Era uma vez um casal entediado que de tanto ir pra lá e para cá por aí, já não achava os lugares dos anos 2000 e tantos tão encantadores assim. Aí, para combater o desânimo, a dupla decidiu alugar uma máquina do tempo. Dessas que, movida a gasolina, te leva de um lugar a outro e, se você der sorte – e pesquisar direitinho –, pode ser até que te leve a outra época! E foi assim que começou uma míni road trip de final de semana por três cidades incríveis: Passau, na Alemanha, Český Krumlov, na República Tcheca e Salzburg, na Áustria.
Road trip: escolha do roteiro
Nós já tinhamos ouvido falar bem de Český Krumlov (República Checa), cidadezinha localizada há cerca de 150 km de Praga, que parece ter parado na Idade Média. A fama do lugar é mesmo no boca a boca e a pequena Krumlov ficou conhecida pelos viajantes que querem dar uma esticadinha na República Checa. Pronto, o destino já estava escolhido!
Depois, foi só olhar bem para o trajeto que saía de Munique (Alemanha) e analisar outras possíveis paradas. Concluíram: na ida, parariam em Passau, na Alemanha, e na volta em Salzburg, na Áustria.
Encontro das águas em Passau
Saímos de Munique às 9h da manhã de sábado e chegamos em Passau às 11h. Pertinho da fronteira com a Áustria, a cidade é conhecida por ser ponto de confluência de três rios: Danubio, Inn e Ilz. Isso explica porque uma das principais atrações turísticas da cidade são os luxuosos cruzeiros pelo rio Danúbio! Já para quem está em terra, o encontro dos rios também garante um espetáculo tricolor (algo parecido com o encontro dos rios Negro e Solimões no Brasil, guardadas as devidas proporções, claro!): quando as cores das águas azul (Danubio), verde (Inn) e negro (Ilz) se misturam. Che bello!
Andando pela cidade, o charme fica por conta das construções que tem muito da arquitetura italiana – é que arquitetos italianos ajudaram a reconstruir a cidade após incêndios no século 17. No miolo do centrinho, não deixe de visitar a catedral barroca St. Steven’s, que contém o maior órgão em uma catedral do mundo.
Finalizamos o passeio pela cidade na fortaleza Veste Oberhaus, fundada em 1219 por um príncipe-bispo. Para subir até a área mais alta do castelo, paga-se (só!) 1 euro. Em troca, você ganha a vista incrível tanto da cidade quanto do encontro dos rios! Na fortaleza ainda há um museu, um hostel (albergue da juventude) e um restaurante. Saímos de Passau às 15h. Acredito que uma tarde na cidade seja tempo suficiente para conhecer as principais atrações do lugar.
P.S.1: Passau também é ponto de encontro de ciclistas que viajam pelas margens do Danúbio. Enfim, uma opção para os mais aventureiros!
A beleza medieval de Český Krumlov
Onde dormir
Chegamos em Český Krumlov, na República Checa, no final da tarde de sábado. Nos instalamos no hostel Skippy – que na verdade é uma guest house, possui apenas três quartos e capacidade máxima de 9 pessoas (!). O lugar é mega charmoso em toda a sua simplicidade: fica em uma casa com mais de 200 anos e tem um terraço na beira do rio Vltava – ideal para a prática de canoagem. Bem localizado, é pertinho do centro da cidade. O ponto negativo: não servem café da manhã. O preço: Cá entre nós, viajar para a República Checa é uma boa opção não só por causa da história, mas também por causa dos preços. Lá, tudo é quase sempre mais barato que a maioria de outros países europeus mais badalados, como Itália, França e Alemanha.
Onde comer
Demos uma volta pela cidade, mas como já estava escurecendo não deu para conhecer muita coisa. A nossa anfitriã então nos recomendou alguns restaurantes e por volta das 18h já estávamos no U Dobraka. Nada feito! Parece que a fama da comida feita nos moldes medievais, principalmente carnes assadas em uma fogueira, e o ambiente rústico e acolhedor fazem tanto sucesso na cidade que é preciso reservar antecipadamente – até mesmo se você decidir matar a fome no final da tarde! Por isso, caminhamos até nossa segunda opção, o Krčma U dwau Maryí, localizado às margens do rio. Não nos decepcionamos: a comida era deliciosa.
Mais: dois pratos, com bebidas (as cervejas checas são imperdíveis!) e sobremesa custaram 14 euros. Após o jantar, decidimos experimentar mais cervejas (cerca de 1 euro cada) no Gorila, um bar também no centro da cidade. Mas, ah, na República Checa é permitido fumar em ambientes fechados… Resultado: posso sentir o cheiro da fumaça dos cigarros até agora! :(
O que ver
No segundo dia da road trip, partimos para a praça Náměstí Svornosti, onde encontraríamos o grupo do free walking tour, às 10h30. Resumindo: não dá para se apaixonar por Český Krumlov. A cidade, construída por volta do século 13, é patrimônio da humanidade e mais parece cenário de um filme com suas casinhas antigas e castelo no alto do morro, antiga residência de uma das famílias checas nobres mais tradicionais do país, os Rosenberg.
P.S.2: A cerveja defumada, vendida em alguns bares da cidade, é uma atração à parte!
Salzburg, a terra de Mozart
Chegamos em Salzburg no final da tarde, quando já estava escurecendo, e por isso o passeio foi bem rápido. A cidade ficou rica por causa das minas de sal e daí vem seu nome: Salzburg significa castelo de sal em alemão.
Demos uma voltinha pelo centro, com suas casas de tons pastel. Visitamos duas das grandes atrações: a casa onde viveu Mozart e o castelo Hohensalzburg (mais um! <3), um dos maiores castelos medievais da Europa. Lá do alto, vimos o pôr-do-sol da cidade. É maravilhoso! Antes de voltarmos para Munique, paramos para provar o chocolate quente austríaco.
P.S.3: Nos meses de julho e agosto acontece na cidade um dos maiores festivais de música clássica do mundo. Vale se programar e incluir na road trip!
P.S.4: A gasolina mais barata que encontramos foi na Áustria e não na República Checa.