O jeito lindo de Morrison ver o mundo

Mallory Morrison - Phoenix Reborn - Underwater Photography

Que algumas pessoas tem um jeito mais interessante de ver o mundo, já sabemos. Ou não: talvez elas só saibam se expressar melhor que a gente comum. Isso nunca descobriremos.

Mallory Morrison e um novo ponto de vista

Mallory Morrison é uma dessas pessoas que sabe pinçar o que a Terra tem de bela. E, à sua maneira, também capta aqueles sentimentos escondidinhos na nossa psique. Eu não sei se Mallory Morrison é homem ou mulher e preferi não saber.

Mallory Morrison - Underwater photography
Dança que vem dos sons é música

Vamos descobrir o mundo pelos olhos de M.M., porque isso é instigante? Vamos.

Mallory Morrison - Underwater photography
Se eu fosse M.M., chamaria essa foto de Solitudine

Para mim, a sensação é saudade do que eu nem sei. Nostalgia. Às vezes, um pouco de angústia também.

Mallory Morrison - Underwater photography
Será que a casa da beleza é a sutileza?

O que eu sei sobre essa pessoa é que ela é/era fotógrafa de dança. Até que percebeu que a dança tinha uma poesia única debaixo da água e começou a registrar esses momentos. Bem, essa pessoa estava certa. Obrigada, M.M. por deixar o nosso dia mais bonito com o seu jeito de ver o mundo.

Mallory Morrison - Underwater photography
Mallory Morrison: poesia em tons pastel

Lição que fica: a vida fica mais bonita quando a gente mergulha.

P.S.: Minha ignorância não durou muito e descobri quase sem querer que Mallory Morrison é uma mulher. Mais do trabalho dela você encontra aqui.

Dia em fotos: é inverno em Munique!

Casa rosa aos arredores do castelo de Nymphenburg, em Munique, na Alemanha

Ah, boas notícias diretamente do hemisfério norte: nesse final de semana a neve abriu oficialmente o inverno aqui na Alemanha!

Eu, que só havia visto neve no alto de montanhas ou – bem timidamente – no final da estação, fiquei muito feliz quando acordei, olhei pela janela e lá estava… tudo branquinho, branquinho. Aliás, quase todas as coisas ficam mais bonitas com uma porção de neve em cima – tipo chantilly no topo do café, né?

Palácio Nymphenburg Munique Alemanha

O problema é que, em dias assim, a única vontade é ficar lendo um livro e tomando chocolate quente o dia todo!

Para combater a malemolência, decidimos fazer um passeio pelo palácio de Nymphenburg (nymphenburg = castelo da ninfa). Construído em 1664, o lugar é um dos pontos turísticos mais famosos de Munique (de fácil acesso, fica dentro da cidade então preguiça de inverno não é desculpa) e foi residência de verão dos reis da Baviera.

O palácio também é conhecido pelo parque ao redor que é enorme e parece ser bem bonito – digo, parece já que, por causa da neve, não deu muito bem para conhecer. Ah, não é preciso pagar nada para circular no parque!

Prova de que o passeio é super romântico: vimos um casal vestidos de noivos sendo fotografados por ali e um homem, de joelhos, pedindo a namorada em casamento.

Aproveitando que o dia estava tão gostoso, levei a câmera para passear também! :)

cafeteria retrô

chocolate quente com creme no topo em munique

casa rosa munique2

mariana em munique

casa rosa munique

Outono na Europa & uma road trip pela Idade Média

Era uma vez um casal entediado que de tanto ir pra lá e para cá por aí, já não achava os lugares dos anos 2000 e tantos tão encantadores assim. Aí, para combater o desânimo, a dupla decidiu alugar uma máquina do tempo. Dessas que, movida a gasolina, te leva de um lugar a outro e, se você der sorte – e pesquisar direitinho –, pode ser até que te leve a outra época! E foi assim que começou uma míni road trip de final de semana por três cidades incríveis: Passau, na Alemanha, Český Krumlov, na República Tcheca e Salzburg, na Áustria.

road trip: república tcheca
Road trip: uma estrada da República Tcheca

Road trip: escolha do roteiro

Nós já tinhamos ouvido falar bem de Český Krumlov (República Checa), cidadezinha localizada há cerca de 150 km de Praga, que parece ter parado na Idade Média. A fama do lugar é mesmo no boca a boca e a pequena Krumlov ficou conhecida pelos viajantes que querem dar uma esticadinha na República Checa. Pronto, o destino já estava escolhido!

Depois, foi só olhar bem para o trajeto que saía de Munique (Alemanha) e analisar outras possíveis paradas. Concluíram: na ida, parariam em Passau, na Alemanha, e na volta em Salzburg, na Áustria.

Encontro das águas em Passau

Saímos de Munique às 9h da manhã de sábado e chegamos em Passau às 11h. Pertinho da fronteira com a Áustria, a cidade é conhecida por ser ponto de confluência de três rios: Danubio, Inn e Ilz. Isso explica porque uma das principais atrações turísticas da cidade são os luxuosos cruzeiros pelo rio Danúbio! Já para quem está em terra, o encontro dos rios também garante um espetáculo tricolor (algo parecido com o encontro dos rios Negro e Solimões no Brasil, guardadas as devidas proporções, claro!): quando as cores das águas azul (Danubio), verde (Inn) e negro (Ilz) se misturam. Che bello!

Cruzeiros de rio fazem sucesso em Passau!

Andando pela cidade, o charme fica por conta das construções que tem muito da arquitetura italiana – é que arquitetos italianos ajudaram a reconstruir a cidade após incêndios no século 17. No miolo do centrinho, não deixe de visitar a catedral barroca St. Steven’s, que contém o maior órgão em uma catedral do mundo.

Pequenas amizades do caminho

Finalizamos o passeio pela cidade na fortaleza Veste Oberhaus, fundada em 1219 por um príncipe-bispo. Para subir até a área mais alta do castelo, paga-se (só!) 1 euro. Em troca, você ganha a vista incrível tanto da cidade quanto do encontro dos rios! Na fortaleza ainda há um museu, um hostel (albergue da juventude) e um restaurante. Saímos de Passau às 15h. Acredito que uma tarde na cidade seja tempo suficiente para conhecer as principais atrações do lugar.
P.S.1: Passau também é ponto de encontro de ciclistas que viajam pelas margens do Danúbio. Enfim, uma opção para os mais aventureiros!

A beleza medieval de Český Krumlov

Onde dormir

Chegamos em Český Krumlov, na República Checa, no final da tarde de sábado. Nos instalamos no hostel Skippy – que na verdade é uma guest house, possui apenas três quartos e capacidade máxima de 9 pessoas (!). O lugar é mega charmoso em toda a sua simplicidade: fica em uma casa com mais de 200 anos e tem um terraço na beira do rio Vltava – ideal para a prática de canoagem. Bem localizado, é pertinho do centro da cidade. O ponto negativo: não servem café da manhã. O preço: Cá entre nós, viajar para a República Checa é uma boa opção não só por causa da história, mas também por causa dos preços. Lá, tudo é quase sempre mais barato que a maioria de outros países europeus mais badalados, como Itália, França e Alemanha.

A vista do castelo de Český Krumlov é incrível ou não é?!

Onde comer

Demos uma volta pela cidade, mas como já estava escurecendo não deu para conhecer muita coisa. A nossa anfitriã então nos recomendou alguns restaurantes e por volta das 18h já estávamos no U Dobraka. Nada feito! Parece que a fama da comida feita nos moldes medievais, principalmente carnes assadas em uma fogueira, e o ambiente rústico e acolhedor fazem tanto sucesso na cidade que é preciso reservar antecipadamente – até mesmo se você decidir matar a fome no final da tarde! Por isso, caminhamos até nossa segunda opção, o Krčma U dwau Maryí, localizado às margens do rio. Não nos decepcionamos: a comida era deliciosa.

Mais: dois pratos, com bebidas (as cervejas checas são imperdíveis!) e sobremesa custaram 14 euros. Após o jantar, decidimos experimentar mais cervejas (cerca de 1 euro cada) no Gorila, um bar também no centro da cidade. Mas, ah, na República Checa é permitido fumar em ambientes fechados… Resultado: posso sentir o cheiro da fumaça dos cigarros até agora! :(

Road trip idade média 3
O primeiro outono de verdade a gente nunca esquece! haha

O que ver

No segundo dia da road trip, partimos para a praça Náměstí Svornosti, onde encontraríamos o grupo do free walking tour, às 10h30. Resumindo: não dá para se apaixonar por Český Krumlov. A cidade, construída por volta do século 13, é patrimônio da humanidade e mais parece cenário de um filme com suas casinhas antigas e castelo no alto do morro, antiga residência de uma das famílias checas nobres mais tradicionais do país, os Rosenberg.
P.S.2: A cerveja defumada, vendida em alguns bares da cidade, é uma atração à parte!

Salzburg, a terra de Mozart

Chegamos em Salzburg no final da tarde, quando já estava escurecendo, e por isso o passeio foi bem rápido. A cidade ficou rica por causa das minas de sal e daí vem seu nome: Salzburg significa castelo de sal em alemão.

Salzburg
Salzburg mostrando como faz para ser incrível

Demos uma voltinha pelo centro, com suas casas de tons pastel. Visitamos duas das grandes atrações: a casa onde viveu Mozart e o castelo Hohensalzburg (mais um! <3), um dos maiores castelos medievais da Europa. Lá do alto, vimos o pôr-do-sol da cidade. É maravilhoso! Antes de voltarmos para Munique, paramos para provar o chocolate quente austríaco.

Salzburg castle: vista de uma road trip
Salzburg castle: uma vista de contos de fadas

P.S.3: Nos meses de julho e agosto acontece na cidade um dos maiores festivais de música clássica do mundo. Vale se programar e incluir na road trip!
P.S.4: A gasolina mais barata que encontramos foi na Áustria e não na República Checa.

days of deutsch e a poesia de todo dia

Saí navegando por aí à procura de maneiras menos óbvias de aprender alemão… Tchans! Encontrei o Days of Deutsch, um desses projetos pessoais bacanas de gente mega inspirada.

Polly, a criativa, é uma britânica que está morando em Berlin – e que assim como eu acha a maioria dos livros de línguas entediantes demais. Nasceu então o Days of Deutsch, com palavras do cotidiano alemão. Quer dizer, é bem verdade que algumas não são tão funcionais assim…


Violett: roxo

Prazer, Violett, uma das palavras não muito funcionais. Eu acho.


die Wollmütze: gorro de lã

Desabafo sobre como é sofrido passar frio no inverno? Tem também. Essa coisa de achar que três casacos e uma bota podem fazer milagres é bem comum, por sinal. Anote aí: um Wollmütze é essencial se você for visitar a capital alemã nessa época do ano.


die Welt: mundo

O projeto é basicamente um diário com fotografias de alguém que está aprendendo uma nova língua. Ah, nada como pensar fora da caixinha!

viajar sozinha pela primeira vez – dramas e conselhos de amiga

Campanha da Pull & Bear.

Hora de fazer uma pequena pausa na viagem, tirar as coisas da mochila e colocar tudo na balança. Viajar sozinha é uma experiência e tanto! E a primeira vez é definitivamente inesquecível. Aqui eu conto tudo o que eu aprendi durante três meses viajando sozinha sem roteiro definido e de coração aberto.

Viajar sozinha: respire fundo e engula o choro

Há momentos em que tudo dá errado. Eles mais parecem uma conspiração do universo te dizendo: “volte para sua zona de conforto”.

Dica: ignore esses sinais. O universo não é sobre você – e viajar sozinha é a melhor forma de destruir essa visão narcisista que a gente tem do mundo.

Um exemplo:

Certo dia, quando estava prestes a encontrar meu namorado em outra cidade e já cansada de ficar sozinha, cheguei duas horas mais cedo na estação de trem para não perder a viagem. Quando o trem finalmente se aproximou, me apressei para entrar no vagão. Surpresa! Em câmera lenta, a passagem escapou de minhas mãos e caiu graciosamente no trilho. Durante cinco segundos fiquei em silêncio olhando o papel debaixo do trem. Piada de mau gosto. Logo, veio o primeiro impulso: chorar…

Mas, ali, o choro seria inútil e ridículo. Aliás, quando não é? Engoli as lágrimas. Depois, corri para pedir a ajuda de um segurança, que não pôde fazer nada. Na segunda tentativa de resolver o problema, me dirigi a uma máquina para comprar outra passagem. A fila estava enorme e, quando chegou minha vez para a compra do bilhete, faltavam apenas dois minutos para a saída do trem. “Eu vou conseguir”, repetia mentalmente porque fé nunca é demais. Só que meu cartão de crédito não foi aceito e ainda travou a máquina. Perdi a viagem, tive que pegar outra fila ainda maior na terceira tentativa e esperei mais duas horas na estação até o próximo trem…

E, quer saber? Tudo bem. Mais cedo ou mais tarde eu cheguei onde queria.

Compartilhar é preciso!

Ter uma companhia faz falta principalmente na hora de comer. Quer dizer, jantar pasta e um bom vinho na Itália pagando pouco é ótimo. Mas é só quando você está sozinha que percebe o quanto uma boa conversa é essencial para uma refeição prazerosa de verdade…

Quando ainda estava na Espanha, e já não aguentava mais comer bocadillos, decidi me aventurar em uma pizza. Entrei na pizzaria e, enquanto escolhia o sabor, a atendente do restaurante disse:

– Só fazemos pizza para duas pessoas.
– Então quero uma pizza para dois, afirmei com a maior segurança do mundo – que por acaso eu não tinha.

Não, não consegui comer a pizza inteira. Mas pedi para embalar para viagem e dei para um vendedor de leques. No final das contas, foi como se tivesse almoçado com um desconhecido! Da próxima vez, certamente convidarei alguém para não só compartilhar a comida, mas também boas conversas. E que venham pizzas para três, quatro ou cinco pessoas!

Lugares incríveis, boas histórias para contar

Fiquei encantada por Praga. Ela é o tipo de cidade em que é uma delícia andar a pé com pouca pressa e bastante tempo. As construções são lindas e, para melhorar, era primavera. Tudo parecia perfeito… Parecia. Depois de certo momento da viagem, cidades bonitas começam a fazer sentido só como cenários. Faltam histórias – ou pessoas, como preferir. Sem isso, tudo fica vazio e falta sentido.

Por isso, foi em Praga que decidi me abrir para conhecer gente nova. Naquele dia, enquanto pensava no vazio das cidades bonitas, fiz minha primeira amizade na viagem. Caminhando pela cidade, minha nova amiga me explicou porque Praga era cheia de vietnamitas como ela. Aí, a capital da República Tcheca além de incrivelmente bonita se encheu de sentido!

O que eu quero de verdade?

Uma das belezas de viajar sozinha é se identificar com gente que, pelo menos na teoria, é bem diferente de você. Introvertida que sou, muito me identifiquei com as asiáticas.

Enquanto passeava com uma nova amiga da Coréia do Sul, ela me contou sobre os sonhos que tinha. Primeiro, me perguntou se eu lembrava do acidente de ferry que matou centenas de crianças em seu país. Depois, confessou que estuda engenharia porque seu grande sonho é tornar a Coréia um lugar mais seguro. Também disse que muitos de seus amigos julgavam seu sonho algo pequeno, ambição barata.

O que posso dizer é que, de alguma maneira, ela já faz diferença na vida das pessoas que encontra no caminho. Sorte a minha! A conversa desde então ecoa na minha cabeça e eu me pergunto: o que posso fazer para tornar a vida das pessoas melhor?

Viajar sozinha na Itália e na República Tcheca

A tal da zona de des_conforto

O que fazer quando você tem que dormir em uma cabana no meio do mato sozinha? Primeiro, olhar debaixo da cama para ver se tem cobra. Depois dormir, oras.

Acredite: é um luxo estar onde você quer estar. Um privilégio fazer o que você quer fazer. Mesmo que tudo isso signifique estar em uma cabana. Sem wi-fi. E comendo sopa de pacotinho.

Com isso na cabeça, entendi que sempre achei desculpas para não fazer o que eu queria. Assim como o mundo não é sobre mim, ele também não deve ser responsabilizado pelas minhas frustrações. A verdade é que eu queria estar em uma cabana no meio do nada, sim, apesar de morrer de medo de cobras.

Longe de casa, calei meus medos e assumi o controle de tudo. Afinal de contas, se não agora, quando?

#3 O mistério da feiurinha

Um shitzu de chapéu.

O projeto cinquentinha está de volta! Dessa vez eu juro que é de verdade, só para fechar o ano com chave de ouro. Mais fotografias e fotografias… porque algumas coisas são simplesmente bonitas e enchem o coração!

Oliver (ou Olivier, Olivinha & afins) faz cara de paisagem no blog.

Obrigada pela participação, feiurinha mais linda (e mal humorada) do mundo.

Espelho, espelho meu…

Em um pequeno pote antigo coloque um pouquinho do estilo boho chic. Acrescente toda a aura de encantamento de editoriais típicos da revista Lula. Deixe de lado os preços um pouquinho bem salgados dos itens vendidos no site da Free People (que são entregues no Brasil) e… pronto!

Depois disso, você possivelmente estará apaixonada pela marca americana (do mesmo grupo da Urban Outfitters e da Anthropologie!, tá explicado). Assim como eu, pode ser que você se torne uma dessas pessoas que entram todo início de mês no site (tipo Astrology Zone, né?) só para dar aquela espiadinha nos lookbooks mensais do FP. Duvida? Em novembro, Branca de Neve, a Rainha e outros personagens dos contos de fadas deram o tom mágico por lá. Apaixonante!

E a cereja do bolo:

#1 diário de bordo de uma road trip

Há um tempo ensaiava retornar a escrever por aqui… Mas procrastinação é uma coisa. Um misto de falta de vontade e coragem me impedia de fazer (olha que ironia!) o que eu adoro. Faltava paixão (e quem há de viver sem?). Seguindo a filosofia de Vinicius – “porque a vida só se dá para quem se deu…” – resolvi deixar o que tinha “de certo”, arrumei as malas e saí com minha família para uma road trip pela América do Sul. Sou do tipo que acredita que um pouco de brisa no rosto e asfalto nos pés são capazes de resolver o pior dos problemas. E isso envolve gente, árvore, vento… Muita coisa, sabe?

O roteiro escolhido para a road trip de 21 dias (e mais de 11.000km percorridos) incluiu Machu Picchu, no Peru; Copacabana (Lago Titicaca!) e o salar de Uyuni, na Bolívia, e San Pedro de Atacama, no Chile. Com apenas os lugares que gostaríamos de conhecer e mais nada planejado, pegamos estrada no dia 1º de julho. Durante a viagem, descobrimos que esse é um roteiro bastante famoso entre mochileiros do mundo todo. Os meios de transporte então variavam demais: motorhome, veículos de passeio, bicicleta (sim!), motos, jipes (♥) e, lógico, ônibus.

Em quatro dias, subimos de São Paulo até o Acre, passando por Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia. Aliás, Rio Branco definitivamente vale a visita! A capital do Acre é uma cidade bonita e organizada, onde, naquele momento, ocorria um grande arraial em homenagem a Gonzagão. Festa linda; sorte de viajante! A realidade da paisagem no norte do nosso país, no entanto, é bastante triste. Na divisa do Mato Grosso com Rondônia, a placa grafada “Bem-vindo ao Portal da Amazônia” até parece ser uma propaganda enganosa. Seguindo adiante, tudo o que se vê é pasto e muitos animais silvestres atropelados. E filas de caminhões de madeireiras. Além disso, do Mato Grosso ao Acre, as estradas estão em PÉSSIMO estado – é válido ressaltar. Também não fomos parados pela Polícia Rodoviária brasileira nenhuma vez…

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#1 sense & sensibility

Estou aqui para apresentar a vocês o meu novo bebê: o Projeto Cinquentinha. Esta criança com nome desajeitado foi concebida no auge de minha falta de criatividade, como vocês podem perceber. Isso porque ultimamente os dias têm acontecido sem nenhum encanto. Absolutamente nada de bonito, de arrebatador. Sem estrelas cadentes, mímicos com flores, nem placas grafadas “não dê comida aos macacos” (assim, em cima de uma árvore — !!! — na Faria Lima). Tudo muito racional, muito dentro dos conformes, da burocracia de como a vida ~deve~ ser.

E aí eu cansei. Mas não dá para fazer muita coisa, porque certas situações simplesmente acontecem quando têm que acontecer. Ah, eu vou colocar um pouco de açúcar nesse chá. Projeto Cinquentinha é o meu novo xodó. Com uma câmera fotográfica, um tripé, uma lente 50mm 1.8 e um pouco de criatividade eu vou tentar tirar dos dias bonitos, entediantes ou cinzas, alguma coisa de bom. Durante 50 dias seguidos. É o meu desafio.

Valendo!


Exposição: 0.013 sec (1/80) // Abertura: f/5.6 // ISO: 400

Para começar, um romance bem feminino. Comprei essa versão de Sense and Sensibility por causa da capa, admito. Para quem não conhece, Coralie Bickford-Smith é responsável pelo design de algumas séries da Penguin Classics, editora inglesa de literatura clássica. Coralie é responsável também por me fazer buscar em sebos por aí essa versão durante dias e dias! Já a história não poderia vir em momento mais adequado: o embate entre o lado racional de Elinor e o lado sensível de Marianne, duas irmãs que viviam na sufocante Inglaterra do século XIX.

Mas, antes de começar a ler este livro, preciso terminar outros quatro: Maria Antonieta, Twenties Girl, As Virgens Suicidas e Um Dia (que eu parei antes do final, porque acho que a história deveria terminar por ali mesmo, antes da página 410 WHAT/). Desejem-me força, fé, vontade, perseverança, ambição porque quando eu acho que uma história interfere na minha vida eu mudo de livro — do tipo: eu leio sobre tal coisa e tal coisa acontece; assustador. Por isso, eu leio vários ao mesmo tempo.


UPDATE!
O bê-a-bá do Projeto Cinquentinha

A proposta: durante 50 dias seguidos captar meu dia a dia — até, e principalmente, quando não acontece nada (ou seja, sempre). Assim, pelo menos uma fotografia por dia. O desafio também estará no uso de uma única lente: a 50mm 1.8, a.ka. cinquentinha. Daí o nome, gente! É uma lente fixa, dessas que você precisa andar pra lá e pra cá para conseguir a distância focal que você precisa. Ela é barata e ainda faz aquele bokeh (efeito desfocado) incrível nas fotos. É a minha preferida. :)