Walking tour em Copenhague: o que fazer na capital da Dinamarca a pé

Walking tour em Copenhague - Nyhavn

Pequena e cheia de vida, Copenhague é uma ótima cidade para explorar a pé, já que os principais pontos turísticos estão a poucos quilômetros de distância um do outro. Mas se preferir bicicleta, saiba também que Copenhagen é famosa por suas ciclovias – e até recebeu o título de cidade mais bike friendly do mundo!

A atmosfera hygge de cada pequeno café do caminho são atração garantida – e valem pequenas pausas entre um ponto turístico e outro. Afinal, a capital da Dinamarca também ganhou fama por sua estética minimalista escandinava – que promove sempre o bem-estar.

Se essa é sua primeira vez em Copenhague, os pontos turísticos abaixo são os destinos tradicionais de todo visitante. Mas já adianto que existem diversas atrações muito interessantes na região – e esse é um assunto para outro post que vem logo mais! Vale a pena explorar os arredores de Copenhague se você tiver mais do que dois dias na cidade.

Walking tour em Copenhague durante o inverno? Melhor não!

A dica é pegar um mapa de Copenhague no Centro de Informação Turística (em frente à entrada principal do Tivoli) ou por meio do CPH Visitor Guide, no qual o mapa é disponibilizado apenas para celulares. Veja abaixo um roteiro de dois dias em Copenhague para fazer a pé!

Dia 1

Tivoli Gardens

Inaugurado em 1843, o Tivoli Gardens é o segundo parque de diversões mais antigo do mundo, e oferece lazer para todo tipo de turista: tem montanha russa, áreas verdes e diversos restaurantes (de biergarten a brasserie). No Halloween e no Natal, o parque ainda ganha decoração temática! Veja aqui valores da entrada e horários de funcionamento. É claro, o Tivoli vale um dia completo de visita – mas por que não dar uma passadinha na frente já que a estada na cidade vai ser curtinha?

Aliás, o passeio começa aqui porque a Estação Central de Trem está logo na esquina!

Rådhuspladsen, a Praça da Câmara Municipal

Ali, do outro lado da rua, está a Rådhuspladsen, Praça da Câmara Municipal construída em 1905, com alguns pontos icônicos da cidade: a estátua do escritor dinamarquês de contos de fadas Hans Christian Andersen, autor de “A Pequena Sereia” e “A Princesa e a Ervilha”, e a Fonte do Dragão, representando a luta de um touro e um dragão.

Próxima à fonte está um pilar de pedra, marcando onde um dia estava o Vesterport, o portão oeste da cidade fortificada. Na praça você encontrará ainda Lur Blowers, a estátua de dois vikings sobre um pilar. A dupla tem um instrumento em mãos: o lur, datado da Idade do Bronze nórdica e que era usado para cerimônias e rituais religiosos. Ali também está a estátua em ouro do bispo Absalon, que fortificou a cidade em 1167 – ano considerado a fundação de Copenhagen.

Nyhavn

O cartão-postal de Copenhague não pode ficar de fora em uma visita à cidade, certo? Desde 1673, a região de Nyhavn (que em dinamarquês significa “Novo Porto”) funcionava como um porto comercial onde barcos de todo o mundo atracavam.

A área antes lotada de marinheiros e pubs hoje abriga diversos restaurantes e é especialmente animada no verão. O escritor Hans Christian Andersen morava na casa número 20. Ele também viveu nas casas número 67 e 18.

É uma delícia passear pelo waterfront e apreciar a beleza das casinhas coloridas.

Palácio Christiansborg

No Palácio Christiansborg está a atual sede do Parlamento Dinamarquês (Folketinget) e onde fica a torre mais alta de Copenhague. Mas não só: é ainda o escritório do Primeiro Ministro e da Suprema Corte da Dinamarca – sendo a única construção no mundo que abriga três poderes ao mesmo tempo.

As ruínas do castelo de Absalon (fundador da cidade), datadas do século 11 e destruídas pela Liga Hanseática, podem ser acessadas pelo público. Adultos pagam 60 DKK; para crianças (0 a 17 anos) a entrada é gratuita; com o Copenhagen Card a entrada é gratuita.

Palácio Amalienborg

O Palácio Amalienborg é a residência oficial de inverno da família real dinamarquesa. Ali, há um museu que apresenta os interiores privados dos reis e rainhas mais recentes e uma exposição sobre a monarquia hoje e suas tradições.

Troca de Guada Real no Palácio Amalienborg

É em Amalienborg também onde acontece a famosa troca da Guarda Real, chamada Den Kongelige Livgarde. Diariamente, os guardas marcham de seus quartéis em Gothersgade 100 pelo Castelo de Rosenborg pelas ruas de Copenhague e terminam em Amalienborg, onde a troca da guarda ocorre às 12h.

Dia 2

Strøget

Considerada o centro comercial de Copenhague, Strøget é uma rua apenas para pedestres e considerada um dos complexos pedonais mais longos do mundo – com 1100 metros. À noite, também vale visitar o lugar para conhecer pubs e restaurantes da região.

Rundetaarn, a torre redonda

Conhecida como Rundetaarn, na minha opinião a torre redonda é um dos lugares mais subestimados de Copenhague! Quer dizer, todo mundo lembra da estátua da Pequena Sereia, mas pouca gente fala sobre a Rundetaarn – esse lugar tão interessante e cheio de história!

A vista da Rundetaarn

Trata-se de uma torre redonda com uma rampa em espiral. Ela foi projetada em 1637 para acomodar o Observatório no topo da torre, a Biblioteca da Universidade acima da Igreja da Trindade e a própria igreja. Uma curiosidade: a torre foi construída com tijolos amarelos e vermelhos, cores da família real dinamarquesa. Lá no alto há piso de vidro bem no centro da torre, para que você possa olhar o fundo da construção com seus 25 metros de profundidade. Ali, em 1880 caiu o menino August Nielsel enquanto brincava de esconde-esconde – o pequeno sobreviveu à queda, ufa!

Atualmente, a Rundetaarn abriga concertos e exposições – vale dar uma olhada no calendário antes de visitar. A torre está aberta para visitação todos os dias, das 10h às 20h. Adultos pagam 40 DKK e crianças (5-15 anos) 10 DKK.

Kastellet

Um pouco mais afastado do centro da cidade, está o Kastellet, uma cidadela considerada uma das mais bem-preservadas do norte da Europa. Ela foi fundada pelo rei dinamarquês Christian 4 em 1626, e ali estão edifícios usados ​​como quartéis militares e escritórios. A área é aberta ao público e um ótimo lugar para caminhadas.

Ali foi preso o médico alemão Johann Friedrich Struensee, em 1772, após um baile de máscaras no Court Theatre em Copenhague. Ele foi condenado por ter um caso com aa rainha Caroline Mathilde. Vale ler sobre a conturbada história do casal.

A escultura da Pequena Sereia

A escultura da Pequena Sereia congelada durante o inverno em Copenhague

Nas proximidades de Kastellet está a escultura da Pequena Sereia, inspirada no conto de Hans Christian Andersen, feita em bronze e granito. Inaugurada em 23 de agosto de 1913, a estátua foi um presente do cervejeiro dinamarquês Carl Jacobsen para a cidade de Copenhagen.

Christiania, a cidade livre

Fundada em 1971, Christiania é uma área da cidade muito singular: antes, ali funcionava um quartel militar que foi ocupado por hippies, anarquistas, músicos e artistas que rejeitavam os ideais capitalistas no período pós-guerra. A existência de Christiania é controversa, uma vez que alguns pontos como o comércio de cannabis dentro da área ainda são bastante debatidos pelo governo e pelos habitantes de Copenhagen.

Christiania, aliás, ganhou um status especial: ela é regulada por uma lei especial, a Lei de Christiania, de 1989, que transfere partes da supervisão da área do município de Copenhague para o estado. Cerca de mil pessoas vivem na região que hoje também abriga eco-restaurantes, oficinas, galerias e diferentes tipos de experiências culturais.

Atenção, como o site da cidade adverte, Christiania não é como nenhum outro bairro de Copenhague: “de acordo com a polícia da cidade, a área ao redor da Pusher Street é controlada por grupos criminosos organizados. Os próprios residentes adotaram um conjunto de regras por razões de segurança, que aconselham fortemente os visitantes a respeitar”. Entre elas: fotografar, correr ou falar ao telefone estão proibidos.

Botanisk Have, o jardim botânico de Copenhagen

Talvez incluir o Botanisk Have em um roteiro tão curtinho seja otimismo demais, mas se sobrar templo – ou você amar plantas – inclua! O jardim cobre uma área de 10 hectares e é conhecido pelo seu extenso complexo de estufas históricas que datam de 1874.

O Jardim Botânico de Copenhague é casa de mais de 13 mil espécies, organizadas em diferentes seções, como: plantas dinamarquesas (600 espécies), plantas perenes (1.100 espécies), plantas anuais (1.100 espécies), jardins de rochas com plantas de áreas montanhosas na Europa Central e do Sul e Conifer Hill que é plantado com árvores coníferas.

No centro do Jardim Botânico está a Palm House, com 16 metros de altura, é casa de palmeiras, bambus gigantes e plantas carnívoras. Ali está uma estreita escada em espiral em ferro fundido que conduz a um corredor no topo. Mágica! A entrada custa para adultos DKK 60; crianças (3 – 17 anos) pagam DKK 40; e para crianças (0 – 2 anos) é gratuita.

Copenhagen Card: vale a pena?

Se você é do tipo que não perde um museu (ou palácio), talvez valha a pena comprar o Copenhagen Card durante a viagem. O cartão inclui a entrada de 83 atrações e transporte dentro da cidade – se você visitar a cidade no inverno (não recomendo!), você certamente usará transporte público.

Um pouco de neve em Copenhague!

Entre as atrações cobertas pelo cartão estão o Tivoli Gardens (apenas a entrada, e não os passeios nos brinquedos que são cobrados adicionalmente), a Torre Redonda, passeio de barco nos canais, Museu em Amalienborg, Rosenborg, Jardim Botânico e as ruínas em Christianborg.

O cartão é cobrado por diária: 24h (57 euros, adultos; 28 euros, crianças), 48h (83 euros, adultos; 42 euros, crianças) e 72 horas (102 euros, adultos; 51 euros, crianças), por exemplo. Por isso, vale fazer uma lista das atrações que te interessam e calcular, caso use transporte público, qual a opção mais barata. O cartão pode ser comprado antecipadamente no site da Civitatis, no site da empresa ou em pontos de venda espalhados pela cidade, como aeroporto e estação central.

Se você pretende viajar para outros países nórdicos além da Dinamarca, vale a pena ler sobre o Scandinavia Pass, uma das maneiras de economizar na Escandinávia.

Tipos de tour em Copenhague

O que não faltam são diferentes tours em Copenhague. No site da Civitatis você poderá agendar free walking tour (todo focado na Renascença!), tour de bike, tour de Segway, ônibus turístico e barco pelos canais. Tem até um tour alternativo focado nos principais movimentos contraculturais de Copenhague, com direito a murais de arte, brechós e restaurantes hispter!

Onde se hospedar em Copenhague?

Geralmente, quando vou a Copenhague costumo ficar na casa da minha irmã. Mas, em uma das vezes que visitei a cidade com o namorado, nos hospedamos no Absalon Hotel, pertinho da estação central de trem de Copenhague. Bem localizado, com bom café da manhã e com aquela aura hygge que a gente já espera de um hotel em Copenhague!

Copenhague é uma cidade cara, então vale se planejar para viajar em períodos fora da alta temporada.

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Este artigo faz parte de uma blogagem coletiva sobre walking tour. Veja também os posts de outros blogs de viagem participantes:
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O que fazer em Luang Prabang, no Laos: 10 passeios imperdíveis

O que fazer em Luang Prabang - Monge na ponte de bambu

Luang Prabang, no Laos, é uma combinação especial de arquitetura colonial (o Laos foi uma colônia francesa), budismo e belíssimas cachoeiras. Há ainda a energia dos mercados de rua… A aura de Luang Prabang é especial, de verdade. É uma cidade pequena, rústica e recheada de coisas interessantes para fazer! Em Luang Prabang dormimos em uma vila na montanha, compartilhamos vinho de arroz com os locais, andamos de caiaque, conhecemos templos, tomamos banhos de cachoeira e exploramos mercados de rua.

Nós incluímos a pacata cidade do Laos em nosso roteiro de viagem pela Tailândia e não nos arrependemos: na verdade, nossa estada de 4 dias em Luang Prabang foi uma das melhores surpresas do roteiro – e até gostaríamos de ter passado até mais tempo por ali!

Onde fica Luang Prabang?

Luang Prabang está localizada em um vale, bem na confluência do rio Mekong (um dos maiores rios do mundo!) e do rio Nam Khan. Até 1975, Luang Prabang foi capital do reino do Laos, mas há indícios de que o lugar é povoado há, pelo menos, 10 mil anos. Ali está também um complexo de templos budistas: Wat Xieng Thong, Wat Mai e Wat Visoun. Não se espante se encontrar bandeiras comunistas por ali: o Laos é uma república socialista de partido único.

Bandeiras comunistas e bandeiras do Laos em Luang Prabang

Luang Prabang é lar de diferentes grupos étnicos: o povo Khmu é o maior grupo étnico da província (44%), seguidos pelo povo Hmong (16%) e Lao Lom (39%), o povo que habita as terras baixas e os vales.

A cidade está listada como Patrimônio Mundial da Unesco, por sua arquitetura bem preservada e ser exemplo da fusão da arquitetura tradicional do Laos com as construídas pelas colonos europeus nos séculos 19 e 20.

Como chegar a Luang Prabang?

As montanhas do Laos vistas do avião

Chegamos no aeroporto de Luang Prabang a partir de um vôo de Bangkok. Dali, pegamos um tuktuk do aeroporto de Luang Prabang com destino ao centro da cidade (cerca de 4km de distância). Há também vôos chegando de Vientiane, capital do país, e Hanoi, no Vietnã.

É possível chegar em Luang Prabang de outras duas maneiras: terrestre (ônibus ou mini vans saindo de Vientiane – cerca de 340 km em uma viagem que leva de 7 a 12 horas em uma estrada cheia de curvas) e aquática (cruzeiros pelo rio Mekong). Nós optamos por voltar para a Tailândia em um cruzeiro pelo rio Mekong.

O que fazer em Luang Prabang: 10 passeios para colocar no roteiro

Selfie com tuk-tuk porque sim

Por ter sido capital do Reino do Laos, Luang Prabang é uma cidade riquíssima em história. É também um destino dos sonhos para quem aprecia conhecer templos e locais sagrados. Ama natureza? Bem, Luang Prabang é deslumbrante nesse sentido também.

Tak Bat, a ronda das almas

Conhecido como a “ronda das almas”, o Tak Bat é uma cerimônia tradicional budista que acontece em Luang Prabang. Todos os dias, a partir das 5h30 da manhã, monges de diferentes templos da cidade saem descalços e em silêncio, em uma fila indiana, para recolher a comida oferecida para eles.

Centenas de monges em suas túnicas cor de açafrão reproduzem o que o Buda fez na sua época: ele também percorria as ruas descalço todas as manhãs em busca de doações.

Lembre-se de respeitar algumas regras durante a cerimônia: não toque nos monges, mantenha distância, vista-se corretamente para a ocasião. permaneça em silêncio e não use flash na hora de fotografar.

Palácio Real de Luang Prabang

O antigo Palácio Real de Luang Prabang (também conhecido como Haw Kham) hoje abriga um museu que conta a história do país e da realeza do Laos.

O palácio foi construído em 1904 e apresenta uma mistura do estilo tradicional do Laos com referências francesas. Ele foi construído para o rei Sisavang Vong e sua família durante a era colonial francesa. Depois da revolução de 1975, o prédio foi assumido pelo governo, convertido em museu nacional e aberto ao público em 1995.

Templos budistas

Conhecida como “a cidade dos mil templos“, Luang Prabang não ganhou esse título por acaso: a cidade é salpicada de construções sagradas que valem a visita – e o encantamento!

Templo da Cidade Dourada (Wat Xieng Thong) é considerado um dos templos mais bonitos de Luang Prabang. O lugar foi construído na segunda metade do século 16 e ficou famoso pelos seus mosaicos de vidro e painéis dourados. Ali, também era onde os futuros reis do Laos eram coroados.

Kuang Si, as cachoeiras mais famosas do Laos

Decidimos visitar as famosas cachoeiras de Kuang Si percorrendo o caminho de bicicleta. São cerca de 30km de Luang Prabang até o Parque Tat Kuang Si, onde estão as cachoeiras de Kuang Si.


Confesso que talvez essa não tenha sido uma ideia maravilhosa para mim, que não estava lá muito fit, e sofri com as subidas do caminho. Resultado: na volta, negociei com um motorista de Jeep e, por fim, voltei sozinha – minha bicicleta e eu. Se você prefere menos aventura, vale agendar uma minivan até as cascatas.

As cachoeiras de Kuang Si são mesmo uma maravilha natural! Com águas azul turquesa, as cachoeiras possuem três quedas – sendo a maior delas de 60 metros. A água é bem fria – mas vale o mergulho! No Parque Tat Kuang Si também há uma área de proteção de ursos.

A taxa de entrada para o Parque Tat Kuang Si é de 20.000 kip (cerca de R$ 11,80 em abril de 2021) e a cachoeira está aberta para visitação diariamente das 8h30 às 17h30.

Caiaque no Rio Nam Khan e Cavernas Pak Ou

A confluência dos rios Mekong e Nam Khan é bonita demais para não ser apreciada. E a natureza que circunda os rios também! Por isso, decidimos fazer um passeio de meio dia de caiaque e descer o rio Nam Khan até o rio Mekhong. No caminho, paisagens com paredões imensos de pedra e praias de pedras brancas, quando a floresta dava uma trégua.

Ao chegar no Mekong era perceptível a grandiosidade do rio, que corta o Vietnã, Tailândia, Laos, China, Camboja e Mianmar – e o tamanho das embarcações que cruzavam nosso caminho também!

Já no Mekong, remamos até chegar às duas cavernas Pak Ou, famosas por abrigar budas defeituosos. As cavernas estão localizadas a 25 quilômetros do norte de Luang Prabang, nas margens do rio Mekong.

Trekking e visita a aldeias Hmong e Khmu

Um dos passeios mais incríveis de Luang Prabang – e, arrisco a dizer, dessa viagem que incluiu também a Tailândia – foi o trekking que nos levou às vilas Hmong e Kmu, povos que vivem nas montanhas do Laos. Para isso, contratamos um guia em uma agência de viagens

Trekking em Luang Prabang: detalhes da flora do Laos

Passamos a noite em uma cabana construída de madeira por um dos moradores, que virou uma espécie de pousada para os visitantes. À noite, um grupo de moradores se reunia em uma das casas para compartilhar um grande jarro de vinho de arroz.

Mercado noturno de Luang Prabang

E como não poderia falar em qualquer roteiro de viagem no Sudeste Asiático, em Luang Prabang não faltam mercados para explorar.

Mercado noturno de Luang Prabang: onde encontrar os melhores souvenirs de viagem

O mercado noturno de Luang Prabang acontece na avenida principal (Avenida Sisavangvong) todas as noites, das 17h às 23h. Ali você encontrará uma seleção de artesanato, roupas e, claro, comida! São cerca de 300 barracas vendendo sucos, bolsas, peças feitas à mão e as clássicas calças de elefante que os mochileiros usam.

No mercado noturno de Luang Prabang comprei uma bolsa redonda de palha – muito mais barata do que nos mercados de Bangkok (paguei cerca de 60 reais)! Também barganhei lembrancinhas para a família, como mobiles de elefantinhos coloridos para os sobrinhos e camiseta Beer Laos para o meu pai.

Em um beco da Sisavangvong você encontrará inúmeras barraquinhas de comida. Nesse caso, a comida não se compara aos mercados de Bangkok, mas vale a experiência.

Na orla do rio Mekong estão inúmeros restaurantes que oferecem o churrasco típico do Laos, no qual uma sopa cozinha na panela enquanto a carne grelha por cima.

Falando em comida, que tal conferir os melhores lugares para comer em Bangkok, na Tailândia? O buffet de frutos do mar é imperdível!

Pôr-do-sol no Monte Phousi

A pequena montanha de cerca de 100 metros tem visão privilegiada para a confluência dos rios Mekong e Nam Khan e toda a natureza exuberante que os rodeia. Dali, vale a pena apreciar o nascer ou pôr-do-sol. Lá no alto está a pagoda That Chomsi.

Nas encostas do Monte Phousi, estão inúmeros altares e templos com diferentes representações de Buda, como o Buda deitado. A entrada para o Monte Phousi custava 20,000 kip.

Caminhar na orla do Mekong

Monge na ponte de bambu de Luang Prabang

No Laos, a vida gira em torno dos rios do país. O rio Mekong funciona meio de transporte e, em algumas regiões, como fronteira do país. Em Luang Prabang, o charme da cidade mora também na orla do rio, com diversos restaurantes, cafés e pequenos píeres. A ponte de bambu, aliás, já virou ponto turístico!

Cruzeiro no rio Mekong

Outra ótima ideia é fazer um passeio de barco no rio Mekong ao entardecer. O pôr-do-sol é magico! Os passeios de barco pelo Mekong podem incluir drinques e até jantar à bordo.

Nós optamos por ir até a fronteira do Laos com a Tailândia em um cruzeiro de barco – e essa é uma ótima opção para quem quer conhecer mais do interior do país.

Roteiro de viagem: 4 dias em Luang Prabang

Dia 1: Caminhada na orla do Mekong; Pôr-do-sol no Monte Phousi
Dia 2: Palácio Real; Templos Budistas; Mercado Noturno
Dia 3: De bicicleta até as cascatas Kuang Si
Dia 4: Trilha e pernoite até vilas Hmong e Khmu
Dia 5: Cruzeiro de Luang Prabang a Huay Xai (fronteira com Tailândia)

Onde se hospedar em Luang Prabang

Jardim do hotel Parasol Blanc, em Luang Prabang

Nos hospedamos em dois hotéis diferentes durante nossa estada na cidade: Parasol Blanc (3 noites), dono de um belo jardim e com um café da manhã maravilhoso, e Ananta Villa (1 noite).

Outras opções bem recomendadas são o My Dream Boutique Resort, Muangthong Boutique Hotel e NamKhan Ecolodge (afastado do centro, mas perfeito para quem ama ficar no meio da natureza).

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+ Veja o guia de viagem completo na Tailândia do blog Até Onde Eu Puder Ir.

Informações úteis sobre o Laos

Idioma: Lao
Moeda: Kip laosiano
Visto para brasileiros: É preciso preencher um formulário (no caso de transportes aéreos, geralmente distribuídos no próprio avião), a apresentação de duas fotografias e o pagamento de taxa (cerca de US$ 35). O aeroporto de Luang Prabang oferece serviços de visto na chegada – mas isso não acontece com todos os postos de fronteira.
Melhor época para visitar: Entre novembro e fevereiro, quando a chuva dá uma trégua e o calor não é extremo.

Mosaicos de Ravena: a cidade italiana que respira arte bizantina

Mosaicos de Ravenna, na Itália

Localizada na Emilia-Romanha, ali pertinho do Mar Adriático, Ravena é um dos destinos turísticos mais famosos da região. Não por acaso: a cidade foi a última capital do Império Romano do Ocidente, após a queda de Roma no século 5.

Ao sair do trem na estação de Ravena, você provavelmente terá a impressão de que se trata de só uma cidade italiana sem grandes atrativos. Mas, felizmente, as aparências enganam – e a beleza de Ravena mora justamente aí!

As maravilhas de Ravena estão escondidas dentro de construções de tijolinhos. Vistas do lado de fora, os monumentos não prometem muito – é preciso entrar em cada edifício para se surpreender com a riqueza de detalhes e cores. Ali estão tesouros da humanidade que receberam o título Patrimônio Histórico da Unesco.

Tão bonitos quanto bem preservados, os mosaicos de Ravena são uma ótima parada para incluir no roteiro de viagem se você está visitando a Emília-Romanha.

Breve história de Ravena

Renascentismo por aqui? Hoje não!

Ravena foi a capital do Império Romano no século 5 e depois da Itália Bizantina até o século 8. Por isso, é lar de uma coleção única de mosaicos e monumentos cristãos primitivos.

Ao total, são oito edifícios construídos nos séculos 5 e 6. São eles: o Mausoléu de Galla Placidia, o Batistério Neoniano, a Basílica de Sant’Apollinare Nuovo, o Batistério Ariano, a Capela Arquiepiscopal, o Mausoléu de Teodorico, a Igreja de San Vitale e a Basílica de Sant’Apollinare in Classe.

Mosaicos bizantinos de Ravena

Detalhes da Capela Arquiepiscopal

O conjunto de oito monumentos religiosos, decorados com mármores preciosos, estuques e mosaicos, refletem os principais eventos históricos, políticos e religiosos que ocorreram em Ravena, que se tornou a capital do Império Romano Ocidental em 402 DC, e permaneceu proeminente primeiro entre os ostrogóticos (povo germânico que surgiu na região meridional da Escandinávia) e depois como a capital bizantina na Itália durante os séculos 5 e 6.

Gustav Klimt e os mosaicos de Ravena

Dizem que o pintor simbolista Gustav Klimt ficou tão impressionado com os mosaicos de Ravena em sua dupla visita à cidade em 1903 que a cor dourada dos mosaicos influenciou seu período áureo – a chamada “fase dourada”. O resultado disso? Uma das suas mais célebres obras: “O Beijo” [pintura 2]. Outra obra conhecida por representar muito bem a fase dourada de Klimt é “O Retrato de Adele Bloch-Bauer I” [pintura 1].

Convenhamos: não é difícil perceber as similaridades entre as obras do pintor austríaco e os mosaicos bizantinos de Ravena, certo? A abundância de formas geométricas e muito, muito dourado não negam as referências artísticas de Klimt.

Basílica de San Vitale e Mausoléu de Galla Placidia

A exuberante cúpula da Basílica San Vitale

A Basílica de San Vitale é o monumento mais visitado de Ravena. Ela foi encomendada pelo bispo Ecclesio em seu retorno de uma viagem a Constantinopla em 525 e financiada por Giuliano Argentario. A basílica foi construída sobre uma capela do século 5 dedicada a San Vitale, e foi consagrada em 547 pelo bispo Maximiano, que encomendou a decoração interior.

A pequena construção em forma de cruz ao lado da Basílica de San Vitale, na minha opinião, está entre as mais bonitas que visitamos em Ravena. A responsável pela construção do mausoléu foi a própria Galla Placidia (386 – 450 DC), irmã do imperador romano Honório que transferiu a Capital do Império Ocidental de Milão para Ravena em 402 DC.

De acordo com estudiosos, ela mandou construir este pequeno mausoléu com planta em cruz latina por volta de 425-450 como seu próprio local de descanso. O mausoléu, no entanto, nunca foi usado para esse fim: após a morte, a imperatriz foi sepultada em Roma em 450.

Um céu estrelado no Mausoléu de Galla Placidia

Repare na beleza do céu estrelado feito de mosaicos. Os temas simbolizados em mosaico mostram traços da influência da tradição helênico-romana e cristã. Ali, está representada a vitória da vida eterna sobre a morte de diferentes perspectivas.

Batistério Neoniano

De forma octogonal, o Batistério Neoniano é considerado o edifício batismal mais bem conservado do mundo, tanto pela estrutura arquitetônica como pelo seu interior, decorado com mármore e mosaicos. Dos batistérios mais antigos, construídos entre os séculos 4 e 5 em Antioquia, Constantinopla, Éfeso, Trier, Milão, Aquiléia e Roma, apenas sobrevivem as paredes do perímetro ou apenas a planta.

O Batistério Neoniano foi construído em meados do século 5, quando o bispo Neone (450-475) decidiu refazer a cobertura do batistério da catedral, que o bispo Orso havia erguido algumas décadas antes.

Basílica de Sant’Apollinare Nuovo

Localizada bem no coração do centro histórico de Ravena, a Basílica de Sant’Apollinare Nuovo é a definição de riqueza de maneira visual.

Foi construída por Teodorico, rei dos Godos, entre 493 e 526, como uma basílica palatina. Apesar da origem ariana, a decoração em mosaico interno mostra duas fases diferentes na construção: por volta de 561, após a expulsão dos godos da cidade, a igreja foi convertida à ortodoxia católica.

Capela Arquiepiscopal

Entre papagaios e pavões na Capela Arquiepiscopal, em Ravena

Ao sair do jardim do Batistério Ortodoxo, está uma escadaria que leva quem visita a uma experiência única: uma pequena capela escondida dentro do Museu do Arcebispo. Trata-se do único exemplo de uma capela arquiepiscopal cristã primitiva que sobreviveu intacta e a única igreja ortodoxa construída durante o arianismo teodórico.

Os mosaicos da capela, povoados por aves como pavões, papagaios e perdizes, datam da época do Bispo Pedro II (494-519), período em que coexistia em Ravena duas confissões religiosas: a Ariana e a Ortodoxa Católica. Os mosaicos são de uma beleza ímpar.

Batistério dos Arianos

Em formato octagonal, o Batistério dos Arianos possui mosaicos que mostram o batismo de Cristo e ao redor, representações dos apóstolos. O batistério é do fim do século V (governo do Teodorico). Infelizmente, os mosaicos encrustrados na parede se desprenderam com o tempo, e

Mosaicos de Ravena: ingresso único

Para conhecer cinco dos monumentos históricos (Basilica di San Vitale,
Basilica di Sant’Apollinare Nuovo, Museo Arcivescovile, Battistero Neoniano, Mausoleo di Galla Placidia), é possível comprar um bilhete no valor de 10,50 € com validade de uma semana.

Por meio do site de reservas online, ainda é possível reservar o horário da visita sem precisar entrar na fila. Recomendo um dia completo, com manhã e tarde, pelo menos, para conhecer os cinco monumentos. Chegamos em Ravena no começo da tarde e a visita teve que ser apressada, infelizmente. Pecado!

Para o acesso ao Mausoléu de Galla Placidia e ao Batistério Neoniano, é preciso pagar uma integração do bilhete único: suplemento para a gestão do fluxo turístico 2 € (a pré-reserva obrigatória).

Vale visitar também: Túmulo de Dante Alighieri

Arte de rua em Ravena: Dante e Beatrice

O autor de A Divina Comédia, está sepultado em Ravena, onde morreu em 1321. Foi ali que o célebre escritor viveu em exílio seus últimos anos. O túmulo está localizado próximo à Basílica de San Francesco, no centro da cidade.

Como chegar em Ravena

Ravena esta localizada na Emília-Romanha e é o bate-volta perfeito a partir de Rimini ou Bologna para explorar a região – que ainda possui outros destinos interessantes, como San Marino. Pela praticidade, a melhor maneira de chegar em Ravena é por meio de trem.

As passagens de trem podem ser compradas no site do Trenitalia ou diretamente na estação. De Bologna a Ravena, a viagem dura pelo menos uma hora (7,35 €, a mais barata). De Rimini a Ravena, a viagem de trem costuma durar também cerca de uma hora (mas custa só 4,75 €; com valores de abril de 2021) .

Onde se hospedar em Ravena

Geralmente, quem visita a cidade costuma passar apenas um dia em Ravena, por isso ela é um perfeito bate-volta de outras cidades que funcionam como base para explorar a região, como Rimini e Bologna. Mas se você pretende passar uma ou mais noites em Ravena, a dica é se hospedar bem no centro, pertinho de tudo e de onde é possível visitar todos os pontos turísticos a pé.

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Bem recomendado, o Palazzo Galletti Abbiosi está em um antigo e nobre edifício do século 18. Tem ambiente histórico, mas a decoração é minimalista e as instalações são modernas com academia, capela e tetos com pinturas do século XIX.

Já o Palazzo Bezzi Hotel é um hotel 4 estrelas com um belo terraço com vista para a cidade. O spa do hotel tem banho turco, sauna e chuveiro sensorial.

Uma opção mais em conta é o B&B Villa Noctis, localizado a apenas 400 metros de San Vitale. O B&B oferece o tradicional café da manhã italiano com doces, bebidas quentes, bolos caseiros e produtos orgânicos – quitutes sem glúten também disponíveis.

A 5 minutos a pé do Museu Galla Placidia, da Basílica de San Vitale e da Piazza del Popolo está a Villa Santa Maria Foris, com decoração retrô e elegante, além de um pátio com um belo jardim.

Bate-voltas a partir de Ravena

Rimini: Famoso balneário da Riviera Romagnola nos anos 70 e 80, Rimini é muito mais do que praia. A cidade também guarda tesouros do período romano, como o Arco D’Augusto e ponte Tibério.

San Marino: O pequeno país localizado bem no coração na Itália está a poucas horas de Ravena e ao lado de Rimini. Vale a pena conhecer o belo castelo sobre o Monte Titano.

Na Itália, há arte por toda a parte! Mas, às vezes, ela aparece onde a gente imagina. Veja onde encontrar arte ao ar livre em Milão – um passeio perfeito para os dias de verão!

Outros posts sobre a Itália


Kotor, Montenegro: explorando os mais belos fiordes do Mar Mediterrâneo

Baía de Kotor, em Montenegro

Uma das cidades mais bonitas de Montenegro e, talvez, da Europa. A belíssima cidade de Kotor, também conhecida como Cattaro, está localizada em Montenegro, um minúsculo país dos Balcãs, e impressiona pela localização de beleza ímpar: bem escondida no final de um fiorde – os fiordes mais setentrionais da Europa, aliás.

As suas águas são cristalinas e cor de esmeralda, as montanhas acinzentadas crescem repentinamente 1500 metros e o verde que ali brota ganha tons amarelados no outono. Palmeiras por toda a parte. Se você reparar bem, olhando de longe perceberá uma muralha que sobe a montanha a partir da cidade. No topo, um castelo medieval. E essa é só a primeira impressão de Kotor, conhecida como pérola do Adriático.

É difícil não se impressionar com a beleza exuberante de Kotor.

“No nascimento de nosso planeta, o encontro mais bonito entre a terra e o mar deve ter sido na costa montenegrina”
— Lord Byron

A frase acima foi escrita pelo poeta inglês Lord Byron quando visitou Montenegro no século 19. E desconfio que, ainda hoje, quem visita Kotor pela primeira vez tem a mesma impressão…

Na Idade Média, Kotor era um importante centro comercial e artístico com escolas de iconografia e alvenaria. Suas construções preservadas, com palácios e conjuntos monásticos, rendeu ao lugar um posto na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco.

Kotor foi nossa última parada durante a viagem de carro por Montenegro e fechou com chave de ouro nossa primeira visita ao país. Foram duas noites bem vividas e, definitivamente, um dos highlights dessa viagem pela Croácia e Montenegro. Você vai entender o porquê logo mais!

Baía de Kotor, em Montenegro
Apreciar o visual de cada cantinho – uma das grandes vantagens de viajar de carro em Montenegro

Onde está Kotor (e como chegar)?

Kotor está localizada na costa da Montenegro, na região norte do país, bem pertinho da fronteira com a Croácia. Os aeroportos mais próximos são os aeroportos de Dubrovnik (71,3km) e Podgorica (81km). Há ainda o aeroporto de Tivat, localizado a 7,9 km do centro da cidade, mas que atende principalmente companhias aéreas regionais.

Vista a partir da fortaleza de Kotor, em Montenegro

O que fazer em Kotor: 10 atividades para colocar no roteiro

1. Old Kotor: um passeio pela Cidade Velha

A viagem em Kotor quase sempre começa com um passeio pela cidade antiga. A cidade murada guarda belezas como igrejas, restaurantes e até bazar entre suas ruelas de pedra. Em apenas uma tarde ou manhã é possível explorar o que o lugar tem de melhor. Mas também é uma delícia percorrer as ruelas em busca de tesouros arquitetônicos sem prestar atenção no relógio. Há muito o que fazer na baía de Kotor!

2. Pausa para um café (gelado!)

Em um dia de verão, pode ser desconfortável passar a tarde explorando as ruelas. O calor é de outro mundo! Por isso, uma pausa em um dos cafés da cidade antiga para um affogato é mais do que bem-vinda.

Em nossa viagem em 2020, as ruas estavam vazias porque não haviam cruzeiros ancorados no porto de Kotor. Mas dizem que a cidade fica lotadíssima no verão – e eu acredito.

3. Trilha para a fortaleza de Kotor

A trilha para a fortaleza é, talvez, o passeio mais conhecido de Kotor. Também, pudera, a vista é linda lá do alto! Ela consiste em uma escadaria até as ruínas do Castelo San Giovanni. A subida é cansativa, mas não é difícil. Levamos cerca de 40 minutos para subir, mas geralmente o percurso dura pelo menos uma hora. Dizem que são mais de 1200 degraus, ufa!

De lá do alto: a vista para os fiordes da trilha para o Castelo San Giovanni

O melhor horário é logo pela manhã, antes do nascer do sol – e antes que o calor de verdade comece! A partir das 8 horas da manhã (até às 20h), há um controle no começo da trilha cobrando a entrada de 8 euros. Passamos antes disso e não fomos cobrados. Quer uma dica? Vá de tênis e leve água!

Dali, saímos por uma pequena escada que nos levou onde pastores ainda hoje criam cabras. Passamos por uma pequena igrejinha abandonada, a Sveti Juraj, e seguimos até encontrar um pequeno negócio com vista para a baía. Ali, uma família montou um pequeno negócio em seu sítio escarpado onde vende queijos de cabra produzido ali mesmo. Uma delícia! Dali, é possível pegar uma outra trilha que zigue-zagueia até a baía.

Segunda trilha: o caminho em zigue-zague até a cidade

4. Passeio de barco pela baía de Kotor

Arrisco-me a dizer que este foi definitivamente um dos passeios mais legais da viagem. Com cerca de três horas, a primeira parada do passeio foi na Igreja Nossa Senhora das Rochas, bem no meio da baía de Kotor, e uma das ilhas de Perast.

Passeio de barco na Baía de Kotor: as ilhas artificiais abrigam igrejas e museus

A Igreja Nossa Senhora das Rochas é um templo católico com aparência por muçulmana não por acaso: foi construída assim para evitar ser atacada pelo Império Otomano. Diz a lenda que a ilhota foi construída após marinheiros encontrarem ali uma estátua da virgem Maria em 1452. A partir de então, sempre que retornavam de uma viagem bem-sucedida, os marinheiros lançavam uma pedra na baía.

Seguimos rumo a Gruta Azul, fora da baía. Antes, entramos em um dos túneis para submarinos usados na Segunda Guerra Mundial. Do barco, também avistamos a Fortaleza de Mamula na ilha Lastavica – e que, atualmente, está sendo transformada em resort de luxo. A fortaleza foi considerada o ponto mais austral da K.U.K. Kriegsmarine, a marinha do Império Austro-Húngaro. Depois, foi usada como prisão fascista por Mussolini. E, infelizmente, agora por conta da construção do resort não está mais aberta a visitação.

Na Gruta Azul, foi possível dar um mergulho na beleza de imensidão azul.

O passeio pode ser reservado antecipadamente pela Civitatis. Há duas possibilidades: o passeio de duas horas, com visita a Nossa Senhora das Rochas e a vila de Perast; e o passeio de três horas, que inclui além da Nossa Senhora das Rochas, também a Gruta Azul e os túneis. O agendamento pode ser feito aqui.

5. Explorar as igrejas de Kotor

O que não faltam são igrejas em Kotor! Pequeninas, grandiosas, na trilha… Um dos destaques é a Igreja Blazena Ozana no centro antigo de Kotor. Lá estão os restos mortais da santa Blazena Ozana (ou Osanna de Cattaro) em um caixão de vidro.

6. Um banho de mar na praia

Se você visitar Kotor no verão, uma pausa em uma das praias ou píeres espalhados pela baía é essencial para lidar com o calor. Ali, pertinho do centro, há uma opção de praia sem areia, mas com pequenas pedras e águas cristalinas.

Uma belezinha a praia de Kotor, não?

7. Conhecer o bazar

Como muitas cidades mediterrâneas, Kotor abriga um bazar onde os comerciantes antigamente faziam negócios. Hoje ocupado por barraquinhas de souvernirs, o bazar de Kotor vale uma visita rapidinha. Ele está localizado entre a Saint Claire Church e a Saint Nicholas Church.

8. Desvendar a baía de Kotor

Duas pequenas cidades nas margens da baía de Kotor geralmente são parada obrigatória de quem passa alguns dias a mais em Kotor. São elas: Lovcén e Perast.

9. Esbaldar-se com frutos do mar

Assim como outros países do Mediterrâneo, Montenegro é casa de uma gastronomia rica em ingredientes da terra como azeitonas e berinjela, mas também vindos do mar. Melhor: os preços dos pratos são relativamente mais baratos do que os países vizinhos, Grécia e Croácia.

Lulas grelhadas e o tradicional acompanhamento de batatas com espinafre

O peixe é o carro-chefe da culinária montenegrina. A versão grelhada tradicionalmente acompanha salada de batatas e espinafre refogado. A tradicional salada Shopska sempre é uma boa pedida. Ostras e salada de polvo? Podem vir!

10. Day trips: explore as cidades vizinhas

Kotor é a cidade mais visitada de Montenegro, e também pode servir como ponto de partida para day trips para outros lugares interessantes.

Dubrovnik, na Croácia: a apenas 92 km de Kotor


Parque Nacional de Lovcén – É a montanha que deu inspiração ao nome Montenegro, por causa de suas densas florestas. É o destino perfeito para quem gosta de trilhas: no alto da trilha mais famosa está enterrado o enterrado o poeta montenegrino Petar II Petrović-Njegoš. Bônus: a estrada que vai de Kotor ao parque é cenográfica com suas curvas fechadas.

Dubrovnik – A verdade é que muita gente vem de Dubrovnik e tem Kotor como day trip. Apenas 92 km separam as duas cidades – lembre-se que Montenegro não faz parte da União Europeia e, por isso, ainda há o controle fronteiriço.

BudvaApenas 22 km separam Budva e Kotor. Localizada na costa do país, Budva é conhecida por ser um destino de férias muito badalado. Clubes e belíssimas praias dão o tom na agitada cidade – mas eu confesso que o charme mora mesmo é na cidade antiga.

Onde ficar em Kotor?

Em Kotor, hospede-se na Cidade Velha para ficar por dentro do burburinho noturno do lugar. Os restaurantes nas praças e toda a aura de cidade medieval deixam a experiência muito mais interessante.

Palazzo Drusko: decorado com móveis de 150 anos
Cada detalhe do Palazzo Drusko era bem especial…

Nos hospedamos duas noites no Palazzo Drusko, localizado em um palazzo de pedra de 600 anos de idade bem no centro da cidade antiga. Cada quarto possui uma temática e é decorado com móveis de 150 anos de idade. Super charmoso! Apesar de não oferecer café da manhã, o hotel possui uma cozinha comunitária.

Se a sua intenção é aproveitar a baía com tranquilidade, o HUMA Kotor Bay Hotel and Villas, com uma praia privativa, pode ser uma ótima ideia. O hotel funciona como um grande clube a 3,6 km do centro histórico de Kotor.

Prefere uma vila com vista para a baía? Então dê uma olhada na Villa Me Gusto. A vila possui piscina com vista para as montanhas e a baía e hidromassagem coberta. Está a 8 km de Kotor.

Onde comer em Kotor?

Há diversos restaurantes charmosos dentro da cidade murada. O restaurante Cesarica é famoso pelos frutos do mar e tem um ótimo custo-benefício – a foto acima das lulas grelhadas foram tiradas lá!

Se procura por uma boa sobremesa ou apenas um refresco para uma tarde de calor, a Marshall’s Gelato é famosa por tem um dos melhores gelatos da cidade.

Mais informações úteis

Capital: Podgorica
Língua: Montenegrino, uma língua bem parecida com o croata e o sérvio.
Moeda: Euro (apesar de Montenegro – ainda – não fazer parte da União Europeia!).
Clima/Quando Visitar: Julho e Agosto são os meses de alta temporada, quando o clima está seco e muito quente (e os preços estão lá no alto!). Nós viajamos em Agosto e confesso que entre 12h e 15h era muito difícil fazer qualquer atividade ao ar livre por causa do calor extremo. Maio, Junho, Setembro e Outubro são meses em que as temperaturas estão mais amenas e ainda é possível nadar, mas alguns bares e restaurantes podem estar fechados.
Visto para brasileiros: Dispensa visto por até 90 dias.

Você também encontrará mais informações no nosso roteiro de uma semana de viagem de carro em Montenegro.

Bike tour em Liubliana: explorando os highlights da capital da Eslovênia

Centro de Liubliana, na Eslovênia

Liubliana é pequenina e acolhedora. Também é hospitaleira e sabe receber o turista com tanta gentileza que parece colo de mãe. A viagem, que foi uma continuação da visita ao Big Berry, no sul do país, fechou com chave de ouro e só me fez ficar ainda mais apaixonada pela Eslovênia!

Liubliana - Centro Histórico
Centro de Liubliana e suas casinhas em tons pastel

O centrinho de Liubliana é super charmoso com suas casinhas em tons pastel, mas não pára por aí… Tudo fica ainda mais encantador porque ali não circulam carros – apenas pedestres, bicicletas e carrinhos de golfe, em um serviço gratuito oferecido pela prefeitura. A Eslovênia não ganhou fama de Green Slovenia por acaso, né? Por isso, uma das melhores maneiras para explorar a cidade – que é bike friendly – é em um passeio de bicicleta, claro!

Postais de Liubliana
Postais de Liubliana

Liubliana de bike, a melhor opção

Um passeio de bicicleta pelo centro de Liubliana é uma ótima opção para conhecer o que a cidade tem de melhor. E isso é tão verdade que o órgão de turismo da cidade oferece tours guiados pelos principais pontos turísticos de Liubliana. Em apenas um dia é possível conhecer os principais pontos turísticos da cidade e ainda ficar com gostinho de quero mais. Um tour de bike também é uma ótima maneira de aproveitar um belo dia enquanto conhece os principais parques e centros culturais.

Tour de bicicleta e os principais pontos turísticos

O tour de bicicleta em Liubliana tem duração de três horas, é oferecido em inglês ou esloveno e inclui guia profissional, aluguel da bicicleta, capacete e um lanchinho com doces tradicionais eslovenos.

Liubliana_ Dragon Bridge
A famosa Dragon Bridge de Liubliana

O tour de bicicleta em Eslovênia começa no centro histórico e segue para a periferia da cidade. Tudo começa com a lenda que tornou Liubliana The Dragon City.  Não é exagero… Em Liubliana, você verá dragões por todas as partes! Nas placas dos carros, na bandeira da cidade, em vários escudos espalhados pelas lojas e, claro, na Ponte do Dragão.

Dragão, a lenda-símbolo de Liubliana

Bem, diz a lenda que a história de Liubliana começou com Jason e os Argonautas. Essa turma com nome de banda de pop rock foi responsável por fundar a capital do país!

Jason era um herói grego que roubou o Velocino de Ouro do rei do Mar Negro. Após o furto, Jason fugiu em uma nau chamada Argo até a foz do rio Danúbio. Juntamente com os argonautas, Jason chegou ao rio Ljubljanica. Como era inverno, decidiram acampar perto da nascente do rio Ljubljanica. Ali perto, encontraram um grande lago e um pântano onde vivia um dragão. Jason heroicamente lutou contra o monstro até matá-lo. E é por isso que Jason é considerado o primeiro cidadão de Liubliana.

A famosa Ponte Tripla

Liubliana_ Jakov Brdar
Uma das obras de Jakov Brdar no centro de Liubliana

No centro de Liubliana conhecemos a história da cidade, a famosa Ponte Tripla e vimos de pertinho a perturbadora obra do artista plástico Jakov Brdar.

Jardim Botânico, Tivoli Park e bairro de Krakovo: verde por toda parte!

Depois, pedalamos pertinho do rio Ljubljanica (onde vimos nutrias nadando sem timidez alguma) e seguimos para o charmoso Ljubljana Botanic Garden. Lá, ganhamos nossa cestinha de guloseimas com doces tradicionais eslovenos. Comemos por ali mesmo, porque garoava lá fora (mas a intenção era um pique-nique no parque Tivoli).

Liubliana - Jardim Botanico
Jardim Botânico de Liubliana: charmoso e cheio de cactos!

Metelkova mesto: Liubliana respira arte de rua!

Conhecemos as hortas do bairro de Krakovo – onde os moradores ainda mantém aquele ar de roça enquanto ainda cultivam os próprios vegetais no quintal, em casas localizadas bem no centro da cidade (Green Ljubljana again, babe!).

O Parque Tivoli e sua exposição permanente nos encantou sim, mas foi Metelkova mesto, um centro de cultura alternativa, que me surpreendeu de verdade! O nosso tour terminou ali, cheio de arte, cores e graffitti. Inspiração para dar e vender!

Metelkova mesto: o centro cultural alternativo em Liubliana
Metelkova mesto: o centro cultural alternativo em Liubliana

A área repleta de grafitti recebe exposições de arte, exibições e festas onde se apresentam DJs do mundo todo. Tudo começou quando em 1993 um grupo de artistas ocupou o antigo complexo do exército austro-húngaro (construído no final do século 19) para evitar que ele fosse derrubado. Metelkova mesto então se encheu de vida e cor e vive até hoje como um centro de arte alternativo.

Liubliana_ Metelkova mesto

E o que faltou conhecer no tour?

Infelizmente o castelo de Liubliana ficou para depois – mas esse é só mais um motivo para voltar a Liubliana, né?  Localizado no topo de uma montanha, bem no centro da cidade, o castelo medieval é o edifício mais marcante do skyline de Liubliana.

Como fazer a reserva do tour de bicicleta?

O tour de bicicleta em Liubliana é sazonal. Ou seja, só é oferecido de abril a setembro, por causa da temperatura (ninguém quer andar de bicicleta no frio, né?).  A reserva pode ser feita online no site da secretaria de turismo de Liubliana.

Como chegar em Liubliana

Liubliana é facilmente acessada por avião, trem ou ônibus. Por exemplo, há ônibus direto para Bologna, na Itália, ou Munique, na Alemanha. O aeroporto de Liubliana recebe vôos de Bruxelas, Munique, Istambul, Londres, Vienna e por aí vai. Acredite, chegar em Liubliana não será um problema!

Liubliana no Outono
Assim é Liubliana no Outono: toda amarela!

Onde se hospedar

Fiquei hospedada no Hotel Park – Urban & Green, um hotel três estrelas super bem localizado, a 700 metros do centro histórico e com um café-da-manhã delicioso. Um ótimo custo-benefício – afinal, você irá perceber que os preços em Liubliana não são tão amigos assim, viu?

Onde comer em Liubliana

Para ter uma experiência gastronômica autêntica eslovena é preciso mergulhar nas tradições. Há muitas opções de restaurantes nas margens do rio Liublianica, porém geralmente são mais caros e menos tradicionais – enfim, super turísticos. Mas nem tudo está perdido! Há algumas pérolas escondidas no centro histórico.

Frutos do mar e vinho

Vino e Ribe - Liubliana - Onde comer
Vino e Ribe, em Liubliana: frutos do mar acompanhados de vinho esloveno

Ok, frutos do mar não são bem a especialidade eslovena. Mas os vinhos são! No Vino & Ribe pratos com lulas, sardinhas, camarões, polvo e diferentes de peixes são bem servidos com vinhos típicos eslovenos: Malvasia e Refosco. Quer mais? A taça é super barata: apenas € 1,80!

Comida tradicional eslovena

Um achado é o Druga violina, localizado no centro histórico, com comida autêntica eslovena, em um ambiente aconchegante e preços amigos. O destaque fica para o idrijski žlikrofi, um tipo de dumpling recheado com batata que é uma delícia. A proposta do Druga violina também é interessante: o restaurante emprega pessoas com necessidades especiais e, por isso mesmo, o atendimento é mega atencioso. Vale incluir o restaurante no roteiro, viu?

Para apaixonados por café

Para quem não vive sem café (que nem eu!), o Cafetino é um oásis! O pequeno e aconchegante café oferece uma carta gigantesca com tipos de café do mundo inteiro. Tem brasileiro? Claro que tem! Mas tem também café indiano, do Iemên, de Java, Galápagos e os clássicos peruanos, colombianos e guatemalteco.

Hamburguer vegano? Tem também!

Se você é vegano, o Organic Garden é o seu lugar! A pequena lanchonete oferece algumas boas opções de hambúrgueres veganos com pão colorido (esse tipo de lanchonete virou febre na Europa!). Experimentei o Yellow Burger e o Black Burger e ambos são delicioso.

Organic Garden - Liubliana - Onde comer
Organic Garden: o melhor hambúrguer vegano de Liubliana

Um jantar com vista

Para um jantar romântico ou simples café com uma vistá incrível, siga até o Skyscraper – Nebotičnik, restaurante, bar e café com uma das melhores vistas do skyline de Liubliana, com vista para o castelo.

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Informações úteis sobre Liubliana:

Localização: Liubliana está localizada no centro da Eslovênia, país que faz fronteira com a Áustria, Croácia, Itália e Hungria.
Moeda: Euro (EUR)
Idioma: Esloveno
Melhores meses para viajar: De maio a setembro, quando os dias são longos, as temperaturas são amenas e é possível fazer passeios a pé na cidade, sem congelar por causa do frio! [/wc_box]

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Dicas extras!

Está pensando em reservar um hotel em Liubliana? Eu uso o Booking para garimpar boas ofertas e ler resenhas de quem já viveu a experiência. Lá, você encontrará uma boa seleção de hotéis, hostéis, chalés, guest houses e pousadas para todos os tipos de bolso e um ranking feito por usuários com o melhor custo-benefício. De quebra, você ainda ajuda o blog a crescer sem pagar nada a mais por isso. É um win-win! 

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Algarve: explorando as praias que são um pedacinho do céu em Portugal

Praia do Camilo - Lagos - Algarve - Portugal

É verão na Europa! E o Algarve é aquele tipo de lugar que dá vontade de voltar todo ano. Essa região do sul de Portugal é casa de comidinhas deliciosas (em cada esquina há um pastelzinho de nata te convidando para uma pausa para o café!), praias de tirar o fôlego, centros históricos pra lá de charmososclima solar e preços bem mais amigáveis do que outros países europeus. Tem também aquela sensação de que você está visitando um pedacinho do Brasil e até dá para se sentir em casa. Resumindo: se você procura um bom lugar para passar o verão na Europa, não deixe de visitar o Algarve!

Portas de Portugal - Portimão - Algarve
Azulejos portugueses: muito, muito amor!

Fui pela terceira vez para o Algarve e tive diferentes experiências. A primeira vez me hospedei em Faro, a segunda em Portimão e a terceira em Fuseta (em breve em um outro post!) e Lagos. Também passei um dia em Albufeira e… Bem, o que eu posso dizer é que entre as cidades algarvias que eu conheço, Lagos é de longe a minha preferida. E o motivo é bem simples: apesar de super turística e bem mais cara do que as outras cidades da região (e cheia de ingleses), Lagos é dona de algumas das praias mais lindas do Algarve. Melhor: dá para conhecer várias delas a pé!

Pastel de nata e galão no Algarve, em Portugal
Mas antes… Pausa para um pastel de nata acompanhado de um galão, o café com leite português!

Mapa: conhecendo as praias de Lagos a pé

Comecei o passeio pela Praia da Batata, a mais feinha de todas, confesso – mas que funciona como um aquecimento, vai. Ela fica pertinho do centro da cidade e por isso mesmo é um começo mais do que justo. Seguindo, está a Praia dos Estudantes. Pequena, mas com os famosos penhascos dourados começando a ganhar majestade. Na Praia da Batata existe um túnel entre as pedras que liga uma praia a outra.

Lagos: as praias mais bonitas do Algarve

Agora sim as praias começam a ficar bonitas de verdade! Próxima parada: Praia do Pinhão.  As águas claras e os penhascos já mostram porque o Algarve é um dos destinos mais famosos quando o assunto é praia.

Praia da Dona Ana

A praia Dona Ana é o lugar perfeito para você estender sua canga na areia e curtir o vai e vem das ondas sem pressa. Isso porque a extensão de areia disponível é maior do que nas outras praias. Boa notícia: você não tem que disputar espaço com muita gente!

Vista da Praia do Camilo, em Lagos, Algarve, Portugal
Vista da Praia do Camilo em Lagos, no Algarve

Praia do Camilo

Talvez aqui tenha sido criada uma das minhas definições pessoais de paraíso. As águas da Praia do Camilo são verdes e cristalinas… De tão calminho, o mar até parece uma piscina. As falésias douradas emolduram a faixa de areia disponível – que é bastante disputada.

Praia do Camilo - Lagos - Algarve - Portugal
Prazer, Praia do Camilo! Dá para ser mais incrível?

É definitivamente minha praia preferida e talvez a praia que seja o maior símbolo de toda a beleza do Algarve. Uma escadaria de madeira abre o caminho do topo das falésias até a praia e é um dos pontos mais famosos para tirar fotos do lugar. Existe um restaurante no topo da falésia para quem deseja fazer uma parada para o almoço, mas ali embaixo nadinha… Só a natureza!

Praia do Camilo Algarve Portugal
A foto clássica não pode faltar, né?

Transporte no Algarve: como montar um roteiro

Uma das melhores maneiras de viajar no Algarve é por meio de comboio – ou, em português brasileiro, de trem. O preço das passagens é barato e o serviço é OK (prepare-se para atrasos recorrentes de poucos minutos). E quando eu digo que o valor das passagens de trem no Algarve é barato, é barato mesmo! Olha só: de Olhão a Fuseta pagamos € 1,45, de Faro a Fuseta € 2,15, e de Faro a Lagos entre € 6 e € 11 (por 1h 45 de viagem). A velocidade dos trens, no entanto, é baixa e por isso a viagem pode ser sim cansativa. Mas, acredite, vale a pena!

Outra maneira muito popular para viajar no Algarve é alugando um carro. Esta era uma das nossas opções, mas mudamos de ideia porque não teríamos tempo hábil para conhecer as praias mais remotas. Mas se você pretende conhecer a famosa Praia da Marinha, definitivamente alugar um carro é uma ótima escolha!

Aeroporto no Algarve: aterrisse em Faro

Se você está se perguntando qual a maneira mais fácil de se chegar em Lagos e nas praias mais bonitas do Algarve, a dica é aterrissar no aeroporto de Faro. Ali, pousam companhias áreas budget friendly como a Ryanair e EasyJet, e outras grandes como TAP, Lufthansa, British Airways e Eurowings. E mais boa notícia: o aeroporto só fica a dez minutos do centro da cidade.

De Sevilha ao Algarve de ônibus

Se você está viajando pela Andaluzia e é que nem eu e sempre está buscando um bom motivo para emendar uma viagem na outra, pode ser uma boa ideia pegar um ônibus em Sevilha com destino a Faro. Você encontrará passagens que custam entre € 10 e € 30 e a viagem dura, em média, 2h30.

Onde se hospedar no Algarve?

A hospedagem no Algarve é relativamente barata – pelo menos fora de julho e agosto, altíssima temporada. Vou contar minha experiência em três cidades distintas e em diferentes tipos de hospedagem (porque sou dessas, hahaha):

Hostel bem localizado em Faro

Aqui foi a primeira vez que visitei o Algarve. Escolhi Faro por conta da proximidade do aeroporto, mas sofri com a distância da cidade e das praias mais bonitas. Por exemplo: inventei de conhecer Albufeira na manhã que tinha um vôo a tarde e quase perdi o vôo, porque o sistema público de transporte não é lá muito eficiente. Me hospedei no Le Penguin Hostel, um hostel super gracinha no centro da cidade com café da manhã incluso. O atendimento poderia ter sido mais simpático, mas a estrutura do lugar era boa, o hostel era limpinho e bem localizado.

Portimão: versão contos de fadas

Na minha segunda vez no Algarve decidi que deveria ficar mais perto das praias mais bonitas. Portimão parecia uma ótima ideia… E foi, em termos. É que ainda assim a viagem de Portimão a Lagos, onde estavam as praias incríveis que eu queria conhecer, era bastante cansativa. Esses comboios cansam, viu?

Quarto do Hotel Made Inn, em Portimão, Algarve, Portugal
Quarto do Hotel Made Inn, em Portimão, Algarve

A boa notícia é que Portimão também tem praias lindas, como a Praia dos Careanos. Melhor: o custo-benefício aqui, se comparado a Lagos, foi extremamente bom. Fiquei em um dos quartos mais legais que já me hospedei na vida. Paguei apenas € 20 no Hotel Made Inn em um quarto inspirado em contos de fadas e com café da manhã incluso.

Lagos: hotel pertinho de tudo

Para quem prefere ficar pertinho de onde tudo acontece, Lagos é o lugar! A cidade é recheada de bons restaurantes, cafés, tem uma marina gracinha, vida noturna agitada (é lotada de ingleses à procura de badalação!)… E, claro, paga-se por isso.

Centro histórico de Lagos Algarve Portugal
O centrinho de Lagos, que até parece Minas Gerais

Ficamos no Lalitana, uma guest house bem no centro da cidade. Com apenas seis quartos, a Lita, dona simpática do lugar, toma conta de tudo pessoalmente. O quarto era pequeno e o banheiro compartilhado. O preço? Pagamos € 70 a diária. Um café da manhã bem simples estava incluso, mas a guest house também oferece aulas de yoga, passeios na natureza… Na parte térrea, o Lalitana ainda conta com um restaurante vegetariano que é muito famoso em Lagos. Infelizmente, chegamos na segunda-feira e ele estava fechado. O menu parecia recheado de delícias… Fica para a próxima!

A  melhor época para visitar o Algarve

Sempre visitei o Algarve em junho, que considero uma ótima temporada, porque combina bons preços, clima bom e lugares menos cheios. Nos meses de julho e agosto o Algarve é lotado, os preços sobem e até estender a canga na areia e conquistar um lugarzinho sob o sol fica difícil!

Islândia: as paisagens mais incríveis da terra dos elfos

cachoeiras da Islândia

A nossa ideia de um roteiro de 5 dias na Islândia começou no final de julho de 2017. Foi bem no meio do verão, quando Munique é tomada pela brisa fresca, festivais de arte acontecem por todo canto e novos surfistas pipocam no Eisbach… Bem, foi na melhor época para viver na Baviera que o namorado decidiu que queria passar o aniversário viajando. As nossas opções eram Grécia, Itália e Islândia. Queríamos verão e também não queríamos gastar muito.

Contrariando a lógica, a escolhida foi a Islândia. É que a terra do fogo e do gelo era o nosso único destino novo de verdade. A Islândia é uma bela combinação de vulcões, cachoeiras, encontro de placas tectônicas, gêiseres, hot springs, glaciares, lagos de gelos, além de focas e ovelhas. Belo e pacato, o país tem algumas das paisagens mais maravilhosas desse planeta. Acabamos optando por um roteiro de 5 dias na Islândia. E, apesar de ser um destino de viagem caro

Bem, todo perrengue vale a pena quando a alma não é pequena. :)

Uma lenda: assim surgiu a Islândia

Diz a lenda que a Islândia começou a ser povoada por um casal de vikings noruegueses na Idade Média. Os vikings também levaram mulheres celtas como escravas. Ali, essa gente criou o termo huldufólk, que significa “povo escondido”, para explicar criaturas como elfosduendesgnomos e trolls, que vivem nas terras islandesas – e muita gente acredita na existência ainda hoje.

Casa de Elfo - Islandia
Você já viu uma casa de elfo? Na Islândia, elas estão em toda parte!

Coloque em um recipiente a cultura viking, um pouco  da cultura celta e misture com paisagens de tirar o fôlego. Pronto, você terá ideia de como é a Islândia! Para nós, foi a melhor decisão de todas.

Resultado: uma viagem de carro pelo sul da Islândia em cinco dias. Com pouco planejamento e muita emoção. Com calorzinho no coração. Eu me apaixonei pela Islândia, gente.

Então aperta play em Lakehouse de Of Monsters and Men e vai.

Hora de seguir viagem…

Saindo de Munique: como é voar de Air Berlin?

Saímos de Munique em uma quinta-feira, às 21h-e-alguma-coisa. O vôo durou quase 4 horas. Voamos de Air Berlin – essa mesmo que decretou falência na mesma semana que voltamos de viagem. Chegamos no começo da madrugada.

Eu levei minha mochila de 60 litros como mala de mão, o namorado levou uma mochila de 30 litros. Compramos uma franquia para bagagem despachada e nela levamos todo o aparato para camping + comidas  + tripé da máquina (que não foi usado #shame).

O vôo foi um sofrimento, confesso. Comida de avião é ruim? É. Mas na minha opinião é a parte mais empolgante. É o auge, quando o vôo todo se anima. Barulhos de mesinhas, pessoas acordam do sono leve. Altas expectativas. Baixas expectativas. Virá um curry de frango com tabule de saladinha (sempre misturas estranhas) mais um cupcake de chocolate de sobremesa? Quem sabe. Uma coisa é fato: carne vermelha é sempre a pior opção.

Mas por ser um voo doméstico (a Islândia faz parte de Schengen) e a Air Berlin uma low cost (oi? a passagem custou cerca de 300 euros!), nada de snacks. Nada de televisãozinha. Nada de nada.

Um chocolate em forma de coração no final da viagem e só.

Enfim, a terra dos elfos: Islândia!

Aterrissamos no Aeroporto Internacional de Kéflavik e o caos estava instalado – talvez porque era véspera de feriado, talvez porque era alta temporada. Lotado, o aeroporto mais parecia a rodoviária do Rio de Janeiro em sexta-feira de Carnaval (#saudadesterrinha). A mala demorou pouco mais de 30 minutos para aparecer na esteira. Muita gente reclamando, alguns seres humanos dando barraco.

Muitos alemães (quase 50% dos vôos que chegavam no aeroporto saíam da Alemanha! eita povo com wanderlust na veia), alguns italianos, alguns espanhóis e muitos americanos em conexão de qualquer país da Europa continental  > Islândia > Estados Unidos. Pegamos um ônibus da Reykjavik Excursions até a rodoviária da cidade e caminhamos até a nossa guest house para descansar e nos prepararmos para o dia que viria.

Islandia - o que visitar
Para que lado eu vou?

Talvez a Islândia ainda precise de alguns ajustes quanto à estrutura de turismo. Visivelmente, o país não tem capacidade para receber o grande número de turistas que cresce todo ano.

O mundo inteiro em uma só ilha

Um dado que vale a pena saber: a Islândia recebe cinco vezes mais turistas por ano que o número de habitantes. São cerca de 330 mil habitantes no país (1/3 mora em Reykjavik) e mais de 1,7 milhão de turistas. Então basicamente funciona assim: não importa para onde você vá, só terão turistas. Inclusive, os “locais” que eu conheci eram turistas (quer dizer, fotógrafos que se mudaram para a ilha e vivem a doce, intelectualmente estimulante e aventureira vida islandesa).

Também é preocupante o impacto que o turismo tem nas paisagens da Islândia. As trilhas devem ser respeitadas porque a vegetação demora décadas para se recuperar. Ali, a natureza apesar de avassaladora é extremamente sensível. E esse é um dilema que o país que tem economia voltada para o turismo sofre todos os dias.

Ovelha - Islândia
As ovelhas dominam a paisagem (mais um motivo para amar a Islândia!)

Falando nisso, essa história de a Islândia ser um parque de diversões para os turistas pode soar muitas vezes artificial, quer ver?

Islândia: pratos típicos e iguarias

Vamos analisar agora os pratos típicos islandeses. O mundialmente famoso tubarão fermentado, o steak de baleia e a cabeça de ovelha são iguarias que a maior parte da população islandesa não consome no dia a dia. Bem, eram pratos consumidos antigamente… Mas hoje são apenas coisa-para-turista-ver-e-experimentar em restaurantes lotados por, veja só, turistas. Tipo restaurantes de pasta em Veneza. É italiano, mas não tão italiano assim.

Icelandic Fish and Chips
Fish and Chips islandês

No entanto, a cultura do fish and chips, do cachorro-quente com cebolas crocantes (conhecidos como pylsur), dos cafés incríveis e dos hambúrgueres ao ponto reina nessa terra. Afinal, a Islândia é o berço da cultura hipster! É o lugar onde as pessoas passam a noite de Natal lendo livros. Então melhor deixar a gastronomia para lá e aproveitar as paisagens e a música boa que esse país lindo tem para oferecer.

Roteiro de 5 dias na Islândia

Dia 1: o belo vulcão Eyjafjallajökull

Pela manhã, voltamos à rodoviária e pegamos um ônibus rumo a Thórsmörk (o Vale de Thor, em islandês), montanha situada entre os glaciares Tindfjallajökull e Eyjafjallajökull e um dos principais destinos para trekking da Islândia. Ali, carros comuns não tem acesso – apenas alguns poucos 4×4 e ônibus customizados. Isso porque há uma série de rios que só veículos anfíbios são capazes de atravessar.

Seljalandsfoss - Islandia
A bela Seljalandsfoss vista do alto

Thorsmork - Trekking in Iceland
þórsmörk: o deus Thor sabe das coisas

Durante as quatro horas de viagem o ônibus parou em alguns pontos turísticos, como a encantadora Seljalandsfoss. Enfim, estávamos nas Volcano Huts, aos pés do vulcão Eyjafjallajökull, que em 2010 parou muitos aeroportos na Europa ao entrar em erupção. Montamos a barraca, partimos rumo à trilha e nos deleitamos com as paisagens incríveis de cada trecho.

+ Dica extra: se você está planejando uma viagem para a ilha, o pessoal do Ligado em Viagem escreveu sobre 5 cachoeiras lindas da Islândia para incluir no roteiro.

Eyjafjallajökull - Islandia
Eyjafjallajökull: famoso por parar aeroportos

Thorsmork - Trekking
Fim ou começo do mundo?

Em islandês, o nome Eyjafjallajökull significa “ilha com geleira e vulcão”.

Na trilha, encontramos uma charmosa casa de turfa islandesa. Com grama no telhado, essas casas são construídas para oferecerem melhor proteção térmica em climas severos.

Thorsmork - Iceland
Ops, um vulcão passou por aqui

Dia 2: onde comer em Reykjavik

No dia seguinte, um amigo que vive em Reykjavik passou para nos buscar nas Volcano Huts e partimos com destino à capital islandesa. Chegamos durante à noite e saímos para provar a comida local. Primeiro, nos aventuramos no famoso cachorro quente islandês, considerado o melhor do mundo (sinceramente, para quem vem da Alemanha a salsicha não é nada demais; para quem vem de São Paulo, faltou purê <3). O centrinho da cidade estava fervilhando!

Reykjavik Fish, na Islândia
Reykjavik Fish: descoladinho e com variedade de fish and chips

Seguimos rumo à região do porto e por lá escolhemos Reykjavík Fish, um restô hipster style com todo tipo de fish and chips que você pode imaginar. Eles também vendem o hákarl, o famoso tubarão fermentado (quatro pedacinhos tipo degustação custavam cerca de 12 euros). Mas o Joseph, nosso amigo fotógrafo (para fotos inspiradoras da Islândia, siga no Insta @joe_shutter) deu a dica: no flohmarkt perto do porto, o hákarl é encontrado por cerca de 2 euros.

Reykjavik é uma gracinha. Organizada, limpa e vibrante. Seu centro ainda preserva casinhas coloridas e lembram a pátria mãe, Noruega. Tudo ali é muito intimista, pequeno e aconchegante.

Dia 3: Lagoa Jokurlsalon e a Diamond Beach

Pela manhã, pegamos o carro alugado e voltamos para o sul da ilha. No caminho, demos carona para um casal de franceses muito simpáticos até Seljalandsfoss. O plano deles era fazer a trilha de cerca de 4 dias.  Ali pertinho da Seljalandsfoss existe uma trilha que leva ao alto da cachoeira e de onde se tem uma vista muito bonita!

Seguimos para a Lagoa Jokurlsalon e para a Diamond Beach. Esse é definitivamente o passeio que você não pode perder na Islândia.

Os highlights da Ring Road

De Reykjavik à Lagoa Jokurlsalon são cerca de cinco horas de viagem na Ring Road, a principal rodovia que liga as cidades da costa do país formando, adivinhe só, um anel. Não faltam cachoeiras, vulcões, campos de lavas e geleiras para admirar no caminho. E apesar de tudo isso ser incrível, a Lagoa Jokurlsalon que repousa na base do Vatnajökull, maior glacial da Islândia (ele cobre 8% do país!), coloca todos os outros passeios em perspectiva.

Lagoa Jokurlsalon Iceland Glaciar 4
Parece glitter, mas é só um pedacinho da maravilhosa Lagoa Jokurlsalon

Sinceramente, é uma das paisagens mais maravilhosas que eu já vi na vida. Ali, focas brincam em meio ao gelo e o silêncio impera. O vulcão adormecido, o gelo que flutua sobre a lagoa, o barulho da natureza em atividade… Tudo isso lembra o quão pequenininho a gente é.

Na lagoa há empresas que oferecem passeio de barco, mas eu sinceramente acho uma tremenda invasão. Os barcos quebram o silêncio do lugar. Ali as coisas são bonitas como são, sem interferência humana.

Lagoa Jokurlsalon Iceland Glaciar
Lagoa Jokurlsalon e o glaciar como cenário. Existe lugar mais lindo?

Outro detalhe importante é que a Islândia não cobra a entrada na maioria das atrações naturais. Os vulcões, geleiras, cachoeiras e lagoas estão ali, expostos para quem quiser desbravar. A população ganha dinheiro com serviços de hotéis, restaurantes, passeios… Mas, olha, a dona do negócio ainda é a natureza.

Islândia
Hora mágica na beira da estrada <3

Islandia - Hora magica
Difícil abrir os olhos no pôr do sol, gent

O povo islandês tem uma relação muito próxima com a natureza e com a terra onde vivem. Há um respeito e a consciência de que tudo é mutável. Os diversos campos de lava estão ali para lembrar isso. A História existe para nos lembrarmos disso.

Diamond Beach - Iceland
Diamond Beach e seus diamantes de gelo: a praia mais bonita do planeta (eu acho)

Do outro lado da pista está a Diamond Beach, uma praia de areia negra vulcânica onde pequenos cristais refletem a luz do sol. Coisa linda, gente. Por ali as focas também recebem os visitantes com brincadeiras no oceano gelado. Ficamos algumas horas admirando a paisagem – e mais nada.

Adrian no Gelo Flutuante
Tente tirar fotos no gelo, escorregue e tome um banho de mar gelado

Então quando a noite começou a cair, partimos para o Parque Nacional Skaftafell, onde armaríamos nossa tenda.

Dia 4:  Skaftafell e a trilha para o glacial

Pela manhã, fizemos a trilha para visualizar o glaciar do alto. No caminho, havia mais uma bela cachoeira.

Parque Nacional Skaftafell - Islandia
Skaftafell: onde fogo e água se encontram

Pegamos estrada rumo ao Golden Circle, rota turística mais conhecida do país. No caminho, parada para tentar avistar lundis (puffin, em inglês, ou papagaio-do-mar, na língua de Camões) no farol. Sem sucesso. Mas encontramos ovelhas simpáticas beirando o precipício beira-mar e a visita valeu a pena.

Chegamos só a noite no acampamento Skjol, no Golden Circle. Montamos nossa barraca e jantamos uma deliciosa pizza no bar super agradável do lugar. Diferentemente da maioria dos lugares, o bar do Skuggi não fechava às 20h mas às 23h! Ponto para eles.

Dia 5: Golden Circle e Lagoa Secreta

Enfim, o último dia de nossa passagem relâmpago na Islândia. Visitamos a bela cachoeira Gullfoss e os gêiseres. Após tanta correria, já era hora de relaxar um pouquinho. Pulamos outros pontos turísticos do Golden Circle, como o Parque Nacional Thingvellir, onde está o encontro das placas tectônicas da Eurásia e América do Norte.

Geyser - Golden Circle Iceland 2
Um dos gêiseres do Golden Circle

Seguimos para a Lagoa Secreta, localizada em Flúdir, uma alternativa mais interessante que a badalada Blue Lagoon. Bem, mais interessante por dois motivos:

Blue Lagoon x Secret Lagoon: qual é a melhor?

  1.  Criada em 1891, a Secret Lagoon é a primeira piscina da Islândia. É também uma experiência mais autêntica do que sua irmã rica, na minha opinião. Ali, a água que sai de vários pontos geotermais esquenta os visitantes com temperaturas que variam de 38 a 40 graus. O chão da piscina e ao seu redor foram construídos com pedras da região. Ali ao lado, um pequeno gêiser entra em ebulição a cada cinco minutos.  A Blue Lagoon, por sua vez, é uma experiência para quem procura luxo, com bom restaurante e tratamentos de spa.
  2. A Lagoa Secreta é mais barata do que a Blue Lagoon, tem menos turistas e é mais intimista.

Secret Lagoon x Blue Lagoon - Iceland - Hot Springs
Hot springs ao redor da Secret Lagoon

Secret Lagoon x Blue Lagoon - Iceland
Secret Lagoon: intimista e menos badalada que sua irmã Blue Lagoon

E o que perdemos na Islândia…

Todo o resto – que não é pouca coisa. A Islândia é um país onde a expressão “pegar a estrada” significa que provavelmente você verá as paisagens mais bonitas da sua vida. Dificilmente um viajante com poucos dias no país verá todos os destinos que o lugar oferece, porque eles são muitos.

Ovelha Islandia 5
Mais ovelhas – é impossível cansar delas!

Aliás, muita gente passa cerca de uma semana em apenas uma trilha. Outras pessoas se arriscam em percorrer o país inteiro pela Ring Road em cerca de 10 dias (são cerca de 500km dirigidos por dia). Esse é o mínimo viável, eu diria. Pode ser uma boa ideia para quem quer ter uma noção de como as paisagens variam na ilha.

No final de contas, eu acho que a Islândia é o tipo de lugar que vale várias viagens. Em um roteiro de 5 dias na Islândia é possível ver o principal, mas muita coisa interessante ainda ficará de fora. Ainda quero ver a aurora boreal no inverno, conhecer os fiordes do oeste e o norte do país. Afinal, viajar a conta-gotas também pode ser uma ótima ideia!