Roteiro na Sicília: uma viagem de carro de Palermo a Siracusa

Scala dei Turchi - Parada na viagem de carro pela Sicília, na Itália

Talvez uma vida inteira não seja suficiente para conhecer a Sicília, essa ilha na Itália cheia de lendas. Há tanta história para desvendar, pratos para experimentar e lugares para explorar! Mas posso dizer que esse roteiro na Sicília em uma viagem de carro de 11 dias foi um bom começo e dá para ter uma ideia das inúmeras possibilidades de o que fazer na Sicília. Quer dizer, deu sim para ter um gostinho do que é a ilha nesses mais de 1.000km percorridos!

Viagem de carro na Sicília: montando o roteiro de 11 dias

Aterrissamos em Palermo diretamente de um vôo da Ryanair saindo do aeroporto de Memmingen, na Alemanha. Achamos que era uma boa ideia deixar Palermo para o final da viagem, porque queríamos ter tempo para conhecer o street food da cidade e fechar a viagem com chave de ouro. Por isso, partimos direto para a próxima cidade: Cefalù. Mas, antes, falemos sobre o roteiro de viagem na Sicília.

Roteiro de viagem na Sicília: plano inicial e as cidades escolhidas

Tínhamos uma vaga ideia de como seria nosso roteiro na Sicília, mas não tínhamos as datas confirmadas (muito menos hotéis). O plano era não ter muito plano: íamos decidindo quantos dias ficar em cada lugar à medida que chegávamos. Nossa ideia inicial era dar uma volta na ilha completa, mas isso não foi possível em apenas 11 dias de viagem. As cidades do sul da ilha, como Ragusa, infelizmente ficaram de fora.

Outro detalhe importante foi o período em que viajamos: no verão provavelmente seria impossível fazer esse tipo de viagem porque os hotéis e atrações estariam lotados… Mas como nossa viagem aconteceu em outubro, foi tranquilo viajar com um roteiro na Sicília aberto e flexível.

Dirigir na Sicília: o quê saber antes de viajar na ilha?

Alugamos o carro pela Leasys através do site de reservas da Ryanair e fizemos a retirada no aeroporto de Palermo, nosso ponto inicial e final do roteiro na Sicília.

Trânsito na Sicília

O trânsito na Sicília é caótico e, por isso, é comum que os carros alugados venham com riscas e batidas. Importante: confira muito bem todos os riscos e batidas do carro antes de assinar a entrega – pode acontecer de que os danos causados pelo locatário anterior sejam cobrados na sua fatura. Na Sicília, também é imprescindível fazer um seguro para o carro. Você verá que os sicilianos estacionam nos lugares mais improváveis e o risco de um arranhão (ou uma batida!) acontecer são altos. Melhor previnir.

Leis italianas

Os italianos são extremamente rígidos com as leis de trânsito. Evite circular com o carro em centros históricos, porque nem sempre as placas são claras e as chances de multa nesses locais é altíssima. Vai estacionar em locais públicos? Antes verifique a existência de máquinas de ticket e pague de acordo com o período que irá deixar o carro estacionado.

Permissão Internacional para Dirigir

Brasileiros podem dirigir na Itália portando a PID (Permissão Internacional para Dirigir) e, junto a ela, passaporte e CNH. De preferência, leve a PID e a CNH com tradução juramentada para o italiano. A PID é emitida ainda no Brasil pelo Detran – verifique no seu estado.

Dia 1: de Palermo a Cefalù

O que fazer em Cefalù - vista do porto antigo
Cefalù: a vista do porto antigo

Seguimos então de Palermo para Cefalù, a apenas 70km da capital siciliana. Ali, naquela pequena cidade permanecemos apenas uma noite – o suficiente para conhecer alguns dos pontos mais interessantes dentro da cidade mesmo, já que o acesso à Rocca estava fechado para manutenção. Ocupada por Normandos (os vikings!), gregos, romanos e árabes, Cefalù preserva um centro histórico datado da Idade Média com pontos turísticos interessantes – como o Lavatoio Medievale e a Catedral com belos mosaicos, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A vista do porto antigo é um cartão-postal conhecido da ilha.

Dias 2 e 3: Stromboli, um vulcão em erupção na Sicília

Stromboli, na Sicília
Stromboli, na Sicília: onde é possível presenciar explosões a cada 20 minutos!

Logo de manhã partimos para Milazzo, de onde saíam barcos com destino a Stromboli, uma pequena ilha no norte da costa Sicília e parte do arquipélago das ilhas Eólias, no mar Tirreno. Este é um passeio imperdível para quem ama aventura e um dos meus lugares preferidos na Sicília!

Stromboli é um dos três vulcões ativos na Itália (juntamente com o Vesúvio e o Etna). Não se preocupe se não estiver fit: a trilha até o ponto panorâmico é muito tranquila de ser feita.

Em Stromboli, dormimos duas noites na Pousada La Lampara, jantamos duas vezes no L’Osservatorio, restaurante com vista para as explosões, exploramos as praias vulcânicas e as pequenas ruelas vazias. Se você está com o roteiro na Sicília apertado, uma noite por lá provavelmente é o suficiente.

Dia 4 – Taormina

Isola Bella, em Taormina. Uma lindeza, né?

Taormina é uma das cidades mais famosas da Sicília. É extremamente turística e, por isso, se prepare para ruas cheias de lojinhas e com menos alma do que outras cidades sicilianas (sabe aquela atmosfera um pouco artificial de Veneza? Então…). Por outro lado, Taormina é absurdamente bonita. E por isso vale incluí-la em seu roteiro de viagem na Sicília!

A cidade está localizada em um precipício na costa. De lá do alto, é possível ver o mar de águas claras e a Isola Bela. Taormina ainda é casa do Teatro Greco, construído pelos gregos no século 3 a.C. O Antigo Teatro não é mesmo um teatro qualquer: ele possui vista para o majestoso vulcão Etna.

Passeamos sem rumo pelas ruas de Taormina até encontrarmos uma antiga hípica romana de dois mil anos. Foi interessante perceber como o lugar em ruínas foi usado como base para outras construções mais recentes e como a natureza se apossou dos tijolinhos, deixando as ruínas ainda mais especial.

A Villa Comunale, com seus jardins criados por uma nobre inglesa, é outro lugar interessante e perfeito para fugir do calor em dias de verão.

Uma vez que não era possível entrar de carro no centro histórico, passamos uma noite em uma pousada próxima a área da estação de trem, o B&B Sottocoperta, onde estacionamos o carro no melhor jeito siciliano: encostadinho em um muro de pedra, bem no acostamento de uma rodovia bem movimentada. O café da manhã do B&B era uma delícia, os donos eram super queridos e apesar da pousada ficar mais afastada do centro, não foi um problema subir de bondinho até a cidade (e descer no final do dia pela escadaria com uma bela vista para a Isola Bella).

Dia 5 – Vulcão Etna e Siracusa

Vulcão Etna: até onde é possível chegar de carro

Espalhado por 1190 km², o vulcão Etna é uma obra de arte da natureza. É um dos vulcões mais altos da Europa com seus 3.350 metros de altitude e é um deslumbre observá-lo de longe. Mas depois de conhecer Stromboli, decidimos que queríamos também conhecer o vulcão Etna de pertinho.

Por isso, subimos de carro até onde foi possível (1.900-2.000 metros de altitude). Dali, decidiríamos se pegaríamos o bondinho até o próximo estágio com mais altitude. A ideia foi abortada logo que saímos do carro. Era outubro e ali, naquela altitude, já fazia muito frio, havia neblina e muitas nuvens. Sem o agasalho corta-vento era muito difícil explorar as crateras. Então, decidimos seguir viagem para Siracusa.

Ruínas do anfiteatro de Siracusa, na Sicília

Assim que chegamos a Siracusa no início da tarde, deixamos as malas no carro e seguimos para o Parque Arqueológico Central de Neapolis, que inclui o Anfiteatro Romano, o Teatro Greco e o Orecchio di Dionisio. Passamos a tarde explorando cada detalhe desse sítio arqueológico ao ar livre. Uma delícia! No final da tarde, seguimos para conhecer o centro de Siracusa e, uau, que cidade bonitinha! Desejei ter mais tempo para conhecer a Siracusa de verdade. Um dia inteiro não foi suficiente em Siracusa… Infelizmente, fica para a próxima!

Dia 6 – Vale dos Templos, em Agrigento

O Vale dos Templos, em Agrigento, era um dos momentos mais esperados do nosso roteiro de viagem na Sicília. E não por acaso: ali está um conjunto de templos gregos considerados os mais bem preservados do mundo.

Primeiro, paramos na cidade de Agrigento e a cidade estava absolutamente morta. Perdemos tempo precioso ali. Mas para não dizer que a viagem à cidade de Agrigento foi completamente perdida: a vista do mar e dos templos da cidade é muito bonita.

Entramos no Vale dos Templos no meio da tarde e, claro, faltou tempo para conhecer melhor as construções. O Vale dos Templos pede, no mínimo, um dia completo de visita. O parque é enorme e são muitos templos do período helenístico e construções para conhecer. A área onde estão os templos gregos são povoadas por centenas de oliveiras e amendoeiras. Estar ali é como viajar no tempo. Uma experiência única e muito especial, de verdade.

O parque arqueológico Vale dos Templos consiste em oito templos construídos entre cerca de 510 AC e 430 AC: o Templo de Hera, o Templo de Concordia, o Templo de Hércules, o Templo de Zeus Olímpico, o Templo de Castor e Pólux , o Templo de Hefesto, o Templo de Deméter e o Templo de Asclépio (o Deus da Medicina). Com exceção deste último, que se encontra nas margens do rio Akragas, todos estão situados ao longo de uma crista rochosa abaixo do Agrigento dos dias modernos.

Fica a dica: o calor também é um fator a ser considerado na visita, por isso não se esqueça de levar água, chapéu e protetor solar. Há um café bem simples dentro do parque, caso seja necessário uma pausa para um breve cannolo (toda hora é hora, vamos combinar!).

Dia 7 – Scala dei Turchi

Scala dei Turchi: um dos atrativos da região de Agrigento

Sinceramente? Não gostamos da cidade de Agrigento e, por isso, decidimos dormir em outro lugar. Pernoitamos então em Porto Empedocle, conhecido por ser sítio de desembarque de muitos navios de refugiados provenientes da África.

Porto Empedocle está a poucos quilômetros da famosa Scala dei Turchi (Escada dos Turcos), um penhasco rochoso formado por marga, uma rocha sedimentar de cor branca. A Scala dei Turchi fica a apenas 15km de Agrigento e é um ótimo passeio para quem está na região.

O penhasco está localizado entre duas praias de areia, e para chegar até ele é preciso descer uma escadaria. Infelizmente o acesso à Scala dei Turchi estava fechado por risco de desabamento (outubro 2020), mas deu para apreciar a beleza de longe.

Dia 8 – Trapani

Como já estávamos um pouco cansados de dormir apenas um dia em cada cidade siciliana, decidimos passar por ali duas noites no centro histórico. Por isso, alugamos um studio com cozinha, onde foi possível comprar atum no mercado de peixe local e cozinhá-lo, além de aproveitar um pouco do clima da cidade com mais tranquilidade. Era um apartamento localizado literalmente dentro do muro da cidade, com vista para o mar.

Trapani, assim como Marsala, é famosa por suas salinas com moinhos. Para belas fotos panorâmicas, vá ao Museu do Sal. Se você tiver mais tempo, saem de Trapani barcos para as Ilhas Égadas (Marettimo, Levanzo e Favignana). Nas redondezas, também vale conhecer San Vito Lo Capo, com seu farol e praia de águas cristalinas, e a Reserva Natural do Zingaro, onde é possível praticar snorkeling.

Dia 9 – Erice

Erice é parada obrigatória para quem inclui Trapani em um roteiro pela Sicília. É que essa bela vila medieval de pedra no topo da montanha (que lembra muito San Marino, aliás!) tem vistas incríveis para toda a região. Dá até para ver as salinas de Trapani de lá do alto!

A vila de Erice era conhecida pelo nome de Eryx, em homenagem ao filho do “deus Poseidon ou de Afrodite e do herói Brutes” na mitologia grega. Ela foi ocupada por fenícios, espartanos, romanos e normandos. As fortificações e paredes defensivas construídas ao longo de 3.000 anos ainda estão de pé na parte noroeste da cidade.

Erice foi também o lar de um importante templo romano de Vênus – a deusa do amor, sexo e fertilidade – mas a construção praticamente desapareceu ao longo dos anos. Hoje, o Castelo de Vênus fica no local do templo e continua a levar seu nome.

Para chegar a Erice, há uma pequena estradinha que leva à vila (14km, cerca de 30 minutos de Trapani). Também é possível chegar até lá de teleférico ou ônibus.

Dias 10 e 11 – Palermo

Finalmente, Palermo! A capital da Sicília, e última parada do nosso roteiro na ilha, é vibrante, cheia de vida e coisas acontecendo por toda a parte o tempo todo. Passamos duas noites ali, bem no centro do histórico Mercado Ballarò, porque nosso foco era experimentar o famoso street food da cidade.

Achei o lugar absolutamente incrível: Palermo mais lembra uma mistura de cidades espanholas com o Cairo – e uma pitadinha da Itália. É muito diferente de todas as outras cidades italianas que já conheci.

Acordávamos logo na agitação e, a pé, foi possível conhecer pontos turísticos como o Palácio dos Normandos, a Catedral de Palermo, a Igreja La Martorana, o Palácio Real de Palermo e as Catacumbas dos Capuchinhos (provavelmente, o passeio mais macabro que já fiz na vida). Também fomos até Monreale conhecer os edifícios que, juntamente com a Catedral de Cefalù, são listados como Patrimônio Mundial da Unesco. Ufa!

Ilha de Stromboli, na Itália: explorando um vulcão ativo na Sicília

Vulcão Stromboli, na Sicília: dicas de viagem e o que fazer na ilha

Chegar de barco em Stromboli é por si só uma experiência única. Essa pequena ilha ao norte da costa da Sicília, na Itália, é especial por diversos motivos. Stromboli é um vulcão ativo e ali, na sua base, está uma charmosa e pequena vila. Não só: Stromboli é um dos poucos vulcões no mundo em atividade permanente.

Vulcão Stromboli na Sicília
Vulcão Stromboli na Sicília

Assim que desembarcamos da lancha que nos trouxe de uma cidade siciliana, demos de cara com uma vista com praias de areias pretas contrastando com as casinhas brancas. Nada de carros. Apenas pequenos carrinhos, como os de golfe, que funcionam como táxi, levando os turistas para lá e para cá. Parece até que a gente havia aterrissado em Marte – ou em algum vilarejo afastado da Islândia. Mas a arquitetura das casas ali não mentiam: estávamos, de fato, no Mediterrâneo!

Stromboli: uma vila muito Mediterrânea
Em caso de maremoto: fique longe da zona costeira!

Vulcão Stromboli, o “Farol do Mediterrâneo”

Stromboli é uma das sete ilhas do arquipélago das ilhas Eólias, no mar Tirreno, e possui uma área de cerca de 12,6 km². É pequena mesmo – mas muito charmosa! Na mitologia grega, era em Stromboli que Éolo, personagem da Odisseia, vivia. Stromboli tem a forma de um cone e 926 metros de altitude. Do fundo do mar, a altura de Stromboli chega a 3.000 metros.

A lenda do mouro aparece por aqui também

Na ilha de Stromboli estão duas pequenas vilas: Stromboli e Ginostra. A vila de Ginostra pode ser acessada em um passeio de barco saindo de Stromboli. Dizem que, no inverno, a população de Ginostra é de apenas dez habitantes! No total, cerca de 500 pessoas habitam a ilha.

A tal da atividade estromboliana

Não por acaso Stromboli ganhou o apelido de “farol do Mediterrâneo”. É que o vulcão possui alta frequência de erupções: Stromboli é um dos vulcões mais ativos do mundo e possui explosões constantes, intervaladas por períodos de calmaria. Quando estávamos lá, as explosões aconteciam a cada 15-20 minutos, em média. Mas os intervalos podem acontecer de 5 minutos a uma hora. Stromboli se mantém ativo há pelo menos dois mil anos. Agora, o termo “atividade estromboliana” é usado para nomear essa forma de vulcanismo, com pequenas explosões em espaços constantes de tempo intercaladas com explosões mais fortes, em vulcões do mundo todo – do vulcão Etna, ali do lado, ao vulcão Raung, na Indonésia.

Duas noites em Stromboli

A nossa estada em Stromboli foi definitivamente o ponto alto da nossa viagem de carro pela Sicília – Stromboli foi nossa segunda parada na viagem, logo depois de Cefalù. É verdade que muita gente não vê graça na pequena vila, porque não há muito o que fazer. Mas a experiência é justamente essa: dormir em um vulcão ativo no meio do mar Mediterrâneo!

Subindo o vulcão até Sciara del Fuoco

O passeio mais importante de uma estada em Stromboli é a subida até a Sciara del Fuoco. A caminhada pode ser feita com ou sem guia e dura cerca de uma hora saindo do vilarejo. Saímos no final da tarde, uma hora antes do sol se pôr, para ver o espetáculo pertinho da cratera.

A medida que subimos o vulcão, a vila se afastava

A trilha não é difícil, apesar de em alguns momentos ser preciso pequenas paradas para recobrar o fôlego. É, pode ser cansativo subir na areia vulcânica. Muitas vezes, também foi preciso atenção redobrada nas pequenas passarelas beirando o precipício. A trilha, no entanto, era fácil de seguir.

Não se esqueça de levar lanterna, água, agasalho corta-vento (venta muito lá no alto!) e um tênis confortável para a trilha que sobe o vulcão.

Sciara del Fuoco: onde a lava desce até o mar

Finalmente, chegamos no área panorâmica de onde pudemos avistar a Sciara del Fuoco, a rampa onde desce a lava expelida pelo vulcão. Dali, a vista é estonteante. Imagine só sentir que a terra está viva e entra em ebulição a alguns metros de você. Entre um silêncio e outro, o show de luzes encanta: a lava que explode, treme a terra e corre soltando faíscas montanha abaixo, muitas vezes até encontrar o mar. Um deslumbre só. Provavelmente uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida!

Stromboli em erupção

A partir do ponto de vista panorâmica é possível subir mais alguns metros, porém apenas com guia. Infelizmente, o acesso até Pizzo, na altura de 918 metros, estava fechado por conta das grandes explosões que aconteceram em julho de 2020.

Descemos a trilha em direção ao restaurante L’Osservatorio, de onde também é possível avistar as explosões – de uma distância um pouco maior, é claro. Mas a beleza e a magnitude do vulcão ainda encanta – mesmo de longe.

Restaurante L’Osservatorio: entre vinhos e lavas

Jantamos duas vezes no Restaurante L’Osservatorio, que tem um terraço com vista para o vulcão. Na primeira noite na vila, fomos direto ao restaurante para conhecer as famosas explosões, mesmo que de longe. O caminho da vila até o restaurante é basicamente uma estrada de terra sem iluminação alguma. Também não é tão perto assim: cerca de 1,5 km e pelo menos vinte minutos a pé. Ali, comemos pizza regada a um bom vinho da casa.

As maravilhosas praias de areia preta

São três diferentes praias de areia preta em Stromboli: Spiaggia Lunga, Ficogrande e Scari. Elas não possuem infra-estrutura alguma, como restaurantes e barracas. São ermas e vazias – e aí mora grande parte da beleza.

Strombolicchio: restos do primeiro vulcão

Da praia Ficogrande é possível avistar a ilha de Strombolicchio. Essa pequenina e inabitada ilha com um farol é, na verdade, o que sobrou da primeira formação do vulcão.

+ E já que o assunto são vulcões em erupção, vale a pena dar uma lida na experiência do Diego Arena, do blog Uma Viagem Diferente, nas ruínas de Pompeia. E já que estamos aos pés do vulcão Etna, vale dar um pulinho em Nápoles, com o pessoal do blog De lugar Nenhum, a apenas 25km dali!

Como chegar em Stromboli

A única maneira de chegar em Stromboli é de barco. Saímos do porto de Milazzo de ferry e a viagem demorou cerca de duas horas (cerca de 43 € ida e volta por pessoa). Os horários dos trajetos podem ser acessados no site Direct Ferries. Também é possível chegar a Stromboli via Napoli por ferry.

Stromboli: dicas de hospedagem

Nos hospedamos duas noites na pousada La Lampara, que também possui um dos restaurantes mais requisitados da cidade. Infelizmente, durante nossa viagem o restaurante estava fechado porque a cozinheira se acidentou alguns meses antes. De qualquer maneira, Carlo, o dono da pousada, era muito simpático e solícito (o dono de hotel mais simpático que encontramos nessa viagem, aliás!), os quartos eram limpos e confortáveis e o café da manhã tinha o verdadeiro café italiano feito na máquina (nada de café instantâneo).

Onde e o que comer em Stromboli?

A verdade é que as experiências gastronômicas dentro de Stromboli são muito limitadas. Tivemos algumas não muito boas, confesso. Mas eu recomendaria dois lugares:

Cannolo do Bar Ingrid: uma delícia!

Bar Ingrid: Perfeito para aquela pausa do café no meio do dia, o lugar oferece além de um bom café espresso, doces bem feitos como o cannolo. Tem uma vista bonita para o mar e fica ali, na frente da igreja. Difícil errar.

Ristorante da Zurro: O chefe com jeito excêntrico, que vai de mesa em mesa e te trata como cliente antigo, deixa a experiência no lugar mais interessante. São poucas mesas (melhor fazer reserva antes!) em um salão fechado e o menu muda diariamente com diferentes tipos de frutos do mar fresquinhos. Confie na criatividade do chefe e mergulhe na experiência! P.S.: Esse restaurante, aliás, foi uma ótima recomendação do Carlo, dono da pousada La Lampara.

Mais dicas úteis

Língua: Italiano
Moeda: Euro
Clima/Quando Visitar: De junho a outubro, quando o mar está calmo e os restaurantes e pousadas estão abertos em sua maioria. Nós visitamos em outubro e a temperatura era agradável, mas nada que um casaquinho resolvesse.
Visto para brasileiros: Dispensa visto por até 90 dias.

Stromboli foi nossa segunda parada na viagem de carro pela Sicília. A primeira parada foi Cefalù, uma pequena cidade medieval com uma bela (e cheia de lendas!) rocha gigante. Vale a pena incluir no roteiro de viagem!