Por aqui, as duas últimas semanas foram intensas. E essas últimas semanas são o motivo pelo qual eu vou para o Brasil em breve e ficarei até janeiro por lá – plantando e regando minhas sementinhas mais queridas. E também atualizando meus posts de viagem. Mas, ah, isso é assunto para outro dia. Falemos de coisa boa: os Pueblos Blancos! :) Então, segue um pequeno roteiro de viagem por essa maravilhosa região da Andaluzia.
E a coisa boa que aconteceu nesse mês foi o casamento de um amigo espanhol do Namorado. O amigo se casou em Sevilha e essa foi a justificativa perfeita para uma pequena road trip pela Andaluzia – que é um dos meus lugares preferidos no Velho Continente. Quer dizer, olha só para essas paisagens e me diz se não dá para sentir um caminhão de coisas boas? Impossível. E ainda tem comida gostosa, gente como a gente que vive de um jeito de dar inveja e é um lugar nada caro para se estar. A Andaluzia parece que tem alma pulsante!
De Sevilha a Cádis: na rota dos pueblos blancos
Pegamos o carro reservado no aeroporto e seguimos rumo a Bolonia, porque queríamos praias de encher os olhos. O plano era ir até Bolonia passando por alguns pueblos blancos no caminho. Depois de Bolonia, nosso plano era passar por Conil de La Frontera (outra praia), mas isso não deu certo e você vai saber o porquê daqui a pouco. À noite, iríamos para Cádis, onde dormiríamos e passaríamos o dia seguinte explorando. E assim seguimos.
A pacata Arcos de La Frontera
As cidadezinhas do interior da Andaluzia ficaram famosas porque as casas tem fachada pintada de branco. E é demais enxergar esses pequenos povoados no alto de uma colina (ou precipício!) à medida que nos aproximamos de carro. Mas a cor branquinha das casas não é um luxo, não. É que nessa região a temperatura pode ultrapassar 40 graus e a pintura em cal, toda branquinha, combate o calor.
Arcos de La Frontera, um dos pueblos blancos, é pequena, simpática e boa para dar umas voltinhas. Estacionamos o carro e saímos para passear pelas ruelas de paralelepípedos. Paramos para tomar um café com leche, comer um montadito de jamón, algumas azeitonas e suco de laranja – tudo isso por só 3 euros. Perto da igreja no alto da cidade é possível ver o precipício ao lado de onde a cidade foi construída. Frio na barriga.
Medina Sedônia: vale a pena?
Pegamos estrada de novo e paramos em Medina Sedonia. A cidade ventava de maneira surreal e tinha pouca gente na rua. Tomamos mais um suco de laranja e comemos mais azeitonas. Risos. Medina Sidonia parecia uma cidade fantasma. Será por causa do vento? Fica a dúvida.
Rumo a Bolonia: a trilha em Zahara de Los Atunes
Agora sim, hora de praia! Analisamos o GPS e vimos que existia um caminho que iria pela costa, apesar de mais longo. Chegando em Zahara de Los Atunes, a estrada estava interditada. Acontece. Então, duas opções: 1. voltar e fazer o caminho seguro ou 2. seguir por uma trilha que aparecia discretamente no mapa. Optamos pela trilha! Colocamos tênis e partimos rumo à felicidade! Algumas vacas com cara de poucos amigos no caminho fizeram a gente subir um morro de pedras, mas tudo certo. A trilha continuou por alguns quilômetros até a gente chegar na pista e perceber que a entrada para a cidade era muito depois. The perrengue never ends.
Já em Bolonia, decidimos visitar o Baelo Claudia. Um dos pontos altos da viagem, o Baelo Claudia é uma antiga cidade romana bem pertinho do mar e que foi construída sobre um assentamento fenício (alô, Líbano! <3). Foi também o principal porto que negociava com o Marrocos e possivelmente as primeiras cidades dessa região da Europa surgiram aqui. A paisagem é de tirar o fôlego e essas cidades romanas são sempre boas para lembrar que a nossa história não começa nem acaba. Sobre o preço? Bem, não pagamos nada porque temos ID europeia, mas o valor da entrada é simbólico (apenas 1,50 euro).
Depois, passeamos pela praia e procuramos algum lugar para almoçar. Mas, como estamos em baixa temporada, todos os restaurantes estavam fechados. Uma pena, porque a região tem fama pelo atum vermelho que é pescado nesse mar lindimais.
A volta pela trilha era só subida e o sol já estava baixinho, baixinho quando decidimos ir embora. Achamos melhor pedir carona. Por isso, ficamos felizes quando uma campervan com dois rapazes que estavam aprendendo windsurf em Tarifa e – estava na estrada sem destino – nos salvou.
Decidimos deixar Conil de La Frontera para uma próxima vez. A saga continua agora em Cádis!