Roteiro na Sicília: uma viagem de carro de Palermo a Siracusa

Scala dei Turchi - Parada na viagem de carro pela Sicília, na Itália

Talvez uma vida inteira não seja suficiente para conhecer a Sicília, essa ilha na Itália cheia de lendas. Há tanta história para desvendar, pratos para experimentar e lugares para explorar! Mas posso dizer que esse roteiro na Sicília em uma viagem de carro de 11 dias foi um bom começo e dá para ter uma ideia das inúmeras possibilidades de o que fazer na Sicília. Quer dizer, deu sim para ter um gostinho do que é a ilha nesses mais de 1.000km percorridos!

Viagem de carro na Sicília: montando o roteiro de 11 dias

Aterrissamos em Palermo diretamente de um vôo da Ryanair saindo do aeroporto de Memmingen, na Alemanha. Achamos que era uma boa ideia deixar Palermo para o final da viagem, porque queríamos ter tempo para conhecer o street food da cidade e fechar a viagem com chave de ouro. Por isso, partimos direto para a próxima cidade: Cefalù. Mas, antes, falemos sobre o roteiro de viagem na Sicília.

Roteiro de viagem na Sicília: plano inicial e as cidades escolhidas

Tínhamos uma vaga ideia de como seria nosso roteiro na Sicília, mas não tínhamos as datas confirmadas (muito menos hotéis). O plano era não ter muito plano: íamos decidindo quantos dias ficar em cada lugar à medida que chegávamos. Nossa ideia inicial era dar uma volta na ilha completa, mas isso não foi possível em apenas 11 dias de viagem. As cidades do sul da ilha, como Ragusa, infelizmente ficaram de fora.

Outro detalhe importante foi o período em que viajamos: no verão provavelmente seria impossível fazer esse tipo de viagem porque os hotéis e atrações estariam lotados… Mas como nossa viagem aconteceu em outubro, foi tranquilo viajar com um roteiro na Sicília aberto e flexível.

Dirigir na Sicília: o quê saber antes de viajar na ilha?

Alugamos o carro pela Leasys através do site de reservas da Ryanair e fizemos a retirada no aeroporto de Palermo, nosso ponto inicial e final do roteiro na Sicília.

Trânsito na Sicília

O trânsito na Sicília é caótico e, por isso, é comum que os carros alugados venham com riscas e batidas. Importante: confira muito bem todos os riscos e batidas do carro antes de assinar a entrega – pode acontecer de que os danos causados pelo locatário anterior sejam cobrados na sua fatura. Na Sicília, também é imprescindível fazer um seguro para o carro. Você verá que os sicilianos estacionam nos lugares mais improváveis e o risco de um arranhão (ou uma batida!) acontecer são altos. Melhor previnir.

Leis italianas

Os italianos são extremamente rígidos com as leis de trânsito. Evite circular com o carro em centros históricos, porque nem sempre as placas são claras e as chances de multa nesses locais é altíssima. Vai estacionar em locais públicos? Antes verifique a existência de máquinas de ticket e pague de acordo com o período que irá deixar o carro estacionado.

Permissão Internacional para Dirigir

Brasileiros podem dirigir na Itália portando a PID (Permissão Internacional para Dirigir) e, junto a ela, passaporte e CNH. De preferência, leve a PID e a CNH com tradução juramentada para o italiano. A PID é emitida ainda no Brasil pelo Detran – verifique no seu estado.

Dia 1: de Palermo a Cefalù

O que fazer em Cefalù - vista do porto antigo
Cefalù: a vista do porto antigo

Seguimos então de Palermo para Cefalù, a apenas 70km da capital siciliana. Ali, naquela pequena cidade permanecemos apenas uma noite – o suficiente para conhecer alguns dos pontos mais interessantes dentro da cidade mesmo, já que o acesso à Rocca estava fechado para manutenção. Ocupada por Normandos (os vikings!), gregos, romanos e árabes, Cefalù preserva um centro histórico datado da Idade Média com pontos turísticos interessantes – como o Lavatoio Medievale e a Catedral com belos mosaicos, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A vista do porto antigo é um cartão-postal conhecido da ilha.

Dias 2 e 3: Stromboli, um vulcão em erupção na Sicília

Stromboli, na Sicília
Stromboli, na Sicília: onde é possível presenciar explosões a cada 20 minutos!

Logo de manhã partimos para Milazzo, de onde saíam barcos com destino a Stromboli, uma pequena ilha no norte da costa Sicília e parte do arquipélago das ilhas Eólias, no mar Tirreno. Este é um passeio imperdível para quem ama aventura e um dos meus lugares preferidos na Sicília!

Stromboli é um dos três vulcões ativos na Itália (juntamente com o Vesúvio e o Etna). Não se preocupe se não estiver fit: a trilha até o ponto panorâmico é muito tranquila de ser feita.

Em Stromboli, dormimos duas noites na Pousada La Lampara, jantamos duas vezes no L’Osservatorio, restaurante com vista para as explosões, exploramos as praias vulcânicas e as pequenas ruelas vazias. Se você está com o roteiro na Sicília apertado, uma noite por lá provavelmente é o suficiente.

Dia 4 – Taormina

Isola Bella, em Taormina. Uma lindeza, né?

Taormina é uma das cidades mais famosas da Sicília. É extremamente turística e, por isso, se prepare para ruas cheias de lojinhas e com menos alma do que outras cidades sicilianas (sabe aquela atmosfera um pouco artificial de Veneza? Então…). Por outro lado, Taormina é absurdamente bonita. E por isso vale incluí-la em seu roteiro de viagem na Sicília!

A cidade está localizada em um precipício na costa. De lá do alto, é possível ver o mar de águas claras e a Isola Bela. Taormina ainda é casa do Teatro Greco, construído pelos gregos no século 3 a.C. O Antigo Teatro não é mesmo um teatro qualquer: ele possui vista para o majestoso vulcão Etna.

Passeamos sem rumo pelas ruas de Taormina até encontrarmos uma antiga hípica romana de dois mil anos. Foi interessante perceber como o lugar em ruínas foi usado como base para outras construções mais recentes e como a natureza se apossou dos tijolinhos, deixando as ruínas ainda mais especial.

A Villa Comunale, com seus jardins criados por uma nobre inglesa, é outro lugar interessante e perfeito para fugir do calor em dias de verão.

Uma vez que não era possível entrar de carro no centro histórico, passamos uma noite em uma pousada próxima a área da estação de trem, o B&B Sottocoperta, onde estacionamos o carro no melhor jeito siciliano: encostadinho em um muro de pedra, bem no acostamento de uma rodovia bem movimentada. O café da manhã do B&B era uma delícia, os donos eram super queridos e apesar da pousada ficar mais afastada do centro, não foi um problema subir de bondinho até a cidade (e descer no final do dia pela escadaria com uma bela vista para a Isola Bella).

Dia 5 – Vulcão Etna e Siracusa

Vulcão Etna: até onde é possível chegar de carro

Espalhado por 1190 km², o vulcão Etna é uma obra de arte da natureza. É um dos vulcões mais altos da Europa com seus 3.350 metros de altitude e é um deslumbre observá-lo de longe. Mas depois de conhecer Stromboli, decidimos que queríamos também conhecer o vulcão Etna de pertinho.

Por isso, subimos de carro até onde foi possível (1.900-2.000 metros de altitude). Dali, decidiríamos se pegaríamos o bondinho até o próximo estágio com mais altitude. A ideia foi abortada logo que saímos do carro. Era outubro e ali, naquela altitude, já fazia muito frio, havia neblina e muitas nuvens. Sem o agasalho corta-vento era muito difícil explorar as crateras. Então, decidimos seguir viagem para Siracusa.

Ruínas do anfiteatro de Siracusa, na Sicília

Assim que chegamos a Siracusa no início da tarde, deixamos as malas no carro e seguimos para o Parque Arqueológico Central de Neapolis, que inclui o Anfiteatro Romano, o Teatro Greco e o Orecchio di Dionisio. Passamos a tarde explorando cada detalhe desse sítio arqueológico ao ar livre. Uma delícia! No final da tarde, seguimos para conhecer o centro de Siracusa e, uau, que cidade bonitinha! Desejei ter mais tempo para conhecer a Siracusa de verdade. Um dia inteiro não foi suficiente em Siracusa… Infelizmente, fica para a próxima!

Dia 6 – Vale dos Templos, em Agrigento

O Vale dos Templos, em Agrigento, era um dos momentos mais esperados do nosso roteiro de viagem na Sicília. E não por acaso: ali está um conjunto de templos gregos considerados os mais bem preservados do mundo.

Primeiro, paramos na cidade de Agrigento e a cidade estava absolutamente morta. Perdemos tempo precioso ali. Mas para não dizer que a viagem à cidade de Agrigento foi completamente perdida: a vista do mar e dos templos da cidade é muito bonita.

Entramos no Vale dos Templos no meio da tarde e, claro, faltou tempo para conhecer melhor as construções. O Vale dos Templos pede, no mínimo, um dia completo de visita. O parque é enorme e são muitos templos do período helenístico e construções para conhecer. A área onde estão os templos gregos são povoadas por centenas de oliveiras e amendoeiras. Estar ali é como viajar no tempo. Uma experiência única e muito especial, de verdade.

O parque arqueológico Vale dos Templos consiste em oito templos construídos entre cerca de 510 AC e 430 AC: o Templo de Hera, o Templo de Concordia, o Templo de Hércules, o Templo de Zeus Olímpico, o Templo de Castor e Pólux , o Templo de Hefesto, o Templo de Deméter e o Templo de Asclépio (o Deus da Medicina). Com exceção deste último, que se encontra nas margens do rio Akragas, todos estão situados ao longo de uma crista rochosa abaixo do Agrigento dos dias modernos.

Fica a dica: o calor também é um fator a ser considerado na visita, por isso não se esqueça de levar água, chapéu e protetor solar. Há um café bem simples dentro do parque, caso seja necessário uma pausa para um breve cannolo (toda hora é hora, vamos combinar!).

Dia 7 – Scala dei Turchi

Scala dei Turchi: um dos atrativos da região de Agrigento

Sinceramente? Não gostamos da cidade de Agrigento e, por isso, decidimos dormir em outro lugar. Pernoitamos então em Porto Empedocle, conhecido por ser sítio de desembarque de muitos navios de refugiados provenientes da África.

Porto Empedocle está a poucos quilômetros da famosa Scala dei Turchi (Escada dos Turcos), um penhasco rochoso formado por marga, uma rocha sedimentar de cor branca. A Scala dei Turchi fica a apenas 15km de Agrigento e é um ótimo passeio para quem está na região.

O penhasco está localizado entre duas praias de areia, e para chegar até ele é preciso descer uma escadaria. Infelizmente o acesso à Scala dei Turchi estava fechado por risco de desabamento (outubro 2020), mas deu para apreciar a beleza de longe.

Dia 8 – Trapani

Como já estávamos um pouco cansados de dormir apenas um dia em cada cidade siciliana, decidimos passar por ali duas noites no centro histórico. Por isso, alugamos um studio com cozinha, onde foi possível comprar atum no mercado de peixe local e cozinhá-lo, além de aproveitar um pouco do clima da cidade com mais tranquilidade. Era um apartamento localizado literalmente dentro do muro da cidade, com vista para o mar.

Trapani, assim como Marsala, é famosa por suas salinas com moinhos. Para belas fotos panorâmicas, vá ao Museu do Sal. Se você tiver mais tempo, saem de Trapani barcos para as Ilhas Égadas (Marettimo, Levanzo e Favignana). Nas redondezas, também vale conhecer San Vito Lo Capo, com seu farol e praia de águas cristalinas, e a Reserva Natural do Zingaro, onde é possível praticar snorkeling.

Dia 9 – Erice

Erice é parada obrigatória para quem inclui Trapani em um roteiro pela Sicília. É que essa bela vila medieval de pedra no topo da montanha (que lembra muito San Marino, aliás!) tem vistas incríveis para toda a região. Dá até para ver as salinas de Trapani de lá do alto!

A vila de Erice era conhecida pelo nome de Eryx, em homenagem ao filho do “deus Poseidon ou de Afrodite e do herói Brutes” na mitologia grega. Ela foi ocupada por fenícios, espartanos, romanos e normandos. As fortificações e paredes defensivas construídas ao longo de 3.000 anos ainda estão de pé na parte noroeste da cidade.

Erice foi também o lar de um importante templo romano de Vênus – a deusa do amor, sexo e fertilidade – mas a construção praticamente desapareceu ao longo dos anos. Hoje, o Castelo de Vênus fica no local do templo e continua a levar seu nome.

Para chegar a Erice, há uma pequena estradinha que leva à vila (14km, cerca de 30 minutos de Trapani). Também é possível chegar até lá de teleférico ou ônibus.

Dias 10 e 11 – Palermo

Finalmente, Palermo! A capital da Sicília, e última parada do nosso roteiro na ilha, é vibrante, cheia de vida e coisas acontecendo por toda a parte o tempo todo. Passamos duas noites ali, bem no centro do histórico Mercado Ballarò, porque nosso foco era experimentar o famoso street food da cidade.

Achei o lugar absolutamente incrível: Palermo mais lembra uma mistura de cidades espanholas com o Cairo – e uma pitadinha da Itália. É muito diferente de todas as outras cidades italianas que já conheci.

Acordávamos logo na agitação e, a pé, foi possível conhecer pontos turísticos como o Palácio dos Normandos, a Catedral de Palermo, a Igreja La Martorana, o Palácio Real de Palermo e as Catacumbas dos Capuchinhos (provavelmente, o passeio mais macabro que já fiz na vida). Também fomos até Monreale conhecer os edifícios que, juntamente com a Catedral de Cefalù, são listados como Patrimônio Mundial da Unesco. Ufa!

Kotor, Montenegro: explorando os mais belos fiordes do Mar Mediterrâneo

Baía de Kotor, em Montenegro

Uma das cidades mais bonitas de Montenegro e, talvez, da Europa. A belíssima cidade de Kotor, também conhecida como Cattaro, está localizada em Montenegro, um minúsculo país dos Balcãs, e impressiona pela localização de beleza ímpar: bem escondida no final de um fiorde – os fiordes mais setentrionais da Europa, aliás.

As suas águas são cristalinas e cor de esmeralda, as montanhas acinzentadas crescem repentinamente 1500 metros e o verde que ali brota ganha tons amarelados no outono. Palmeiras por toda a parte. Se você reparar bem, olhando de longe perceberá uma muralha que sobe a montanha a partir da cidade. No topo, um castelo medieval. E essa é só a primeira impressão de Kotor, conhecida como pérola do Adriático.

É difícil não se impressionar com a beleza exuberante de Kotor.

“No nascimento de nosso planeta, o encontro mais bonito entre a terra e o mar deve ter sido na costa montenegrina”
— Lord Byron

A frase acima foi escrita pelo poeta inglês Lord Byron quando visitou Montenegro no século 19. E desconfio que, ainda hoje, quem visita Kotor pela primeira vez tem a mesma impressão…

Na Idade Média, Kotor era um importante centro comercial e artístico com escolas de iconografia e alvenaria. Suas construções preservadas, com palácios e conjuntos monásticos, rendeu ao lugar um posto na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco.

Kotor foi nossa última parada durante a viagem de carro por Montenegro e fechou com chave de ouro nossa primeira visita ao país. Foram duas noites bem vividas e, definitivamente, um dos highlights dessa viagem pela Croácia e Montenegro. Você vai entender o porquê logo mais!

Baía de Kotor, em Montenegro
Apreciar o visual de cada cantinho – uma das grandes vantagens de viajar de carro em Montenegro

Onde está Kotor (e como chegar)?

Kotor está localizada na costa da Montenegro, na região norte do país, bem pertinho da fronteira com a Croácia. Os aeroportos mais próximos são os aeroportos de Dubrovnik (71,3km) e Podgorica (81km). Há ainda o aeroporto de Tivat, localizado a 7,9 km do centro da cidade, mas que atende principalmente companhias aéreas regionais.

Vista a partir da fortaleza de Kotor, em Montenegro

O que fazer em Kotor: 10 atividades para colocar no roteiro

1. Old Kotor: um passeio pela Cidade Velha

A viagem em Kotor quase sempre começa com um passeio pela cidade antiga. A cidade murada guarda belezas como igrejas, restaurantes e até bazar entre suas ruelas de pedra. Em apenas uma tarde ou manhã é possível explorar o que o lugar tem de melhor. Mas também é uma delícia percorrer as ruelas em busca de tesouros arquitetônicos sem prestar atenção no relógio. Há muito o que fazer na baía de Kotor!

2. Pausa para um café (gelado!)

Em um dia de verão, pode ser desconfortável passar a tarde explorando as ruelas. O calor é de outro mundo! Por isso, uma pausa em um dos cafés da cidade antiga para um affogato é mais do que bem-vinda.

Em nossa viagem em 2020, as ruas estavam vazias porque não haviam cruzeiros ancorados no porto de Kotor. Mas dizem que a cidade fica lotadíssima no verão – e eu acredito.

3. Trilha para a fortaleza de Kotor

A trilha para a fortaleza é, talvez, o passeio mais conhecido de Kotor. Também, pudera, a vista é linda lá do alto! Ela consiste em uma escadaria até as ruínas do Castelo San Giovanni. A subida é cansativa, mas não é difícil. Levamos cerca de 40 minutos para subir, mas geralmente o percurso dura pelo menos uma hora. Dizem que são mais de 1200 degraus, ufa!

De lá do alto: a vista para os fiordes da trilha para o Castelo San Giovanni

O melhor horário é logo pela manhã, antes do nascer do sol – e antes que o calor de verdade comece! A partir das 8 horas da manhã (até às 20h), há um controle no começo da trilha cobrando a entrada de 8 euros. Passamos antes disso e não fomos cobrados. Quer uma dica? Vá de tênis e leve água!

Dali, saímos por uma pequena escada que nos levou onde pastores ainda hoje criam cabras. Passamos por uma pequena igrejinha abandonada, a Sveti Juraj, e seguimos até encontrar um pequeno negócio com vista para a baía. Ali, uma família montou um pequeno negócio em seu sítio escarpado onde vende queijos de cabra produzido ali mesmo. Uma delícia! Dali, é possível pegar uma outra trilha que zigue-zagueia até a baía.

Segunda trilha: o caminho em zigue-zague até a cidade

4. Passeio de barco pela baía de Kotor

Arrisco-me a dizer que este foi definitivamente um dos passeios mais legais da viagem. Com cerca de três horas, a primeira parada do passeio foi na Igreja Nossa Senhora das Rochas, bem no meio da baía de Kotor, e uma das ilhas de Perast.

Passeio de barco na Baía de Kotor: as ilhas artificiais abrigam igrejas e museus

A Igreja Nossa Senhora das Rochas é um templo católico com aparência por muçulmana não por acaso: foi construída assim para evitar ser atacada pelo Império Otomano. Diz a lenda que a ilhota foi construída após marinheiros encontrarem ali uma estátua da virgem Maria em 1452. A partir de então, sempre que retornavam de uma viagem bem-sucedida, os marinheiros lançavam uma pedra na baía.

Seguimos rumo a Gruta Azul, fora da baía. Antes, entramos em um dos túneis para submarinos usados na Segunda Guerra Mundial. Do barco, também avistamos a Fortaleza de Mamula na ilha Lastavica – e que, atualmente, está sendo transformada em resort de luxo. A fortaleza foi considerada o ponto mais austral da K.U.K. Kriegsmarine, a marinha do Império Austro-Húngaro. Depois, foi usada como prisão fascista por Mussolini. E, infelizmente, agora por conta da construção do resort não está mais aberta a visitação.

Na Gruta Azul, foi possível dar um mergulho na beleza de imensidão azul.

O passeio pode ser reservado antecipadamente pela Civitatis. Há duas possibilidades: o passeio de duas horas, com visita a Nossa Senhora das Rochas e a vila de Perast; e o passeio de três horas, que inclui além da Nossa Senhora das Rochas, também a Gruta Azul e os túneis. O agendamento pode ser feito aqui.

5. Explorar as igrejas de Kotor

O que não faltam são igrejas em Kotor! Pequeninas, grandiosas, na trilha… Um dos destaques é a Igreja Blazena Ozana no centro antigo de Kotor. Lá estão os restos mortais da santa Blazena Ozana (ou Osanna de Cattaro) em um caixão de vidro.

6. Um banho de mar na praia

Se você visitar Kotor no verão, uma pausa em uma das praias ou píeres espalhados pela baía é essencial para lidar com o calor. Ali, pertinho do centro, há uma opção de praia sem areia, mas com pequenas pedras e águas cristalinas.

Uma belezinha a praia de Kotor, não?

7. Conhecer o bazar

Como muitas cidades mediterrâneas, Kotor abriga um bazar onde os comerciantes antigamente faziam negócios. Hoje ocupado por barraquinhas de souvernirs, o bazar de Kotor vale uma visita rapidinha. Ele está localizado entre a Saint Claire Church e a Saint Nicholas Church.

8. Desvendar a baía de Kotor

Duas pequenas cidades nas margens da baía de Kotor geralmente são parada obrigatória de quem passa alguns dias a mais em Kotor. São elas: Lovcén e Perast.

9. Esbaldar-se com frutos do mar

Assim como outros países do Mediterrâneo, Montenegro é casa de uma gastronomia rica em ingredientes da terra como azeitonas e berinjela, mas também vindos do mar. Melhor: os preços dos pratos são relativamente mais baratos do que os países vizinhos, Grécia e Croácia.

Lulas grelhadas e o tradicional acompanhamento de batatas com espinafre

O peixe é o carro-chefe da culinária montenegrina. A versão grelhada tradicionalmente acompanha salada de batatas e espinafre refogado. A tradicional salada Shopska sempre é uma boa pedida. Ostras e salada de polvo? Podem vir!

10. Day trips: explore as cidades vizinhas

Kotor é a cidade mais visitada de Montenegro, e também pode servir como ponto de partida para day trips para outros lugares interessantes.

Dubrovnik, na Croácia: a apenas 92 km de Kotor


Parque Nacional de Lovcén – É a montanha que deu inspiração ao nome Montenegro, por causa de suas densas florestas. É o destino perfeito para quem gosta de trilhas: no alto da trilha mais famosa está enterrado o enterrado o poeta montenegrino Petar II Petrović-Njegoš. Bônus: a estrada que vai de Kotor ao parque é cenográfica com suas curvas fechadas.

Dubrovnik – A verdade é que muita gente vem de Dubrovnik e tem Kotor como day trip. Apenas 92 km separam as duas cidades – lembre-se que Montenegro não faz parte da União Europeia e, por isso, ainda há o controle fronteiriço.

BudvaApenas 22 km separam Budva e Kotor. Localizada na costa do país, Budva é conhecida por ser um destino de férias muito badalado. Clubes e belíssimas praias dão o tom na agitada cidade – mas eu confesso que o charme mora mesmo é na cidade antiga.

Onde ficar em Kotor?

Em Kotor, hospede-se na Cidade Velha para ficar por dentro do burburinho noturno do lugar. Os restaurantes nas praças e toda a aura de cidade medieval deixam a experiência muito mais interessante.

Palazzo Drusko: decorado com móveis de 150 anos
Cada detalhe do Palazzo Drusko era bem especial…

Nos hospedamos duas noites no Palazzo Drusko, localizado em um palazzo de pedra de 600 anos de idade bem no centro da cidade antiga. Cada quarto possui uma temática e é decorado com móveis de 150 anos de idade. Super charmoso! Apesar de não oferecer café da manhã, o hotel possui uma cozinha comunitária.

Se a sua intenção é aproveitar a baía com tranquilidade, o HUMA Kotor Bay Hotel and Villas, com uma praia privativa, pode ser uma ótima ideia. O hotel funciona como um grande clube a 3,6 km do centro histórico de Kotor.

Prefere uma vila com vista para a baía? Então dê uma olhada na Villa Me Gusto. A vila possui piscina com vista para as montanhas e a baía e hidromassagem coberta. Está a 8 km de Kotor.

Onde comer em Kotor?

Há diversos restaurantes charmosos dentro da cidade murada. O restaurante Cesarica é famoso pelos frutos do mar e tem um ótimo custo-benefício – a foto acima das lulas grelhadas foram tiradas lá!

Se procura por uma boa sobremesa ou apenas um refresco para uma tarde de calor, a Marshall’s Gelato é famosa por tem um dos melhores gelatos da cidade.

Mais informações úteis

Capital: Podgorica
Língua: Montenegrino, uma língua bem parecida com o croata e o sérvio.
Moeda: Euro (apesar de Montenegro – ainda – não fazer parte da União Europeia!).
Clima/Quando Visitar: Julho e Agosto são os meses de alta temporada, quando o clima está seco e muito quente (e os preços estão lá no alto!). Nós viajamos em Agosto e confesso que entre 12h e 15h era muito difícil fazer qualquer atividade ao ar livre por causa do calor extremo. Maio, Junho, Setembro e Outubro são meses em que as temperaturas estão mais amenas e ainda é possível nadar, mas alguns bares e restaurantes podem estar fechados.
Visto para brasileiros: Dispensa visto por até 90 dias.

Você também encontrará mais informações no nosso roteiro de uma semana de viagem de carro em Montenegro.