Walking tour em Copenhague: o que fazer na capital da Dinamarca a pé

Walking tour em Copenhague - Nyhavn

Pequena e cheia de vida, Copenhague é uma ótima cidade para explorar a pé, já que os principais pontos turísticos estão a poucos quilômetros de distância um do outro. Mas se preferir bicicleta, saiba também que Copenhagen é famosa por suas ciclovias – e até recebeu o título de cidade mais bike friendly do mundo!

A atmosfera hygge de cada pequeno café do caminho são atração garantida – e valem pequenas pausas entre um ponto turístico e outro. Afinal, a capital da Dinamarca também ganhou fama por sua estética minimalista escandinava – que promove sempre o bem-estar.

Se essa é sua primeira vez em Copenhague, os pontos turísticos abaixo são os destinos tradicionais de todo visitante. Mas já adianto que existem diversas atrações muito interessantes na região – e esse é um assunto para outro post que vem logo mais! Vale a pena explorar os arredores de Copenhague se você tiver mais do que dois dias na cidade.

Walking tour em Copenhague durante o inverno? Melhor não!

A dica é pegar um mapa de Copenhague no Centro de Informação Turística (em frente à entrada principal do Tivoli) ou por meio do CPH Visitor Guide, no qual o mapa é disponibilizado apenas para celulares. Veja abaixo um roteiro de dois dias em Copenhague para fazer a pé!

Dia 1

Tivoli Gardens

Inaugurado em 1843, o Tivoli Gardens é o segundo parque de diversões mais antigo do mundo, e oferece lazer para todo tipo de turista: tem montanha russa, áreas verdes e diversos restaurantes (de biergarten a brasserie). No Halloween e no Natal, o parque ainda ganha decoração temática! Veja aqui valores da entrada e horários de funcionamento. É claro, o Tivoli vale um dia completo de visita – mas por que não dar uma passadinha na frente já que a estada na cidade vai ser curtinha?

Aliás, o passeio começa aqui porque a Estação Central de Trem está logo na esquina!

Rådhuspladsen, a Praça da Câmara Municipal

Ali, do outro lado da rua, está a Rådhuspladsen, Praça da Câmara Municipal construída em 1905, com alguns pontos icônicos da cidade: a estátua do escritor dinamarquês de contos de fadas Hans Christian Andersen, autor de “A Pequena Sereia” e “A Princesa e a Ervilha”, e a Fonte do Dragão, representando a luta de um touro e um dragão.

Próxima à fonte está um pilar de pedra, marcando onde um dia estava o Vesterport, o portão oeste da cidade fortificada. Na praça você encontrará ainda Lur Blowers, a estátua de dois vikings sobre um pilar. A dupla tem um instrumento em mãos: o lur, datado da Idade do Bronze nórdica e que era usado para cerimônias e rituais religiosos. Ali também está a estátua em ouro do bispo Absalon, que fortificou a cidade em 1167 – ano considerado a fundação de Copenhagen.

Nyhavn

O cartão-postal de Copenhague não pode ficar de fora em uma visita à cidade, certo? Desde 1673, a região de Nyhavn (que em dinamarquês significa “Novo Porto”) funcionava como um porto comercial onde barcos de todo o mundo atracavam.

A área antes lotada de marinheiros e pubs hoje abriga diversos restaurantes e é especialmente animada no verão. O escritor Hans Christian Andersen morava na casa número 20. Ele também viveu nas casas número 67 e 18.

É uma delícia passear pelo waterfront e apreciar a beleza das casinhas coloridas.

Palácio Christiansborg

No Palácio Christiansborg está a atual sede do Parlamento Dinamarquês (Folketinget) e onde fica a torre mais alta de Copenhague. Mas não só: é ainda o escritório do Primeiro Ministro e da Suprema Corte da Dinamarca – sendo a única construção no mundo que abriga três poderes ao mesmo tempo.

As ruínas do castelo de Absalon (fundador da cidade), datadas do século 11 e destruídas pela Liga Hanseática, podem ser acessadas pelo público. Adultos pagam 60 DKK; para crianças (0 a 17 anos) a entrada é gratuita; com o Copenhagen Card a entrada é gratuita.

Palácio Amalienborg

O Palácio Amalienborg é a residência oficial de inverno da família real dinamarquesa. Ali, há um museu que apresenta os interiores privados dos reis e rainhas mais recentes e uma exposição sobre a monarquia hoje e suas tradições.

Troca de Guada Real no Palácio Amalienborg

É em Amalienborg também onde acontece a famosa troca da Guarda Real, chamada Den Kongelige Livgarde. Diariamente, os guardas marcham de seus quartéis em Gothersgade 100 pelo Castelo de Rosenborg pelas ruas de Copenhague e terminam em Amalienborg, onde a troca da guarda ocorre às 12h.

Dia 2

Strøget

Considerada o centro comercial de Copenhague, Strøget é uma rua apenas para pedestres e considerada um dos complexos pedonais mais longos do mundo – com 1100 metros. À noite, também vale visitar o lugar para conhecer pubs e restaurantes da região.

Rundetaarn, a torre redonda

Conhecida como Rundetaarn, na minha opinião a torre redonda é um dos lugares mais subestimados de Copenhague! Quer dizer, todo mundo lembra da estátua da Pequena Sereia, mas pouca gente fala sobre a Rundetaarn – esse lugar tão interessante e cheio de história!

A vista da Rundetaarn

Trata-se de uma torre redonda com uma rampa em espiral. Ela foi projetada em 1637 para acomodar o Observatório no topo da torre, a Biblioteca da Universidade acima da Igreja da Trindade e a própria igreja. Uma curiosidade: a torre foi construída com tijolos amarelos e vermelhos, cores da família real dinamarquesa. Lá no alto há piso de vidro bem no centro da torre, para que você possa olhar o fundo da construção com seus 25 metros de profundidade. Ali, em 1880 caiu o menino August Nielsel enquanto brincava de esconde-esconde – o pequeno sobreviveu à queda, ufa!

Atualmente, a Rundetaarn abriga concertos e exposições – vale dar uma olhada no calendário antes de visitar. A torre está aberta para visitação todos os dias, das 10h às 20h. Adultos pagam 40 DKK e crianças (5-15 anos) 10 DKK.

Kastellet

Um pouco mais afastado do centro da cidade, está o Kastellet, uma cidadela considerada uma das mais bem-preservadas do norte da Europa. Ela foi fundada pelo rei dinamarquês Christian 4 em 1626, e ali estão edifícios usados ​​como quartéis militares e escritórios. A área é aberta ao público e um ótimo lugar para caminhadas.

Ali foi preso o médico alemão Johann Friedrich Struensee, em 1772, após um baile de máscaras no Court Theatre em Copenhague. Ele foi condenado por ter um caso com aa rainha Caroline Mathilde. Vale ler sobre a conturbada história do casal.

A escultura da Pequena Sereia

A escultura da Pequena Sereia congelada durante o inverno em Copenhague

Nas proximidades de Kastellet está a escultura da Pequena Sereia, inspirada no conto de Hans Christian Andersen, feita em bronze e granito. Inaugurada em 23 de agosto de 1913, a estátua foi um presente do cervejeiro dinamarquês Carl Jacobsen para a cidade de Copenhagen.

Christiania, a cidade livre

Fundada em 1971, Christiania é uma área da cidade muito singular: antes, ali funcionava um quartel militar que foi ocupado por hippies, anarquistas, músicos e artistas que rejeitavam os ideais capitalistas no período pós-guerra. A existência de Christiania é controversa, uma vez que alguns pontos como o comércio de cannabis dentro da área ainda são bastante debatidos pelo governo e pelos habitantes de Copenhagen.

Christiania, aliás, ganhou um status especial: ela é regulada por uma lei especial, a Lei de Christiania, de 1989, que transfere partes da supervisão da área do município de Copenhague para o estado. Cerca de mil pessoas vivem na região que hoje também abriga eco-restaurantes, oficinas, galerias e diferentes tipos de experiências culturais.

Atenção, como o site da cidade adverte, Christiania não é como nenhum outro bairro de Copenhague: “de acordo com a polícia da cidade, a área ao redor da Pusher Street é controlada por grupos criminosos organizados. Os próprios residentes adotaram um conjunto de regras por razões de segurança, que aconselham fortemente os visitantes a respeitar”. Entre elas: fotografar, correr ou falar ao telefone estão proibidos.

Botanisk Have, o jardim botânico de Copenhagen

Talvez incluir o Botanisk Have em um roteiro tão curtinho seja otimismo demais, mas se sobrar templo – ou você amar plantas – inclua! O jardim cobre uma área de 10 hectares e é conhecido pelo seu extenso complexo de estufas históricas que datam de 1874.

O Jardim Botânico de Copenhague é casa de mais de 13 mil espécies, organizadas em diferentes seções, como: plantas dinamarquesas (600 espécies), plantas perenes (1.100 espécies), plantas anuais (1.100 espécies), jardins de rochas com plantas de áreas montanhosas na Europa Central e do Sul e Conifer Hill que é plantado com árvores coníferas.

No centro do Jardim Botânico está a Palm House, com 16 metros de altura, é casa de palmeiras, bambus gigantes e plantas carnívoras. Ali está uma estreita escada em espiral em ferro fundido que conduz a um corredor no topo. Mágica! A entrada custa para adultos DKK 60; crianças (3 – 17 anos) pagam DKK 40; e para crianças (0 – 2 anos) é gratuita.

Copenhagen Card: vale a pena?

Se você é do tipo que não perde um museu (ou palácio), talvez valha a pena comprar o Copenhagen Card durante a viagem. O cartão inclui a entrada de 83 atrações e transporte dentro da cidade – se você visitar a cidade no inverno (não recomendo!), você certamente usará transporte público.

Um pouco de neve em Copenhague!

Entre as atrações cobertas pelo cartão estão o Tivoli Gardens (apenas a entrada, e não os passeios nos brinquedos que são cobrados adicionalmente), a Torre Redonda, passeio de barco nos canais, Museu em Amalienborg, Rosenborg, Jardim Botânico e as ruínas em Christianborg.

O cartão é cobrado por diária: 24h (57 euros, adultos; 28 euros, crianças), 48h (83 euros, adultos; 42 euros, crianças) e 72 horas (102 euros, adultos; 51 euros, crianças), por exemplo. Por isso, vale fazer uma lista das atrações que te interessam e calcular, caso use transporte público, qual a opção mais barata. O cartão pode ser comprado antecipadamente no site da Civitatis, no site da empresa ou em pontos de venda espalhados pela cidade, como aeroporto e estação central.

Se você pretende viajar para outros países nórdicos além da Dinamarca, vale a pena ler sobre o Scandinavia Pass, uma das maneiras de economizar na Escandinávia.

Tipos de tour em Copenhague

O que não faltam são diferentes tours em Copenhague. No site da Civitatis você poderá agendar free walking tour (todo focado na Renascença!), tour de bike, tour de Segway, ônibus turístico e barco pelos canais. Tem até um tour alternativo focado nos principais movimentos contraculturais de Copenhague, com direito a murais de arte, brechós e restaurantes hispter!

Onde se hospedar em Copenhague?

Geralmente, quando vou a Copenhague costumo ficar na casa da minha irmã. Mas, em uma das vezes que visitei a cidade com o namorado, nos hospedamos no Absalon Hotel, pertinho da estação central de trem de Copenhague. Bem localizado, com bom café da manhã e com aquela aura hygge que a gente já espera de um hotel em Copenhague!

Copenhague é uma cidade cara, então vale se planejar para viajar em períodos fora da alta temporada.

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Mosaicos de Ravena: a cidade italiana que respira arte bizantina

Mosaicos de Ravenna, na Itália

Localizada na Emilia-Romanha, ali pertinho do Mar Adriático, Ravena é um dos destinos turísticos mais famosos da região. Não por acaso: a cidade foi a última capital do Império Romano do Ocidente, após a queda de Roma no século 5.

Ao sair do trem na estação de Ravena, você provavelmente terá a impressão de que se trata de só uma cidade italiana sem grandes atrativos. Mas, felizmente, as aparências enganam – e a beleza de Ravena mora justamente aí!

As maravilhas de Ravena estão escondidas dentro de construções de tijolinhos. Vistas do lado de fora, os monumentos não prometem muito – é preciso entrar em cada edifício para se surpreender com a riqueza de detalhes e cores. Ali estão tesouros da humanidade que receberam o título Patrimônio Histórico da Unesco.

Tão bonitos quanto bem preservados, os mosaicos de Ravena são uma ótima parada para incluir no roteiro de viagem se você está visitando a Emília-Romanha.

Breve história de Ravena

Renascentismo por aqui? Hoje não!

Ravena foi a capital do Império Romano no século 5 e depois da Itália Bizantina até o século 8. Por isso, é lar de uma coleção única de mosaicos e monumentos cristãos primitivos.

Ao total, são oito edifícios construídos nos séculos 5 e 6. São eles: o Mausoléu de Galla Placidia, o Batistério Neoniano, a Basílica de Sant’Apollinare Nuovo, o Batistério Ariano, a Capela Arquiepiscopal, o Mausoléu de Teodorico, a Igreja de San Vitale e a Basílica de Sant’Apollinare in Classe.

Mosaicos bizantinos de Ravena

Detalhes da Capela Arquiepiscopal

O conjunto de oito monumentos religiosos, decorados com mármores preciosos, estuques e mosaicos, refletem os principais eventos históricos, políticos e religiosos que ocorreram em Ravena, que se tornou a capital do Império Romano Ocidental em 402 DC, e permaneceu proeminente primeiro entre os ostrogóticos (povo germânico que surgiu na região meridional da Escandinávia) e depois como a capital bizantina na Itália durante os séculos 5 e 6.

Gustav Klimt e os mosaicos de Ravena

Dizem que o pintor simbolista Gustav Klimt ficou tão impressionado com os mosaicos de Ravena em sua dupla visita à cidade em 1903 que a cor dourada dos mosaicos influenciou seu período áureo – a chamada “fase dourada”. O resultado disso? Uma das suas mais célebres obras: “O Beijo” [pintura 2]. Outra obra conhecida por representar muito bem a fase dourada de Klimt é “O Retrato de Adele Bloch-Bauer I” [pintura 1].

Convenhamos: não é difícil perceber as similaridades entre as obras do pintor austríaco e os mosaicos bizantinos de Ravena, certo? A abundância de formas geométricas e muito, muito dourado não negam as referências artísticas de Klimt.

Basílica de San Vitale e Mausoléu de Galla Placidia

A exuberante cúpula da Basílica San Vitale

A Basílica de San Vitale é o monumento mais visitado de Ravena. Ela foi encomendada pelo bispo Ecclesio em seu retorno de uma viagem a Constantinopla em 525 e financiada por Giuliano Argentario. A basílica foi construída sobre uma capela do século 5 dedicada a San Vitale, e foi consagrada em 547 pelo bispo Maximiano, que encomendou a decoração interior.

A pequena construção em forma de cruz ao lado da Basílica de San Vitale, na minha opinião, está entre as mais bonitas que visitamos em Ravena. A responsável pela construção do mausoléu foi a própria Galla Placidia (386 – 450 DC), irmã do imperador romano Honório que transferiu a Capital do Império Ocidental de Milão para Ravena em 402 DC.

De acordo com estudiosos, ela mandou construir este pequeno mausoléu com planta em cruz latina por volta de 425-450 como seu próprio local de descanso. O mausoléu, no entanto, nunca foi usado para esse fim: após a morte, a imperatriz foi sepultada em Roma em 450.

Um céu estrelado no Mausoléu de Galla Placidia

Repare na beleza do céu estrelado feito de mosaicos. Os temas simbolizados em mosaico mostram traços da influência da tradição helênico-romana e cristã. Ali, está representada a vitória da vida eterna sobre a morte de diferentes perspectivas.

Batistério Neoniano

De forma octogonal, o Batistério Neoniano é considerado o edifício batismal mais bem conservado do mundo, tanto pela estrutura arquitetônica como pelo seu interior, decorado com mármore e mosaicos. Dos batistérios mais antigos, construídos entre os séculos 4 e 5 em Antioquia, Constantinopla, Éfeso, Trier, Milão, Aquiléia e Roma, apenas sobrevivem as paredes do perímetro ou apenas a planta.

O Batistério Neoniano foi construído em meados do século 5, quando o bispo Neone (450-475) decidiu refazer a cobertura do batistério da catedral, que o bispo Orso havia erguido algumas décadas antes.

Basílica de Sant’Apollinare Nuovo

Localizada bem no coração do centro histórico de Ravena, a Basílica de Sant’Apollinare Nuovo é a definição de riqueza de maneira visual.

Foi construída por Teodorico, rei dos Godos, entre 493 e 526, como uma basílica palatina. Apesar da origem ariana, a decoração em mosaico interno mostra duas fases diferentes na construção: por volta de 561, após a expulsão dos godos da cidade, a igreja foi convertida à ortodoxia católica.

Capela Arquiepiscopal

Entre papagaios e pavões na Capela Arquiepiscopal, em Ravena

Ao sair do jardim do Batistério Ortodoxo, está uma escadaria que leva quem visita a uma experiência única: uma pequena capela escondida dentro do Museu do Arcebispo. Trata-se do único exemplo de uma capela arquiepiscopal cristã primitiva que sobreviveu intacta e a única igreja ortodoxa construída durante o arianismo teodórico.

Os mosaicos da capela, povoados por aves como pavões, papagaios e perdizes, datam da época do Bispo Pedro II (494-519), período em que coexistia em Ravena duas confissões religiosas: a Ariana e a Ortodoxa Católica. Os mosaicos são de uma beleza ímpar.

Batistério dos Arianos

Em formato octagonal, o Batistério dos Arianos possui mosaicos que mostram o batismo de Cristo e ao redor, representações dos apóstolos. O batistério é do fim do século V (governo do Teodorico). Infelizmente, os mosaicos encrustrados na parede se desprenderam com o tempo, e

Mosaicos de Ravena: ingresso único

Para conhecer cinco dos monumentos históricos (Basilica di San Vitale,
Basilica di Sant’Apollinare Nuovo, Museo Arcivescovile, Battistero Neoniano, Mausoleo di Galla Placidia), é possível comprar um bilhete no valor de 10,50 € com validade de uma semana.

Por meio do site de reservas online, ainda é possível reservar o horário da visita sem precisar entrar na fila. Recomendo um dia completo, com manhã e tarde, pelo menos, para conhecer os cinco monumentos. Chegamos em Ravena no começo da tarde e a visita teve que ser apressada, infelizmente. Pecado!

Para o acesso ao Mausoléu de Galla Placidia e ao Batistério Neoniano, é preciso pagar uma integração do bilhete único: suplemento para a gestão do fluxo turístico 2 € (a pré-reserva obrigatória).

Vale visitar também: Túmulo de Dante Alighieri

Arte de rua em Ravena: Dante e Beatrice

O autor de A Divina Comédia, está sepultado em Ravena, onde morreu em 1321. Foi ali que o célebre escritor viveu em exílio seus últimos anos. O túmulo está localizado próximo à Basílica de San Francesco, no centro da cidade.

Como chegar em Ravena

Ravena esta localizada na Emília-Romanha e é o bate-volta perfeito a partir de Rimini ou Bologna para explorar a região – que ainda possui outros destinos interessantes, como San Marino. Pela praticidade, a melhor maneira de chegar em Ravena é por meio de trem.

As passagens de trem podem ser compradas no site do Trenitalia ou diretamente na estação. De Bologna a Ravena, a viagem dura pelo menos uma hora (7,35 €, a mais barata). De Rimini a Ravena, a viagem de trem costuma durar também cerca de uma hora (mas custa só 4,75 €; com valores de abril de 2021) .

Onde se hospedar em Ravena

Geralmente, quem visita a cidade costuma passar apenas um dia em Ravena, por isso ela é um perfeito bate-volta de outras cidades que funcionam como base para explorar a região, como Rimini e Bologna. Mas se você pretende passar uma ou mais noites em Ravena, a dica é se hospedar bem no centro, pertinho de tudo e de onde é possível visitar todos os pontos turísticos a pé.

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Bem recomendado, o Palazzo Galletti Abbiosi está em um antigo e nobre edifício do século 18. Tem ambiente histórico, mas a decoração é minimalista e as instalações são modernas com academia, capela e tetos com pinturas do século XIX.

Já o Palazzo Bezzi Hotel é um hotel 4 estrelas com um belo terraço com vista para a cidade. O spa do hotel tem banho turco, sauna e chuveiro sensorial.

Uma opção mais em conta é o B&B Villa Noctis, localizado a apenas 400 metros de San Vitale. O B&B oferece o tradicional café da manhã italiano com doces, bebidas quentes, bolos caseiros e produtos orgânicos – quitutes sem glúten também disponíveis.

A 5 minutos a pé do Museu Galla Placidia, da Basílica de San Vitale e da Piazza del Popolo está a Villa Santa Maria Foris, com decoração retrô e elegante, além de um pátio com um belo jardim.

Bate-voltas a partir de Ravena

Rimini: Famoso balneário da Riviera Romagnola nos anos 70 e 80, Rimini é muito mais do que praia. A cidade também guarda tesouros do período romano, como o Arco D’Augusto e ponte Tibério.

San Marino: O pequeno país localizado bem no coração na Itália está a poucas horas de Ravena e ao lado de Rimini. Vale a pena conhecer o belo castelo sobre o Monte Titano.

Na Itália, há arte por toda a parte! Mas, às vezes, ela aparece onde a gente imagina. Veja onde encontrar arte ao ar livre em Milão – um passeio perfeito para os dias de verão!

Outros posts sobre a Itália


O que fazer em Munique, Alemanha: roteiro de 1, 2 ou 3 dias

Palácio Nymphenburg Munique Alemanha

A capital da Baviera é muito mais do que Oktoberfest! Munique é uma cidade cheia de história, com muitas cicatrizes em seus prédios, mas também é cheia de encantamento. Veja abaixo o que fazer em Munique, na Alemanha, em um roteiro de viagem de 1, 2 ou 3 dias! Bem provável que três dias não sejam o suficientes para conhecer tudo o que a cidade oferece – mas, definitivamente, é um bom começo.

Se você está com viagem marcada, saiba que Munique é uma cidade com hospedagem cara. Pensando nisso, elaborei esse guia prático de onde se hospedar em Munique, com os melhores hotéis em cada bairro e hosteis da cidade.

Munique em 1 dia: explorando o centro histórico

Marienplatz

Tudo começa em Marienplatz, coração do centro histórico onde está a bela prefeitura da cidade. Marienplatz é o centro de Munique desde que a cidade foi fundada, em 1158. É ali que todo turista começa a explorar a cidade!

Ali está o belíssimo prédio neo-gótico da nova prefeitura (Neues Rathaus, em alemão). Repare bem nos bonequinhos no alto do edifício: o Munich Glockenspiel, datado de 1908, contém estatuetas representando histórias do passado de Munique que giram em dois níveis diariamente às 11h, 12h e 17h (o programa das 17h não funciona de novembro a fevereiro).

Viktualienmarkt

O Viktualienmarkt é um mercado ao ar livre cheio de alma! Ele começou como um mercado de fazendeiros e se tornou uma popular área de compras gourmet. O que não falta ali é tradição: ele existe há pelo menos 200 anos. São cerca de 110 revendedores que vendem frutas, verduras, frutas tropicais, carnes, caça, aves, queijos, peixes, pães e assados, especiarias e flores.

Odeonsplatz

Impossível passar batido pela Odeonsplatz. A fachada amarelo claro da Igreja Theatine, pode ser vista de longe. Ali também está o maior palácio em uma cidade da Alemanha: The Munich Residence. A Câmara do Tesouro, fundada em 1565 pelo duque Albrecht V, guarda mais de 1250 obras de arte, incluindo joias e medalhas da coroa bávara.

Munique em 2 dias: passeio nos parques da cidade

Olympiapark

O parque foi construído para os Jogos Olímpicos de Munique de 1972 (daí o nome!), e impressiona pelas construções de metal que dão ar futurista ao lugar. Ali você encontrará o Aquário Sea Life, o Estádio Olímpico e a Torre Olímpica, além de um pequeno lago onde nadam cisnes. Durante o verão em Munique, por ali também acontece o Open Air Kino, um cinema ao ar livre.

Englischer Garten

Considerado um dos maiores parques urbanos do mundo, com seus 375 hectares de área verde, o Englischer Garten guarda pequenos tesouros, como vários biergärten, áreas nudistas e, claro, os famosos surfistas do Eisbach, que aparecem diariamente.

Monopteros, no Englischer Garten

No Lago Kleinhesserloher é possível andar de pedalinho no verão. Ali também está o See Haus, um restaurante e biergarten com vista para o lago. Nas proximidades da área sul do Englischer Garten estão dois museus interessantes: Haus der Kunst e o Museu Nacional Bávaro.

Munique em 3 dias: museus e palácios

Nymphenburg – Datado de 1675, o Palácio de Nymphenburg (Schloss Nymphenburg) serviu de residência de verão aos governantes da Baviera. É possível visitar a área interna do castelo, com seu museu (entrada paga), e o jardim do castelo (entrada gratuita). É definitivamente um passeio que vale muito a pena! O Palácio de Nymphenburg, inclusive, foi o local de nascimento do rei Ludwig II, famoso por ter construído o Castelo de Neuschwanstein e por ter sido patrono do compositor Richard Wagner.

Museus de Munique – Munique é casa de inúmeros museus – há certamente um para cada gosto! Para quem ama carros, o Museu da BMW. Arte clássica? Antiga Pinacoteca! Arte moderna é na Pinakothek der Moderne ou no Museu Brandhorst (o prédio, aliás, é lindo!). Para conhecer mais sobre a Baviera, o Museu Nacional da Baviera. Para saber mais sobre o nazismo, visite o NS-Dokumentationszentrum München, no qual estão documentadas as consequências do regime nazista e o papel da cidade como capital do movimento.

O que fazer domingo em Munique?

Se você pretende conhecer a cidade aos domingos, esteja preparado para encontrar as lojas fechadas, já que domingo é dia de folga oficialmente. As lojas geralmente funcionam das 9h às 20h horas de segunda a sexta; e até às 16h aos sábados. Restaurantes, no entanto, funcionam normalmente aos domingos.

Aos domingos alguns museus cobram apenas 1 euro na entrada – eles costumam funcionar apenas de terça a domingo, das 10h às 18 h.

Onde comer em Munique?

Se você está em Munique, então deve apreciar o melhor da comida bávara! Abra a sua mente para o que você encontrará de diferente na terra do rei Ludwig II:

Comida bávara

O café da manhã bávaro é minha refeição preferida por aqui. Ele consiste em weisswurst, bretzl e mostarda doce. Para acompanhar, cerveja! Sim, muitos bávaros bebem cerveja pela manhã. Mas, se assim como eu você prefere um cappuccino, fique à vontade também. Você irá encontrar o café da manhã bávaro em muitos Biergärten, mas eu recomendo o café da manhã no Kaisergarten. Em dias lotados, o atendimento está longe de ser o mais amigável, mas o ambiente e o cardápio com boas opções compensam.

No almoço ou jantar, a pedida é o Schweinshaxe, joelho de porco defumado acompanhado geralmente de repolho ou knödel de batata (um tipo de nhoque). E não estranhe se o Kaiserschmarrn aparecer como sugestão de prato principal no cardápio. Acompanhado de molho de maçã, esse prato da confeitaria austríaca é muito consumido nos Alpes assim mesmo, como refeição principal – e não sobremesa! É um daqueles costumes alemães que causam estranheza no primeiro contato.

Platzl, o ponto de encontro das cervejarias

O Platzl é uma rua que mais lembra uma praça, pertinho de Marienplatz. Ali está o Hofbräuhaus, cervejaria construída em 1589 pelo Duque Maximiliano I da Baviera como uma extensão da cervejaria Staatliches Hofbräuhaus.

Do outro lado da rua está a Augustiner am Platzl, a cervejaria mais antiga de Munique ainda em atividade – ela existe desde 1328! O prédio antigo da Augustiner, no entanto, ficava localizado em um mosteiro fora das muralhas da cidade. Até 1589, data da fundação da cervejaria Hofbräu, os monges agostinianos forneceram cerveja para a família real bávara Wittelsbach.

Biergärten

O que não faltam em Munique são Biergärten! Os mais famosos são o Biergarten am Chinesischen Turm, no Englischer Garten, Augustinerkeller, o mais antigo da cidade, e o Viktualienmarkt Beergarden, bem no centrinho histórico.

Munique em cada estação do ano

A energia de Munique muda muito em cada estação do ano. Se na primavera as caminhadas no parque ficam mais frequentes para aproveitar os dias mais longos, no verão é tempo de aproveitar os festivais e o clima bom tomando sol nas margens dos riachos que cortam o Englischer Garten. A melhor época para conhecer Munique é durante a primavera ou verão. No outono, os hotéis ficam lotados por causa da Oktoberfest. Veja o que fazer em Munique em cada estação do ano:

  • O que fazer em Munique na primavera: É quando acontece uma versão mais pacata e menos lotada da Oktoberfest: a Frühlingsfest. O festival acontece no mesmo lugar da famosa Oktoberfest – em Therensienwiese -, e lembra muito a estrutura do maior festival da cidade: conta com parque de diversões para as crianças e duas tendas que servem cerveja. A estrela da festa é a Frühlingsfestbier, uma cerveja sazonal com aromas de mel e caramelo disponível apenas entre meados de fevereiro e meados de maio. A festa ainda conta com um enorme mercado de pulgas e exposição de carros antigos. 

    A primavera também é um ótimo período para se aventurar nas trilhas nas montanhas alpinas ou fazer um piquenique em um dos lagos da região.
  • O que fazer em Munique no verão: Munique se enche de vida no verão! Há muita coisa acontecendo por toda a parte – de cinemas ao ar livre, concertos de música clássica gratuitos e festivais de rua com música e street food. É também uma ótima época para explorar os lagos da região e até fazer um churrasco na beira do Isar. A lista de atividades é grande e, por isso, fiz um post completo sobre o que fazer em Munique no verão e aproveitar a cidade ao ar livre.

  • O que fazer em Munique no outono: O clima começa a mudar e a chance de dias mais chuvosos aumenta. É também quando acontece a Oktoberfest!  Por isso, não se esqueça de manter sempre um casaco e um guarda-chuva na bolsa caso vá aproveitar a festa.

    No outono, é tempo também de wandern – talvez, o hobby mais alemão que existe! Um ditado alemão diz que “não há clima ruim, apenas roupa errada”. Por isso mesmo, os alemães caminham em parques e nas florestas próximas a Munique para catar cogumelos até quando o clima não está tão favorável assim. Se você curte natureza, pode ser uma boa ideia se juntar a eles!

  • O que fazer em Munique no inverno: Com dias curtos e clima instável fica difícil bater perna na cidade. Nesse caso, o charme do inverno mora nas feirinhas de Natal espalhadas por Munique (que acontecem do último final de semana de novembro até o Natal). No inverno, atrações como o Castelo de Neuschwanstein e as montanhas dos Alpes ganham um ar mágico por causa da neve. E, se você é fã de esportes, não faltam estações de esqui na região – Garmisch é uma das mais famosas.

    Quer mergulhar de vez em uma experiência cultural? Então vá a uma sauna! Em Munique, existem saunas públicas – a sauna Müllersches Volksbad, inaugurada em 1901 em estilo art noveau é uma das mais famosas. Atenção: os alemães costumam frequentar as saunas nus por questão de higiene e é, definitivamente, uma das experiências culturais mais intensas que você pode ter por aqui.

Onde se hospedar em Munique

Munique é uma cidade turística e, durante a Oktoberfest, fica muito difícil encontrar hotéis com bom custo benefício. Por isso, programe-se com bastante antecedência (pelo menos 6 meses antes) caso deseje visitar a cidade nessa época do ano (do dia 15 de setembro a meados de outubro). Veja quais os melhores bairros e onde se hospedar em Munique.

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Ilha de Stromboli, na Itália: explorando um vulcão ativo na Sicília

Vulcão Stromboli, na Sicília: dicas de viagem e o que fazer na ilha

Chegar de barco em Stromboli é por si só uma experiência única. Essa pequena ilha ao norte da costa da Sicília, na Itália, é especial por diversos motivos. Stromboli é um vulcão ativo e ali, na sua base, está uma charmosa e pequena vila. Não só: Stromboli é um dos poucos vulcões no mundo em atividade permanente.

Vulcão Stromboli na Sicília
Vulcão Stromboli na Sicília

Assim que desembarcamos da lancha que nos trouxe de uma cidade siciliana, demos de cara com uma vista com praias de areias pretas contrastando com as casinhas brancas. Nada de carros. Apenas pequenos carrinhos, como os de golfe, que funcionam como táxi, levando os turistas para lá e para cá. Parece até que a gente havia aterrissado em Marte – ou em algum vilarejo afastado da Islândia. Mas a arquitetura das casas ali não mentiam: estávamos, de fato, no Mediterrâneo!

Stromboli: uma vila muito Mediterrânea
Em caso de maremoto: fique longe da zona costeira!

Vulcão Stromboli, o “Farol do Mediterrâneo”

Stromboli é uma das sete ilhas do arquipélago das ilhas Eólias, no mar Tirreno, e possui uma área de cerca de 12,6 km². É pequena mesmo – mas muito charmosa! Na mitologia grega, era em Stromboli que Éolo, personagem da Odisseia, vivia. Stromboli tem a forma de um cone e 926 metros de altitude. Do fundo do mar, a altura de Stromboli chega a 3.000 metros.

A lenda do mouro aparece por aqui também

Na ilha de Stromboli estão duas pequenas vilas: Stromboli e Ginostra. A vila de Ginostra pode ser acessada em um passeio de barco saindo de Stromboli. Dizem que, no inverno, a população de Ginostra é de apenas dez habitantes! No total, cerca de 500 pessoas habitam a ilha.

A tal da atividade estromboliana

Não por acaso Stromboli ganhou o apelido de “farol do Mediterrâneo”. É que o vulcão possui alta frequência de erupções: Stromboli é um dos vulcões mais ativos do mundo e possui explosões constantes, intervaladas por períodos de calmaria. Quando estávamos lá, as explosões aconteciam a cada 15-20 minutos, em média. Mas os intervalos podem acontecer de 5 minutos a uma hora. Stromboli se mantém ativo há pelo menos dois mil anos. Agora, o termo “atividade estromboliana” é usado para nomear essa forma de vulcanismo, com pequenas explosões em espaços constantes de tempo intercaladas com explosões mais fortes, em vulcões do mundo todo – do vulcão Etna, ali do lado, ao vulcão Raung, na Indonésia.

Duas noites em Stromboli

A nossa estada em Stromboli foi definitivamente o ponto alto da nossa viagem de carro pela Sicília – Stromboli foi nossa segunda parada na viagem, logo depois de Cefalù. É verdade que muita gente não vê graça na pequena vila, porque não há muito o que fazer. Mas a experiência é justamente essa: dormir em um vulcão ativo no meio do mar Mediterrâneo!

Subindo o vulcão até Sciara del Fuoco

O passeio mais importante de uma estada em Stromboli é a subida até a Sciara del Fuoco. A caminhada pode ser feita com ou sem guia e dura cerca de uma hora saindo do vilarejo. Saímos no final da tarde, uma hora antes do sol se pôr, para ver o espetáculo pertinho da cratera.

A medida que subimos o vulcão, a vila se afastava

A trilha não é difícil, apesar de em alguns momentos ser preciso pequenas paradas para recobrar o fôlego. É, pode ser cansativo subir na areia vulcânica. Muitas vezes, também foi preciso atenção redobrada nas pequenas passarelas beirando o precipício. A trilha, no entanto, era fácil de seguir.

Não se esqueça de levar lanterna, água, agasalho corta-vento (venta muito lá no alto!) e um tênis confortável para a trilha que sobe o vulcão.

Sciara del Fuoco: onde a lava desce até o mar

Finalmente, chegamos no área panorâmica de onde pudemos avistar a Sciara del Fuoco, a rampa onde desce a lava expelida pelo vulcão. Dali, a vista é estonteante. Imagine só sentir que a terra está viva e entra em ebulição a alguns metros de você. Entre um silêncio e outro, o show de luzes encanta: a lava que explode, treme a terra e corre soltando faíscas montanha abaixo, muitas vezes até encontrar o mar. Um deslumbre só. Provavelmente uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida!

Stromboli em erupção

A partir do ponto de vista panorâmica é possível subir mais alguns metros, porém apenas com guia. Infelizmente, o acesso até Pizzo, na altura de 918 metros, estava fechado por conta das grandes explosões que aconteceram em julho de 2020.

Descemos a trilha em direção ao restaurante L’Osservatorio, de onde também é possível avistar as explosões – de uma distância um pouco maior, é claro. Mas a beleza e a magnitude do vulcão ainda encanta – mesmo de longe.

Restaurante L’Osservatorio: entre vinhos e lavas

Jantamos duas vezes no Restaurante L’Osservatorio, que tem um terraço com vista para o vulcão. Na primeira noite na vila, fomos direto ao restaurante para conhecer as famosas explosões, mesmo que de longe. O caminho da vila até o restaurante é basicamente uma estrada de terra sem iluminação alguma. Também não é tão perto assim: cerca de 1,5 km e pelo menos vinte minutos a pé. Ali, comemos pizza regada a um bom vinho da casa.

As maravilhosas praias de areia preta

São três diferentes praias de areia preta em Stromboli: Spiaggia Lunga, Ficogrande e Scari. Elas não possuem infra-estrutura alguma, como restaurantes e barracas. São ermas e vazias – e aí mora grande parte da beleza.

Strombolicchio: restos do primeiro vulcão

Da praia Ficogrande é possível avistar a ilha de Strombolicchio. Essa pequenina e inabitada ilha com um farol é, na verdade, o que sobrou da primeira formação do vulcão.

+ E já que o assunto são vulcões em erupção, vale a pena dar uma lida na experiência do Diego Arena, do blog Uma Viagem Diferente, nas ruínas de Pompeia. E já que estamos aos pés do vulcão Etna, vale dar um pulinho em Nápoles, com o pessoal do blog De lugar Nenhum, a apenas 25km dali!

Como chegar em Stromboli

A única maneira de chegar em Stromboli é de barco. Saímos do porto de Milazzo de ferry e a viagem demorou cerca de duas horas (cerca de 43 € ida e volta por pessoa). Os horários dos trajetos podem ser acessados no site Direct Ferries. Também é possível chegar a Stromboli via Napoli por ferry.

Stromboli: dicas de hospedagem

Nos hospedamos duas noites na pousada La Lampara, que também possui um dos restaurantes mais requisitados da cidade. Infelizmente, durante nossa viagem o restaurante estava fechado porque a cozinheira se acidentou alguns meses antes. De qualquer maneira, Carlo, o dono da pousada, era muito simpático e solícito (o dono de hotel mais simpático que encontramos nessa viagem, aliás!), os quartos eram limpos e confortáveis e o café da manhã tinha o verdadeiro café italiano feito na máquina (nada de café instantâneo).

Onde e o que comer em Stromboli?

A verdade é que as experiências gastronômicas dentro de Stromboli são muito limitadas. Tivemos algumas não muito boas, confesso. Mas eu recomendaria dois lugares:

Cannolo do Bar Ingrid: uma delícia!

Bar Ingrid: Perfeito para aquela pausa do café no meio do dia, o lugar oferece além de um bom café espresso, doces bem feitos como o cannolo. Tem uma vista bonita para o mar e fica ali, na frente da igreja. Difícil errar.

Ristorante da Zurro: O chefe com jeito excêntrico, que vai de mesa em mesa e te trata como cliente antigo, deixa a experiência no lugar mais interessante. São poucas mesas (melhor fazer reserva antes!) em um salão fechado e o menu muda diariamente com diferentes tipos de frutos do mar fresquinhos. Confie na criatividade do chefe e mergulhe na experiência! P.S.: Esse restaurante, aliás, foi uma ótima recomendação do Carlo, dono da pousada La Lampara.

Mais dicas úteis

Língua: Italiano
Moeda: Euro
Clima/Quando Visitar: De junho a outubro, quando o mar está calmo e os restaurantes e pousadas estão abertos em sua maioria. Nós visitamos em outubro e a temperatura era agradável, mas nada que um casaquinho resolvesse.
Visto para brasileiros: Dispensa visto por até 90 dias.

Stromboli foi nossa segunda parada na viagem de carro pela Sicília. A primeira parada foi Cefalù, uma pequena cidade medieval com uma bela (e cheia de lendas!) rocha gigante. Vale a pena incluir no roteiro de viagem!

Korčula, na Croácia: entre vinhedos, histórias sobre Marco Polo e o charme da cidade antiga

O que fazer em Korcula, Croácia

Em Korčula, criamos nosso próprio ritmo. Depois de viajar por muitas cidades em poucos dias por Montenegro e na Croácia, em Korčula decidimos relaxar um pouco e aproveitar a ilha sossegadamente. Korčula é a sexta maior ilha da Croácia, com 46.8 km de comprimento, e também o nome da pequena cidade onde nos hospedamos durante nossa curta estada de cinco dias na ilha.

Com uma bela cidade medieval murada e pequenas praias de águas calmas e cristalinas, a cidade de Korčula foi um ótimo ponto de partida para explorar o resto da ilha. Ela é cheia de história, com um ritmo pacato e pode garantir até algumas doses de aventura.

Börek, como o dia começava

Todo dia, logo de manhãzinha, era hora de enfrentar a fila para comer börek! O börek é um tipo de comida turca encontrado também em lugares ocupados pelo Império Otomano, e consiste em uma espécie de pastel com massa delicada recheado de carne, queijo ou vegetais. O börek fazia parte do prato principal dos banquetes otomanos, mas também se popularizou entre nômades e viajantes. No caminho, uma pausa para colher alguns figos fresquinhos das inúmeras árvores espalhadas pelo lugar. Então, finalmente era hora de explorar!

Explorando a cidade murada

Toda aventura em Korčula começa pela cidade fortificada. A cidade antiga possui ruas distribuídas em formato de espinha de peixe, e além dos muros, ainda mantém intactos os fortes que garantiam a proteção dos habitantes. Ali, dentro da cidade murada, você irá encontrar inúmeras referências a Marco Polo. Aí mora uma ideia controversa! Os italianos juram que Marco Polo (1254-1324) nasceu em Veneza, mas os habitantes de Korčula afirmam ali ter sido a terra natal do famoso explorador e mercador.

A vista de um dos píeres de madeira de Korčula

Korčula, uma breve história da ilha

Há vestígios de que a ilha é povoada há, pelo menos, quatro mil anos. Korčula foi uma colônia grega e ali, em Lombarda, foi encontrado o manuscrito mais antigo do território croata, datado do século IV a. C. Nele, os gregos concordavam com a construção da cidade e de uma assembleia, além da divisão de terras entre os habitantes. Depois, a ilha foi dominada pelo Império Romano e invadida diversas vezes por piratas. Fez parte ainda da República de Veneza, foi governada por austríacos e franceses – estes, responsáveis por construir estradas e fortificações. Só em 1871, depois de eleições locais, Korčula passou para as mãos croatas, que começavam a criar a ideia de identidade nacional. Depois, ainda foi ocupada pelos italianos e fez parte da Yugoslavia.

O Estatuto da cidade e da ilha, de 1214, também é considerado um dos documentos mais antigos em língua eslávica.

Passeando entre os vinhedos – e degustando bons vinhos!

Na ilha de Korčula o que não faltam são oliveiras e vinhedos. A tradição vinícola da ilha existe desde o século 4 antes de Cristo, quando ainda era ocupada pelos gregos.

A ilha é famosa pela alta qualidade do vinho branco, como o Grk que é cultivado em Lumbarda, no lado oriental da ilha, e as uvas Pošip e Rukatac, cultivadas em Čara e Smokvica. Plavac mali, por sua vez, é o vinho tinto mais comum. Por isso, vale reservar um momento na viagem para a degustação de vinhos em uma das vinícolas espalhadas pela ilha!

De lambreta até praias escondidas

Korčula: para apreciar sem pressa

Optamos por alugar uma lambreta para nos locomovermos dentro da ilha. Com ela, foi possível conhecer alguns pontos mais afastados e pouco explorados, como a praia Orlanduša, onde não há nada além da praia e alguns barquinhos de pescadores ancorados. E, se tudo der certo, pouca gente.

Orlanduša: para chegar é preciso encarar uma estrada de terra
Apenas mais um cantinho escondido de Korčula: a caminho de Medvinjak

Ali pertinho, também existem outras praias com essa vibe mais exclusiva, como a Bačva e a Pavja. Lembre-se que as praias de pedras (e não areia!) na Croácia são muito comuns, por isso pode ser um pouco complicado caminhar descalço.

Island hopping… de caiaque!

Definitivamente, um dos passeios mais divertidos em Korčula foi nosso island hopping de caiaque. Alugamos o caiaque em uma agência de turismo no centro da Korčula e, de carro, eles nos levaram até a praia Banje, de onde era possível sair com a pequena embarcação. A partir dali, remamos até a ilha Badija, onde está o mosteiro franciscano, e também onde almoçamos.

Island hopping de caiaque: o mosteiro franciscano na ilha Badija

No meu caso, a adrenalina consistia inteiramente no percurso: ao cruzarmos o estreito entre uma ilha e outra, podíamos ir de encontro às gigantescas balsas com carros e pessoas. Confesso que meu maior medo era ser atropelada por uma delas – e não o mar revolto com a chuva que se aproximava! Enfim, meu namorado não achou nada disso muito emocionante – mas só de pensar eu ainda fico bêbada de medo.

Em seguida, remamos até Otok Vrnik – minha ilha favorita. Sem carros, com chão de areia, casinhas de pedra e apenas dois restaurantes, a vila é um charme só!

Na verdade, são dois restaurantes para perfis completamente distintos: o elegante Vrnik Arts Club, que recebia gente chegando de barco-táxi só para almoçar por ali, e o restaurante Škoj, com comida caseira e de ambiente simples – mas com ótimos reviews para a salada de polvo!

A idílica ilha Otok Vrnik

Otok Vrnik além dos dois restaurantes existem duas igrejinhas pequenas e muitas casas de pedra. Encontramos algumas pessoas sentadas em banquinhos lendo livros, outras lagarteando no sol e um grupo de amigos brindando no restaurante. Sentiu a energia? Tão pertinho da civilização e a sensação era de que estávamos isolados do resto do mundo. Uma delícia! Otok Vrnik é definitivamente o tipo de lugar que eu iria para me isolar do mundo. Quero voltar!

Acho que vale sair cedinho de Korčula para aproveitar o dia nas ilhas e curtir a preguiça e o passeio sem pressa. Como deve ser.

Moreška, a tradicional dança de espadas

A Moreška é uma dança de espadas tradicional na ilha de Korčula. A dança de espadas era comum no Mediterrâneo entre os séculos 12 e 13 e apenas no século 16 começou a fazer parte da cultura de Korčula. A dança surgiu na Espanha e é inspirada na luta entre os Moros e os Cristãos, mas na Dalmácia (região que abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro) a dança é associada à luta contra os Otomanos. A dança desapareceu do resto do Mediterrâneo, mas há cerca de 400 anos é performada na ilha. E, por isso mesmo, ela é tão especial!

A performance do dia Sv.Todor (29/07) passou a ser feita regularmente no verão, no ‘Ljetno Kino’ (cinema ao ar livre), ali na cidade murada mesmo.

A verdade é que, à primeira vista, a ideia de ficar cinco dias na mesma ilha não me pareceu muito boa. Mas, à medida que fomos entrando no ritmo, e apreciando cada lugar de maneira menos apressada, Korčula foi se tornando uma segunda casa. Agora, tenho certeza que poderia passar ali um verão inteirinho!

Dicas de hospedagem: onde ficar em Korčula?

Korčula é uma ilha turística com uma boa variedade de tipos de hospedagem. Para ter acesso aos restaurantes e ao burburinho da vida noturna da ilha, a dica é ficar na cidade murada. Prefere um pouco mais de calma e quietude? Então alugue uma moto, se hospede mais longe da cidade e explore áreas mais afastadas de Korčula. Veja algumas boas opções de hospedagens na ilha:

O Tara’s Lodge Hotel é um charmoso boutique hotel que possui piscina e quartos com terraços com vista para o mar. Ali você poderá alugar bicicletas para explorar a região – o centro de Korčula está a 3,5km do hotel.

O Aminess Lume Hotel tem 4 estrelas e está localizado no povoado de pescadores de Brna. Tem piscina ao ar livre com terraço, restaurante… Mas o charme mesmo mora no pequeno píer que dá acesso ao mar.

Prefere se hospedar em uma antiga casa de pedra? A Stone House Gregov é uma opção mais em conta, que oferece bicicletas e estacionamento privativo gratuitos. A casa de pedra está localizada em Lumbarda e tem um píer que dá acesso ao mar.

Agende um tour guiado em Korčula

Se você tem pouco tempo ou prefere um tour guiado em Korčula, vale agendar um tour com antecedência, uma vez que a cidade pode ficar lotada em alta temporada. O tour começa nas escadarias da cidade murada e explora pontos turísticos como a Catedral de São Marcos, a torre Veliki Revelin, o palácio Gabrielis e até a provável casa de nascimento de Marco Polo.

Montenegro: uma viagem de carro por esse minúsculo país dos Balcãs

Baía de Kotor, em Montenegro

Vou começar esse post com uma confissão: Montenegro nunca esteve na minha bucket list. É, a ignorância pode fazer a gente perder oportunidades bonitas do caminho! Lição aprendida. A ideia de visitar o país surgiu quando as restrições por causa do corona vírus começaram a serem aliviadas neste verão de 2020. Decidimos que era hora de viajar para um lugar com praia e aproveitar alguns dias de sol. Então elaboramos um roteiro de viagem que juntasse dois países vizinhos: Montenegro e Croácia.

Sempre lotada na alta temporada, a Croácia é o tipo de lugar que a gente costuma passar bem longe em nossas viagens. Mas, por causa do Covid-19, as cidades antes dominadas por cruzeiros e turistas do mundo inteiro agora estariam vazias apenas com turistas europeus. Enfim, era a chance perfeita para conhecê-la de uma maneira mais tranquila!

Mas ainda faltava uma pitada de interessância nesse roteiro de verão, sabe? Um lugar que fosse capaz de nos surpreender, de um jeito ou de outro. Olhamos no mapa e lá estava ela, a bela Montenegro – desconhecida (por nós, é claro), convidativa e cheia de história. Por isso, decidimos assim: ficaríamos uma semana em Montenegro e então partiríamos para outra semana na Croácia.

Nosso roteiro de viagem em Montenegro começa aqui!

Como chegar em Montenegro?

Chegamos em Montenegro em um vôo direto de Stuttgart, na Alemanha, para Podgorica, capital do país balcã. Ali mesmo, alugamos um carro e partimos para explorar a região.

Alugar um carro é a melhor maneira de viajar em Montenegro, já que o transporte deixa a desejar e isso pode dificultar a locomoção entre um lugar e outro. Um bom exemplo dessa dificuldade: aguardamos um bom tempo pelo ônibus que nos levaria do aeroporto de Kotor até a cidade mas, no final, tivemos que pegar carona na estrada.

Viajar de carro em Montenegro: Adriatic Highway e as sinuosas estradas montenegrinas

As estradas de Montenegro pedem experiência e muita atenção no volante. São sinuosas e, muitas vezes, perigosas. São estradas de montanha, com muitas curvas e geralmente tem pista simples. Às vezes é preciso buzinar nas curvas para evitar uma colisão frontal.

A boa notícia é que Montenegro é um país de dimensões pequenas: tem apenas 13,8 mil km² (ou cerca de duas vezes o tamanho da região metropolitana de São Paulo!). Com as distâncias curtas, fica muito mais fácil viajar pelo país inteiro conhecendo os principais pontos turísticos.

Bate-volta x viagem longa: qual vale a pena?

Muita gente coloca Montenegro (geralmente, apenas Kotor e Budva) no roteiro de viagem como uma day trip a partir de Dubrovnik, na Croácia. Mas, olha, você vai ver que vale a pena sim uma viagem de carro mais longa pelo país.

Uma semana em Montenegro: o que visitar?

Com montanhas escarpadas, fiordes, praias de areia branquinha e um mar de águas cristalinas, Montenegro é um país de belezas naturais estonteantes. E história também!

Breve história de Montenegro

Os nomes do país, tanto Montenegro (do italiano veneziano) quanto Crna Gora, significam “Montanha Negra”, em referência ao Monte Lovćen, coberto por florestas muito densas, e que funcionou como fortaleza nos séculos de luta com os turcos.

Durante a Idade Média, três principados eslavos estavam localizados onde hoje é Montenegro: Duklja, Travunia e Rascia. Com a luta de poder pela nobreza, os principados foram enfraquecidos e dominados pelo Império Sérvio. O nome Montenegro foi usado pela primeira vez para se referir ao país apenas no final do século 15. Entre 1496 e 1878, o território foi tomado pelo Império Otomano.

Muitas rebeliões aconteceram até que Montenegro reconquistasse sua independência, se tornando primeiro uma teocracia e depois um principado. Em 1910, o território virou um reinado, quando o Império Otomano perdeu a maior parte de suas terras nos Balcãs. Após a Primeira Guerra, Montenegro se tornou parte da Iugoslávia. Com o fim da Iugoslávia, Montenegro e a Sérvia declararam que seriam uma federação. Em 2006, após um referendo, Montenegro declarou sua independência. Os montenegrinos são muito orgulhosos de toda a sua história de luta e o que não faltam são histórias de como eles venceram batalhas contra o Império Otomano!

Focamos nossa viagem na costa do país, mas é importante ressaltar que a parte continental de Montenegro também guarda lugares que valem a pena visitar, como o Monastério de Ostrog e o parque nacional de Durmitor, Patrimônio Natural da Unesco, e onde está Bobotov Kuk, uma das montanhas mais altas do país com 2523 m de altitude.

Lago Skadar e suas montanhas

Saímos do aeroporto de Podgorica e seguimos para Virpazar, pequena vila nas margens do Lago Skadar. Ali, decidimos fazer um passeio de barco pelo lago (25€ o casal + 4€ por pessoa, valor da entrada do parque). O passeio durou cerca de duas horas e pudemos ver pelicanos e até nadar.

Pavlova Strana: uma das paisagens mais famosas de Montenegro
Pavlova Strana: uma das paisagens mais famosas de Montenegro

De lá, seguimos para uma estradinha cheia de curvas com vistas impressionantes para um braço do Lago Skadar, o Pavlova Strana Viewpoint, perto de Rijeka Crnojevica. Do mirador, era possível ter a vista de uma das paisagens mais lindas do país com suas montanhas escarpadas sobre o terreno alagado.

A pequena vila de Virpazar, nas margens do Lago Skadar
A pequena vila de Virpazar, nas margens do Lago Skadar

Em Virpazar, além de passear de barco, tomamos um café-da-manhã/almoço com comidas tipicamente montenegrinas.

Budva, centro histórico medieval e belas praias

No mesmo dia, seguimos para Budva, onde passamos a noite. O centro histórico de Budva é uma graça, com suas casinhas de pedra (dominadas por lojinhas e restaurantes) e as praias de águas cristalinas – mas tomadas por bares com guarda-sol. Budva é famosa por seus clubes e festas e ali, assim como em Hvar na Croácia, atracam iates do mundo todo.

Praia em Budva: um dos poucos cantinhos livres para estender a canga na areia
Praia em Budva: um dos poucos cantinhos livres para estender a canga na areia

Budva é o destino turístico mais popular de Montenegro – mas, na minha opinião, não é nem de longe o mais charmoso. É um balneário muito turístico e perfeito para quem ama festas, apesar de possuir uma história riquíssima.

Um pedacinho da Igreja de Saint Ivan, em Budva
Um pedacinho da Igreja da Santíssima Trindade, em Budva

Budva é uma das cidades mais antigas do mar Adriático: sua história remonta ao século 5 antes de Cristo. No século 2 a.C., Budva foi dominada pelos romanos. Depois, com a queda do Império Romano, Budva fez parte do Império Bizantino. Foi ainda dominada pelo Império Servo, fez parte da República de Veneza e lutou contra os turcos. Enfim, história não falta!

A cidadela de Budva e suas casinhas de pedra
A cidadela de Budva e suas casinhas de pedra

Duas ótimas opções de hospedagem em Budva são o Fontana Hotel & Gastronomy e o Hotel Majestic, localizados pertinho do centro histórico. Outra opção mais em conta e com atendimento familiar (mas um pouco mais afastada do centro) são os Apartment Mikovic – nossa escolha em Budva.

A badalada Sveti Stefan

Partimos de Budva em direção às praias de Ulcinj e no caminho paramos para apreciar a beleza de Sveti Stefan. A apenas 6km de Budva, Sveti Stefan é uma ilhota com uma vila de pescadores fortificada datada do século 15 transformada em hotel de luxo, com spa e restaurantes. Entre as propriedades do hotel também está a Villa Milocer, datada do século 19, em terra firme.

A luxuosa Sveti Stefan até parece uma pintura!
A luxuosa Sveti Stefan até parece uma pintura!

Se sua intenção é passar o dia em Sveti Stefan mas sem se hospedar por lá, vale a pena fazer uma reserva em um dos restaurantes do lugar para conhecer as estruturas históricas.

Kitesurfer? Seu lugar é em Ulcinj!

Ulcinj é uma cidade bem ao sul de Montenegro, pertinho da fronteira com a Albânia. O lugar é famoso por causa de Velika plaža, uma praia de areias branquinhas com 12 quilômetros de extensão e considerada o melhor destino para kitesurf dos Balcãs.

Ulcinj: um pouquinho dos 12km de areias branquinhas da famosa praia
Ulcinj: um pouquinho dos 12km de areias branquinhas da famosa praia

Por lá, kitersurfers do mundo inteiro aproveitam os ventos fortes para aprender e treinar o esporte – e foi exatamente isso que o meu namorado foi fazer ali! Enquanto isso, eu aproveitava a vasta estrutura de bares e restaurantes a beira-mar para trabalhar com meu laptop. Wi-fi, a deliciosa salada sopska e uma limonada, o que a gente pode querer mais da vida?

A cidade antiga de Ulcinj

Apesar de famosa por sua praia, Ulcinj não se resume a isso. Ulcinj é a cidade mais antiga de Montenegro e, claro, também abriga uma cidade antiga, que aguarda o reconhecimento como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Vista da cidade antiga de Ulcinj
Vista da cidade antiga de Ulcinj

A cidade fortificada data da Idade Média, mas os muros de Cíclope indicam que as primeiras ocupações aconteceram entre os séculos 4 e 5 a.C. E como não poderia deixar de ser, os venezianos também passaram por ali. Entre os anos 1421 e 1571, eles dominaram a cidade e construíram rampas, portões e a torre. A cidadela ganhou palácios, igrejas e praças góticas e renascentistas. Sob o domínio turco, Ulcinj também se transformou, e essas referências orientais aparecem em construções de pedras cortas e quebradas.

Lendas e mistérios

Diz a lenda que Miguel de Cervantes foi preso e escravizado em Ulcinj. Se isso é verdade, ninguém sabe. A lenda se baseia no fato de que Dulcineia, o amor de Dom Quixote era de… Ulcinj!

Onde comer em Ulcinj?

Frutos do mar e vinho branco – o que a gente pode querer mais da vida?

A verdade é que assistir o pôr-do-sol em um dos restaurantes de Ulcinj Stari Grad (“Stari Grad” é o termo montenegrino para cidade antiga) é uma das melhores coisas que você pode fazer! E uma das mais românticas também. Jantamos no restaurante Antígona, com vista para o penhasco à beira-mar. Optamos por um menu variado com frutos do mar e vinho branco da casa. O atendimento também foi super especial. Uma delícia!

A hedonista Ada Bojana

Outro dia, jantamos em um restaurante nas proximidades da Ilha Bojana (ou Ada Bojana, em montenegrino), bem na fronteira com a Albânia, no delta de um rio.

Pôr-do-sol em Ada Bojana e seus restaurantes em palafitas
Pôr-do-sol em Ada Bojana e seus restaurantes em palafitas

Ali, há uma variedade extensa de restaurantes em casinhas palafitadas na beira-rio. Nosso escolhido foi o restaurante Misko, o primeiro e mais antigo restaurante de Ada Bojana. O lugar é um salão fechado com vista para o rio. E, apesar de o serviço ser um pouco demorado, os frutos do mar eram uma delícia. Nossa escolha: lulas grelhadas e risoto negro com frutos do mar.

O pôr-do-sol em Ada Bojana também é uma coisa de lindo! Importantíssimo: não se esqueça de levar repelentes. Para quem é mais livre, em Ada Bojana existe um resort naturista, de frente para a praia de areias branquinhas. O paraíso para quem quer relaxar e viver a vida offline.

Onde se hospedar em Ulcinj

Passamos quatro noites hospedados em Ulcinj, uma vez que meu namorado queria praticar kitesurf. Optamos por uma cabana do Holiday Park Olive Tree, uma propriedade relativamente isolada (para chegar à cidade é preciso passar por estradas de terra), com oliveiras e algumas cabanas de madeira. O dono do lugar nos contou que a propriedade está com a família dele há cerca de 400 anos! Enfim, é o ambiente perfeito para quem busca férias tranquilas e longe do burburinho.

Stari Bar: uma cidade antiga abalada por terremoto

Diferentemente de Kotor e Budva, a cidade antiga de Bar (chamada Stari Bar pelos montenegrinos) não está localizada na costa. Por uma simples razão: quando localizada na costa, a cidade era constantemente atacada por piratas. A solução foi então construí-la em uma parte alta, a cerca de 5 km da praia. Hoje, a vila medieval se encontra em ruínas, mas definitivamente vale a pena a visita. Metade de um dia é o suficiente para conhecer o lugar.

Em Stari Bar: um dos poucos aquadutos que ainda existe em Montenegro
Em Stari Bar: um dos poucos aquedutos que ainda existe em Montenegro

Antivari (como a cidade é chamada em italiano) era parte do Império Bizantino e também já foi anexada pela República de Veneza, até ser tomada pelo Império Otomano, em 1571. Entre 1876 e 1878, a cidade foi destruída na Guerra Montenegrina-Otomana. Em 1878, os montenegrinos detonaram 225kg de explosivo para destruir o aqueduto, cortando o fornecimento de água do lugar e fazendo com que os oponentes, ali encurralados, se rendessem. Por ter sido dominada por diferentes povos, é possível encontrar nas ruínas os restos de edificações de diferentes tipos arquitetônicos.

Pequenas preciosidades: os mosaicos da cidade antiga de Bar
Pequenas preciosidades: os mosaicos da cidade antiga de Bar

Cem anos depois, em 1979, o forte terremoto que atingiu Montenegro destruiu novamente o aqueduto que abastecia Stari Bar. Então, a população abandonou a cidade antiga para se instalar na costa e nas proximidades do porto. Mas com a reconstrução do aqueduto, a região passou a ser novamente ocupada.

Old Bar: o que restou de uma cidade medieval depois de terremotos e guerras
Old Bar: o que restou de uma cidade medieval depois de terremotos e guerras

Agora, na cidade baixa (conhecida como Podgrad), localizada na base da fortaleza, há uma série de pousadas, lojinhas de souvenir e restaurantes super charmosos – mesmo! É uma de-lí-cia ficar ali!

Nós almoçamos no Konoba Bedem, um restaurante casual com decoração colorida e ambiente descontraído. Além das delícias gastronômicas de Montenegro, ali também bebemos o típico suco de romã da região (mas o lugar oferece também cerveja e vinho de romã). As lojinhas da rua também vendem xaropes de romã, mel, vinho e azeite da região.

Nas proximidades de Bar também está a Stara maslina, uma das oliveiras mais antigas do mundo. Dizem que a árvore de dez metros de circunferência tem mais de 2 mil anos de idade – e é considerada uma das 3 oliveiras mais antigas do mundo! Ali, famílias que brigavam costumavam fazer acordos de paz. A Stara maslina está localizada em um parque, cuja a entrada custa 1 euro, a cerca de 5km de Bar. Enfim, essa é uma daquelas paradas típicas de road trip que valem para matar a curiosidade!

A majestosa Kotor

Kotor (ou Cattaro, em italiano) foi nossa última parada em Montenegro e também o meu lugar preferido no país. Eu amei tanto Kotor que acho que a cidade merece um post especial! A razão? Bem, Kotor é (mais?) uma cidade fortificada na costa dos Balcãs (assim como as já citadas Budva, Ulcinj e Bar, e também outras como Dubrovnik e Korcula, na Croácia).

Os fiordes da Baía de Boka, onde está Kotor

Bem, cada cidade fortificada é dona de uma beleza ímpar, e a beleza de Kotor mora na localização privilegiada: Kotor está na Baía de Boka, uma baía com fiordes. Sim, FIORDES! Os fiordes mais setentrionais da Europa, aliás.

A maneira como as montanhas escarpadas crescem sobre o mar de águas cristalinas e as construções mediterrâneas (com um toque veneziano) dão uma beleza quase que sobrenatural para o lugar. Palmeiras, flores, veleiros… Uma beleza idílica. A cidade ainda conta com uma cidade medieval muito bem preservada e que também é Patrimônio da Unesco.

Dali, seguimos para a Croácia e, no caminho, vivemos uma odisséia. Por causa do COVID, as fronteiras terrestres entre os dois países estavam fechadas. Táxis e ônibus saindo de Montenegro não podiam entrar na União Europeia. Tivemos que atravessar os quase 3km fronteira a pé, subindo o morro, com malas, em uma pista sem acostamento e no calor de 35 graus. Mas isso é assunto para a mesa de bar! haha

Informações úteis sobre Montenegro

Capital: Podgorica
Língua: Montenegrino, uma língua bem parecida com o croata e o sérvio.
Moeda: Euro (apesar de Montenegro – ainda – não fazer parte da União Europeia!).
Clima/Quando Visitar: Julho e Agosto são os meses de alta temporada, quando o clima está seco e muito quente (e os preços estão lá no alto!). Nós viajamos em Agosto e confesso que entre 12h e 15h era muito difícil fazer qualquer atividade ao ar livre por causa do calor extremo. Maio, Junho, Setembro e Outubro são meses em que as temperaturas estão mais amenas e ainda é possível nadar, mas alguns bares e restaurantes podem estar fechados. O inverno, entre Novembro e Abril, é a temporada perfeita para quem ama esquiar!
Visto para brasileiros: Dispensa de visto, por até 90 dias.

Bike tour em Liubliana: explorando os highlights da capital da Eslovênia

Centro de Liubliana, na Eslovênia

Liubliana é pequenina e acolhedora. Também é hospitaleira e sabe receber o turista com tanta gentileza que parece colo de mãe. A viagem, que foi uma continuação da visita ao Big Berry, no sul do país, fechou com chave de ouro e só me fez ficar ainda mais apaixonada pela Eslovênia!

Liubliana - Centro Histórico
Centro de Liubliana e suas casinhas em tons pastel

O centrinho de Liubliana é super charmoso com suas casinhas em tons pastel, mas não pára por aí… Tudo fica ainda mais encantador porque ali não circulam carros – apenas pedestres, bicicletas e carrinhos de golfe, em um serviço gratuito oferecido pela prefeitura. A Eslovênia não ganhou fama de Green Slovenia por acaso, né? Por isso, uma das melhores maneiras para explorar a cidade – que é bike friendly – é em um passeio de bicicleta, claro!

Postais de Liubliana
Postais de Liubliana

Liubliana de bike, a melhor opção

Um passeio de bicicleta pelo centro de Liubliana é uma ótima opção para conhecer o que a cidade tem de melhor. E isso é tão verdade que o órgão de turismo da cidade oferece tours guiados pelos principais pontos turísticos de Liubliana. Em apenas um dia é possível conhecer os principais pontos turísticos da cidade e ainda ficar com gostinho de quero mais. Um tour de bike também é uma ótima maneira de aproveitar um belo dia enquanto conhece os principais parques e centros culturais.

Tour de bicicleta e os principais pontos turísticos

O tour de bicicleta em Liubliana tem duração de três horas, é oferecido em inglês ou esloveno e inclui guia profissional, aluguel da bicicleta, capacete e um lanchinho com doces tradicionais eslovenos.

Liubliana_ Dragon Bridge
A famosa Dragon Bridge de Liubliana

O tour de bicicleta em Eslovênia começa no centro histórico e segue para a periferia da cidade. Tudo começa com a lenda que tornou Liubliana The Dragon City.  Não é exagero… Em Liubliana, você verá dragões por todas as partes! Nas placas dos carros, na bandeira da cidade, em vários escudos espalhados pelas lojas e, claro, na Ponte do Dragão.

Dragão, a lenda-símbolo de Liubliana

Bem, diz a lenda que a história de Liubliana começou com Jason e os Argonautas. Essa turma com nome de banda de pop rock foi responsável por fundar a capital do país!

Jason era um herói grego que roubou o Velocino de Ouro do rei do Mar Negro. Após o furto, Jason fugiu em uma nau chamada Argo até a foz do rio Danúbio. Juntamente com os argonautas, Jason chegou ao rio Ljubljanica. Como era inverno, decidiram acampar perto da nascente do rio Ljubljanica. Ali perto, encontraram um grande lago e um pântano onde vivia um dragão. Jason heroicamente lutou contra o monstro até matá-lo. E é por isso que Jason é considerado o primeiro cidadão de Liubliana.

A famosa Ponte Tripla

Liubliana_ Jakov Brdar
Uma das obras de Jakov Brdar no centro de Liubliana

No centro de Liubliana conhecemos a história da cidade, a famosa Ponte Tripla e vimos de pertinho a perturbadora obra do artista plástico Jakov Brdar.

Jardim Botânico, Tivoli Park e bairro de Krakovo: verde por toda parte!

Depois, pedalamos pertinho do rio Ljubljanica (onde vimos nutrias nadando sem timidez alguma) e seguimos para o charmoso Ljubljana Botanic Garden. Lá, ganhamos nossa cestinha de guloseimas com doces tradicionais eslovenos. Comemos por ali mesmo, porque garoava lá fora (mas a intenção era um pique-nique no parque Tivoli).

Liubliana - Jardim Botanico
Jardim Botânico de Liubliana: charmoso e cheio de cactos!

Metelkova mesto: Liubliana respira arte de rua!

Conhecemos as hortas do bairro de Krakovo – onde os moradores ainda mantém aquele ar de roça enquanto ainda cultivam os próprios vegetais no quintal, em casas localizadas bem no centro da cidade (Green Ljubljana again, babe!).

O Parque Tivoli e sua exposição permanente nos encantou sim, mas foi Metelkova mesto, um centro de cultura alternativa, que me surpreendeu de verdade! O nosso tour terminou ali, cheio de arte, cores e graffitti. Inspiração para dar e vender!

Metelkova mesto: o centro cultural alternativo em Liubliana
Metelkova mesto: o centro cultural alternativo em Liubliana

A área repleta de grafitti recebe exposições de arte, exibições e festas onde se apresentam DJs do mundo todo. Tudo começou quando em 1993 um grupo de artistas ocupou o antigo complexo do exército austro-húngaro (construído no final do século 19) para evitar que ele fosse derrubado. Metelkova mesto então se encheu de vida e cor e vive até hoje como um centro de arte alternativo.

Liubliana_ Metelkova mesto

E o que faltou conhecer no tour?

Infelizmente o castelo de Liubliana ficou para depois – mas esse é só mais um motivo para voltar a Liubliana, né?  Localizado no topo de uma montanha, bem no centro da cidade, o castelo medieval é o edifício mais marcante do skyline de Liubliana.

Como fazer a reserva do tour de bicicleta?

O tour de bicicleta em Liubliana é sazonal. Ou seja, só é oferecido de abril a setembro, por causa da temperatura (ninguém quer andar de bicicleta no frio, né?).  A reserva pode ser feita online no site da secretaria de turismo de Liubliana.

Como chegar em Liubliana

Liubliana é facilmente acessada por avião, trem ou ônibus. Por exemplo, há ônibus direto para Bologna, na Itália, ou Munique, na Alemanha. O aeroporto de Liubliana recebe vôos de Bruxelas, Munique, Istambul, Londres, Vienna e por aí vai. Acredite, chegar em Liubliana não será um problema!

Liubliana no Outono
Assim é Liubliana no Outono: toda amarela!

Onde se hospedar

Fiquei hospedada no Hotel Park – Urban & Green, um hotel três estrelas super bem localizado, a 700 metros do centro histórico e com um café-da-manhã delicioso. Um ótimo custo-benefício – afinal, você irá perceber que os preços em Liubliana não são tão amigos assim, viu?

Onde comer em Liubliana

Para ter uma experiência gastronômica autêntica eslovena é preciso mergulhar nas tradições. Há muitas opções de restaurantes nas margens do rio Liublianica, porém geralmente são mais caros e menos tradicionais – enfim, super turísticos. Mas nem tudo está perdido! Há algumas pérolas escondidas no centro histórico.

Frutos do mar e vinho

Vino e Ribe - Liubliana - Onde comer
Vino e Ribe, em Liubliana: frutos do mar acompanhados de vinho esloveno

Ok, frutos do mar não são bem a especialidade eslovena. Mas os vinhos são! No Vino & Ribe pratos com lulas, sardinhas, camarões, polvo e diferentes de peixes são bem servidos com vinhos típicos eslovenos: Malvasia e Refosco. Quer mais? A taça é super barata: apenas € 1,80!

Comida tradicional eslovena

Um achado é o Druga violina, localizado no centro histórico, com comida autêntica eslovena, em um ambiente aconchegante e preços amigos. O destaque fica para o idrijski žlikrofi, um tipo de dumpling recheado com batata que é uma delícia. A proposta do Druga violina também é interessante: o restaurante emprega pessoas com necessidades especiais e, por isso mesmo, o atendimento é mega atencioso. Vale incluir o restaurante no roteiro, viu?

Para apaixonados por café

Para quem não vive sem café (que nem eu!), o Cafetino é um oásis! O pequeno e aconchegante café oferece uma carta gigantesca com tipos de café do mundo inteiro. Tem brasileiro? Claro que tem! Mas tem também café indiano, do Iemên, de Java, Galápagos e os clássicos peruanos, colombianos e guatemalteco.

Hamburguer vegano? Tem também!

Se você é vegano, o Organic Garden é o seu lugar! A pequena lanchonete oferece algumas boas opções de hambúrgueres veganos com pão colorido (esse tipo de lanchonete virou febre na Europa!). Experimentei o Yellow Burger e o Black Burger e ambos são delicioso.

Organic Garden - Liubliana - Onde comer
Organic Garden: o melhor hambúrguer vegano de Liubliana

Um jantar com vista

Para um jantar romântico ou simples café com uma vistá incrível, siga até o Skyscraper – Nebotičnik, restaurante, bar e café com uma das melhores vistas do skyline de Liubliana, com vista para o castelo.

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Informações úteis sobre Liubliana:

Localização: Liubliana está localizada no centro da Eslovênia, país que faz fronteira com a Áustria, Croácia, Itália e Hungria.
Moeda: Euro (EUR)
Idioma: Esloveno
Melhores meses para viajar: De maio a setembro, quando os dias são longos, as temperaturas são amenas e é possível fazer passeios a pé na cidade, sem congelar por causa do frio! [/wc_box]

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Dicas extras!

Está pensando em reservar um hotel em Liubliana? Eu uso o Booking para garimpar boas ofertas e ler resenhas de quem já viveu a experiência. Lá, você encontrará uma boa seleção de hotéis, hostéis, chalés, guest houses e pousadas para todos os tipos de bolso e um ranking feito por usuários com o melhor custo-benefício. De quebra, você ainda ajuda o blog a crescer sem pagar nada a mais por isso. É um win-win! 

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Postais de San Marino: uma joia no coração da Itália

Vista do castelo de San Marino no outono

Imagine um país pequenininho encrustrado na Itália e bem próximo à costa do Mar Adriático. Esse país tem um castelo no alto de um penhasco e uma cidadezinha medieval charmosa com ruelas e becos de pedra. De lá do alto, dá para ver o mar no horizonte e as pequenas cidades que o rodeiam. Parece um sonho, né? Mas essa joia existe, tem nome e sobrenome: San Marino!

A menos de uma hora de Rimini, San Marino é o estado nacional mais antigo do mundo. San Marino é o nome do país, com apenas 61 km², e o nome da capital também – o foco desse post, aliás é a cidade. A cidade de San Marino também é aquele tipo de lugar tão charmoso que a gente coloca na bucket list só para poder se encantar um pouco. Mais: em apenas um dia você conhecerá o principais pontos turísticos da cidade!

Vista de San Marino

Breve história de San Marino

San Marino surgiu em 301 d.C., quando o cristão Marinus se refugiou no Monte Titano para escapar de perseguições. Os anos passaram, a comunidade que ali vivia cresceu e San Marino ganhou estatutos em 1600, considerados a mais antiga constituição do mundo. Hoje em dia, San Marino é dona de uma das rendas per capita mais altas da Europa. San Marino e o Monte Titano foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2008.

As casinhas de San Marino

Viela de San Marino

Onde fica San Marino?

San Marino está localizada a menos de 10km da Riviera Romagnola. Por isso, é o passeio perfeito para quem está passando o verão nas praias de Rimini ou Riccione. Também vale uma visita se você está em Bologna, conhecendo as delícias da gastronomia da região.

E que tal conhecer Rimini, cidade com as praias mais badaladas na Itália?
+ Rimini: 5 coisas que você deve fazer na sua próxima viagem

San Marino no outono

San Marino: o que fazer no pequenino país?

O passeio por San Marino consiste basicamente em explorar as ruelas da cidade medieval no alto do Monte Titano. A 700 metros de altura, dá para ver o mar lá do alto!

Ruela San Marino

Teleférico de San Marino – O teleférico de San Marino leva os turistas do Borgo Maggiore até a Città di San Marino, onde estão as torres, as lojinhas e principais restaurantes. 

Vista – Uma das coisas mais incríveis de San Marino é a vista. Há um mirante, mas a vista mais impressionante e bonita de verdade é aquela com o castelo na beira do penhasco. Por isso, não deixe de caminhar entre as torres em busca do melhor ponto para a fotografia perfeita.

As Três Torres – Guaita, Cesta e a Torre del Montale são os principais pontos turísticos da cidade de San Marino.

A Primeira Torre (Rocca Guaita) foi construída na metade do século XV e é onde  as pessoas costumavam se abrigar durante os cercos. Alguns quartos foram usados como prisão até outubro de 1970.

Castelo de San Marino no Outono
Castelo de San Marino no Outono

O trecho que leva a Primeira Torre a Segunda Torre é  o mais charmoso (como a foto aí em cima mostra)! O trecho de muralhas pertence aos restos da segunda muralha da cidade construída no século XIII. A cidade de San Marino foi fortificada por três muros da cidade construídos em três períodos diferentes e que, infelizmente, foram demolidos para permitir que a cidade se expandisse.

A Segunda Torre está localizada no segundo pico do Monte Titano, o mais alto, a 756 metros de altura. Ali também está o Castelo do Cesta, também chamado Fratta. Construída no final do século XI, a Segunda Torre era a sede da guarita e também abrigava algumas celas de prisão. Ali hoje está o Museu de Armas, com mais de 500 objetos de diferentes períodos, entre a Idade Média e o final do século XIX. Ingresso: 3 € (cada torre) ou 4,50 € (para visitar a Primeira e a Segunda Torre).

A Terceira Torre foi construída no século XIII e tem a melhor posição para os vigias que protegiam o lugar.

Basilica del Santo – Construída em 1826, a basílica com estilo neoclássico é um edifício grandioso que chama a atenção entre as ruelas apertadinhas da cidade. Ali está guardada uma urna com os restos mortais de San Marino.

San Marino: zona tax free

E, sim, compras! San Marino é uma zona tax free. Por isso, não se assuste com a quantidade de lojinhas vendendo perfumes, maquiagens, óculos e itens de couro. É uma ótima oportunidade para economizar alguns euros naquele item que você está sonhando há tempos.

San Marino: quando ir?

A melhor época para ir a San Marino é na primavera. No verão, as ruelas são lotadas de turistas. No outono, o lugar fica incrivelmente lindo com as folhas alaranjadas, mas venta demais. No inverno, diversas passagens (como o trecho que liga uma torre a outra) são fechados por causa da neve.

Vista castelo San Marino
Vista castelo San Marino

 

 

 

 

 

 

 

Como ir de Rimini ou Bologna a San Marino

Bologna – San Marino:
A maneira mais fácil para ir de Bologna a San Marino é por meio do shuttle que sai do aeroporto de Bologna. O trajeto custa 20 €  (online) ou 25 € comprando o bilhete com o motorista. Outra maneira mais trabalhosa (e demorada!) é indo de Bologna a Rimini de trem e depois pegar o ônibus que liga Rimini a San Marino.

Rimini – San Marino:
A melhor maneira de ir de Rimini a San Marino é por meio do ônibus que sai na frente da estação ferroviária de Rimini. O ponto está localizado próximo ao Burger King. O bilhete custa 5 € o trecho e é vendido no Tabaccaio em frente à estação. Para encontrar o melhor horário, acesse o site da companhia Bonellli, aqui

Atenção: verifique os horários de acordo com a estação do ano. Há diferentes horários para o verão (“corse estive”) e inverno (“corse invernale”).

Curiosidades sobre San Marino

  • San Marino é considerado o Estado nacional mais antigo do mundo. O país foi fundado em 3 de setembro de 301 por Marinus de Rab.
  • San Marino é um microestado europeu, assim como Liechtenstein, Vaticano, Mônaco, Andorra, e Malta.
  • San Marino tem a menor população de todos os membros do Conselho da Europa.
  • A Constituição de San Marino é histórica – não escrita.

As minhas tendências de verão preferidas <3

Flat lay - tendências de verão na Europa

O sol começa a dar os primeiros sinais e as vitrines logo se enchem de branco por aqui. As tendências de verão na Europa quase sempre lembram muito o nosso Ano Novo: todo mundo quer vestir roupas claras. Estampas mil? Não. Cores neon? Só na praia!

E eu até entendo, vai. O inverno tem dias mais curtos e com pouco sol – e isso chega a ser um pouco depressivo, até. O verão então é a desculpa perfeita para ser mais leve, comer melhor, fazer exercícios no parque, visitar lagos perto da cidade aos domingos, tomar sol na varanda e fazer churrasco com os amigos sempre que possível. São três meses muito, muito bem vividos. E ser mais leve também se aplica às roupas, claro.

Por isso, aproveitei as promoções de meia-estação para escolher minhas tendências preferidas – e que eu acho que vão durar mais alguns verões (nada de moda descartável aqui) e acrescentei alguns itens no guarda-roupa. Dá uma olhada na minha lista:

Flat lay - tendências de verão na Europa
Listras, sapato oxford, rosé… Ah, o verão!

Tendências de verão: a lista

Oxford caramelo: Fiquei em dúvida entre o preto (usável no inverno), mas acabei optando pela versão caramelo do sapato. Vai bem com saia, shortinho, calça. Look arrumadinho ou a vida como ela é. Versátil!

Camiseta listrada: Precisa dizer? Básicas e clássicas.

Espadrille de onça:Uma espadrille não tãããoo básica assim, é verdade. Mas a gente precisa ter um sapato menos entediante de vez em quando. E combinar estampas (nesse caso, onça + listras) é terapêutico. Ah, sem contar que espadrilles são ótimas para passeios com longas caminhas, porque o solado de corda é muito confortável.

Calça branca: Isso sim é ousadia! Engordo alguns quilos toda vez que coloco uma calça branca. Mas tá na hora de aprender a lidar com isso e me importar menos.

Óculos e relógio rosé: Considero o rosé muito mais delicado que o dourado, então ele sempre é minha primeira opção. Os brincos de prata são presente do namorado e artesanato típico colombiano. <3

Rasteira com amarração: Uma evolução das sandálias gladiadoras? Talvez. E, de novo, rosé!

Blusa ombro a ombro: A blusa ombro a ombro com listras azuis verticais virou meio que uniforme. Na mesma linha, vão as camisas com listras azuis, também na vertical. Talvez essa peça seja uma das tendências de verão mais efêmeras e não tenha duração tão longa, mas eu gostei tanto que acho que vou usar muito. Mesmo.

Vocês acham que alguma tendência ficou de fora?

Cinque Terre: dicas para conhecer esse pedacinho de céu na Itália

Corniglia, em Cinque Terre, na Itália. Foto: Mariana Gabellini.

Uma pitadinha de tons pastel, muitas flores (ah, a primavera!) e casinhas construídas em encostas rochosas onde batem as ondas do mar Mediterrâneo. Eis uma das descrições possíveis para as cinco vilas que formam a famosa Cinque Terre, no norte da Itália,  próxima a Pisa (cerca de 90km) e Milão (220km). O nome delas? Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore.

O charme das pequenas vilas, no entanto, vai muito além: elas são o tipo de lugar onde você pode respirar um pouco da perfumada dolce vita italiana.

Bons restaurantes, um mar de tirar o fôlego e roupas no varal secando ao sol despretensiosamente. Tanta beleza só poderia ser tutelada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade! Na dúvida sobre o que fazer em Cinque Terre? Vem comigo!

Essa foi minha segunda vez nas terre e a passagem pelas cinco vilas fez parte de uma road trip com minha família durante o final de abril e começo de maio – o que significa temperaturas amenas e, ah que beleza, menos turistas. Cinque Terre é, na minha opinião, um desses passeios imperdíveis para quem visita pela primeira vez a Itália.

Como preparar o roteiro em Cinque Terre

Pois bem, em uma manhã de sábado fomos de carro até La Spezia e deixamos o veículo em um estacionamento público (0,80 centavos/hora). De lá, saímos de trem rumo a última terre, Monterosso al Mare.

Erro: optamos por comprar um bilhete para cada trajeto, que custo cerca de dois euros. E, a cada viagem nova entre as terre, menos dois euros na carteira. O ideal é comprar o bilhete que dura o dia todo e não há limite de trechos. O Cinque Terre Card custa 12 euros.

Monterosso é a única terre em que é possível jogar a canga sob a areia e tomar sol na praia. De lá, seguimos para Vernazza.

Além do trem, há a possibilidade de circular entre as pequenas vilas por trilhas – mas eu, infelizmente, nas duas vezes que fui não pude fazer o passeio. É que, devido às chuvas, é comum acontecerem desabamentos na região e, então, as trilhas ficam interditadas. Também é importante lembrar que, para entrar nas trilhas, é preciso ter em mãos o Cinque Terre Card. No total, são 12 km de caminhos.  Há ainda a possibilidade de fazer o passeio de barco.

 

Monterosso al Mare, em Cinque Terre. Foto: Mariana Gabellini.
Monterosso al Mare, em Cinque Terre: prepare sua canga!

Cinque Terre: onde se hospedar?

Localizada no norte do país, ela está próxima de Pisa. Separe pelo menos um dia inteiro se quiser conhecer as cidades com relativa calma. Não vale a pena fazer um bate e volta – é cansativo demais. Melhor se hospedar em uma das terre ou, se achar as diárias caríssimas, opte por uma cidade próxima.

Minha família e eu decidimos ficar em um camping em Marina di Massa – o que depois descobrimos ser uma região não tão famosa entre os turistas estrangeiros, mas com lugares interessantes para visitar, como as montanhas de mármore de Carrara. E que valem outro post!

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Riomaggiore, em Cinque Terre, na Itália
Um pedacinho de Riomaggiore, em Cinque Terre

Cinque Terre gourmet: não deixe de experimentar…

Basicamente, o passeio pelas terre consiste em circular entre as casas coloridas, tomar um gelato e degustar um ou outro petisco tradicional da região. Os frutos do mar fazem especialmente sucesso e, quando estiver em Monterosso ou Riomaggiore não deixe de provar o cone de frutos do mar, com calamares, camarão e peixes fritos bem temperadinhos com limão. Ah!

Mar de Cinque Terre
Esse Mediterrâneo não está para brincadeira, não!
Vaso de flor na janela
Sobre a beleza e a simplicidade

Há também cemitérios, castelos e estátuas que explicam um pouquinho sobre a história desse lugar tão especial. Mas, ah, o gostoso mesmo é passar por ali e aproveitar um dia bonito. Simples assim.

Monterosso al Mare, Cinque Terre, na Itália
Tons pastel por todos os lados!

 

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Mais um pouquinho de Monterosso al Mare

Fim do passeio: o pôr-do-sol incrível em Riomaggiore

Quando já tiver passado por todas as vilas, provavelmente a noite estará caindo – e o cansaço, acredite, pesando. Por isso, um pouco antes do pôr-do-sol pegue um trem rumo Riomaggiore, a terre mais próxima de La Spezia. Quando chegar lá, dispute por um lugarzinho para sentar nas rochas à beira-mar e assista o sol caindo. Em silêncio.

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O pôr do sol em Riomaggiore é de tirar o fôlego. Mesmo.

Se você pretende viajar de carro pelos campos da Toscana, vale tentar incluir Cinque Terre no roteiro de viagem – já que as vilas estão bem próximas de destinos como Florença e Pisa. Quer uma experiência incrível para colocar no roteiro de viagem? A Elizabeth Werneck contou como é caçar tartufo nas colinas da Toscana.

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