— O mundo visto da janela de um palácio
Há uma semana comecei a viagem da minha vida. Enchi duas malas com um monte de coisas – que agora sei que mais pesam do que são úteis de verdade –, e cheguei ao Velho Mundo (exatamente como contei no post anterior, lembra?).
Decidi me reinventar e preciso começar de algum jeito. Comecei assim:
O avião pousou em Madrid. Uma surpresa me esperava no aeroporto, mas desencontramos e nos encontramos de novo. Meu mundo girou para um lado e girou para o outro: eu não estava preparada para tanto. Deixei meu ceticismo de lado. Ah… Existe, sim, romantismo na vida real! Foi então que Madrid se encheu de símbolos. Jamón, parques, pulpos, mariscadas e risadas pelas calles durante a madrugada sempre me lembrarão de você.
Mas você voltou para sua terra. Aí, eu fiquei com a Espanha inteirinha só para mim. Disse “até logo” a Madrid e cá estou desvendando Andaluzia. O caminho de Córdoba a Granada foi mostrando aos pouquinhos os encantos do lugar: por trás de cada curva da sinuosa estrada que liga as duas cidades, surgiram povoados branquinhos com castelos em cima de morros. Já em Granada, muitas cores, arabescos e teterías (são muitas casas de té, um tipo de chá, por aqui!). Andaluzia se revelou terra de muçulmanos, cristãos, terra de judeus… E também de ciganos.
E, ai, como eu invejo a relação dos gitanos com a sorte! Caminhando por Madrid e Granada, vi algumas casas de tarô, leitura de mãos… E ciganas oferecendo feitiços! Ontem, quando voltava da Alhambra, uma delas pegou a minha mão e, com dois raminhos de alecrim, disse que poderia me encantar.
“La suerte estará em tus manos”, garantiu.
Sorri, agradeci e, apesar da insistência dela, disse que estava bem assim…
“A sorte sempre esteve nas minhas mãos”, pensei.