Walking tour em Copenhague: o que fazer na capital da Dinamarca a pé

Walking tour em Copenhague - Nyhavn

Pequena e cheia de vida, Copenhague é uma ótima cidade para explorar a pé, já que os principais pontos turísticos estão a poucos quilômetros de distância um do outro. Mas se preferir bicicleta, saiba também que Copenhagen é famosa por suas ciclovias – e até recebeu o título de cidade mais bike friendly do mundo!

A atmosfera hygge de cada pequeno café do caminho são atração garantida – e valem pequenas pausas entre um ponto turístico e outro. Afinal, a capital da Dinamarca também ganhou fama por sua estética minimalista escandinava – que promove sempre o bem-estar.

Se essa é sua primeira vez em Copenhague, os pontos turísticos abaixo são os destinos tradicionais de todo visitante. Mas já adianto que existem diversas atrações muito interessantes na região – e esse é um assunto para outro post que vem logo mais! Vale a pena explorar os arredores de Copenhague se você tiver mais do que dois dias na cidade.

Walking tour em Copenhague durante o inverno? Melhor não!

A dica é pegar um mapa de Copenhague no Centro de Informação Turística (em frente à entrada principal do Tivoli) ou por meio do CPH Visitor Guide, no qual o mapa é disponibilizado apenas para celulares. Veja abaixo um roteiro de dois dias em Copenhague para fazer a pé!

Dia 1

Tivoli Gardens

Inaugurado em 1843, o Tivoli Gardens é o segundo parque de diversões mais antigo do mundo, e oferece lazer para todo tipo de turista: tem montanha russa, áreas verdes e diversos restaurantes (de biergarten a brasserie). No Halloween e no Natal, o parque ainda ganha decoração temática! Veja aqui valores da entrada e horários de funcionamento. É claro, o Tivoli vale um dia completo de visita – mas por que não dar uma passadinha na frente já que a estada na cidade vai ser curtinha?

Aliás, o passeio começa aqui porque a Estação Central de Trem está logo na esquina!

Rådhuspladsen, a Praça da Câmara Municipal

Ali, do outro lado da rua, está a Rådhuspladsen, Praça da Câmara Municipal construída em 1905, com alguns pontos icônicos da cidade: a estátua do escritor dinamarquês de contos de fadas Hans Christian Andersen, autor de “A Pequena Sereia” e “A Princesa e a Ervilha”, e a Fonte do Dragão, representando a luta de um touro e um dragão.

Próxima à fonte está um pilar de pedra, marcando onde um dia estava o Vesterport, o portão oeste da cidade fortificada. Na praça você encontrará ainda Lur Blowers, a estátua de dois vikings sobre um pilar. A dupla tem um instrumento em mãos: o lur, datado da Idade do Bronze nórdica e que era usado para cerimônias e rituais religiosos. Ali também está a estátua em ouro do bispo Absalon, que fortificou a cidade em 1167 – ano considerado a fundação de Copenhagen.

Nyhavn

O cartão-postal de Copenhague não pode ficar de fora em uma visita à cidade, certo? Desde 1673, a região de Nyhavn (que em dinamarquês significa “Novo Porto”) funcionava como um porto comercial onde barcos de todo o mundo atracavam.

A área antes lotada de marinheiros e pubs hoje abriga diversos restaurantes e é especialmente animada no verão. O escritor Hans Christian Andersen morava na casa número 20. Ele também viveu nas casas número 67 e 18.

É uma delícia passear pelo waterfront e apreciar a beleza das casinhas coloridas.

Palácio Christiansborg

No Palácio Christiansborg está a atual sede do Parlamento Dinamarquês (Folketinget) e onde fica a torre mais alta de Copenhague. Mas não só: é ainda o escritório do Primeiro Ministro e da Suprema Corte da Dinamarca – sendo a única construção no mundo que abriga três poderes ao mesmo tempo.

As ruínas do castelo de Absalon (fundador da cidade), datadas do século 11 e destruídas pela Liga Hanseática, podem ser acessadas pelo público. Adultos pagam 60 DKK; para crianças (0 a 17 anos) a entrada é gratuita; com o Copenhagen Card a entrada é gratuita.

Palácio Amalienborg

O Palácio Amalienborg é a residência oficial de inverno da família real dinamarquesa. Ali, há um museu que apresenta os interiores privados dos reis e rainhas mais recentes e uma exposição sobre a monarquia hoje e suas tradições.

Troca de Guada Real no Palácio Amalienborg

É em Amalienborg também onde acontece a famosa troca da Guarda Real, chamada Den Kongelige Livgarde. Diariamente, os guardas marcham de seus quartéis em Gothersgade 100 pelo Castelo de Rosenborg pelas ruas de Copenhague e terminam em Amalienborg, onde a troca da guarda ocorre às 12h.

Dia 2

Strøget

Considerada o centro comercial de Copenhague, Strøget é uma rua apenas para pedestres e considerada um dos complexos pedonais mais longos do mundo – com 1100 metros. À noite, também vale visitar o lugar para conhecer pubs e restaurantes da região.

Rundetaarn, a torre redonda

Conhecida como Rundetaarn, na minha opinião a torre redonda é um dos lugares mais subestimados de Copenhague! Quer dizer, todo mundo lembra da estátua da Pequena Sereia, mas pouca gente fala sobre a Rundetaarn – esse lugar tão interessante e cheio de história!

A vista da Rundetaarn

Trata-se de uma torre redonda com uma rampa em espiral. Ela foi projetada em 1637 para acomodar o Observatório no topo da torre, a Biblioteca da Universidade acima da Igreja da Trindade e a própria igreja. Uma curiosidade: a torre foi construída com tijolos amarelos e vermelhos, cores da família real dinamarquesa. Lá no alto há piso de vidro bem no centro da torre, para que você possa olhar o fundo da construção com seus 25 metros de profundidade. Ali, em 1880 caiu o menino August Nielsel enquanto brincava de esconde-esconde – o pequeno sobreviveu à queda, ufa!

Atualmente, a Rundetaarn abriga concertos e exposições – vale dar uma olhada no calendário antes de visitar. A torre está aberta para visitação todos os dias, das 10h às 20h. Adultos pagam 40 DKK e crianças (5-15 anos) 10 DKK.

Kastellet

Um pouco mais afastado do centro da cidade, está o Kastellet, uma cidadela considerada uma das mais bem-preservadas do norte da Europa. Ela foi fundada pelo rei dinamarquês Christian 4 em 1626, e ali estão edifícios usados ​​como quartéis militares e escritórios. A área é aberta ao público e um ótimo lugar para caminhadas.

Ali foi preso o médico alemão Johann Friedrich Struensee, em 1772, após um baile de máscaras no Court Theatre em Copenhague. Ele foi condenado por ter um caso com aa rainha Caroline Mathilde. Vale ler sobre a conturbada história do casal.

A escultura da Pequena Sereia

A escultura da Pequena Sereia congelada durante o inverno em Copenhague

Nas proximidades de Kastellet está a escultura da Pequena Sereia, inspirada no conto de Hans Christian Andersen, feita em bronze e granito. Inaugurada em 23 de agosto de 1913, a estátua foi um presente do cervejeiro dinamarquês Carl Jacobsen para a cidade de Copenhagen.

Christiania, a cidade livre

Fundada em 1971, Christiania é uma área da cidade muito singular: antes, ali funcionava um quartel militar que foi ocupado por hippies, anarquistas, músicos e artistas que rejeitavam os ideais capitalistas no período pós-guerra. A existência de Christiania é controversa, uma vez que alguns pontos como o comércio de cannabis dentro da área ainda são bastante debatidos pelo governo e pelos habitantes de Copenhagen.

Christiania, aliás, ganhou um status especial: ela é regulada por uma lei especial, a Lei de Christiania, de 1989, que transfere partes da supervisão da área do município de Copenhague para o estado. Cerca de mil pessoas vivem na região que hoje também abriga eco-restaurantes, oficinas, galerias e diferentes tipos de experiências culturais.

Atenção, como o site da cidade adverte, Christiania não é como nenhum outro bairro de Copenhague: “de acordo com a polícia da cidade, a área ao redor da Pusher Street é controlada por grupos criminosos organizados. Os próprios residentes adotaram um conjunto de regras por razões de segurança, que aconselham fortemente os visitantes a respeitar”. Entre elas: fotografar, correr ou falar ao telefone estão proibidos.

Botanisk Have, o jardim botânico de Copenhagen

Talvez incluir o Botanisk Have em um roteiro tão curtinho seja otimismo demais, mas se sobrar templo – ou você amar plantas – inclua! O jardim cobre uma área de 10 hectares e é conhecido pelo seu extenso complexo de estufas históricas que datam de 1874.

O Jardim Botânico de Copenhague é casa de mais de 13 mil espécies, organizadas em diferentes seções, como: plantas dinamarquesas (600 espécies), plantas perenes (1.100 espécies), plantas anuais (1.100 espécies), jardins de rochas com plantas de áreas montanhosas na Europa Central e do Sul e Conifer Hill que é plantado com árvores coníferas.

No centro do Jardim Botânico está a Palm House, com 16 metros de altura, é casa de palmeiras, bambus gigantes e plantas carnívoras. Ali está uma estreita escada em espiral em ferro fundido que conduz a um corredor no topo. Mágica! A entrada custa para adultos DKK 60; crianças (3 – 17 anos) pagam DKK 40; e para crianças (0 – 2 anos) é gratuita.

Copenhagen Card: vale a pena?

Se você é do tipo que não perde um museu (ou palácio), talvez valha a pena comprar o Copenhagen Card durante a viagem. O cartão inclui a entrada de 83 atrações e transporte dentro da cidade – se você visitar a cidade no inverno (não recomendo!), você certamente usará transporte público.

Um pouco de neve em Copenhague!

Entre as atrações cobertas pelo cartão estão o Tivoli Gardens (apenas a entrada, e não os passeios nos brinquedos que são cobrados adicionalmente), a Torre Redonda, passeio de barco nos canais, Museu em Amalienborg, Rosenborg, Jardim Botânico e as ruínas em Christianborg.

O cartão é cobrado por diária: 24h (57 euros, adultos; 28 euros, crianças), 48h (83 euros, adultos; 42 euros, crianças) e 72 horas (102 euros, adultos; 51 euros, crianças), por exemplo. Por isso, vale fazer uma lista das atrações que te interessam e calcular, caso use transporte público, qual a opção mais barata. O cartão pode ser comprado antecipadamente no site da Civitatis, no site da empresa ou em pontos de venda espalhados pela cidade, como aeroporto e estação central.

Se você pretende viajar para outros países nórdicos além da Dinamarca, vale a pena ler sobre o Scandinavia Pass, uma das maneiras de economizar na Escandinávia.

Tipos de tour em Copenhague

O que não faltam são diferentes tours em Copenhague. No site da Civitatis você poderá agendar free walking tour (todo focado na Renascença!), tour de bike, tour de Segway, ônibus turístico e barco pelos canais. Tem até um tour alternativo focado nos principais movimentos contraculturais de Copenhague, com direito a murais de arte, brechós e restaurantes hispter!

Onde se hospedar em Copenhague?

Geralmente, quando vou a Copenhague costumo ficar na casa da minha irmã. Mas, em uma das vezes que visitei a cidade com o namorado, nos hospedamos no Absalon Hotel, pertinho da estação central de trem de Copenhague. Bem localizado, com bom café da manhã e com aquela aura hygge que a gente já espera de um hotel em Copenhague!

Copenhague é uma cidade cara, então vale se planejar para viajar em períodos fora da alta temporada.

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O que fazer em Munique, Alemanha: roteiro de 1, 2 ou 3 dias

Palácio Nymphenburg Munique Alemanha

A capital da Baviera é muito mais do que Oktoberfest! Munique é uma cidade cheia de história, com muitas cicatrizes em seus prédios, mas também é cheia de encantamento. Veja abaixo o que fazer em Munique, na Alemanha, em um roteiro de viagem de 1, 2 ou 3 dias! Bem provável que três dias não sejam o suficientes para conhecer tudo o que a cidade oferece – mas, definitivamente, é um bom começo.

Se você está com viagem marcada, saiba que Munique é uma cidade com hospedagem cara. Pensando nisso, elaborei esse guia prático de onde se hospedar em Munique, com os melhores hotéis em cada bairro e hosteis da cidade.

Munique em 1 dia: explorando o centro histórico

Marienplatz

Tudo começa em Marienplatz, coração do centro histórico onde está a bela prefeitura da cidade. Marienplatz é o centro de Munique desde que a cidade foi fundada, em 1158. É ali que todo turista começa a explorar a cidade!

Ali está o belíssimo prédio neo-gótico da nova prefeitura (Neues Rathaus, em alemão). Repare bem nos bonequinhos no alto do edifício: o Munich Glockenspiel, datado de 1908, contém estatuetas representando histórias do passado de Munique que giram em dois níveis diariamente às 11h, 12h e 17h (o programa das 17h não funciona de novembro a fevereiro).

Viktualienmarkt

O Viktualienmarkt é um mercado ao ar livre cheio de alma! Ele começou como um mercado de fazendeiros e se tornou uma popular área de compras gourmet. O que não falta ali é tradição: ele existe há pelo menos 200 anos. São cerca de 110 revendedores que vendem frutas, verduras, frutas tropicais, carnes, caça, aves, queijos, peixes, pães e assados, especiarias e flores.

Odeonsplatz

Impossível passar batido pela Odeonsplatz. A fachada amarelo claro da Igreja Theatine, pode ser vista de longe. Ali também está o maior palácio em uma cidade da Alemanha: The Munich Residence. A Câmara do Tesouro, fundada em 1565 pelo duque Albrecht V, guarda mais de 1250 obras de arte, incluindo joias e medalhas da coroa bávara.

Munique em 2 dias: passeio nos parques da cidade

Olympiapark

O parque foi construído para os Jogos Olímpicos de Munique de 1972 (daí o nome!), e impressiona pelas construções de metal que dão ar futurista ao lugar. Ali você encontrará o Aquário Sea Life, o Estádio Olímpico e a Torre Olímpica, além de um pequeno lago onde nadam cisnes. Durante o verão em Munique, por ali também acontece o Open Air Kino, um cinema ao ar livre.

Englischer Garten

Considerado um dos maiores parques urbanos do mundo, com seus 375 hectares de área verde, o Englischer Garten guarda pequenos tesouros, como vários biergärten, áreas nudistas e, claro, os famosos surfistas do Eisbach, que aparecem diariamente.

Monopteros, no Englischer Garten

No Lago Kleinhesserloher é possível andar de pedalinho no verão. Ali também está o See Haus, um restaurante e biergarten com vista para o lago. Nas proximidades da área sul do Englischer Garten estão dois museus interessantes: Haus der Kunst e o Museu Nacional Bávaro.

Munique em 3 dias: museus e palácios

Nymphenburg – Datado de 1675, o Palácio de Nymphenburg (Schloss Nymphenburg) serviu de residência de verão aos governantes da Baviera. É possível visitar a área interna do castelo, com seu museu (entrada paga), e o jardim do castelo (entrada gratuita). É definitivamente um passeio que vale muito a pena! O Palácio de Nymphenburg, inclusive, foi o local de nascimento do rei Ludwig II, famoso por ter construído o Castelo de Neuschwanstein e por ter sido patrono do compositor Richard Wagner.

Museus de Munique – Munique é casa de inúmeros museus – há certamente um para cada gosto! Para quem ama carros, o Museu da BMW. Arte clássica? Antiga Pinacoteca! Arte moderna é na Pinakothek der Moderne ou no Museu Brandhorst (o prédio, aliás, é lindo!). Para conhecer mais sobre a Baviera, o Museu Nacional da Baviera. Para saber mais sobre o nazismo, visite o NS-Dokumentationszentrum München, no qual estão documentadas as consequências do regime nazista e o papel da cidade como capital do movimento.

O que fazer domingo em Munique?

Se você pretende conhecer a cidade aos domingos, esteja preparado para encontrar as lojas fechadas, já que domingo é dia de folga oficialmente. As lojas geralmente funcionam das 9h às 20h horas de segunda a sexta; e até às 16h aos sábados. Restaurantes, no entanto, funcionam normalmente aos domingos.

Aos domingos alguns museus cobram apenas 1 euro na entrada – eles costumam funcionar apenas de terça a domingo, das 10h às 18 h.

Onde comer em Munique?

Se você está em Munique, então deve apreciar o melhor da comida bávara! Abra a sua mente para o que você encontrará de diferente na terra do rei Ludwig II:

Comida bávara

O café da manhã bávaro é minha refeição preferida por aqui. Ele consiste em weisswurst, bretzl e mostarda doce. Para acompanhar, cerveja! Sim, muitos bávaros bebem cerveja pela manhã. Mas, se assim como eu você prefere um cappuccino, fique à vontade também. Você irá encontrar o café da manhã bávaro em muitos Biergärten, mas eu recomendo o café da manhã no Kaisergarten. Em dias lotados, o atendimento está longe de ser o mais amigável, mas o ambiente e o cardápio com boas opções compensam.

No almoço ou jantar, a pedida é o Schweinshaxe, joelho de porco defumado acompanhado geralmente de repolho ou knödel de batata (um tipo de nhoque). E não estranhe se o Kaiserschmarrn aparecer como sugestão de prato principal no cardápio. Acompanhado de molho de maçã, esse prato da confeitaria austríaca é muito consumido nos Alpes assim mesmo, como refeição principal – e não sobremesa! É um daqueles costumes alemães que causam estranheza no primeiro contato.

Platzl, o ponto de encontro das cervejarias

O Platzl é uma rua que mais lembra uma praça, pertinho de Marienplatz. Ali está o Hofbräuhaus, cervejaria construída em 1589 pelo Duque Maximiliano I da Baviera como uma extensão da cervejaria Staatliches Hofbräuhaus.

Do outro lado da rua está a Augustiner am Platzl, a cervejaria mais antiga de Munique ainda em atividade – ela existe desde 1328! O prédio antigo da Augustiner, no entanto, ficava localizado em um mosteiro fora das muralhas da cidade. Até 1589, data da fundação da cervejaria Hofbräu, os monges agostinianos forneceram cerveja para a família real bávara Wittelsbach.

Biergärten

O que não faltam em Munique são Biergärten! Os mais famosos são o Biergarten am Chinesischen Turm, no Englischer Garten, Augustinerkeller, o mais antigo da cidade, e o Viktualienmarkt Beergarden, bem no centrinho histórico.

Munique em cada estação do ano

A energia de Munique muda muito em cada estação do ano. Se na primavera as caminhadas no parque ficam mais frequentes para aproveitar os dias mais longos, no verão é tempo de aproveitar os festivais e o clima bom tomando sol nas margens dos riachos que cortam o Englischer Garten. A melhor época para conhecer Munique é durante a primavera ou verão. No outono, os hotéis ficam lotados por causa da Oktoberfest. Veja o que fazer em Munique em cada estação do ano:

  • O que fazer em Munique na primavera: É quando acontece uma versão mais pacata e menos lotada da Oktoberfest: a Frühlingsfest. O festival acontece no mesmo lugar da famosa Oktoberfest – em Therensienwiese -, e lembra muito a estrutura do maior festival da cidade: conta com parque de diversões para as crianças e duas tendas que servem cerveja. A estrela da festa é a Frühlingsfestbier, uma cerveja sazonal com aromas de mel e caramelo disponível apenas entre meados de fevereiro e meados de maio. A festa ainda conta com um enorme mercado de pulgas e exposição de carros antigos. 

    A primavera também é um ótimo período para se aventurar nas trilhas nas montanhas alpinas ou fazer um piquenique em um dos lagos da região.
  • O que fazer em Munique no verão: Munique se enche de vida no verão! Há muita coisa acontecendo por toda a parte – de cinemas ao ar livre, concertos de música clássica gratuitos e festivais de rua com música e street food. É também uma ótima época para explorar os lagos da região e até fazer um churrasco na beira do Isar. A lista de atividades é grande e, por isso, fiz um post completo sobre o que fazer em Munique no verão e aproveitar a cidade ao ar livre.

  • O que fazer em Munique no outono: O clima começa a mudar e a chance de dias mais chuvosos aumenta. É também quando acontece a Oktoberfest!  Por isso, não se esqueça de manter sempre um casaco e um guarda-chuva na bolsa caso vá aproveitar a festa.

    No outono, é tempo também de wandern – talvez, o hobby mais alemão que existe! Um ditado alemão diz que “não há clima ruim, apenas roupa errada”. Por isso mesmo, os alemães caminham em parques e nas florestas próximas a Munique para catar cogumelos até quando o clima não está tão favorável assim. Se você curte natureza, pode ser uma boa ideia se juntar a eles!

  • O que fazer em Munique no inverno: Com dias curtos e clima instável fica difícil bater perna na cidade. Nesse caso, o charme do inverno mora nas feirinhas de Natal espalhadas por Munique (que acontecem do último final de semana de novembro até o Natal). No inverno, atrações como o Castelo de Neuschwanstein e as montanhas dos Alpes ganham um ar mágico por causa da neve. E, se você é fã de esportes, não faltam estações de esqui na região – Garmisch é uma das mais famosas.

    Quer mergulhar de vez em uma experiência cultural? Então vá a uma sauna! Em Munique, existem saunas públicas – a sauna Müllersches Volksbad, inaugurada em 1901 em estilo art noveau é uma das mais famosas. Atenção: os alemães costumam frequentar as saunas nus por questão de higiene e é, definitivamente, uma das experiências culturais mais intensas que você pode ter por aqui.

Onde se hospedar em Munique

Munique é uma cidade turística e, durante a Oktoberfest, fica muito difícil encontrar hotéis com bom custo benefício. Por isso, programe-se com bastante antecedência (pelo menos 6 meses antes) caso deseje visitar a cidade nessa época do ano (do dia 15 de setembro a meados de outubro). Veja quais os melhores bairros e onde se hospedar em Munique.

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Landshuter Hochzeit 1475: uma viagem no tempo para um casamento medieval na Alemanha

Landshuter Hochzeit - casas coloridas em Landshut

Em 1902 um grupo de habitantes de Landshut, cidade da Alemanha a 75km de Munique, decidiu recriar uma pintura do hall da prefeitura. A pintura se tratava do”Landshuter Hochzeit 1475“, na qual o jovem duque Georg da Baviera-Landshut casou-se com a princesa polonesa Hedwig. O casamento é considerado uma das celebrações mais suntuosas do final da Idade Média.

Nascia ali uma das maiores paradas históricas da Europa: Landshuter Hochzeit 1475 (“Casamento de Landshut”, em português), o casamento da Idade Média que mobiliza a pequena cidade de Landshut, no interior da Baviera, a cada quatro anos.

O que é o Landshuter Hochzeit?

1475 é o ano que marca o casamento de Georg, filho do duque de Landshut, com a princesa polonesa Edvige Jagellona. O casamento de Georg e Edvige ficou conhecido por ser uma das festas mais deslumbrantes da Idade Média. E isso explica toda a mobilização do povo de Landshut em recriar o momento, né?

A história que começou com uma pintura em 1902, hoje reúne cerca de 2.400 pessoas em trajes medievais recriando o ano de 1475 em seus costumes e dia a dia.

Landshuter Hochzeit é uma parada especial porque não são apenas personagens circulando em trajes diferentes, como acontece em uma parada comum. Aqui, eles interagem entre eles como se estivessem em 1475: cozinham, lutam, conversam. Eles são, de fato, habitantes de Landshut – trata-se de uma mudança temporal, apenas. Os cavaleiros, camponeses, curandeiros e até charlatões interagem também com quem visita o centro histórico para participar da festa!

A experiência é incrível porque mobiliza toda a cidade: crianças, jovens, adultos e idosos, cada um com sua função na sociedade. Todos ali se preparam para celebrar o casamento real. É como viajar em uma máquina do tempo! A atenção aos detalhes é impressionante: os homens, por exemplo, possuem cabelos compridos porque era assim o corte de cabelo masculino na Idade Média. Também nada de joias ou relógios: não há (quase) nada de anacronismo ali.

Eu coloquei o meu dirdnl pra jogo (nada a ver com a festa, aliás! hahaha) e fui

No Landshuter Hochzeit, o inusitado é o charme da festa

Enquanto você circula livremente pelo centro histórico de Landshut, pode presenciar uma luta de espadas ou um camponês gentilmente te oferecer um pouco da carne que esta cozinhando em um fogaréu improvisado.

Enquanto isso, outro grupo de camponeses, ali pertinho, escuta atentamente um homem que jura que irá fazer um cego enxergar – é só esperar para ver o milagre! Mas, cuidado, a guarda real está se aproximando e, bem… É melhor dar passagem para eles. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo!

Acredite, em Landshut tudo pode acontecer – nos conformes da Idade Media, é claro.

Arena, uma experiência especial

A experiência no centro da cidade não é tudo. Na verdade, é só o começo! O festival ainda reserva uma área para o show de verdade.

Uma vez na Alemanha, nada mais justo do que se esbaldar na gastronomia do lugar. O jardim da cidade possui uma área reservada para barracas com o melhor da gastronomia bávara. É a chance de mergulhar nas canecas de um litro das cervejarias de Munique!

Quando o Landshuter Hochzeit acontece?

O Landshuter Hochzeit acontece a cada 4 anos. Esta versão do casamento de Landshut aconteceu em 2017. A próxima versão está marcada para começar dia 19 de maio de 2021. Se você estiver aproveitando o começo do verão em Munique, Landshut é o bate-volta perfeito.

Como chegar em Landshut?

É possível chegar a Landshut a partir de Munique de trem e carro. A viagem de trem sai da estação central de Munique (Hauptbahnhof) e dura cerca de 1 hora.

Landshut: onde se hospedar

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Para quem pretende passar alguns dias na cidade, vale dar uma olhada em alguns hoteis bem avaliados: o City Hotel Isar-Residenz é um hotel de 4 estrelas com bom café da manhã equipado com sauna e academia de ginástica.

Se você é do time que prefere um pouco mais de liberdade, o LA Serviced Apartments é um apart hotel com quartos equipados com cozinha e máquina de lavar roupa. Também oferece estacionamento gratuito.

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Verão em Munique: 19 ideias para aproveitar a cidade ao ar livre

Verão em Munique - Biergarten

O verão em Munique é único! E, apesar de a cidade estar bem longe do mar, o verão por aqui não perde nada para outras cidades costeiras. E isso é tão verdade que no verão a gente tenta ficar na Alemanha para aproveitar ao máximo tudo o que Munique oferece nessa estação do ano – mesmo que isso signifique abrir mão de outros destinos badalados nessa época.

Sim, há muito o que fazer em Munique no verão! Abaixo, listei os meus 19 passeios ao ar livre preferidos. Alguns passeios ainda não fui, mas estão na minha lista há um tempo e pretendo assim que o calor chegar (e a pandemia acabar, claro).

1. Opera für Alle

A magia da Opera für Alle em Munique

A Bayerische Staatsoper (Ópera do Estado da Baviera) promove concertos abertos ao público e gratuitos no verão. Os concertos da Münchner Opernfestspiele (Festival de Ópera de Munique) geralmente acontecem em determinados sábados do mês de julho, bem frente ao Nationaltheater, no centro da cidade, e você pode conferir a agenda aqui.

Leve uma toalha para se acomodar no chão, alguns snacks e aproveite o clima descontraído com boa música!

2. Tollwood

O Tollwood é um festival cultural e ambiental com proposta de defesa dos direitos humanos, bem-estar animal e do meio ambiente. Ele acontece duas vezes por ano: no verão e a no inverno (quando ele mais se parece um mercadinho de Natal).

No verão, geralmente o Tollwood tem uma vibe de circo e acontece no Olympiapark. Por lá, você encontrará barraquinhas com comidas de vários países, tendas de música e uma área para concertos (em alguns casos, pagos). A entrada é gratuita e o evento acontece nos meses de junho e julho.

3. Nadar e tomar sol no Eisbach

Verão em Munique - Eisbach
Verão em Munique: que tal um banho gelado no Schwabinger Bach?

É um dos meus programas de verão em Munique preferidos. Nos dias quentes, o parque lota com grupos fazendo pique-niques à beira do Eisbach, o riacho artificial de 2 km que corre dentro do Englischer Garten. Se tiver coragem, dê um mergulho na água gelada (“Eisbach” literalmente significa “riacho de gelo”)!

4. Passar o dia em um dos lagos perto de Munique

Lago Starnberger em um dia de verão

Se você estiver cansado da cidade (difícil!), pode ser uma boa ideia explorar os lagos dos arredores de Munique. Alguns bem famosos são o Lago Starnberger (25km, 30 minutos de trem) e o Lago Tegernsee (55km, 1h10 de trem). Nesses lugares existem áreas com gramados e píer na beira da água, além de restaurantes e ciclovias.

5. Piscinas públicas

Passar o verão nas piscinas públicas, conhecidas como Freibäder, é um costume dos alemães. A Dantebad é uma das maiores piscinas de Munique (a única piscina aquecida ao ar livre que funciona também no inverno). A Naturbad Maria Einsiedel é uma piscina abastecida com água do Rio Isar, que corta Munique – não estranhe se encontrar nudistas por ali. Já a Ungererbad é rodeada por gramados, possui toboágua para as crianças, além de quadras de vôlei de praia e campo de futebol.

Para horários e endereços, visite o site da SWM.

6. Open Air Kino

No verão, pipocam cinemas ao ar livre em Munique – há até estilo drive-in. O mais famoso deles é o Kino am Olympiasee, localizado no Olympiapark. O cinema funciona todos os dias no verão, a partir das 19h. Os bilhetes são vendidos apenas online e alguns filmes são exibidos em inglês.

7. Biergarten

Existe coisa mais alemã do que aproveitar o dia de verão em um Biergarten? Eu acho que não! Os Biergärten ficam lotados nessa época do ano e é essa mesmo a graça.

Os meus preferidos: o Seehaus, nas margens do Lago Kleinhesseloher, no Englischer Garten. O Biergarten da Torre Chinesa, também no Englischer Garten, é famosíssimo entre os turistas. Para um bom café da manhã bávaro (versão mais arrumadinha), o Kaisergarten é uma ótima opção – apesar do serviço nem sempre simpático. Bom, o que não faltam são Biergärten em Munique!

Dica: Munique é uma cidade em que os custos de hospedagem são relativamente altos. Para conquistar melhores preços de hotéis, planeje a viagem com antecedência. Veja quais os melhores bairros e onde se hospedar em Munique.

8. Munique de bicicleta: bike na beira do Isar

Ok, aqui é o Eisbach no Englischer Garten – mas vale também!

Munique é uma cidade com ótimas ciclovias, porque andar de bike aqui não é apenas um programa de lazer, mas um tipo de transporte que as pessoas usam no dia a dia. E, por isso mesmo, as regras devem ser respeitadas.

Um dos percursos mais legais para aproveitar Munique de bicicleta é o caminho que sobe o Rio Isar, e passa por Icking.

9. Que tal um sorvete de sabor nada óbvio?

Uma sorveteria específica ganhou fama por causa dos seus sorvetes de sabores inusitados: a Der Verrückte Eismacher. Com decoração que parece ter saído de “Alice no País das Maravilhas”, a sorveteria vende sorvete de sabores como bolognesa, cheeseburger e bacon.

Mas se você é do time que prefere os sabores mais tradicionais, experimente a Bartu (eles tem um quiosque no Englischer Garten). Os sorvetes de lá têm a fórmula bio. Meus sabores preferidos? Figo e New York Cheesecake. Muito, muito bons!

10. Churrasco na beira do Rio Isar

É um costume entre os alemães se reunir na beira do Rio Isar para churrascos. Uma grelha, um pouco de fogo, batatas embrulhadas no alumínio, pimentões no palito e o churrasco alemão está preparado!

Mas, atenção: em algumas áreas essa prática é proibida. Veja as regras para fazer o seu churrasco na beira do Isar ou em um dos parques da cidade aqui.

11.Passear no Jardim Botânico de Nymphenburg

Se você gosta é adora plantas, uma boa ideia pode ser visitar o Jardim Botânico de Nymphenburg. Lá, são cultivadas cerca de 19.600 espécies e subespécies de plantas. Aproveite para conhecer os interiores do Palácio de Nymphenburg, um palácio barroco de 1675 que serviu como morada de verão dos governantes da Baviera.

12. Fim de tarde no café da Faculdade de Arquitetura

Um dos lugares mais disputados para assistir o pôr-do-sol no verão em Munique é o café da Faculdade de Arquitetura, o Café im Vorhoelzer Forum. De lá, é possível ter a vista do skyline da cidade e dos Alpes enquanto toma um drinque com os amigos.

13. Bons drinques no Kulturstrand

Falando em bons drinques, no verão Munique também ganha bares com espreguiçadeiras e areia para você curtir o verão como se estivesse na praia. O mais famoso deles é o Kulturstrand, na beira do Rio Isar, com música e eventos culturais.

14. Pôr do sol no Olympiapark

Olympiapark: um pôr do sol com 360 graus de vista para o skyline de Munique

Além do café da Faculdade de Arquitetura, muita gente se reúne na montanha do Olympiapark para assistir o pôr do sol com 360 graus de vista.

Isso depois de um passeio no parque, que foi construído para receber os Jogos Olímpicos de Verão de 1972, um dos cartões-postais mais famosos da cidade.

15. Suco no Virtualienmarkt

O centro histórico de Munique é uma graça e por isso não poderia deixar de estar aqui um passeio pelo Virtualienmarkt, certo? Com suas tendas de frutas, embutidos e até Biergarten, vale a pena parar ali nem que seja para tomar um suco fresquinho depois de bater perna nas vielas do centro.

16. Dança na Praça dos Museus

Dança no pátio em um dos museus na Königsplatz

Há quem ame dançar. Nesse caso, vale a pena dar uma espiada nos grupos que se reúnem bem nos vãos dos museus de Munique. Grupos de apaixonados por tango e forró (sim, forró!) se reúnem por ali.

17. Colher morangos, amoras, mirtilos e framboesas

Taí um passeio que eu estou adiando há tempos, mas quero muito fazer. Em Munique, no verão é possível ir a uma fazenda de morangos (ou amoras, framboesas e mirtilos) e colher a fruta do pé.

Funciona assim: você paga um valor fixo, geralmente em torno de 10 euros, e pode levar uma caixa da fruta para casa (e comer lá dentro à vontade enquanto colhe). Alguns lugares ainda possuem um café, com bolos, tortas e sobremesas feitas com as frutas colhidas por ali mesmo. Uma experiência deliciosa!

18. Descer o Isar de bote inflável

Para quem curte um pouco de adrenalina, descer o Isar de bote é o programa perfeito para um verão em Munique! Nessa época, os alemães se reúnem com amigos e fazem até festas no bote. A descida é tranquila, mas em alguns trechos é preciso muito cuidado – principalmente em época de chuvas, quando troncos e galhos ficam presos entre as pedras.

A rota de descida do Isar geralmente começa em Icking (dentro de Munique, o uso de botes é proibido) e passa por hidrelétricas. Minha dica? Esteja com alguém que já conheça o percurso, porque alguns trechos são, de fato, perigosos. Você irá passar por algumas ilhas e praias de pedra onde os grupos se reúnem… É muito, muito legal!

19. Bahnwärter Thiel

Verão em Munique - Bahnwärter Thiel
Bahnwärter Thiel: onde há arte por toda a parte

O Bahnwärter Thiel é um lugar que nem todo mundo conhece e totalmente fora dos roteiros tradicionais sobre o que fazer em Munique. É um espaço criativo que mais lembra Berlim, é verdade.

Trata-se de um conglomerado de bondes e vagões de metrô, contêineres pintados e um guindaste, equipado com gôndolas flutuantes e carruagens, onde acontecem concertos, mercados de pulgas, noites de cinema, leitura… Enfim, é uma área cultural bem interessante e vale a pena visitá-la para descobrir o que está acontecendo por lá.

Nos meses de maio em junho, em Landshut, uma cidade a 70km de Munique, acontece o Landshuter Hochzeit 1475. No festival, que acontece a cada 4 anos, cerca de 2400 pessoas se reúnem para celebrar um casamento medieval entre um duque e uma princesa que aconteceu em 1475. Vale a pena visitar!

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Trilha do Bonete, em Ilhabela: tudo o que você precisa saber

Trilha do Bonete Ilhabela - Vista do Mirante

Antes mesmo de conhecer Ilhabela, a fama da Trilha do Bonete já havia chegado até mim: diziam por aí que era longa, difícil e que, principalmente, ela era imperdível. Verdades sejam ditas, já adianto: a Trilha do Bonete é mesmo um dos passeios mais incríveis de Ilhabela.

A trilha é um atrativo e vale a pena ser feita completa porque possui cachoeiras e belas paisagens. Se você vai e volta de barco perde, infelizmente, muito da graça de chegar até o Bonete. Existe um ditado que diz: “o mais importante é o caminho, não a chegada”. E isso meio que é verdade: se a praia do Bonete é um paraíso, o caminho que leva a ela é mais encantador ainda! É maravilhosa a sensação de estar imerso na Mata Atlântica – e só assim para a gente perceber a importância de sua preservação.

Toda a exuberância da Mata Atlântica na Trilha do Bonete

Trilha do Bonete: o básico

Distância e localização
São cerca de 12km de trilha, da entrada do Parque Estadual de Ilhabela até a praia do Bonete. A trilha do Bonete está localizada no extremo sul de Ilhabela. Ela começa na Ponta da Sepituba, onde termina a estrada de asfalto. Levamos três horas para completar o percurso, com algumas pausas para banho nas cachoeiras.

Nível de dificuldade
Apesar da fama, eu diria que a dificuldade da Trilha do Bonete é média. Em alguns momentos, era preciso recobrar o fôlego nas subidas e o acesso em determinados trechos é relativamente difícil, uma vez que o solo possui muitas valas por conta da vazão da água em dias de chuva. Há pouco de ganho de altitude (com elevação máxima de 185 metros). É preciso ter, sim, preparo físico para completar a trilha.

É uma trilha bem demarcada pelo caminho de terra batida, por isso o risco de se perder é baixo.

Horário de abertura do parque
O Parque Estadual de Ilhabela está aberto todos os dias, das 7h às 16h. Mas se você pretende fazer a trilha, é indispensável começá-la pela manhã. Chegamos às 11h30, um pouco tarde já para voltarmos no mesmo dia, uma vez que o último barco da Praia do Bonete de volta para o centro costuma sair às 17h. Também é sempre bom levar em consideração o horário do pôr-do-sol para não correr o risco de escurecer e ainda estar na trilha: se tivéssemos chegado às 8h poderíamos ter curtido muito mais as cachoeiras do percurso. É, uma pena!

Uma das pontes suspensas da Trilha do Bonete

Como chegar na Trilha do Bonete?

A trilha do Bonete começa na Ponta da Sepituba, no extremo sul de Ilhabela, onde termina a estrada de asfalto. Chegamos até lá de carro, mas é possível ir de ônibus (último ponto, sentido bairro Borrifos) até poucos quilômetros antes da entrada.

Estacionamento na Trilha do Bonete

Há mais de uma opção de estacionamentos no começo da Trilha do Bonete. Optamos por deixar o carro no Estacionamento Zé da Sepituba, localizado logo na entrada da trilha. Pagamos R$ 20 pela diária.

A Trilha do Bonete e as cachoeiras do caminho

Logo na entrada do parque, há um controle de entrada, onde um funcionário explica sobre o trajeto – vale pegar o mapa oferecido por eles! Ali, você também deve assinar uma lista e deixar seu nome e telefone, caso não tenha feito o agendamento online. Há ainda possibilidade de levar um guia ou monitor.

Uma das 3 cachoeiras da Trilha do Bonete


Até chegar à Praia do Bonete, a trilha passa por 3 cachoeiras: Laje, Areado e Saquinho. A trilha também passa por um mirante, o Mirante do Saquinho, de onde é possível avistar a praia do alto.

Se você tiver tempo, ainda é possível conhecer o Buraco do Cação, na Fazenda da Laje, uma impressionante fenda em um paredão de pedra de 80 metros diretamente no mar. A fenda pode ser vista tanto da terra quanto do mar, no retorno feito de barco.

Se você é do tipo que tem medo de escorregar nas pedras enquanto cruza a correnteza da cachoeira, há sempre uma ponte suspensa de madeira à esquerda da trilha assim que você chega na cachoeira.

Choveu, e agora?

Infelizmente, não é recomendado fazer a trilha após fortes chuvas, porque o caminho pode ser extremamente difícil e escorregadio nessas condições.

Enfim, a Praia do Bonete!

O charme da Praia do Bonete é a rusticidade do lugar: lá, a energia elétrica chega apenas por geradores ou painéis solares. Não há carros, claro, e o chão é de areia. Cerca de 500 pessoas moram na vila. Há uma lenda local que diz que, há muito tempo, ali chegaram vikings e por isso os caiçaras da Praia do Bonete possuem olhos claros. Será? É uma ideia engraçada pensar em vikings chegando em Ilhabela, esse paraíso de Mata Atlântica!

Confesso que fiquei surpreendida com a Praia do Bonete. Fiquei impressionada com as barracas e restaurantes ali na praia. Na verdade, eu esperava uma praia completamente vazia com apenas alguns aventureiros… Encontrei uma pequena vila com surfistas, gente jogando bola e descansando debaixo dos guarda-sóis.

Onde comer na Praia do Bonete

Assim que chegamos, procuramos um lugar para sentar em uma das barracas/restaurantes na beira da praia. Era hora do almoço, então aproveitamos a sombra e água fresca para repor as energias no Restaurante da Dona Isabel. Sabe aquele arroz e feijão caseiro com tempero de verdade? Mais peixe frito, saladinha e um suco de maracujá… Pronto, estávamos no paraíso. Mais do que recomendado!

Day trip na Praia do Bonete: a volta de barco

O barco nos deixou nas proximidades do restaurante Nova Iorqui (é assim mesmo que se escreve!), onde termina o asfalto. De lá caminhamos pela estrada de terra de volta para o estacionamento. O percurso de lancha foi rápido: em torno de 15 minutos. Já o acesso por mar a partir da Praia do Perequê até Praia do Bonete leva aproximadamente 40 minutos. É possível negociar com os barqueiros que estão ali, mas o valor geralmente fica entre R$ 65 e R$ 75 o trecho por pessoa. Leve dinheiro em cash, porque nem todos os lugares aceitam cartão por ali.

Onde se hospedar na Praia do Bonete

Nos arrependemos de não termos planejado uma noite na Praia do Bonete. A vibe do lugar é maravilhosa! Como era altíssima temporada (época de Ano Novo), as pousadinhas já estavam completamente lotadas – por isso a dica é reservar hospedagem antes.

Duas pousadas com ótimas avaliações: a mega charmosa Pousada Canto Bravo, com suas belas cabanas com varanda bem de frente ao mar e ótimo café da manhã; e a Pousada da Rosa, com jeitão de casa de família e ambiente simples.

Acampar na Praia do Bonete

Para quem prefere acampar, há algumas opções de camping nas proximidades e na Praia do Bonete. Na Fazenda da Lage, a apenas 300 metros da cachoeira da Laje, há um camping com vista para o mar. Na Praia do Bonete, há o Camping da Vargem.

Porvinha: como se proteger do grande mal de Ilhabela?

Como nada é perfeito, a Praia do Bonete é particularmente conhecida pela porvinha, um tipo de borrachudo que é CRUEL (!!!!!!!!). Se você não estiver devidamente protegido, assim que chegar na praia será prontamente atacado por uma nuvem de porvinhas, essa miniatura de mosquitinho que irá te causar dor e coceira, muita coceira! Tivemos até que tomar anti-alérgico para acalmar a coceira e diminuir o inchaço.

Para lidar com o ataque das muriçocas, os habitantes da ilha costumam usar citronela como repelente. O repelente Citroilha foi recomendação de uma amiga de São Sebastião e melhorou 70% o ataque das porvinhas. O Citroilha é um repelente natural à base de citronela e óleo de andiroba e deixa a pele com um cheiro e textura muito bons. Em Ilhabela, cheguei a usar mais de um tipo de repelente ao mesmo tempo e nunca estava 100% protegida. Então vá mentalmente preparado!

A bela Cefalù, na Sicília: o lugar perfeito para explorar vielas medievais e se esbaldar em cannoli

O que fazer em Cefalù - vista do porto antigo

Um amontoado de casinhas de tons pastel em frente a um porto antigo são o cartão postal da pequena Cefalù, no norte da Sicília, a apenas 70km de Palermo, capital da ilha. Para apreciar a beleza de Cefalù, você deve se afastar um pouco: ir até o calçadão beira-mar da cidade nova. De lá, será possível admirar o contraste do mar de águas verde esmeralda com as casinhas em 100 tons de alaranjados e amarelados.

Uma enorme rocha que cresce a 270 metros logo atrás da vila completa o cenário. Cefalù é considerada uma das vilas mais bonitas da Itália e, por essa descrição, você já pode imaginar o porquê!

Mas, ainda bem, Cefalù não se resume a uma bela foto! Há muito o que explorar nas vielas cheias de história dessa pequena charmosa cidade siciliana de apenas 15 mil habitantes. E, por isso mesmo, Cefalù foi nossa primeira parada em nossa viagem de carro pela Sicília. Passamos uma noite nessa bela cidade e, por isso, esse post é ideal para quem procura um roteiro de um dia em Cefalú.

Outro detalhe importante: viajamos em outubro (ou seja, fora de temporada) e, por causa da pandemia, as cidades sicilianas então lotadas de turistas estavam vazias.

Antes, um desabafo: estacionar em Cefalù pode ser um drama!

Saímos do aeroporto de Palermo em nosso carro alugado com destino a Cefalù e logo enfrentamos a primeira dificuldade: estacionamento. Apesar de possuir estacionamento público nas ruas, as maquininhas não funcionavam – mas ainda assim, os policiais passavam controlando os carros sem ticket. Irônico, né? Foi uma odisseia até encontrar uma vaga de estacionamento E uma máquina que funcionasse nas proximidades. Por isso, preferimos um hotel mais longe do centro, mas com estacionamento e exploramos a cidade a pé.

Uma das passagens para o mar em Cefalù

Por que Cefalù?

Cefalù era conhecida como Kephaloidion e Coephaledium para gregos e romanos, que significa “cabeça” ou “topo, extremidade”. Para os árabes, era Gafludi, cidade fortificada de águas abundantes. Pelos pontos turísticos, você irá perceber que muito da história de Cefalù está ligada à água. A rocha que deu nome à cidade era conhecida também pelos fenícios como “Promontório de Hércules”. Não faltam lendas em Cefalù!

Ao longo dos séculos, a cidade foi dominada por gregos, siracusianos, romanos, bizantinos, árabes e normandos. Não é errado dizer que a riqueza de Cefalù mora na variedade cultural.

O que fazer em Cefalù?

Pôr-do-sol e a tempestade que se aproximava

É uma delícia explorar as vielas da cidade antiga de Cefalù tranquilamente. Ela tem todo o charme que você espera de uma cidade siciliana: um centro histórico que data da idade média, um mar de águas cristalinas, boa comida e um ambiente aconchegante. Não é difícil se encantar por Cefalù!

Encantar-se com os mosaicos da Catedral de Cefalù

Mosaicos na Catedral de Cefalu, Patrimônio da Unesco

A Catedral de Cefalù, erguida a partir de 1131, é o mais importante ponto turístico de Cefalù. Segundo uma lenda, a catedral foi construída nesta cidade e não em Palermo, capital do reino, seguindo uma promessa feita ao pelo rei Roger, que escapou de uma tempestade e pousou nas praias da aldeia. Mais prováveis são as motivações de cunho político-militar, dadas as conotações do território e as características inegáveis de fortaleza natural e as proporções fora da escala da Basílica, tudo ampliado pelas antigas muralhas megalíticas da cidade cujas evidências permanecem ao longo das falésias da Giudecca (Postierla) e na antiga Porta Terra (hoje Piazza Garibaldi).

A Catedral de Cefalù faz parte de um grupo de 9 construções do Reino Normando da Sicília (1130-1194) que estão listadas como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Juntas, essas construções são um exemplo de sincretismo sócio-cultural entre as culturas ocidental, islâmica e bizantina na ilha, que deu origem a novos conceitos de espaço, estrutura e decoração. Eles também testemunham a convivência de pessoas de diferentes origens e religiões (muçulmanos, bizantinos, latinos, judeus, lombardos e franceses). Uma maravilha, sim!

Templo de Diana e o culto à água

O Templo de Diana é um monumento megalítico do século IV aC., localizado em uma planície no lado oeste de ‘Rocca’. O templo tinha originalmente uma função sagrada ligada ao culto local da água.

Nas proximidades do templo, existem várias ruínas de muralhas defensivas erguidas ao longo dos séculos, bem como ruínas de pequenas capelas, quartéis, fornalhas e armazéns.

Lavatoio Medievale e histórias de ninfas

Uma viagem no tempo no Lavatoio Medievale

É o meu ponto turístico de Cefalù favorito! Depois de descer uma escada feita de pedras de lava, você encontrará um espaço semicoberto que abriga uma série de antigas bacias, alimentadas pelo rio Cefalino que flui de vinte e duas bocas em forma de leão de ferro.

Do lado direito da entrada, uma inscrição te transporta para uma antiga lenda: “Aqui corre Cefalino, mais saudável que qualquer outro rio, mais puro que a prata, mais frio que a neve”. Conta a lenda que o rio Cefalino nasceu das lágrimas incessantes de uma ninfa que lamentava ter castigado com a morte o amado que a traiu. Ah, as lendas sicilianas de traição!

A beleza da Porta Marinha

Pôr-do-sol na Porta Marinha

A Porta Marinha é um arco gótico e o único portão da cidade remanescente dos quatro que antes davam acesso à cidade. Ele dá acesso do centro ao porto antigo.

Rocca di Cefalù e mais uma história de amor traído

É impossível passar pela Rocca sem notar a sua opulência. Um mito grego fala do amor e do desespero do pastor Daphnis, o Orfeu da Sicília. Ele foi cegado pela deusa Hera, cuja filha ele havia traído, e foi então transformado pelo deus Hermes no enorme penhasco que domina Cefalù e que deu o nome ao lugar. Os antigos habitantes da Grécia viam a enorme rocha como uma cabeça gigantesca, e “cabeça” é de fato o significado do nome da cidade.

Cefalù: o Duomo e a Rocca

No topo de La Rocca estão as ruínas do Castelo de Cefalù. A estrutura data dos séculos 13 a 14 e, provavelmente, tem uma das vistas mais bonitas da região. Digo provavelmente porque, infelizmente, quando visitamos Cefalù (Outubro de 2020), o acesso à Rocca estava fechado para obras.

Muros megalíticos

As paredes megalíticas são uma muralha construída com a técnica de pedra seca em enormes blocos de um metro de espessura. As muralhas, ainda hoje muito bem preservadas, principalmente no lado norte, abrangiam toda a cidade e davam a aparência de uma fortaleza invencível.

Até os anos 600, ao longo das paredes, abriam-se quatro portas: duas ao sul, “Land Door” na Piazza Garibaldi, e “Osuna Door” na Praça Colombo, a oeste “a porta da Marinha ou açude” e para a leste “porta Giudecca”.

Assistir o pôr-do-sol no porto antigo

O pôr-do-sol no porto é a maneira certa ) de finalizar um dia em Cefalù. A vista da cidade e da Rocca é absolutamente de tirar o fôlego! Se preferir um fim de tarde regado a vinho, minha dica é a Enoteca Le Petit Tonneau.

Museu Mandralisca: moedas e conchas

O museu foi fundado por Enrico Piraino, o Barão de Mandralisca, no século 19 e inclui coleções arqueológicas de conchas e moedas. Também abriga uma galeria de arte e uma biblioteca com mais de 9 mil obras históricas e científicas, incluindo incunábulos, livros do século 16 e cartas náuticas.

Um descanso nas praias de Cefalù

Se ainda sobrar um tempo, é hora de aproveitar o mar de águas calmas e limpinhas das praias de Cefalù! Ali nas aforas do centro histórico, há uma grande variedade de barracas que oferecem cadeiras e guarda-sol.

Onde comer em Cefalù?

Pasticceria siciliana: espresso e cannolo di pistacchio. Servidos?

Estamos na Sicília e o que não faltam são boas opções – que vão do street food à pasticceria siciliana. De dia, nos aventuramos nos arancini da Fritto&Divino – uma experiência OK.

Pausa para o café da tarde : ali na praça da Catedral de Cefalù há uma pasticceria com uma ótima variedade de doces e café muito bom, apesar do atendimento deixar a desejar: o Bar Duomo.

Por fim, nosso jantar (ou melhor, aperitivo!) foi regado a vinho! Fomos até a Enoteca Le Petit Tonneau para experimentar os famosos vinhos sicilianos. O lugar ainda tinha disputadas mesinhas no terraço com vista para o mar (nesse caso, só fazendo reserva para consegui-las). O ambiente e os aperitivos eram uma delícia, a dona do lugar muito atenciosa.

Onde dormir em Cefalù

B&B Bourgainville em Cefalù: eles tinham até uma capelinha. Quer coisa mais siciliana?

Com a dificuldade em encontrar vagas para estacionar o carro, nos hospedamos em um lugar fora do centro: o B&B Bourgainville. O B&B está localizado em um prédio histórico do século 19 reformado e tinha um café da manhã muito gostoso! Melhor: com estacionamento. De lá, íamos a pé para o centro da cidade.

Viagem de carro na Sicília: qual a próxima parada?

Saímos de Cefalù e seguimos para a ilha de Stromboli. Lá, tivemos uma das experiências mais incríveis da viagem – ou, talvez, da vida: dormimos em um vulcão ativo e vimos de perto as famosas explosões de um dos vulcões mais ativos do mundo. Veja também nosso roteiro de viagem na Sicília.

Mais informações úteis

Língua: Italiano
Moeda: Euro
Clima/Quando Visitar: De junho a outubro. Evite altíssima temporada (final de julho e começo de agosto), quando a cidade está lotadíssima. Nós visitamos em outubro e a temperatura era agradável (nada que um casaquinho não resolvesse!).
Visto para brasileiros: Dispensa visto por até 90 dias.

Kotor, Montenegro: explorando os mais belos fiordes do Mar Mediterrâneo

Baía de Kotor, em Montenegro

Uma das cidades mais bonitas de Montenegro e, talvez, da Europa. A belíssima cidade de Kotor, também conhecida como Cattaro, está localizada em Montenegro, um minúsculo país dos Balcãs, e impressiona pela localização de beleza ímpar: bem escondida no final de um fiorde – os fiordes mais setentrionais da Europa, aliás.

As suas águas são cristalinas e cor de esmeralda, as montanhas acinzentadas crescem repentinamente 1500 metros e o verde que ali brota ganha tons amarelados no outono. Palmeiras por toda a parte. Se você reparar bem, olhando de longe perceberá uma muralha que sobe a montanha a partir da cidade. No topo, um castelo medieval. E essa é só a primeira impressão de Kotor, conhecida como pérola do Adriático.

É difícil não se impressionar com a beleza exuberante de Kotor.

“No nascimento de nosso planeta, o encontro mais bonito entre a terra e o mar deve ter sido na costa montenegrina”
— Lord Byron

A frase acima foi escrita pelo poeta inglês Lord Byron quando visitou Montenegro no século 19. E desconfio que, ainda hoje, quem visita Kotor pela primeira vez tem a mesma impressão…

Na Idade Média, Kotor era um importante centro comercial e artístico com escolas de iconografia e alvenaria. Suas construções preservadas, com palácios e conjuntos monásticos, rendeu ao lugar um posto na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco.

Kotor foi nossa última parada durante a viagem de carro por Montenegro e fechou com chave de ouro nossa primeira visita ao país. Foram duas noites bem vividas e, definitivamente, um dos highlights dessa viagem pela Croácia e Montenegro. Você vai entender o porquê logo mais!

Baía de Kotor, em Montenegro
Apreciar o visual de cada cantinho – uma das grandes vantagens de viajar de carro em Montenegro

Onde está Kotor (e como chegar)?

Kotor está localizada na costa da Montenegro, na região norte do país, bem pertinho da fronteira com a Croácia. Os aeroportos mais próximos são os aeroportos de Dubrovnik (71,3km) e Podgorica (81km). Há ainda o aeroporto de Tivat, localizado a 7,9 km do centro da cidade, mas que atende principalmente companhias aéreas regionais.

Vista a partir da fortaleza de Kotor, em Montenegro

O que fazer em Kotor: 10 atividades para colocar no roteiro

1. Old Kotor: um passeio pela Cidade Velha

A viagem em Kotor quase sempre começa com um passeio pela cidade antiga. A cidade murada guarda belezas como igrejas, restaurantes e até bazar entre suas ruelas de pedra. Em apenas uma tarde ou manhã é possível explorar o que o lugar tem de melhor. Mas também é uma delícia percorrer as ruelas em busca de tesouros arquitetônicos sem prestar atenção no relógio. Há muito o que fazer na baía de Kotor!

2. Pausa para um café (gelado!)

Em um dia de verão, pode ser desconfortável passar a tarde explorando as ruelas. O calor é de outro mundo! Por isso, uma pausa em um dos cafés da cidade antiga para um affogato é mais do que bem-vinda.

Em nossa viagem em 2020, as ruas estavam vazias porque não haviam cruzeiros ancorados no porto de Kotor. Mas dizem que a cidade fica lotadíssima no verão – e eu acredito.

3. Trilha para a fortaleza de Kotor

A trilha para a fortaleza é, talvez, o passeio mais conhecido de Kotor. Também, pudera, a vista é linda lá do alto! Ela consiste em uma escadaria até as ruínas do Castelo San Giovanni. A subida é cansativa, mas não é difícil. Levamos cerca de 40 minutos para subir, mas geralmente o percurso dura pelo menos uma hora. Dizem que são mais de 1200 degraus, ufa!

De lá do alto: a vista para os fiordes da trilha para o Castelo San Giovanni

O melhor horário é logo pela manhã, antes do nascer do sol – e antes que o calor de verdade comece! A partir das 8 horas da manhã (até às 20h), há um controle no começo da trilha cobrando a entrada de 8 euros. Passamos antes disso e não fomos cobrados. Quer uma dica? Vá de tênis e leve água!

Dali, saímos por uma pequena escada que nos levou onde pastores ainda hoje criam cabras. Passamos por uma pequena igrejinha abandonada, a Sveti Juraj, e seguimos até encontrar um pequeno negócio com vista para a baía. Ali, uma família montou um pequeno negócio em seu sítio escarpado onde vende queijos de cabra produzido ali mesmo. Uma delícia! Dali, é possível pegar uma outra trilha que zigue-zagueia até a baía.

Segunda trilha: o caminho em zigue-zague até a cidade

4. Passeio de barco pela baía de Kotor

Arrisco-me a dizer que este foi definitivamente um dos passeios mais legais da viagem. Com cerca de três horas, a primeira parada do passeio foi na Igreja Nossa Senhora das Rochas, bem no meio da baía de Kotor, e uma das ilhas de Perast.

Passeio de barco na Baía de Kotor: as ilhas artificiais abrigam igrejas e museus

A Igreja Nossa Senhora das Rochas é um templo católico com aparência por muçulmana não por acaso: foi construída assim para evitar ser atacada pelo Império Otomano. Diz a lenda que a ilhota foi construída após marinheiros encontrarem ali uma estátua da virgem Maria em 1452. A partir de então, sempre que retornavam de uma viagem bem-sucedida, os marinheiros lançavam uma pedra na baía.

Seguimos rumo a Gruta Azul, fora da baía. Antes, entramos em um dos túneis para submarinos usados na Segunda Guerra Mundial. Do barco, também avistamos a Fortaleza de Mamula na ilha Lastavica – e que, atualmente, está sendo transformada em resort de luxo. A fortaleza foi considerada o ponto mais austral da K.U.K. Kriegsmarine, a marinha do Império Austro-Húngaro. Depois, foi usada como prisão fascista por Mussolini. E, infelizmente, agora por conta da construção do resort não está mais aberta a visitação.

Na Gruta Azul, foi possível dar um mergulho na beleza de imensidão azul.

O passeio pode ser reservado antecipadamente pela Civitatis. Há duas possibilidades: o passeio de duas horas, com visita a Nossa Senhora das Rochas e a vila de Perast; e o passeio de três horas, que inclui além da Nossa Senhora das Rochas, também a Gruta Azul e os túneis. O agendamento pode ser feito aqui.

5. Explorar as igrejas de Kotor

O que não faltam são igrejas em Kotor! Pequeninas, grandiosas, na trilha… Um dos destaques é a Igreja Blazena Ozana no centro antigo de Kotor. Lá estão os restos mortais da santa Blazena Ozana (ou Osanna de Cattaro) em um caixão de vidro.

6. Um banho de mar na praia

Se você visitar Kotor no verão, uma pausa em uma das praias ou píeres espalhados pela baía é essencial para lidar com o calor. Ali, pertinho do centro, há uma opção de praia sem areia, mas com pequenas pedras e águas cristalinas.

Uma belezinha a praia de Kotor, não?

7. Conhecer o bazar

Como muitas cidades mediterrâneas, Kotor abriga um bazar onde os comerciantes antigamente faziam negócios. Hoje ocupado por barraquinhas de souvernirs, o bazar de Kotor vale uma visita rapidinha. Ele está localizado entre a Saint Claire Church e a Saint Nicholas Church.

8. Desvendar a baía de Kotor

Duas pequenas cidades nas margens da baía de Kotor geralmente são parada obrigatória de quem passa alguns dias a mais em Kotor. São elas: Lovcén e Perast.

9. Esbaldar-se com frutos do mar

Assim como outros países do Mediterrâneo, Montenegro é casa de uma gastronomia rica em ingredientes da terra como azeitonas e berinjela, mas também vindos do mar. Melhor: os preços dos pratos são relativamente mais baratos do que os países vizinhos, Grécia e Croácia.

Lulas grelhadas e o tradicional acompanhamento de batatas com espinafre

O peixe é o carro-chefe da culinária montenegrina. A versão grelhada tradicionalmente acompanha salada de batatas e espinafre refogado. A tradicional salada Shopska sempre é uma boa pedida. Ostras e salada de polvo? Podem vir!

10. Day trips: explore as cidades vizinhas

Kotor é a cidade mais visitada de Montenegro, e também pode servir como ponto de partida para day trips para outros lugares interessantes.

Dubrovnik, na Croácia: a apenas 92 km de Kotor


Parque Nacional de Lovcén – É a montanha que deu inspiração ao nome Montenegro, por causa de suas densas florestas. É o destino perfeito para quem gosta de trilhas: no alto da trilha mais famosa está enterrado o enterrado o poeta montenegrino Petar II Petrović-Njegoš. Bônus: a estrada que vai de Kotor ao parque é cenográfica com suas curvas fechadas.

Dubrovnik – A verdade é que muita gente vem de Dubrovnik e tem Kotor como day trip. Apenas 92 km separam as duas cidades – lembre-se que Montenegro não faz parte da União Europeia e, por isso, ainda há o controle fronteiriço.

BudvaApenas 22 km separam Budva e Kotor. Localizada na costa do país, Budva é conhecida por ser um destino de férias muito badalado. Clubes e belíssimas praias dão o tom na agitada cidade – mas eu confesso que o charme mora mesmo é na cidade antiga.

Onde ficar em Kotor?

Em Kotor, hospede-se na Cidade Velha para ficar por dentro do burburinho noturno do lugar. Os restaurantes nas praças e toda a aura de cidade medieval deixam a experiência muito mais interessante.

Palazzo Drusko: decorado com móveis de 150 anos
Cada detalhe do Palazzo Drusko era bem especial…

Nos hospedamos duas noites no Palazzo Drusko, localizado em um palazzo de pedra de 600 anos de idade bem no centro da cidade antiga. Cada quarto possui uma temática e é decorado com móveis de 150 anos de idade. Super charmoso! Apesar de não oferecer café da manhã, o hotel possui uma cozinha comunitária.

Se a sua intenção é aproveitar a baía com tranquilidade, o HUMA Kotor Bay Hotel and Villas, com uma praia privativa, pode ser uma ótima ideia. O hotel funciona como um grande clube a 3,6 km do centro histórico de Kotor.

Prefere uma vila com vista para a baía? Então dê uma olhada na Villa Me Gusto. A vila possui piscina com vista para as montanhas e a baía e hidromassagem coberta. Está a 8 km de Kotor.

Onde comer em Kotor?

Há diversos restaurantes charmosos dentro da cidade murada. O restaurante Cesarica é famoso pelos frutos do mar e tem um ótimo custo-benefício – a foto acima das lulas grelhadas foram tiradas lá!

Se procura por uma boa sobremesa ou apenas um refresco para uma tarde de calor, a Marshall’s Gelato é famosa por tem um dos melhores gelatos da cidade.

Mais informações úteis

Capital: Podgorica
Língua: Montenegrino, uma língua bem parecida com o croata e o sérvio.
Moeda: Euro (apesar de Montenegro – ainda – não fazer parte da União Europeia!).
Clima/Quando Visitar: Julho e Agosto são os meses de alta temporada, quando o clima está seco e muito quente (e os preços estão lá no alto!). Nós viajamos em Agosto e confesso que entre 12h e 15h era muito difícil fazer qualquer atividade ao ar livre por causa do calor extremo. Maio, Junho, Setembro e Outubro são meses em que as temperaturas estão mais amenas e ainda é possível nadar, mas alguns bares e restaurantes podem estar fechados.
Visto para brasileiros: Dispensa visto por até 90 dias.

Você também encontrará mais informações no nosso roteiro de uma semana de viagem de carro em Montenegro.

Korčula, na Croácia: entre vinhedos, histórias sobre Marco Polo e o charme da cidade antiga

O que fazer em Korcula, Croácia

Em Korčula, criamos nosso próprio ritmo. Depois de viajar por muitas cidades em poucos dias por Montenegro e na Croácia, em Korčula decidimos relaxar um pouco e aproveitar a ilha sossegadamente. Korčula é a sexta maior ilha da Croácia, com 46.8 km de comprimento, e também o nome da pequena cidade onde nos hospedamos durante nossa curta estada de cinco dias na ilha.

Com uma bela cidade medieval murada e pequenas praias de águas calmas e cristalinas, a cidade de Korčula foi um ótimo ponto de partida para explorar o resto da ilha. Ela é cheia de história, com um ritmo pacato e pode garantir até algumas doses de aventura.

Börek, como o dia começava

Todo dia, logo de manhãzinha, era hora de enfrentar a fila para comer börek! O börek é um tipo de comida turca encontrado também em lugares ocupados pelo Império Otomano, e consiste em uma espécie de pastel com massa delicada recheado de carne, queijo ou vegetais. O börek fazia parte do prato principal dos banquetes otomanos, mas também se popularizou entre nômades e viajantes. No caminho, uma pausa para colher alguns figos fresquinhos das inúmeras árvores espalhadas pelo lugar. Então, finalmente era hora de explorar!

Explorando a cidade murada

Toda aventura em Korčula começa pela cidade fortificada. A cidade antiga possui ruas distribuídas em formato de espinha de peixe, e além dos muros, ainda mantém intactos os fortes que garantiam a proteção dos habitantes. Ali, dentro da cidade murada, você irá encontrar inúmeras referências a Marco Polo. Aí mora uma ideia controversa! Os italianos juram que Marco Polo (1254-1324) nasceu em Veneza, mas os habitantes de Korčula afirmam ali ter sido a terra natal do famoso explorador e mercador.

A vista de um dos píeres de madeira de Korčula

Korčula, uma breve história da ilha

Há vestígios de que a ilha é povoada há, pelo menos, quatro mil anos. Korčula foi uma colônia grega e ali, em Lombarda, foi encontrado o manuscrito mais antigo do território croata, datado do século IV a. C. Nele, os gregos concordavam com a construção da cidade e de uma assembleia, além da divisão de terras entre os habitantes. Depois, a ilha foi dominada pelo Império Romano e invadida diversas vezes por piratas. Fez parte ainda da República de Veneza, foi governada por austríacos e franceses – estes, responsáveis por construir estradas e fortificações. Só em 1871, depois de eleições locais, Korčula passou para as mãos croatas, que começavam a criar a ideia de identidade nacional. Depois, ainda foi ocupada pelos italianos e fez parte da Yugoslavia.

O Estatuto da cidade e da ilha, de 1214, também é considerado um dos documentos mais antigos em língua eslávica.

Passeando entre os vinhedos – e degustando bons vinhos!

Na ilha de Korčula o que não faltam são oliveiras e vinhedos. A tradição vinícola da ilha existe desde o século 4 antes de Cristo, quando ainda era ocupada pelos gregos.

A ilha é famosa pela alta qualidade do vinho branco, como o Grk que é cultivado em Lumbarda, no lado oriental da ilha, e as uvas Pošip e Rukatac, cultivadas em Čara e Smokvica. Plavac mali, por sua vez, é o vinho tinto mais comum. Por isso, vale reservar um momento na viagem para a degustação de vinhos em uma das vinícolas espalhadas pela ilha!

De lambreta até praias escondidas

Korčula: para apreciar sem pressa

Optamos por alugar uma lambreta para nos locomovermos dentro da ilha. Com ela, foi possível conhecer alguns pontos mais afastados e pouco explorados, como a praia Orlanduša, onde não há nada além da praia e alguns barquinhos de pescadores ancorados. E, se tudo der certo, pouca gente.

Orlanduša: para chegar é preciso encarar uma estrada de terra
Apenas mais um cantinho escondido de Korčula: a caminho de Medvinjak

Ali pertinho, também existem outras praias com essa vibe mais exclusiva, como a Bačva e a Pavja. Lembre-se que as praias de pedras (e não areia!) na Croácia são muito comuns, por isso pode ser um pouco complicado caminhar descalço.

Island hopping… de caiaque!

Definitivamente, um dos passeios mais divertidos em Korčula foi nosso island hopping de caiaque. Alugamos o caiaque em uma agência de turismo no centro da Korčula e, de carro, eles nos levaram até a praia Banje, de onde era possível sair com a pequena embarcação. A partir dali, remamos até a ilha Badija, onde está o mosteiro franciscano, e também onde almoçamos.

Island hopping de caiaque: o mosteiro franciscano na ilha Badija

No meu caso, a adrenalina consistia inteiramente no percurso: ao cruzarmos o estreito entre uma ilha e outra, podíamos ir de encontro às gigantescas balsas com carros e pessoas. Confesso que meu maior medo era ser atropelada por uma delas – e não o mar revolto com a chuva que se aproximava! Enfim, meu namorado não achou nada disso muito emocionante – mas só de pensar eu ainda fico bêbada de medo.

Em seguida, remamos até Otok Vrnik – minha ilha favorita. Sem carros, com chão de areia, casinhas de pedra e apenas dois restaurantes, a vila é um charme só!

Na verdade, são dois restaurantes para perfis completamente distintos: o elegante Vrnik Arts Club, que recebia gente chegando de barco-táxi só para almoçar por ali, e o restaurante Škoj, com comida caseira e de ambiente simples – mas com ótimos reviews para a salada de polvo!

A idílica ilha Otok Vrnik

Otok Vrnik além dos dois restaurantes existem duas igrejinhas pequenas e muitas casas de pedra. Encontramos algumas pessoas sentadas em banquinhos lendo livros, outras lagarteando no sol e um grupo de amigos brindando no restaurante. Sentiu a energia? Tão pertinho da civilização e a sensação era de que estávamos isolados do resto do mundo. Uma delícia! Otok Vrnik é definitivamente o tipo de lugar que eu iria para me isolar do mundo. Quero voltar!

Acho que vale sair cedinho de Korčula para aproveitar o dia nas ilhas e curtir a preguiça e o passeio sem pressa. Como deve ser.

Moreška, a tradicional dança de espadas

A Moreška é uma dança de espadas tradicional na ilha de Korčula. A dança de espadas era comum no Mediterrâneo entre os séculos 12 e 13 e apenas no século 16 começou a fazer parte da cultura de Korčula. A dança surgiu na Espanha e é inspirada na luta entre os Moros e os Cristãos, mas na Dalmácia (região que abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro) a dança é associada à luta contra os Otomanos. A dança desapareceu do resto do Mediterrâneo, mas há cerca de 400 anos é performada na ilha. E, por isso mesmo, ela é tão especial!

A performance do dia Sv.Todor (29/07) passou a ser feita regularmente no verão, no ‘Ljetno Kino’ (cinema ao ar livre), ali na cidade murada mesmo.

A verdade é que, à primeira vista, a ideia de ficar cinco dias na mesma ilha não me pareceu muito boa. Mas, à medida que fomos entrando no ritmo, e apreciando cada lugar de maneira menos apressada, Korčula foi se tornando uma segunda casa. Agora, tenho certeza que poderia passar ali um verão inteirinho!

Dicas de hospedagem: onde ficar em Korčula?

Korčula é uma ilha turística com uma boa variedade de tipos de hospedagem. Para ter acesso aos restaurantes e ao burburinho da vida noturna da ilha, a dica é ficar na cidade murada. Prefere um pouco mais de calma e quietude? Então alugue uma moto, se hospede mais longe da cidade e explore áreas mais afastadas de Korčula. Veja algumas boas opções de hospedagens na ilha:

O Tara’s Lodge Hotel é um charmoso boutique hotel que possui piscina e quartos com terraços com vista para o mar. Ali você poderá alugar bicicletas para explorar a região – o centro de Korčula está a 3,5km do hotel.

O Aminess Lume Hotel tem 4 estrelas e está localizado no povoado de pescadores de Brna. Tem piscina ao ar livre com terraço, restaurante… Mas o charme mesmo mora no pequeno píer que dá acesso ao mar.

Prefere se hospedar em uma antiga casa de pedra? A Stone House Gregov é uma opção mais em conta, que oferece bicicletas e estacionamento privativo gratuitos. A casa de pedra está localizada em Lumbarda e tem um píer que dá acesso ao mar.

Agende um tour guiado em Korčula

Se você tem pouco tempo ou prefere um tour guiado em Korčula, vale agendar um tour com antecedência, uma vez que a cidade pode ficar lotada em alta temporada. O tour começa nas escadarias da cidade murada e explora pontos turísticos como a Catedral de São Marcos, a torre Veliki Revelin, o palácio Gabrielis e até a provável casa de nascimento de Marco Polo.

Montenegro: uma viagem de carro por esse minúsculo país dos Balcãs

Baía de Kotor, em Montenegro

Vou começar esse post com uma confissão: Montenegro nunca esteve na minha bucket list. É, a ignorância pode fazer a gente perder oportunidades bonitas do caminho! Lição aprendida. A ideia de visitar o país surgiu quando as restrições por causa do corona vírus começaram a serem aliviadas neste verão de 2020. Decidimos que era hora de viajar para um lugar com praia e aproveitar alguns dias de sol. Então elaboramos um roteiro de viagem que juntasse dois países vizinhos: Montenegro e Croácia.

Sempre lotada na alta temporada, a Croácia é o tipo de lugar que a gente costuma passar bem longe em nossas viagens. Mas, por causa do Covid-19, as cidades antes dominadas por cruzeiros e turistas do mundo inteiro agora estariam vazias apenas com turistas europeus. Enfim, era a chance perfeita para conhecê-la de uma maneira mais tranquila!

Mas ainda faltava uma pitada de interessância nesse roteiro de verão, sabe? Um lugar que fosse capaz de nos surpreender, de um jeito ou de outro. Olhamos no mapa e lá estava ela, a bela Montenegro – desconhecida (por nós, é claro), convidativa e cheia de história. Por isso, decidimos assim: ficaríamos uma semana em Montenegro e então partiríamos para outra semana na Croácia.

Nosso roteiro de viagem em Montenegro começa aqui!

Como chegar em Montenegro?

Chegamos em Montenegro em um vôo direto de Stuttgart, na Alemanha, para Podgorica, capital do país balcã. Ali mesmo, alugamos um carro e partimos para explorar a região.

Alugar um carro é a melhor maneira de viajar em Montenegro, já que o transporte deixa a desejar e isso pode dificultar a locomoção entre um lugar e outro. Um bom exemplo dessa dificuldade: aguardamos um bom tempo pelo ônibus que nos levaria do aeroporto de Kotor até a cidade mas, no final, tivemos que pegar carona na estrada.

Viajar de carro em Montenegro: Adriatic Highway e as sinuosas estradas montenegrinas

As estradas de Montenegro pedem experiência e muita atenção no volante. São sinuosas e, muitas vezes, perigosas. São estradas de montanha, com muitas curvas e geralmente tem pista simples. Às vezes é preciso buzinar nas curvas para evitar uma colisão frontal.

A boa notícia é que Montenegro é um país de dimensões pequenas: tem apenas 13,8 mil km² (ou cerca de duas vezes o tamanho da região metropolitana de São Paulo!). Com as distâncias curtas, fica muito mais fácil viajar pelo país inteiro conhecendo os principais pontos turísticos.

Bate-volta x viagem longa: qual vale a pena?

Muita gente coloca Montenegro (geralmente, apenas Kotor e Budva) no roteiro de viagem como uma day trip a partir de Dubrovnik, na Croácia. Mas, olha, você vai ver que vale a pena sim uma viagem de carro mais longa pelo país.

Uma semana em Montenegro: o que visitar?

Com montanhas escarpadas, fiordes, praias de areia branquinha e um mar de águas cristalinas, Montenegro é um país de belezas naturais estonteantes. E história também!

Breve história de Montenegro

Os nomes do país, tanto Montenegro (do italiano veneziano) quanto Crna Gora, significam “Montanha Negra”, em referência ao Monte Lovćen, coberto por florestas muito densas, e que funcionou como fortaleza nos séculos de luta com os turcos.

Durante a Idade Média, três principados eslavos estavam localizados onde hoje é Montenegro: Duklja, Travunia e Rascia. Com a luta de poder pela nobreza, os principados foram enfraquecidos e dominados pelo Império Sérvio. O nome Montenegro foi usado pela primeira vez para se referir ao país apenas no final do século 15. Entre 1496 e 1878, o território foi tomado pelo Império Otomano.

Muitas rebeliões aconteceram até que Montenegro reconquistasse sua independência, se tornando primeiro uma teocracia e depois um principado. Em 1910, o território virou um reinado, quando o Império Otomano perdeu a maior parte de suas terras nos Balcãs. Após a Primeira Guerra, Montenegro se tornou parte da Iugoslávia. Com o fim da Iugoslávia, Montenegro e a Sérvia declararam que seriam uma federação. Em 2006, após um referendo, Montenegro declarou sua independência. Os montenegrinos são muito orgulhosos de toda a sua história de luta e o que não faltam são histórias de como eles venceram batalhas contra o Império Otomano!

Focamos nossa viagem na costa do país, mas é importante ressaltar que a parte continental de Montenegro também guarda lugares que valem a pena visitar, como o Monastério de Ostrog e o parque nacional de Durmitor, Patrimônio Natural da Unesco, e onde está Bobotov Kuk, uma das montanhas mais altas do país com 2523 m de altitude.

Lago Skadar e suas montanhas

Saímos do aeroporto de Podgorica e seguimos para Virpazar, pequena vila nas margens do Lago Skadar. Ali, decidimos fazer um passeio de barco pelo lago (25€ o casal + 4€ por pessoa, valor da entrada do parque). O passeio durou cerca de duas horas e pudemos ver pelicanos e até nadar.

Pavlova Strana: uma das paisagens mais famosas de Montenegro
Pavlova Strana: uma das paisagens mais famosas de Montenegro

De lá, seguimos para uma estradinha cheia de curvas com vistas impressionantes para um braço do Lago Skadar, o Pavlova Strana Viewpoint, perto de Rijeka Crnojevica. Do mirador, era possível ter a vista de uma das paisagens mais lindas do país com suas montanhas escarpadas sobre o terreno alagado.

A pequena vila de Virpazar, nas margens do Lago Skadar
A pequena vila de Virpazar, nas margens do Lago Skadar

Em Virpazar, além de passear de barco, tomamos um café-da-manhã/almoço com comidas tipicamente montenegrinas.

Budva, centro histórico medieval e belas praias

No mesmo dia, seguimos para Budva, onde passamos a noite. O centro histórico de Budva é uma graça, com suas casinhas de pedra (dominadas por lojinhas e restaurantes) e as praias de águas cristalinas – mas tomadas por bares com guarda-sol. Budva é famosa por seus clubes e festas e ali, assim como em Hvar na Croácia, atracam iates do mundo todo.

Praia em Budva: um dos poucos cantinhos livres para estender a canga na areia
Praia em Budva: um dos poucos cantinhos livres para estender a canga na areia

Budva é o destino turístico mais popular de Montenegro – mas, na minha opinião, não é nem de longe o mais charmoso. É um balneário muito turístico e perfeito para quem ama festas, apesar de possuir uma história riquíssima.

Um pedacinho da Igreja de Saint Ivan, em Budva
Um pedacinho da Igreja da Santíssima Trindade, em Budva

Budva é uma das cidades mais antigas do mar Adriático: sua história remonta ao século 5 antes de Cristo. No século 2 a.C., Budva foi dominada pelos romanos. Depois, com a queda do Império Romano, Budva fez parte do Império Bizantino. Foi ainda dominada pelo Império Servo, fez parte da República de Veneza e lutou contra os turcos. Enfim, história não falta!

A cidadela de Budva e suas casinhas de pedra
A cidadela de Budva e suas casinhas de pedra

Duas ótimas opções de hospedagem em Budva são o Fontana Hotel & Gastronomy e o Hotel Majestic, localizados pertinho do centro histórico. Outra opção mais em conta e com atendimento familiar (mas um pouco mais afastada do centro) são os Apartment Mikovic – nossa escolha em Budva.

A badalada Sveti Stefan

Partimos de Budva em direção às praias de Ulcinj e no caminho paramos para apreciar a beleza de Sveti Stefan. A apenas 6km de Budva, Sveti Stefan é uma ilhota com uma vila de pescadores fortificada datada do século 15 transformada em hotel de luxo, com spa e restaurantes. Entre as propriedades do hotel também está a Villa Milocer, datada do século 19, em terra firme.

A luxuosa Sveti Stefan até parece uma pintura!
A luxuosa Sveti Stefan até parece uma pintura!

Se sua intenção é passar o dia em Sveti Stefan mas sem se hospedar por lá, vale a pena fazer uma reserva em um dos restaurantes do lugar para conhecer as estruturas históricas.

Kitesurfer? Seu lugar é em Ulcinj!

Ulcinj é uma cidade bem ao sul de Montenegro, pertinho da fronteira com a Albânia. O lugar é famoso por causa de Velika plaža, uma praia de areias branquinhas com 12 quilômetros de extensão e considerada o melhor destino para kitesurf dos Balcãs.

Ulcinj: um pouquinho dos 12km de areias branquinhas da famosa praia
Ulcinj: um pouquinho dos 12km de areias branquinhas da famosa praia

Por lá, kitersurfers do mundo inteiro aproveitam os ventos fortes para aprender e treinar o esporte – e foi exatamente isso que o meu namorado foi fazer ali! Enquanto isso, eu aproveitava a vasta estrutura de bares e restaurantes a beira-mar para trabalhar com meu laptop. Wi-fi, a deliciosa salada sopska e uma limonada, o que a gente pode querer mais da vida?

A cidade antiga de Ulcinj

Apesar de famosa por sua praia, Ulcinj não se resume a isso. Ulcinj é a cidade mais antiga de Montenegro e, claro, também abriga uma cidade antiga, que aguarda o reconhecimento como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Vista da cidade antiga de Ulcinj
Vista da cidade antiga de Ulcinj

A cidade fortificada data da Idade Média, mas os muros de Cíclope indicam que as primeiras ocupações aconteceram entre os séculos 4 e 5 a.C. E como não poderia deixar de ser, os venezianos também passaram por ali. Entre os anos 1421 e 1571, eles dominaram a cidade e construíram rampas, portões e a torre. A cidadela ganhou palácios, igrejas e praças góticas e renascentistas. Sob o domínio turco, Ulcinj também se transformou, e essas referências orientais aparecem em construções de pedras cortas e quebradas.

Lendas e mistérios

Diz a lenda que Miguel de Cervantes foi preso e escravizado em Ulcinj. Se isso é verdade, ninguém sabe. A lenda se baseia no fato de que Dulcineia, o amor de Dom Quixote era de… Ulcinj!

Onde comer em Ulcinj?

Frutos do mar e vinho branco – o que a gente pode querer mais da vida?

A verdade é que assistir o pôr-do-sol em um dos restaurantes de Ulcinj Stari Grad (“Stari Grad” é o termo montenegrino para cidade antiga) é uma das melhores coisas que você pode fazer! E uma das mais românticas também. Jantamos no restaurante Antígona, com vista para o penhasco à beira-mar. Optamos por um menu variado com frutos do mar e vinho branco da casa. O atendimento também foi super especial. Uma delícia!

A hedonista Ada Bojana

Outro dia, jantamos em um restaurante nas proximidades da Ilha Bojana (ou Ada Bojana, em montenegrino), bem na fronteira com a Albânia, no delta de um rio.

Pôr-do-sol em Ada Bojana e seus restaurantes em palafitas
Pôr-do-sol em Ada Bojana e seus restaurantes em palafitas

Ali, há uma variedade extensa de restaurantes em casinhas palafitadas na beira-rio. Nosso escolhido foi o restaurante Misko, o primeiro e mais antigo restaurante de Ada Bojana. O lugar é um salão fechado com vista para o rio. E, apesar de o serviço ser um pouco demorado, os frutos do mar eram uma delícia. Nossa escolha: lulas grelhadas e risoto negro com frutos do mar.

O pôr-do-sol em Ada Bojana também é uma coisa de lindo! Importantíssimo: não se esqueça de levar repelentes. Para quem é mais livre, em Ada Bojana existe um resort naturista, de frente para a praia de areias branquinhas. O paraíso para quem quer relaxar e viver a vida offline.

Onde se hospedar em Ulcinj

Passamos quatro noites hospedados em Ulcinj, uma vez que meu namorado queria praticar kitesurf. Optamos por uma cabana do Holiday Park Olive Tree, uma propriedade relativamente isolada (para chegar à cidade é preciso passar por estradas de terra), com oliveiras e algumas cabanas de madeira. O dono do lugar nos contou que a propriedade está com a família dele há cerca de 400 anos! Enfim, é o ambiente perfeito para quem busca férias tranquilas e longe do burburinho.

Stari Bar: uma cidade antiga abalada por terremoto

Diferentemente de Kotor e Budva, a cidade antiga de Bar (chamada Stari Bar pelos montenegrinos) não está localizada na costa. Por uma simples razão: quando localizada na costa, a cidade era constantemente atacada por piratas. A solução foi então construí-la em uma parte alta, a cerca de 5 km da praia. Hoje, a vila medieval se encontra em ruínas, mas definitivamente vale a pena a visita. Metade de um dia é o suficiente para conhecer o lugar.

Em Stari Bar: um dos poucos aquadutos que ainda existe em Montenegro
Em Stari Bar: um dos poucos aquedutos que ainda existe em Montenegro

Antivari (como a cidade é chamada em italiano) era parte do Império Bizantino e também já foi anexada pela República de Veneza, até ser tomada pelo Império Otomano, em 1571. Entre 1876 e 1878, a cidade foi destruída na Guerra Montenegrina-Otomana. Em 1878, os montenegrinos detonaram 225kg de explosivo para destruir o aqueduto, cortando o fornecimento de água do lugar e fazendo com que os oponentes, ali encurralados, se rendessem. Por ter sido dominada por diferentes povos, é possível encontrar nas ruínas os restos de edificações de diferentes tipos arquitetônicos.

Pequenas preciosidades: os mosaicos da cidade antiga de Bar
Pequenas preciosidades: os mosaicos da cidade antiga de Bar

Cem anos depois, em 1979, o forte terremoto que atingiu Montenegro destruiu novamente o aqueduto que abastecia Stari Bar. Então, a população abandonou a cidade antiga para se instalar na costa e nas proximidades do porto. Mas com a reconstrução do aqueduto, a região passou a ser novamente ocupada.

Old Bar: o que restou de uma cidade medieval depois de terremotos e guerras
Old Bar: o que restou de uma cidade medieval depois de terremotos e guerras

Agora, na cidade baixa (conhecida como Podgrad), localizada na base da fortaleza, há uma série de pousadas, lojinhas de souvenir e restaurantes super charmosos – mesmo! É uma de-lí-cia ficar ali!

Nós almoçamos no Konoba Bedem, um restaurante casual com decoração colorida e ambiente descontraído. Além das delícias gastronômicas de Montenegro, ali também bebemos o típico suco de romã da região (mas o lugar oferece também cerveja e vinho de romã). As lojinhas da rua também vendem xaropes de romã, mel, vinho e azeite da região.

Nas proximidades de Bar também está a Stara maslina, uma das oliveiras mais antigas do mundo. Dizem que a árvore de dez metros de circunferência tem mais de 2 mil anos de idade – e é considerada uma das 3 oliveiras mais antigas do mundo! Ali, famílias que brigavam costumavam fazer acordos de paz. A Stara maslina está localizada em um parque, cuja a entrada custa 1 euro, a cerca de 5km de Bar. Enfim, essa é uma daquelas paradas típicas de road trip que valem para matar a curiosidade!

A majestosa Kotor

Kotor (ou Cattaro, em italiano) foi nossa última parada em Montenegro e também o meu lugar preferido no país. Eu amei tanto Kotor que acho que a cidade merece um post especial! A razão? Bem, Kotor é (mais?) uma cidade fortificada na costa dos Balcãs (assim como as já citadas Budva, Ulcinj e Bar, e também outras como Dubrovnik e Korcula, na Croácia).

Os fiordes da Baía de Boka, onde está Kotor

Bem, cada cidade fortificada é dona de uma beleza ímpar, e a beleza de Kotor mora na localização privilegiada: Kotor está na Baía de Boka, uma baía com fiordes. Sim, FIORDES! Os fiordes mais setentrionais da Europa, aliás.

A maneira como as montanhas escarpadas crescem sobre o mar de águas cristalinas e as construções mediterrâneas (com um toque veneziano) dão uma beleza quase que sobrenatural para o lugar. Palmeiras, flores, veleiros… Uma beleza idílica. A cidade ainda conta com uma cidade medieval muito bem preservada e que também é Patrimônio da Unesco.

Dali, seguimos para a Croácia e, no caminho, vivemos uma odisséia. Por causa do COVID, as fronteiras terrestres entre os dois países estavam fechadas. Táxis e ônibus saindo de Montenegro não podiam entrar na União Europeia. Tivemos que atravessar os quase 3km fronteira a pé, subindo o morro, com malas, em uma pista sem acostamento e no calor de 35 graus. Mas isso é assunto para a mesa de bar! haha

Informações úteis sobre Montenegro

Capital: Podgorica
Língua: Montenegrino, uma língua bem parecida com o croata e o sérvio.
Moeda: Euro (apesar de Montenegro – ainda – não fazer parte da União Europeia!).
Clima/Quando Visitar: Julho e Agosto são os meses de alta temporada, quando o clima está seco e muito quente (e os preços estão lá no alto!). Nós viajamos em Agosto e confesso que entre 12h e 15h era muito difícil fazer qualquer atividade ao ar livre por causa do calor extremo. Maio, Junho, Setembro e Outubro são meses em que as temperaturas estão mais amenas e ainda é possível nadar, mas alguns bares e restaurantes podem estar fechados. O inverno, entre Novembro e Abril, é a temporada perfeita para quem ama esquiar!
Visto para brasileiros: Dispensa de visto, por até 90 dias.

24 horas em Xangai: o que ver, fazer e provar na futurista cidade chinesa

O que fazer em Xangai - cidade aquática Zhujiajiao 8

Uma das belezas de viajar é se aventurar fora da nossa zona de conforto. Acredite, aterrissar em Xangai é como sair da bolha e ser transferido diretamente para o futuro!  Não sabe o que fazer em Xangai? Esse post vai te ajudar nessa tarefa.

Mais moderna do que qualquer cidade europeia, Xangai ainda guarda cantinhos intocados e que respiram a tradição milenar chinesa. Essa combinação de tradicional e futuro é, definitivamente, uma das maravilhas de Xangai.  Um dia na cidade não é suficiente, mas se tudo der certo você sairá de lá apaixonada e já querendo voltar!

O que fazer em Xangai em um dia

Xangai foi nosso stopover na viagem com destino à Tailândia e Laos. Passaríamos o dia na cidade, mas é bom ressaltar que a imigração pode ser (e foi!) um pouco demorada.

Chegamos de manhã em Xangai e o nosso voo para Bangkok (ei, mais sobre os melhores lugares para comer em Bangkok aqui) só sairia de madrugada. Ou seja: tínhamos a um dia inteiro para explorar o melhor que a cidade poderia oferecer. Nosso roteiro foi apertado e cansativo, mas valeu a pena!

Maglev, o trem-bala magnético: 430km/hora

Na lista de o que fazer em Xangai, a experiência começa no trem saindo do aeroporto rumo ao centro. O Maglev é um trem que liga Longyang Road em Pudong até o Aeroporto Internacional de Pudong.

O que fazer em Xangai - trem bala Maglev
Trem Maglev: o trem-bala magnético de Xangai

A diferença entre o Maglev e os trens comuns é bem simples: o Maglev é o único trem de levitação magnética que faz rota comercial no mundo. Ele atinge até 430km/hora e faz um percurso de 30km em apenas sete minutos.

Senti um pouco de náusea ao tentar observar as paisagens pela janela, mas a experiência definitivamente vale a pena.

Preço trem Maglev:
Passagem simples: 50 yuanes.
Ida e volta: 80 yuanes.

Cidades aquáticas: a beleza milenar de Zhujiajiao

Decidimos deixar o centro da badalada Xangai para conhecermos depois (as luzes da cidade à noite são de tirar o fôlego!) e partimos em direção a Zhujiajiao, uma cidade aquática com 1700 anos de história.

O que fazer em Xangai - cidade aquática Zhujiajiao 8
Zhujiajiao: um pedacinho intocado pela modernidade

O lugar é famoso por suas pontes: são 36 diferentes construções feitas de madeira, pedra ou mármore.

O que fazer em Xangai - cidade aquática Zhujiajiao 3 Aquela foto clássica. <3

O que fazer em Xangai - cidade aquática Zhujiajiao
A beleza que é Zhujiajiao

Ali passamos a tarde explorando as ruelinhas da cidade e experimentando os curiosos pratos dos restaurantes locais.

Visite um templo budista

Voltamos de metrô e seguimos antes do entardecer para o centro. Escolhemos visitar o templo Jing’an, um dos mais famosos de Xangai e onde está uma das maiores estátuas do Buda de jade na China, o Buddha Sakyamuni.

O que fazer em Xangai - templo Jing'an Templo Jing’an: impressionantement

Em português, o nome significa “Templo da Paz e Tranquilidade” e, na realidade, o templo é isso mesmo: localizado na West Nanjing Road e rodeado de prédios espelhados, o templo budista é um oásis no meio da agitação.

Templo Jing’an e a fumaça de incensos

O que fazer em Xangai - templo Jing'An
Um resumo da China.

O templo tem uma história de mais de 780 anos, e já foi realocado, transformado uma fábrica de plásticos durante a Revolução Cultural e destruído por um incêndio em 1972. História não falta por aqui!

Explore a Nanjing Road

Najing Road é o espelho da modernidade da cidade. É a rua dos grandes shoppings e lojas da Xangai. Mas não só,  Najing Road ainda é casa do templo Jing’an, do Museu de Xangai (The Shanghai Museum), Shanghai Art Gallery, People’s Square e Shanghai Urban Planning Exhibition Hall.

O que fazer na China - comer muitos dumplings
Comer dumplings em Xangai? Checked!
O que fazer em Xangai - gastronomia 2
Dumplings, amor em forma de comida.

Ali, aproveitamos para ter um momento de pausa em um restaurante de dumplings (a hora certa de comer é pela manhã, mas…).

Conheça o Yu Garden

Em qualquer lista de o que fazer em Xangai sempre aparecerá o Yu Garden. Um dos mais tradicionais jardins da cidade, o Jardim Yu foi construído durante a Dinastia Ming (1368-1644).

Yu Garden - O que fazer em Xangai Yu Garden: à noite as luzes são lindas!

Yu Garden - O que fazer em Xangai As luzes de Xangai. Como não amar?

O jardim é uma beleza que só e, durante a noite, as luzes deixam o lugar ainda mais bonito. No Yu Garden você encontrará lojinhas de souvenir, stands de comida e construções típicas, como o Sansui Hall, usado para entreter os convidados do imperador.

A vista do rio Huangpu

O que fazer em Xangai - Huangpu
De tirar o fôlego.

Do Yu Garden seguimos para as margens do rio Huangpu, onde a vista mais famosa de Xangai (o maravilhoso skyline!) é fotografada. A beleza das cores dos arranha-céus fechou com chave de ouro o dia na cidade e deixou um gostinho de quero mais.

Melhor: o trem Maglev nos levou de volta para o aeroporto em apenas sete minutos.

Dica:
Tem viagem marcada para Xangai, na China? Encontre aqui uma lista dos melhores hotéis de Xangai. Há opções para todos os gostos e bolsos!

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