assunto não vira tema para um futuro post?

Transporte

Aqui, o bilhete unitário custa 1,70€ e a opção mensal custa 28€. Transporte é muito barato na Itália. Em Munique (Alemanha), por exemplo, o bilhete custa o dobro do preço.

Andar de trem também é uma pechincha por aqui. O trecho Rimini – Bologna pode ser encontrado por até 10 euros. Rimini – Florença sai por 13€. E ainda existe o Flixbus (linha de ônibus econômica com trechos por toda a Europa) como opção. Infelizmente, os horários dos ônibus dentro da cidade são ruins (o transporte aqui muitas vezes pára cedo), porém os preços são bons.

Despesas fixas: gás, luz, água e telefone

Não temos telefone em casa (aliás, quem ainda tem?). Por isso, pago 10 euros por mês para ativar meu plano de celular com 4G ilimitado na Tim (internet mobile na Itália é algo realmente impressionante – é rápida, barata e ilimitada).

Já o boleto de luz é pago a cada três meses e sai em média por 35€ por pessoa. O boleto de água é bimestral e sai em média por 46€.

O gás, sim, pode ser a grande surpresa! É muito difícil sobreviver no inverno se a sua casa não tem boa vedação – como é o caso da minha, construída para ser um oásis de frescor durante o verão.

Gás talvez seja o item mais caro entre as despesas de casa. Geralmente, ligamos o aquecimento em novembro e desligamos em meados de abril. Ou seja, cerca de seis meses pagamos a conta de gás mais cara.

Quando o aquecedor está desligado, o gasto de gás gira em torno de 35 euros a cada três meses. Aí mora a maior dica de todas: em apartamentos com aquecimento autônomo, é possível controlar o horário em que a caldaia ficará ligada. Nós, por exemplo, deixamos das 20h às 22h e das 8h às 9h. Assim, a casa sempre fica quentinha e não temos surpresas na conta.

Mas, como nada é perfeito, minha última conta de gás durante o inverno (com gastos de novembro a janeiro) foi de estratosféricos 232,5€. Ouch.

Entretenimento

Isso varia de acordo com seu estilo de vida, claro. Meu hobby é viajar, então sempre que posso dou um pulinho em outra cidade (San Marino é aqui do lado!), faço um bate e volta… Enfim, aqui é onde eu mais gasto. Então 100 euros por mês é um valor OK para entretenimento se eu não viajo (conto aqui pequenos luxos, como roupas, aquele cafezinho no centro da cidade com uma amiga e aperitivi com os amigos).

A Netflix na Europa é mais cara do que no Brasil: aqui, tem preço mínimo de 16,99 € enquanto no Brasil é R$ 19,90. E, por isso, pago a Netflix do Brasil com meu cartão de crédito brasileiro (ou seja, cerca de 3€!). Baita diferença, né?

Mas e a saúde, Mariana?

Sistema Sanitario Nazionale (SNN), sistema de saúde italiano, não é 100% gratuito, mas é acessível e de altíssima qualidade. Não é um sistema que te obriga a ter um seguro de saúde, como na Alemanha.

Na Itália, cada pessoa possui um médico de família e cada vez que você faz consulta com um especialista que não seja o seu médico de família deve pagar o ticket sanitário, que custa a partir de 25€.  Alguns exames e cirurgias também podem ser cobrados por meio do ticket sanitário. Enfim, esses custos só entram na planilha quando são usados de fato, né?

Ainda não tive nenhuma experiência no SNN (pretendo marcar em breve para fazer um check-up), mas acompanhei meu tio em Trento e o serviço é realmente muito bom. Mas é aquela coisa: no norte do país, os serviços públicos tem fama de serem mais eficientes do que no sul da Itália, então a região que você pretende morar também afetará nesses gastos.

Quanto custa viver na Italia: tabela de gastos

Resumindo a conta, na ponta do lápis meus gastos fixos mensais e por pessoa ficam assim:

Aluguel: 300 €
Transporte: 28 €
Alimentação: 200 €
Telefone: 10 €
Gás (inverno): 38,75 €
Água: 11,5 €
Eletricidade: 11,60 €
Taxa bancária: 0,83 €
Entretenimento: 100 €
Netflix: 3€

Total: 703,68€
Ou seja, meu custo de vida em Rimini é cerca de 3 mil reais.

Pretende mudar de país? Eu recomendo ter um colchão de segurança: tenha em uma conta doze vezes o seu custo de vida no novo país. O tempo de adaptação pode demorar e os custos de mudança também são altos – melhor estar sempre preparado. Também não deixe de levar em consideração as flutuações da moeda.

+ Com saudades da Itália? Viaje sem sair do lugar preparando uma noite italiana em casa!

Se você pretende reconhecer a cidadania italiana, também contei aqui o passo a passo do meu processo de reconhecimento sem a ajuda de assessoria.

7 dias, 1 viagem de carro até a Argentina e 48 horas em Buenos Aires

Rio Sujo em Buenos Aires

Minha vida, 48 horas em Buenos Aires e as road trips na Argentina tem um caso sério.

E tudo começou lá atrás, quando eu ainda usava franja.

Ponte - Road Trip América do Sul

No auge dos meus 6 anos, meu primeiro documento de identificação foi um passaporte. Foi em Uruguaiana, divisa com Argentina, que minha irmã e eu tivemos nosso passaporte verde escuro emitido – sem saber escrever, assinamos com o dedinho polegar. O passaporte era parte de uma viagem liderada pelos meus pais e que meus avós paternos participavam como nossos convidados especiais.

A primeira road trip na Argentina da minha vida…

Nosso plano era cruzar os Andes, chegar a Santiago no Chile e então retornar a São Paulo. Não pudemos e a culpada foi a falta de tempo. Talvez por conta da falta de planejamento – que nunca foi o nosso forte em road trips. Era sempre assim: “vamos?”, “vamos!”.

Nessa de “pegar o carro e ir”, minha avó deixou para trás a carteira de registro de imigrante dela. Barrada sem documentação, tivemos que esperar na fronteira até que a carteira chegasse via Correios. Por isso, a viagem foi resumida a Buenos Aires, Uruguai e as belas vinhas e macieiras do sul do Brasil.

Segunda road trip: América do Sul me esta llamando, babe!

Anos depois, meu pai, minha irmã e eu tentamos reproduzir uma viagem parecida, porém mais audaciosa. Dessa vez, subimos até o Acre, cruzamos o Peru com direito a Machu Picchu, demos um pulinho em La Paz, na Bolívia, passamos pelo maravilhoso deserto do Atacama no Chile e conhecemos de pertinho o inesquecível Salar do Uyuni.

Passei mal horrores subindo os Andes. Nos perdemos no deserto. Fizemos o caminho do trilho do trem em Águas Calientes. Queimei dois chuveiros. Conhecemos o norte da Argentina, tão esquecidinho nos guias de viagem. Foi uma viagem transformadora… Mas, adivinhe? Novamente Santiago ficou para depois. Tivemos apenas 23 dias para um percurso de quase 12 mil quilômetros.

Terceira road trip: Buenos Aires é a atração principal

No final de 2016, meu pai me convidou para mais uma road trip. Dessa vez, o destino seria Gramado. Logo ali, 1120 quilômetros de distância de São Paulo – pertinho demais. Sugeri: por que não esticamos até Buenos Aires, hein? Apenas 1130 quilômetros a mais na conta, ué.

Parece ideia de gente louca, eu sei. Mas ele topou! Não, não foi dessa vez que chegamos a Santiago de carro, infelizmente. Afinal, tínhamos só uma semana entre o Natal e o Ano Novo para o percurso completo! Mas essa foi uma viagem muito parecida com a viagem que fiz com meus avós quando pequena e, por isso, ela ganhou um significado muito especial, já que eles viraram estrela no céu.

Cruzamos o Paraná e Santa Catarina. Visitamos a tão-distante São Borja (curiosamente, terra de dois presidentes do Brasil!) e descemos rumo a Uruguaiana. Compartilhamos a estrada com grupos de motoqueiros que – descobrimos depois – estavam fazendo o mesmo percurso que a gente. Cruzamos a fronteira, mais algumas centenas de quilômetros e lá estava a bela Buenos Aires!

Por que viajar para Buenos Aires?

Buenos Aires é uma das capitais mais vibrantes da América do Sul e exala cultura por todo canto. Não é por acaso que uma pesquisa – não tão nova assim… – revelou que o Brasil tem menos livrarias do que a capital porteña. Dá para acreditar?

Triste para nós, motivo de orgulho para os porteños.

Buenos Aires é uma cidade dominada por livrarias e sebos – e elas certamente farão parte do seu roteiro turístico em algum momento, mesmo que seja só para dar uma espiadinha.

A paixão dos argentinos é tão grande pelos livros que eles separam uma noite por ano para celebrar  visitar as livrarias da cidade a ‘Noche de las Librerías’. E você aí achando que quase morar na Livraria Cultura fosse motivo de orgulho, né?

Também não faltam museus, apresentações de teatro, shows de tango, charmosas cafeterias… É o tipo de cidade que eu moraria facilmente – se o preço dos alugueis não fossem tão altos, kkk.

+ Se você está pensando em viajar para a Argentina, pode ser uma boa ideia se inspirar na aba “Melhores Passeios” do blog Elas Viajando.

Onde se hospedar em Buenos Aires?

Dormimos duas noites na capital argentina em um hotelzinho super simples, mas com boa localização (em Balvanera) e preço justo: o Hotel Nuevo Camino, por US$ 20,80 a diária em quarto duplo com ar condicionado em alta temporada. Atendimento simpático, quarto OK e bem no centro de Buenos Aires. Melhor: preço de hostel.

Não poderia ter escolhido melhor! Prenotei  o quarto via  Booking quando meu celular ainda pegava 3G no Brasil e problema resolvido!  :)

Um caso sério: transporte público na capital porteña

Chegamos em Buenos Aires pela manhã, deixamos o carro em um estacionamento ao lado do hotel e de lá só o tiramos quando pegamos estrada rumo a Montevidéu. Por causa do trânsito caótico e da falta de vagas, é muito mais fácil andar de transporte público em Buenos Aires do que com o seu próprio carro.

O transporte público em Buenos Aires, no entanto, não é tão amigável.  Para usar o metrô e o ônibus, por exemplo, é preciso comprar o SUBE, um cartão tipo o Bilhete Único de São Paulo.  Ele dá acesso ao subte (metrô) e ônibus. No caso do metrô, também é possível comprar bilhetes separados.

E quanto custa? Bem, o valor da passagem era de 4,50 pesos argentinos e o preço do cartão SUBE foi de 15 pesos.

O problema é que nem sempre é possível achar os pontos de venda desse cartão  – quando procuramos,  ele quase sempre já estava esgotado nas vendinhas de rua. E o sistema, assim como nosso bilhete único paulistano, fica fora do ar constantemente.

48 horas em Buenos Aires: o que fazer?

Buenos Aires é a cidade perfeita para boas caminhadas – há tesouros escondidos em cada esquina. Por isso, escolha um sapato confortável e… Hora de explorar!

Primeira parada em Buenos Aires: Caminito!

E já que ficamos só 48 horas em Buenos Aires, começamos pelo começo: o passeio Caminito, talvez o lugar mais famoso da cidade. Pegamos um ônibus e descemos pertinho desse lugar colorido, vibrante e inspirador!

Os cortiços do Caminito e suas paredes pintadas de cores vibrantes são um convite à paixão à primeira vista. Localizado no bairro La Boca (bem pertinho do estádio do Boca!), o lugar foi batizado de Caminito em homenagem ao tango de Juan de Dios Filiberto e Gabino Coria Peñaloza. Então, morra de amores – assim como eu morri.

Frida Kahlo - Bonecas - Caminito
Fridinhas: a mexicana virou patrimônio das Américas <3

Caminito - Fachada de Casa - Buenos Aires
Ah, essas fachadas coloridas do Caminito…

Postais - Caminito - Buenos Aires
Até os postais são charmosos

É no Caminito que acontece a Feria de Artistas Plásticos de Caminito, onde artistas contemporâneos vendem suas obras inspiradas no colorido do lugar e, claro, no sentimento tangueiro.  A feira funciona diariamente das 11h às 18h (no inverno) e das 11h às 20h (no verão).

É o meu passeio preferido!

Caminito - Buenos Aires - Argentina
Tesouro escondido em uma das galerias do Caminito

Rio próximo ao Caminito, em Buenos Aires, na Argentina
Um rio sujo. Porém bonito.

Caminito - Papa Argentino
Passando pra lembrar que o Papa é argentino

Caminito - Paralelepipedos
Mais paralelepípedos.

Museo de Cera - Caminito
E mais fachadas!

San Telmo: a joia porteña

Hora de pegar o ônibus de volta. Próxima parada: San Telmo. O bairro mais antigo de Buenos Aires foi povoado por estivadores e oleiros no século 17. Hoje, também abriga poços e poços de achados! Não faltarão arte, tango e comida de rua por ali. Por isso, o bairro que estagnou no tempo pode ser a parada perfeita para o almoço ou para um passeio de fim de tarde, com direito à parada para descanso em um dos seus charmosos cafés. Ali, encante-se com os caminhos coloniais e ruas que ainda esbanjam casarões e paralelepípedos. Boemia pura!

Decadente, porém elegante: assim é San Telmo. Aos domingos, uma feirinha de pulgas na Praça Dorrego enche de vida o lugar. Inaugurado em 1897, o mercado de San Telmo, com suas banquinhas de frutas, antiguidades e artesanatos também é um dos lugares para mergulhar no clima do bairro.

Ali também está o Museu Histórico Nacional, com acervo que conta a história do país e com referências à Guerra da Independência, por exemplo.

Anote aí: os aficcionados por livros não podem deixar de visitar a Librería de Avila, a mais antiga livraria da cidade. Ali, ela existe e resiste desde 1785. Incrível, não?

Shows de tango: para turista ver e se encantar!

Se até agora você não se apaixonou por Buenos Aires, então é aqui que você vai cair de amores.

É certo que alguns shows de tango são um passeio clássico para turista ver, mas definitivamente eles valem a pena. É aquele gostinho de drama que a gente espera, sabe?

Há lugares tradicionais, onde o tango sempre existiu, e lugares criados para reproduzir grandes espetáculos, no melhor estilo Broadway de ser. Optamos pela segunda opção (já disse que amo musicais?) e, UAU, não me arrependo nenhum pouquinho.

Nosso critério foi o seguinte: estávamos caminhando do centro rumo a Balvanera e lá estava o Tango Porteño. Ali mesmo, compramos ingressos para a noite e não pesquisamos sobre outros shows.

Era possível comprar o combo jantar + show ou apenas o jantar. Eles também incluíam o traslado de alguns hotéis, mas como estávamos perto – e a Avenida Corrientes é super agitada à noite – decidimos ficar só com o show e jantamos em uma pizzaria na pedra que fomos com meus avós ali na região. E, posso dizer? Foi incrível! O espetáculo é mesmo muito emocionante.

Balvanera e centro: explorando a região!

No segundo dia, partimos para descobrir os tesouros dos arredores. Seguimos andando até a Avenida Corrientes, que por si só já é um ponto turístico com seus infinitos teatros e livrarias.

Buenos Aires

Parada obrigatória: a livraria El Ateneo

Falando em livrarias, é ali pertinho, na Avenida Santa Fé, que está uma das mais famosas livrarias de Buenos Aires: El Ateneo Gran Splendid.

Tanto burburinho em torno do lugar pode ser explicado facilmente: em 2008 ela foi eleita como a segunda melhor livraria do mundo pelo The Guardian, perdendo apenas para a incrível Boekhandel Selexyz Dominicanen, na Holanda, que está em uma antiga igreja de mais de 800 anos.

El Ateneo - Livraria - Buenos Aires
Livraria El Ateneo mostrando como é que faz pra ser bonita

A explicação para tanta beleza é simples: o lugar foi inaugurado como teatro em 1919. Com o nome de Gran Splendid, abrigou espetáculos de tango memoráveis. Depois, o teatro foi convertido em cinema. Nos anos 2000, foi comprado por uma das maiores redes de livrarias argentinas que, ao que parece, fez um ótimo negócio. Quando estiver lá, não deixe de reparar no afresco da cúpula, pintado pelo artista italiano Nazareno Orlandi. Belíssimo!

48 horas em Buenos Aires: pique-nique na Casa Rosada _ou quase isso_

Então, seguimos rumo à Casa Rosada. Paramos em um mercadinho no caminho, compramos Quilmes e apetitosas empanadas e já estávamos preparados para um pique-nique na Plaza de Mayo, em frente à sede da presidência argentina.

Piquenique em Buenos Aires 2
#Selfie com meu pai, um ser humano versátil, que gosta de road trips, Quilmes e piqueniques <3

Empanada - Casa Rosada, 48 horas em Buenos Aires
Empanadas x Casa Rosada: foco no que interessa

De Buenos Aires a Montevidéu: a travessia

Hora de atravessar o Rio de La Plata e pegar estrada para Montevidéu. Tentamos fazer o trajeto via balsa e não conseguimos – por causa da alta temporada, já não haviam mais vagas disponíveis. Partimos para o plano B: seguir até Montevidéu via terra – e ultrapassar a ponte em Fray Bentos. Tivemos que passar direto por Colonia del Sacramento, infelizmente, porque o tempo e o GPS não eram nossos amigos. O caminho é longo e quase todo o percurso da estrada era em pista simples.

Menos de 24 horas em Montevidéu (ou: onde NÃO se hospedar em Montevidéu)

Bem, já posso adiantar que nossa experiência em Montevidéu não foi tão agradável assim. Prenotei um hostel via Booking e quando chegamos no lugar já era quase 1 hora da manhã. O hostel Posada del Gaucho era bem avaliado. Mas, bem, a localização no centro da cidade também contava com muitos viciados rondando o lugar. O lugar não era tão bom quanto parecia.

O Booking ainda dizia que a diária do quarto custava 18 dólares.  Veja bem: pagamos 20 dólares em um quarto bem localizado em alta temporada em Buenos Aires. 18 dólares em Montevidéu parecia plausível. Chegando lá, o atendente do hostel disse que, na verdade, esse valor era por pessoa em um quarto compartilhado e que o site estava dando a informação errada. Nos deixaram até duas horas da manhã esperando uma posição do hostel, enquanto o arrogante atendente questionava a dona do lugar por telefone.

Enfim, pagamos o dobro e fomos mal atendidos no hostel Posada del Gaucho.

Pior, quando acordamos às 6 da manhã, percebemos que o carro de um dos hóspedes, que estava parado em frente ao nosso, havia sido furtado pela madrugada. Ali, em frente ao hostel. Poderia ter sido o nosso…

O desânimo foi tanto que demos uma voltinha no centro da cidade e então decidimos deixar a cara e nem tão bonita assim Montevidéu.

+ O pessoal do blog 6viajantes tem explorado todos os cantinhos de Montevidéu e, em um post super completo, resumiu 20 Cafés e Casas de Chá em Montevidéu que valem uma visita.

Montevideo

Ano Novo badalado em Punta del Este

Ah, Punta del Este foi um respiro de alívio no Uruguai. Chegamos lá sem lugar para ficar durante o feriado de Ano Novo enquanto a cidade pipocava de turistas. Sim, foi um pouco desesperador. Os hotéis com melhor custo-benefício e ainda com vagas estavam a pelo menos 100 quilômetros da praia… Nada de hotel, hostel ou guesthouse.

Missão: acampar em Punta del Este no Ano Novo

Foi então que veio a ideia de procurar um camping. O camping San Rafael estava localizado bem próximo à cidade e também oferecia ótimo preço para alta temporada.

Então, decidimos que o melhor a ser feito era comprar uma barraca de camping para chamar de nossa.

Incrivelmente o maior supermercado da cidade, o Tienda Inglesa, oferece todo equipamento para camping e vários esportes. Aproveitamos e compramos também nossa ceia de Ano Novo, muitos alfajores e partimos rumo ao camping sem saber ainda se encontraríamos vaga no lugar.

Chegando lá, não haviam vagas. Mas, felizmente, encontraram um espaço onde poderíamos montar nossa barraca! Ficamos lá por dois dias e a experiência foi demais! Ofereciam wi-fi na área comum, mercadinho, banheiros compartilhados com chuveiro de água quente e o lugar era limpo e agradável, apesar de lotado de barracas e campervans. Um lugar simples, porém cortês.

A clássica paradinha na Casa Batló

E, como não poderia deixar de ser, viajar para Punta del Este é ticar dois lugares da bucket list: a Casa Batló e a famosa escultura A Mão, do artista chileno Mario Irarrázabal.

Casa Batló

Punta del Este - Uruguai - Praia

Mar - Punta del Este - Uruguay
Por que viajar para Punta vale a pena? Olha esse mar!


Conchas - Punta del Este

A festa de Ano Novo em Punta del Este foi linda, linda. Com muitos fogos na praia. E, para os baladeiros, há ainda as animadíssimas festas nos clubes da cidade. Quero voltar várias e várias vezes! Punta que me aguarde. :)