Verão em Munique: 19 ideias para aproveitar a cidade ao ar livre

Verão em Munique - Biergarten

O verão em Munique é único! E, apesar de a cidade estar bem longe do mar, o verão por aqui não perde nada para outras cidades costeiras. E isso é tão verdade que no verão a gente tenta ficar na Alemanha para aproveitar ao máximo tudo o que Munique oferece nessa estação do ano – mesmo que isso signifique abrir mão de outros destinos badalados nessa época.

Sim, há muito o que fazer em Munique no verão! Abaixo, listei os meus 19 passeios ao ar livre preferidos. Alguns passeios ainda não fui, mas estão na minha lista há um tempo e pretendo assim que o calor chegar (e a pandemia acabar, claro).

1. Opera für Alle

A magia da Opera für Alle em Munique

A Bayerische Staatsoper (Ópera do Estado da Baviera) promove concertos abertos ao público e gratuitos no verão. Os concertos da Münchner Opernfestspiele (Festival de Ópera de Munique) geralmente acontecem em determinados sábados do mês de julho, bem frente ao Nationaltheater, no centro da cidade, e você pode conferir a agenda aqui.

Leve uma toalha para se acomodar no chão, alguns snacks e aproveite o clima descontraído com boa música!

2. Tollwood

O Tollwood é um festival cultural e ambiental com proposta de defesa dos direitos humanos, bem-estar animal e do meio ambiente. Ele acontece duas vezes por ano: no verão e a no inverno (quando ele mais se parece um mercadinho de Natal).

No verão, geralmente o Tollwood tem uma vibe de circo e acontece no Olympiapark. Por lá, você encontrará barraquinhas com comidas de vários países, tendas de música e uma área para concertos (em alguns casos, pagos). A entrada é gratuita e o evento acontece nos meses de junho e julho.

3. Nadar e tomar sol no Eisbach

Verão em Munique - Eisbach
Verão em Munique: que tal um banho gelado no Schwabinger Bach?

É um dos meus programas de verão em Munique preferidos. Nos dias quentes, o parque lota com grupos fazendo pique-niques à beira do Eisbach, o riacho artificial de 2 km que corre dentro do Englischer Garten. Se tiver coragem, dê um mergulho na água gelada (“Eisbach” literalmente significa “riacho de gelo”)!

4. Passar o dia em um dos lagos perto de Munique

Lago Starnberger em um dia de verão

Se você estiver cansado da cidade (difícil!), pode ser uma boa ideia explorar os lagos dos arredores de Munique. Alguns bem famosos são o Lago Starnberger (25km, 30 minutos de trem) e o Lago Tegernsee (55km, 1h10 de trem). Nesses lugares existem áreas com gramados e píer na beira da água, além de restaurantes e ciclovias.

5. Piscinas públicas

Passar o verão nas piscinas públicas, conhecidas como Freibäder, é um costume dos alemães. A Dantebad é uma das maiores piscinas de Munique (a única piscina aquecida ao ar livre que funciona também no inverno). A Naturbad Maria Einsiedel é uma piscina abastecida com água do Rio Isar, que corta Munique – não estranhe se encontrar nudistas por ali. Já a Ungererbad é rodeada por gramados, possui toboágua para as crianças, além de quadras de vôlei de praia e campo de futebol.

Para horários e endereços, visite o site da SWM.

6. Open Air Kino

No verão, pipocam cinemas ao ar livre em Munique – há até estilo drive-in. O mais famoso deles é o Kino am Olympiasee, localizado no Olympiapark. O cinema funciona todos os dias no verão, a partir das 19h. Os bilhetes são vendidos apenas online e alguns filmes são exibidos em inglês.

7. Biergarten

Existe coisa mais alemã do que aproveitar o dia de verão em um Biergarten? Eu acho que não! Os Biergärten ficam lotados nessa época do ano e é essa mesmo a graça.

Os meus preferidos: o Seehaus, nas margens do Lago Kleinhesseloher, no Englischer Garten. O Biergarten da Torre Chinesa, também no Englischer Garten, é famosíssimo entre os turistas. Para um bom café da manhã bávaro (versão mais arrumadinha), o Kaisergarten é uma ótima opção – apesar do serviço nem sempre simpático. Bom, o que não faltam são Biergärten em Munique!

Dica: Munique é uma cidade em que os custos de hospedagem são relativamente altos. Para conquistar melhores preços de hotéis, planeje a viagem com antecedência. Veja quais os melhores bairros e onde se hospedar em Munique.

8. Munique de bicicleta: bike na beira do Isar

Ok, aqui é o Eisbach no Englischer Garten – mas vale também!

Munique é uma cidade com ótimas ciclovias, porque andar de bike aqui não é apenas um programa de lazer, mas um tipo de transporte que as pessoas usam no dia a dia. E, por isso mesmo, as regras devem ser respeitadas.

Um dos percursos mais legais para aproveitar Munique de bicicleta é o caminho que sobe o Rio Isar, e passa por Icking.

9. Que tal um sorvete de sabor nada óbvio?

Uma sorveteria específica ganhou fama por causa dos seus sorvetes de sabores inusitados: a Der Verrückte Eismacher. Com decoração que parece ter saído de “Alice no País das Maravilhas”, a sorveteria vende sorvete de sabores como bolognesa, cheeseburger e bacon.

Mas se você é do time que prefere os sabores mais tradicionais, experimente a Bartu (eles tem um quiosque no Englischer Garten). Os sorvetes de lá têm a fórmula bio. Meus sabores preferidos? Figo e New York Cheesecake. Muito, muito bons!

10. Churrasco na beira do Rio Isar

É um costume entre os alemães se reunir na beira do Rio Isar para churrascos. Uma grelha, um pouco de fogo, batatas embrulhadas no alumínio, pimentões no palito e o churrasco alemão está preparado!

Mas, atenção: em algumas áreas essa prática é proibida. Veja as regras para fazer o seu churrasco na beira do Isar ou em um dos parques da cidade aqui.

11.Passear no Jardim Botânico de Nymphenburg

Se você gosta é adora plantas, uma boa ideia pode ser visitar o Jardim Botânico de Nymphenburg. Lá, são cultivadas cerca de 19.600 espécies e subespécies de plantas. Aproveite para conhecer os interiores do Palácio de Nymphenburg, um palácio barroco de 1675 que serviu como morada de verão dos governantes da Baviera.

12. Fim de tarde no café da Faculdade de Arquitetura

Um dos lugares mais disputados para assistir o pôr-do-sol no verão em Munique é o café da Faculdade de Arquitetura, o Café im Vorhoelzer Forum. De lá, é possível ter a vista do skyline da cidade e dos Alpes enquanto toma um drinque com os amigos.

13. Bons drinques no Kulturstrand

Falando em bons drinques, no verão Munique também ganha bares com espreguiçadeiras e areia para você curtir o verão como se estivesse na praia. O mais famoso deles é o Kulturstrand, na beira do Rio Isar, com música e eventos culturais.

14. Pôr do sol no Olympiapark

Olympiapark: um pôr do sol com 360 graus de vista para o skyline de Munique

Além do café da Faculdade de Arquitetura, muita gente se reúne na montanha do Olympiapark para assistir o pôr do sol com 360 graus de vista.

Isso depois de um passeio no parque, que foi construído para receber os Jogos Olímpicos de Verão de 1972, um dos cartões-postais mais famosos da cidade.

15. Suco no Virtualienmarkt

O centro histórico de Munique é uma graça e por isso não poderia deixar de estar aqui um passeio pelo Virtualienmarkt, certo? Com suas tendas de frutas, embutidos e até Biergarten, vale a pena parar ali nem que seja para tomar um suco fresquinho depois de bater perna nas vielas do centro.

16. Dança na Praça dos Museus

Dança no pátio em um dos museus na Königsplatz

Há quem ame dançar. Nesse caso, vale a pena dar uma espiada nos grupos que se reúnem bem nos vãos dos museus de Munique. Grupos de apaixonados por tango e forró (sim, forró!) se reúnem por ali.

17. Colher morangos, amoras, mirtilos e framboesas

Taí um passeio que eu estou adiando há tempos, mas quero muito fazer. Em Munique, no verão é possível ir a uma fazenda de morangos (ou amoras, framboesas e mirtilos) e colher a fruta do pé.

Funciona assim: você paga um valor fixo, geralmente em torno de 10 euros, e pode levar uma caixa da fruta para casa (e comer lá dentro à vontade enquanto colhe). Alguns lugares ainda possuem um café, com bolos, tortas e sobremesas feitas com as frutas colhidas por ali mesmo. Uma experiência deliciosa!

18. Descer o Isar de bote inflável

Para quem curte um pouco de adrenalina, descer o Isar de bote é o programa perfeito para um verão em Munique! Nessa época, os alemães se reúnem com amigos e fazem até festas no bote. A descida é tranquila, mas em alguns trechos é preciso muito cuidado – principalmente em época de chuvas, quando troncos e galhos ficam presos entre as pedras.

A rota de descida do Isar geralmente começa em Icking (dentro de Munique, o uso de botes é proibido) e passa por hidrelétricas. Minha dica? Esteja com alguém que já conheça o percurso, porque alguns trechos são, de fato, perigosos. Você irá passar por algumas ilhas e praias de pedra onde os grupos se reúnem… É muito, muito legal!

19. Bahnwärter Thiel

Verão em Munique - Bahnwärter Thiel
Bahnwärter Thiel: onde há arte por toda a parte

O Bahnwärter Thiel é um lugar que nem todo mundo conhece e totalmente fora dos roteiros tradicionais sobre o que fazer em Munique. É um espaço criativo que mais lembra Berlim, é verdade.

Trata-se de um conglomerado de bondes e vagões de metrô, contêineres pintados e um guindaste, equipado com gôndolas flutuantes e carruagens, onde acontecem concertos, mercados de pulgas, noites de cinema, leitura… Enfim, é uma área cultural bem interessante e vale a pena visitá-la para descobrir o que está acontecendo por lá.

Nos meses de maio em junho, em Landshut, uma cidade a 70km de Munique, acontece o Landshuter Hochzeit 1475. No festival, que acontece a cada 4 anos, cerca de 2400 pessoas se reúnem para celebrar um casamento medieval entre um duque e uma princesa que aconteceu em 1475. Vale a pena visitar!

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Alugar quarto em Berlim, uma missão quase impossível

Alugar quarto em Berlim

Em setembro comemoro mesversário de três meses em Berlim! Seria lindo se não fosse trágico: chegou ao fim meu contrato nesse apartamento. Em outras palavras: em outubro ficarei sem casa para morar! E o meu desânimo está no fato de que alugar quarto em Berlim é uma saga por si só.

Enquanto preparo as malas (uma de 32kg, uma de 15kg, um mochilão, a mochila do notebook e uma bolsa para a câmera – enumerar o peso faz parte do #drama), escrevo esse texto que mistura um pouco de desilusão e ansiedade. Porque é muito ruim não saber onde você vai morar mês que vem.

Pode ser que eu encontre um quarto espaçoso, iluminado, com boa localização e flatmates gente boa, como foi esse quarto de agora. Pode ser que eu volte para um hostel enquanto a busca continua – o que eu, confesso, já estou acostumada mas me faz muito infeliz. Pode ser que eu vá para a Polônia. Pode ser que <insira aqui qualquer coisa>.

Charlottenburg, em Berlim
Vista da janela do meu quarto em Charlottenburg

Alugar quarto em Berlim: por que não Airbnb?

Aqui em Berlim não existe Airbnb. A prefeitura da cidade proibiu e a razão é simples: a demanda por apartamentos é altíssima e a possibilidade de ter Airbnb significaria que os donos de apartamentos poderiam ganhar mais alugando quartos para turistas enquanto os habitantes da cidade se digladiariam para encontrar um quartinho decente. Os preços iriam às alturas. E também tem a história dos impostos. Então a prefeitura achou melhor não. Então, não existe Airbnb e… Eu acho isso ótimo. Nunca pensei que diria algo do tipo, mas é verdade.

Alugar quarto em Berlim ficou mais fácil porque não tem Airbnb.

Em Berlim, para anunciar o imóvel no Airbnb, o proprietário deve fazer um cadastro na prefeitura e aguardar uma autorização. Mais: os donos só podem disponibilizar até 50% da área do apê.

Mas, de qualquer forma, grande parte dos quartos são alugados para curta temporada: de um mês a seis meses. E isso também significa que pessoas como eu ficam mudando e mudando sempre. Há uma certa rotatividade entre os habitantes não-alemães – o que permite que você viva em bairros distintos e em diferentes Berlins. Há a Berlim dos baladeiros, vegetarianos, coxinhas, do pessoal de tecnologia, a Berlim artística… Há muitas Berlins!

E como cada bairro possui um meio ambiente próprio, dificilmente as pessoas saem da região onde moram. Como nada é perfeito, em quartos de curta temporada dificilmente os landlords oferecem a possibilidade de registro no município. E sem registro no município você é só um turista.

Como alugar quarto em Berlim
Em Berlim aprendi que essas araras a la Pinterest fazem sucesso porque são baratas na Ikea. Quem é que compra móveis de verdade quando está de mudança o tempo todo?

Como alugar quarto em Berlim: sites e grupos no Facebook

Há alguns sites que facilitam a tarefa de encontrar um quarto em Berlim. O mais famoso deles é o Wg-Gesucht. Lá, você vai encontrar quartos, lofts e apartamentos inteiros para alugar. Mas, como eu disse, a disputa é acirrada. Então, não se apegue a nenhum quarto com anúncio interessante.

Escreva um mini perfil com suas qualidades, o que você está fazendo em Berlim, quanto tempo pretende ficar, se é baladeiro ou não, vegetariano ou não, fuma ou não (as pessoas levam a sério isso por aqui) e envie para o maior número de anúncios possível. Quase nunca eles respondem, mas pode ser que você dê sorte.

Dicas para morar na Alemanha - Alugar quarto em Berlim
Dicas para morar na Alemanha: como alugar quarto em Berlim

Na minha opinião, a melhor maneira para encontrar um quarto para alugar é por meio dos grupos de Facebook. Estou em três muito bons: WG-Zimmer & Wohnungen Berlin, Zimmer in Berlin, Zwischenmiete e Short-term accommodation Berlin: WG, Zwischenmiete, flat-share, Zimmerbörse. Foi lá que encontrei esse apê que estou deixando, aliás.

Nesses grupos, a disputa é clara: é comum você ver 50 pessoas enviando mensagens interessadas em cada anúncio. Os primeiros a enviarem a mensagem inbox para o autor do anúncio tem prioridade. Quem visita e diz que fica com o quarto primeiro ganha.

Seleção natural pura.

+ Dica: Se você já está em Berlim, um dos passeios imperdíveis na cidade é o Memorial do Holocausto.
+ Pretende se mudar para a Alemanha? Então dá uma olhadinha nesses 7 costumes alemães que foram um choque cultural para mim – e se prepare!

Dia 29 – A tal da inteligência emocional alemã

Jane Birkin

Há quase um mês a viagem começou. Depois da Espanha, dei uma passadinha rápida em Portugal e sigo agora na Alemanha. Por aqui, tenho me questionado sobre a importância da paixão (alô, inteligência emocional?). Saí de casa com aquela vontade de mergulhar em algo novo e aprender um milhão de coisas. Deixei minha rotina de lado – odeio rotina mesmo – para tentar me reinventar. Sem prazo para acabar. Vida, aqui estou! Mas muito mais do que a arquitetura, a arte e a gastronomia de cada lugar, o que tem me cativado todos os dias é viver de um jeito muito diferente do meu.

Gosto de viver apaixonadamente. Demais! E foi aí, saltando de pára-quedas em um lugar novo, que toda a minha latinidade esbarrou em uma alma germânica. Dessas que é direta, controlada, fala baixinho (quando fala alemão) e parece uma enciclopédia viva. Divide o mundo em sim ou não, em pode ou não pode, em deveres, metas e projetos. Não é como se toda e qualquer forma de sentimento fosse colocada em uma planilha e tivesse um resultado definido, não. Nada disso! Mas é como se tudo fosse sensato. Até na forma de sentir.

Eles falam olhando nos olhos. Eles olham nos olhos o tempo todo. Caminhando pela rua pode ser que, quando um alemão cruzar contigo, você tenha a sensação de que existe alguém esmiuçando a sua alma só pelo olhar. Em cinco segundos. Tipo raio-X. E almas apaixonadas não entendem muito bem como tudo isso acontece, admito.

Alemães são sinceros. E, nossa, como a verdade pode ser algo duro de lidar! Eles sentem, eles pensam, eles guardam. E aí, creio eu, categorizam. Posso estar muito enganada, mas sinto (olha eu sentindo de novo!) que eles têm muito mais a ver com filosofia do que com romance. Na arte, são genuinamente Bauhaus.

Se você perguntar, espere a verdade. Se não perguntar, também. Eles convivem o tempo todo com essa belezinha – assim mesmo, como ela é. Se for fria e feia, tudo bem.

Hoje, enquanto me olhava despretensiosamente no espelho alemão, ele disse:

– Você é vítima do coitadismo.

QUÊ?! Vamos com calma, por favor.

E, em seguida, explicou:

– Mariana, você reclama mas não busca encontrar uma solução para o problema. Reclama por reclamar. E não muda porque não quer.

Ah, querido espelho! Sei que falar em caps lock não resolve os problemas do mundo, muito menos os meus. Mas às vezes é só uma forma de se expressar. Uma forma INTENSA e EXAGERADAMENTE apaixonada de se expressar.

Mas, olha, você tem razão, espelho meu. Estou acostumada a viver essa paixão toda em vão. De que vale uma paixão se tudo continua sempre igual?
Mudar não é só sair do lugar.